466 BREVE REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM AULAS NO ENSINO MÉDIO Hélio Márcio Nunes Lacerda UFT/Letras heliomarcio207@yahoo.co.uk Naiana Siqueira Galvão UFT/Letras anaiangalvao@hotmail.com Esse trabalho visa compartilhar relatos auto-reflexivos promovidos em aulas para alunos do ensino médio de uma escola particular na cidade de Araguaína-TO, correspondendo à prática pedagógica do professor na disciplina de Língua Inglesa. Esta comunicação consiste na apresentação dos dados coletados por meio de um questionário dialogado estabelecido entre os alunos e o professor da referida disciplina, a fim de avaliar sua prática pedagógica em sala de aula, bem como estabelecer um momento auto-reflexivo em relação ao papel do aluno e do professor no processo de ensinância e aprendência. Pois é durante esse momento que as trocas de experiências serão evidenciadas e socializadas por meio da interação aluno/professor. As discussões dos últimos anos têm dado especial atenção a uma prática pedagógica docente que conduza os discentes a analisarem e refletirem criticamente acerca dos conhecimentos apreendidos não somente na escola, mas na sociedade como um todo. Nessa nova perspectiva dinâmica do processo de ensinância e aprendência, o professor passa a agir como um mediador dos diversos saberes que circulam no universo social bem como na sala de aula. Medina e Domingues (1989, apud García, 1999) acrescentam à formação a função de desenvolver no professor um estilo crítico e reflexivo de ensinar, um estilo que o torne capaz de avaliar continuamente a sua prática pedagógica e os resultados obtidos por ela. Além disso, espera-se que esse professor seja capaz de operar mudanças no percurso traçado, sempre que necessário, a fim de promover uma aprendizagem
467 significativa para os alunos, uma aprendizagem que constitua-se em resposta para os questionamentos, interesses e necessidades reais dos mesmos. Para os autores supracitados, o papel do docente não pode permanecer à deriva da estagnação e empedernido em métodos que não condizem com a nova realidade contemporânea. O profissional precisa estar a par da nova dinámica social potencializada com o advento das mídias e suas tecnologias. Parafraseando Ribeiro (2012), o professor tem de ser capaz de tomar decisões diante dos imprevistos característicos do ambiente escolar, e essas tomadas de decisões têm de estar pautadas em seus diferentes tipos de saberes adquiridos ao longo do tempo, levando em conta valores e anseios de todos aqueles envolvidos na transposição e aquisição do saber. Essa nova perspectiva envolta nesse novo cenário social requer uma reatualização constante e uma formação contínua por parte do profesor. Destarte, os resultados apontam uma considerável produtividade em relação à prática através de atividades como a descrita a cima. Para a execução dessa atividade autorreflexiva, elaboramos um questionário com perguntas abertas a fim de que os discentes pudessem externar suas impressões no que diz respeito a prática pedagógica do profesor/autor desse trabalho. A seguir temos algumas das perguntas: O professor conseguiu estabelecer uma relação aberta de diálogo com os alunos? Quais foram as suas principais dificuldades na disciplina? O que atrapalhou no desenvolvimento/evolução da turma no que se refere aos conteúdos? Qual/quais foi/foram a(s) atividade(s) que você gostou? O professor mostrou-se aberto a sugestões? Como você avalia a atuação do professor durante o semestre? Na sua opinião, em termos de atividades em classe e/ou extra-classe, o que poderia ter sido realizado, mas não foi? Como você conseguiu alcançar seus objetivos?
