PROCURADORIA GERAL ELEITORAL



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Transcrição:

PROCURADORIA GERAL ELEITORAL N.º 7.096/2014-RJMB/AGV N.º 102.957/PGE Representação n.º 1279-27.2014.6.00.0000 Classe 42 Procedência: Brasília - DF Representantes: Coligação Com a Força do Povo e outra Representado: Everaldo Dias Pereira Representado: Partido Social Cristão PSC Relator: MINISTRO TARSICIO VIEIRA DE CARVALHO NETO ELEIÇÕES 2014. PROPAGANDA ELEITORAL GRATUI- TA NA TELEVISÃO. PEDIDO DE DIREITO DE RESPOS- TA. CARÁTER OFENSIVO. DIREITO DE RESPOSTA CONCEDIDO. 1. A preliminar de ilegitimidade ativa da segunda Representante, Dilma Rousseff, não merece acolhimento. A legitimidade ativa ad causam é uma das condições da ação. Sua aferição, em conformidade com a teoria da asserção, a qual tem prevalecido neste Tribunal Superior Eleitoral, deve ocorrer in status assertionis, ou seja, à luz das afirmações do demandante. 2. O artigo 58 da Lei n.º 9504/97 dispõe ser assegurado o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social. É assente nesta Corte Superior Eleitoral que as críticas, mesmo que veementes, fazem parte do jogo eleitoral, não ensejando, por si só, o direito de resposta, desde que não ultrapassem os limites do questionamento político e nem descambem nem para o insulto pessoal nem para a increpação de conduta penalmente coibida além, claro, da proibição de se veicular fatos sabidamente inverídicos e prejudicial. 3. A peça publicitária impugnada veicula mensagem manifestamente caluniosa e injuriosa às Representantes, ao afirmar que (...) no Brasil de hoje, bilhões de reais somem no ralo da corrupção. O meu, o seu, o nosso dinheiro está sendo roubado por esse bando de ladrões. ( ) Agora, novamente vemos membros ligados ao Governo do PT envolvidos em um escândalo ainda maior ( ). Será que o Brasil aguenta mais quatro anos dessa roubalheira?. Os Representados claramente querem atrelar o governo do Partido dos Trabalhadores e de Dilma Rousseff às práticas criminosas da corrupção e de desvio de recursos públi-

cos. Não há que se falar que se trata aqui de ofensa genérica e inespecífica. A propaganda eleitoral dos Representados descamba, à toda evidência, para o insulto pessoal e transborda os limites do mero questionamento político ou administrativo. 4. Parecer pela concessão do direito de resposta. Excelentíssimo Senhor Ministro-Relator, cuida-se de representação ajuizada pela Coligação Com a Força do Povo (PT, PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PCdoB e PRB) e por Dilma Vana Rouseff, candidata à reeleição ao cargo de Presidente da República, em desfavor do Partido Social Cristão PSC e de seu candidato à Presidência da República, Everaldo Dias Pereira (Pastor Everaldo), por suposta irregularidade na propaganda eleitoral gratuita transmitida em bloco, no dia 13.9.2014 (sábado), no rádio (12h00) e na TV (13h00 e 20h30), do qual requer o direito de resposta. Asseveram que os Representados veicularam propaganda eleitoral, ao longo de toda a programação do dia 13 de setembro de 2014, contendo peças com informações ofensivas, degradantes, e injuriosas em relação aos Representantes (fl. 3). Transcrevem o seguinte trecho da peça publicitária impugnada: Narrador: Começa agora o programa da família brasileira, Pastor Everaldo Presidente, 20. Pastor Everaldo (fala do próprio candidato): Lamentavelmente no Brasil de hoje, bilhões de reais somem no ralo da corrupção. O meu, o seu, o nosso dinheiro está sendo roubado por esse bando de ladrões. Hoje fica claro, o mensalão foi apenas o começo da maior roubalheira da história deste país. Agora, novamente, vemos membros ligados ao governo do PT envolvidos em um escândalo ainda maior, e o mais triste desse episódio é que atinge a maior empresa do país que já foi orgulho nacional. Aonde isso vai parar? Será que o Brasil aguenta mais quatro anos dessa roubalheira? Chegou a hora de mudar, mudar para um governo responsável, você que constrói esse país tem que ser respeitado. Por isso, se você voltar nos mesmos sempre, nada vai mudar. O poder da verdadeira mudança está nas suas mãos. Como presidente, você jamais vai me ouvir dizer a frade Eu não sabia de nada. Sou Pastor Everaldo, peço o seu voto para tirar o Brasil do vermelho e 2

