AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS: DEFINIÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE



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Transcrição:

III ENECS ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDIFICAÇÕES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS: DEFINIÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE Vanessa Gomes da Silva, Arq. MSc. Professora do Dep.. de Arquitetura e Construção e Coordenadora do Laboratório de Qualidade e Sustentabilidade da FEC/ UNICAMP. Av. Albert Einstein 951, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Campinas SP, 13084-971. E-mail: vangomes@fec.unicamp.br. Maristela Gomes da Silva, Eng. Civil, Dr. Professora do Dep.. de Estruturas e Edificações e Diretora do Centro Tecnológico da UFES, E-mail: margomes@npd.ufes.br. Vahan Agopyan, Eng. Civil, PhD. Professor Titular do Dep.. de Construção Civil da EPUSP, E-mail: agopyan@pcc.usp.br. RESUMO Nas avaliações ambientais de edifícios, um conjunto de indicadores associa itens das diversas categorias de avaliação - suas unidades de medição e critérios de normalização correspondentes- a descrições de resultados que são posteriormente confrontadas a valores de referência (benchmarks) pré-definidos. O presente trabalho relata os avanços do projeto Green Building Challenge, e como esta experiência pode ser relacionada ao desenvolvimento de um método de avaliação da sustentabilidade de edifícios brasileiros. As principais iniciativas de desenvolvimento de indicadores (ambientais, de desenvolvimento sustentável e de edifícios) foram detalhadamente analisadas, e balizaram a definição de uma lista preliminar de indicadores de categorias de avaliação adequadas ao contexto brasileiro. O foco principal foi a consideração mais ampla de sustentabilidade, em vez da tradicional abordagem ambiental. A seleção e hierarquização de indicadores, com base em critérios pré-definidos, será feita em discussão participativa, quando um painel de especialistas será constituído, envolvendo todas as partes interessadas no setor de construção. Palavras-chave: avaliação ambiental, edifícios, indicadores, sustentabilidade ENVIRONMENTAL ASSESSMENT OF BUILDINGS: DEFINING INDICATORS ABSTRACT In environmental assessments of buildings, indicators are used to link the assessed categories to descriptions that support the establishment of performance criteria. The results obtained for the set of indicators in each category are then compared to previously established reference values (benchmarks). This paper reports the advances of the Green Building Challenge project on this field, and how this experience can be related to the development of a method for sustainability assessment of Brazilian buildings. The major initiatives on indicators development (environmental, sustainable development and building level) were scrutinized and explored in the definition of a preliminary set of indicators for performance categories adequate to the national context. The main focus here is the broader consideration of sustainability instead of the traditional environmental-led vision. Indicators selection and hierarchy organization, based on predefined criteria, will be achieved through participatory discussion, when an expert panel will be formed, involving all major civil construction stakeholders. Keywords: environmental assessment, buildings, indicators, sustainability

1 INTRODUÇÃO Os problemas metodológicos de um esquema de avaliação de edifícios podem ser estruturados em torno de três questões centrais: O que medir? Definição da estrutura e do conteúdo da avaliação, i.e.: dos itens que serão medidos; Como medir? Seleção dos indicadores destas medidas e definição dos pesos a serem atribuídos; e Quanto atingir? Definição dos níveis de referência (benchmarks) e metas de desempenho. Este trabalho faz considerações sobre os dois primeiros problemas. 1.1 O que os esquemas existentes avaliam? A estrutura dos métodos de avaliação existentes (nomes, conteúdo e nível de detalhamento das categorias) varia, porém dentro de blocos de discussão relativamente comuns. No exercício analítico que embasa esta discussão, as estruturas de seis dos principais métodos disponíveis - BREEAM, LEED TM, HKBEAM, MSDG, CASBEE e GBTool são discutidas pormenorizadamente. Procedeu-se então a normalização dos métodos, isto é: a recategorização dos itens avaliados nos diferentes esquemas segundo uma mesma base de categorias de avaliação, definida pela autora. Isto gerou uma exaustiva tabela comparativa, aqui resumida na Figura 1. Importância relativa das categorias 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 24,7% 4,5% 8,3% 9,8% 24,5% 14,1% 12,4% 1,7% 3,4% 3,4% 35,6% 18,6% 3,4% 8,5% 27,1% 20,3% 7,3% 21,7% 18,8% 10,1% 18,8% 2,9% 17,0% 5,0% 26,0% 26,0% 24,0% 2,0% 3,0% 9,1% 9,6% 21,1% 1,2% 22,4% BREEAM HKBEAM LEED MSDG CASBEE ponderado 8,8% 4,0% 4,0% 12,0% 16,3% 10,0% 23,0% 33,6% 12,0% 9,9% GBTool ponderado Estratégias de implantação Gestão do uso de água Gestão do uso de energia Gestão de materiais e (redução de) resíduos Prevenção de Poluição Gestão ambiental (do processo) Gestão da qualidade do ambiente interno Qualidade dos serviços Desempenho Econômico Figura 1 Distribuição dos créditos ambientais do BREEAM, HKBEAM, LEED TM, MSDG, CASBEE e GBTool após a normalização (SILVA, s.d.). Esta separação não é perfeitamente exata, pois alguns itens enquadram-se em mais de uma categoria (uso de energia renovável, por exemplo, pode ser entendido como pertinente à