468 Abaixo, temos a transcrição de alguns relatos dos alunos: A atividade realizada pela turma do 1º ano, spitch, em que enfatizava a produção textual dentro da língua inglesa em que cada aluno apresentou algo sobre bandas, fatos, etc. Foi produtivo, pois, aperfeiçoamos e a produção de texto. Não me recordo de nenhuma causa que tenha interferido no aproveitamento da disciplina, mas, se houve a culpa seria de minha autoria, por não ter enfatizado mais na matéria da língua inglesa. Sempre que tive dúvidas na matéria, tive onde recorrer, embora não tenha aproveitado essa oportunidade, e em nenhum momento a dedicação do professor esteve em falta na sala de aula, em que, como aluno, não correspondi as expectativas. Como já apresentado, o professor sempre esteve presente quando tive dúvidas, em relação à sua metodologia, posso dizer que é boa, pois busca primeiramente o entendimento do aluno, já eu axo que poderia ter feito melhor nesse 4º bimestre. De 1 a 10 a nota do professor seria 8, pois ele trabalha de forma que o aluno não saia prejudicado, e isso é essencial para o ensino dentro sala de aula.
469 De todas as atividades exercidas em sala de aula a que mais me chamou a atenção foi a do Speech, em que foi mais fácil internalizar ideias por causa dos slides e das imagens que alguns alunos mostraram. Bem eu já havia cursado alguns anos de Fisk (curso de Inglês) então eu já tinha conhecimento de muito dos conteúdos passados em sala de aula então, não tive muita dificuldades em relação a alguma coisa. O professor sempre esteve disponível para tirar dúvidas, sempre esteve buscando novas formas de ensinar inglês, mas deixou muito a desejar em relação a gramática. Em relação a metodologia do professor eu daria 5, e bem como eu já disse eu já cursei o curso de inglês, então em relação a gramática e pronúncia eu já tinha conhecimento e prática.
470 Eu gostei bastante do trabalho em que cada aluno teve que fazer um discurso, pois foi uma forma de melhorar a pronúncia de cada um e uma forma de conhecermos mais sobre cada um. Acredito que um empecilho que me atrapalhou foi o fato de eu não gostar de inglês, pois quando você gosta de uma coisa, você se interessa e corre atrás, coisa que eu não fiz muito. O professor se mostra muito comprometido com a disciplina, sempre buscando formas diferentes de aprender. As atividades não prejudicaram, mais acho que deveria usar atividades mais dinâmicas. Vou ser sincera, algumas vezes o professor não conseguiu responder ou traduzir algumas palavras, mas nada muito grave e não tem como uma pessoa saber de tudo. No meu ponto de vista daria 9,0, pois sinto falta da dinâmica. Esse bimestre eu estive mais comprometida, apesar de não gostar de inglês.
471 As atividades que mais me agradaram foram os discursos que servirampara conhecermos coisas de que nossos amigos gostam de fazer e interagirmos entre nós. Os únicos empecilhos que me atrapalharam foram a falta de um pouco de compreensão sobre a matéria e muita brincadeira. O professor esteve em boa parte comprometido com a matéria, mas em outros períodos ele se mostrou um pouco alienado. Quanto a frequência do professor, eu acho que não prejudicou muito não, pois tinham alguns alunos que ajudavam os que tinham mais dificuldade. A disponibilidade do professor, foi até proveitosa para tirarmos umas dúvidas quanto ao idioma. Cada professor tem seu método de ensinar, mas na escola eu acho que não muito para aprender o inglês em si, só se aprende o básico, pois eu acho que é melhor aprender na prática do que na teoria. Eu poderia ter me aplicado mais, pois isso pode fazer diferença no meu futuro. De acordo com o aprendizado da turma, a nota do professor é 6.
472 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA LIMA, Diógenes Cândido de (org.). Ensino Aprendizagem de língua inglesa: conversas com especialistas. São Paulo: Parábola, 2009. PÉREZ GÓMEZ, Angel. O pensamento prático do professor: a formação do professor como profissional reflexivo. In: NÓVOA, António. Os professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1995. SILVA, Jovina da; RAMOS, Maria minteiro da Silva. In: Prática Pedagógica numa Perspectiva Interdisciplinar. http://www.ufpi.edu.br/subsitefiles/ppged/arquivos/files/eventos/2006.gt3/gt3_2006_0 8.PDF Acessado em 29/10/2012