começar um novo tempo, de paz, honestidade e prosperidade para o nosso país. Narrador: Pastor Everaldo Presidente. Sustentam que a propaganda imputa-lhes, injusta e ilegalmente, a responsabilidade por suposto desvio de bilhões de reais por meio de atos de corrupção, e que nela há a alegação com todas as letras, que os Representantes estão envolvidos com tais atos, cuja gravidade é flagrante. (fl. 4) Afirmam, ainda, que a expressão o nosso dinheiro está sendo roubado por esse bando de ladrões, utilizada pelos Representados, incute no eleitorado a informação de que haveria em curso constante e ininterrupto, no governo dos Representantes uma atividade de desvio de recursos públicos, engendrado por um 'bando de ladrões', por todo o 'governo do PT' indistintamente (fl. 4). Aduzem que os Representados cuidaram de deixar claro que se referiam aos Representantes quando dirigiram a seguinte indagação aos eleitores: será que o Brasil aguenta mais quatro anos dessa roubalheira? Asseguram que o caso atrai a aplicação do artigo 58 da Lei 9504/97, por entenderem que a concessão de direito de resposta, pela Justiça Eleitoral, pressupõe uma ofensa, ainda que indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica. Solicitam seja determinado, liminarmente e inaudita altera pars, que os Representados se abstenham de reapresentar propaganda eleitoral com o conteúdo questionado, sob pena de multa diária por descumprimento e caracterização de crime de desobediência (artigo 347, do Código Eleitoral). No mérito, requerem seja julgada procedente a representação para: i) confirmar a liminar de proibição de veiculação do conteúdo questionado, até o final do período eleitoral em curso, sob pena de multa e caracterização de crime de desobediência; ii) reconhecer a violação ao artigo 58, Lei 9504/97, concedendo-se o direito de resposta em favor das Representantes, em tempo não inferior a 1 (um) minutos correspondente a cada peça de propaganda ofensiva. 3

Às ff. 24-29, decisão liminar concedida pelo E. Ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, determinando aos Representados que se abstenham de reproduzir o conteúdo ora glosado até decisão final da causa. Em sua defesa de ff. 39-43, os Representados, alegam, em síntese: i) a preliminar de ilegitimidade ativa da Representante Dilma Rousseff, ao argumento que a requerente não teve o seu nome, direta ou indiretamente, vinculado na propaganda eleitoral; ii) a inexistência de ofensa na propagada eleitoral, pois apenas se limitaram a mencionar fatos comprovadamente existentes nos último quatro anos, como o processo do mensalão no ano de 2012, bem como as atuais denuncias de corrupção e fraude de funcionários da Petrobrás. Por essas razões, requer que seja julgado improcedente o pedido de direito de resposta, em razão de inexistir qualquer ofensa na propaganda impugnada. É o relatório. II. O direito de resposta deve ser concedido. Inicialmente, a preliminar de ilegitimidade ativa da segunda Representante, Dilma Rousseff, não merece acolhimento. O artigo 58 da Lei 9.504/97 é expresso ao assegurar o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica. Outrossim, a legitimidade ativa ad causam é uma das condições da ação. Sua aferição, em conformidade com a teoria da asserção, a qual tem prevalecido neste Tribunal Superior Eleitoral, deve ocorrer in status assertionis, ou seja, à luz das afirmações do demandante. Em relação ao mérito, o artigo 58 da Lei n.º 9.504/97 dispõe que a partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, 4

por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social. É assente nesta Corte Superior Eleitoral que as críticas, mesmo que veementes, fazem parte do jogo eleitoral, não ensejando, por si só, o direito de resposta, desde que não ultrapassem os limites do questionamento político e nem descambem nem para o insulto pessoal nem para a increpação de conduta penalmente coibida além, claro, da proibição de se veicular fatos sabidamente inverídicos e prejudicial. Ao se examinar a mídia, verifica-se que a peça publicitária impugnada veicula mensagem manifestamente caluniosa e injuriosa às Representantes. De fato, ao afirmar que (...) no Brasil de hoje, bilhões de reais somem no ralo da corrupção. O meu, o seu, o nosso dinheiro está sendo roubado por esse bando de ladrões. ( ) Agora, novamente vemos membros ligados ao Governo do PT envolvidos em um escândalo ainda maior ( ). Será que o Brasil aguenta mais quatro anos dessa roubalheira?, os Representados claramente querem atrelar o governo do Partido dos Trabalhadores e de Dilma Rousseff às práticas criminosas da corrupção e de desvio de recursos públicos. Não há que se falar de que se trate aqui de ofensa genérica e inespecífica. É de se notar, assim, que a propaganda eleitoral dos Representados descamba, à toda evidência, para o insulto pessoal e transborda os limites do mero questionamento político ou administrativo. É o que se pode extrair do elucidativo trecho da decisão liminar proferida pelo E. Ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto (p. 27), a seguir transcrito: Os Representados não se limitaram a tecer críticas de natureza política a adversários, ínsitas ao debate eleitoral, franco e aberto, ainda que forte e ácido. Foram além. Ao se valerem dos termos 'corrupção' e 'roubalheira', fizeram alusão direta à prática de crimes capitulados na legislação penal 5

brasileira. E, ao relacionarem tais práticas ao atual governo petista, aparentemente infringiram a lei eleitoral (f. 27). Logo, ao promover mensagem injuriosa e ofensiva às Representantes, a propaganda eleitoral ultrapassou os limites da crítica e do debate político, inerentes ao processo eleitoral, de modo que se revela necessário garantir aos agravados o devido direito de resposta, nos termos do que preconiza o artigo 58, inciso III, da Lei 9.504/97. III. Pelo exposto, o Ministério Público Eleitoral se manifesta no sentido de que seja concedido o direito de resposta. Brasília, 19 de setembro de 2014. Rodrigo Janot Monteiro de Barros Procurador-Geral Eleitoral 6