categoria de gestão de energia ou de prevenção de poluição). Mas os mesmos critérios para categorização dos itens foram usados em todos os casos e, mantido o exemplo, o item uso de energia renovável, quando presente num esquema, foi sempre recategorizado como uso de energia. A Figura 1 ilustra como, após a normalização dos métodos, a distribuição de créditos ambientais varia de um método a outro, como reflexos de práticas construtivas e de projeto, de climas, de estados do estoque construído, de prioridades de regulamentações e do mercado; de mudanças (no mercado) que se desejada encorajar; e da receptividade dos mercados à introdução dos métodos. 1.2 Como os esquemas existentes avaliam? O conceito de análise do ciclo de vida permeia todos os esquemas de avaliação disponíveis e de alguma forma transparece em suas estruturas, seja em maior (sistemas LCA-based) ou menor grau (sistemas criteria-based). Os métodos criteria-based, como o LEED e o BREEAM, têm suas estruturas organizadas em função de inputs ou campos em que investidores, projetistas e construtores precisam necessariamente tomar decisões tais como implantação, uso de água e energia, materiais e ambiente interno. Já os chamados sistemas LCA-based, como o EcoEffect, o BEAT e o GBC, são organizados em função de impactos ambientais associados a elementos ou características do edifício. Nestes casos, usa-se LCA onde é possível e complementa-se a avaliação por critérios ambientais, traduzidos por indicadores. 1.3 O que são indicadores e para que servem? Um indicador é um parâmetro (propriedade medida ou observada) ou valor derivado de parâmetros que fornece informação sobre um determinado fenômeno (OECD, 1993). Um indicador possui significado sintético e é desenvolvido para um objetivo específico. Estas duas características fazem com que seu significado transcenda as propriedades diretamente associadas ao valor do parâmetro, e que apontam as principais virtudes do uso de indicadores, que são: reduzir o número de medidas e parâmetros necessários para descrever exatamente uma determinada situação. Conseqüentemente, o número de indicadores e o nível de detalhamento contido num conjunto de indicadores têm de ser limitados. Por um lado, um índice único ou um número demasiadamente pequeno de indicadores podem ser insuficientes para prover a informação necessária ou podem incorrer em dificuldades metodológicas que crescem com o nível de agregação. Por outro lado, um número excessivo de indicadores tende a distorcer a visão geral que o conjunto supostamente deveria fornecer. para simplificar o processo de informação através do qual os resultados destas medidas chegam ao usuário final. Indicadores resultam da agregação de dados brutos e processados, mas podem ser agregados novamente para formar índices complexos. Índices são medidas com alto nível de agregação, que combinam os indicadores mais importantes para descrever o desempenho de uma instituição, região ou setor econômico. Os índices normalmente simplificam e traduzem sistemas complexos através de um número único, que pode ser útil à tomada de decisão.

Indicadores auxiliam a entender realidades complexas e facilitam a comunicação, pois quantificam e simplificam fenômenos, traduzindo conceitos em termos numéricos, medidas descritivas e orientações para ação (IISD, s.d.). Indicadores são úteis porque apontam as tendências e relações de maneira concisa, e porque servem de ligação entre dados primários ou estatísticas e informações interpretadas. E eles estão por toda parte, informando sobre a situação atual e a direção esperada de mudanças futuras em muitas dimensões do cotidiano, como o clima, o mercado de ações ou o nível educacional da população. 1.4 Principais iniciativas no desenvolvimento de indicadores A partir de meados da década de 80, foram desenvolvidas estruturas analíticas (frameworks) para organização de indicadores, principalmente de indicadores ambientais, em todas as esferas ilustradas na Figura 2. A OECD foi pioneira no trabalho de desenvolvimento de indicadores, iniciado em 1989, com base nas abordagens stress-response que incluem o modelo PSR e suas variações DSR e DPSIR. Já o envolvimento das Nações Unidas remonta a 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo. Vinte anos depois, a Agenda 21 (UNITED NATIONS, 1992) reunia recomendações específicas quanto ao desenvolvimento e implementação de contabilidade ambiental e econômica integrada e de indicadores de desenvolvimento sustentável (UNSD, 2002). Os caminhos da OECD e das Nações Unidas encontraram-se a partir de 1993. Neste ano, a OECD publicou seu core set de indicadores (OECD, 1993), principal influência do trabalho da Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável (CSD), publicado em 1996, em resposta à demanda da Agenda 21 No que se refere a relato de sustentabilidade de empresas, a iniciativa mais relevante é a da Global Reporting Initiative GRI, que desenvolveu uma reporting framework de adoção voluntária, para que corporações e de organizações governamentais e não-governamentais, de qualquer setor econômico, relatem as dimensões econômica, social e ambiental de suas atividades, produtos e serviços, e demonstrem o seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável através da publicação total ou parcial de um relatório de (métrica de) progresso de desempenho em sustentabilidade (GRI 2002). No desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para o setor da construção, destacamse as frentes de trabalho nos âmbitos da CIB Working Commission W82 - Future Studies in Construction (1995-2001); e da Construction Industry Research and Information Association (CIRIA), ambos no Reino Unido. Apesar de não desenvolvida à luz da sustentabilidade, uma iniciativa de relevo para o setor de construção são os Construction Industry Key Performance Indicators (CI KPIs), criados no âmbito do Construction Best Practice Programme do UK Department of Trade and Industry. Os CI KPIs são conjuntos de dados de referência, contra os quais o desempenho de um projeto ou empresa de construção do Reino Unido pode ser comparado. Na escala do edifício, indicadores empíricos têm sido adotados nos diversos esquemas existentes para avaliação/classificação ambiental, e validados (ou excluídos) com base nas experiências práticas de implementação nos estudos de casos. Em 1999, a Universidade de Michigan realizou um workshop para melhor delinear indicadores de sustentabilidade de edifícios (REPPE, 1999). O Green Building Challenge designou um grupo de trabalho para dedicar-se ao estudo e desenvolvimento sistemáticos de indicadores (TODD;JOHN, 2001).

1.5 Importância para o setor da construção Todas as partes interessadas no setor de construção civil necessitam de informações claras e ordenadas para avaliar o desempenho econômico, ambiental e social de empresas de construção e seu produto: o ambiente construído. Seja um investidor utilizando informação ambiental para avaliar riscos; um ativista tentando dialogar com gestores; uma agência do governo escolhendo entre possíveis parceiros corporativos, uma agência de financiamento procurando selecionar perfis de empreendimentos para dirigir apoio; um executivo procurando orientar a empresa para níveis superiores de eficiência e inovação; ou um consumidor procurando fundamentar a sua opção por um determinado empreendimento. Indicadores capturam tendências para informar os agentes de decisão, orientar o desenvolvimento e o monitoramento de políticas e estratégias, e facilitar o relato das medidas adotadas para implementação do desenvolvimento sustentável. Indicadores são fundamentais para ajudar a unificar a tomada de decisão econômica, social, ambiental e institucional no contexto do planejamento integrado do desenvolvimento. No entanto, os indicadores per si não são capazes de promover melhoria de desempenho. Metas de desempenho são igualmente necessárias, para embasar os indicadores e permitir a avaliação do progresso em direção à construção mais sustentável. Indicadores são necessários em todos os níveis (Figura 2), pois podem não só apontar o caminho, como também mostrar se e de que maneira ocorre o movimento da sociedade em direção ao desenvolvimento sustentável ou, da perspectiva do setor de construção, de que maneira o setor como um todo, uma organização e a produção de empreendimentos afetam - positiva ou negativamente - o atendimento das metas nacionais de desenvolvimento sustentável. Indicadores nacionais (ambientais ou desenvolvimento sustentável) Indicadores setoriais de sustentabilidade (construção civil) OECD Nações Unidas World Bank Indicadores de sustentabilidade organizacional (empresas projeto e construção) Indicadores de edifícios e projetos CIRIA CRISP Global Reporting Initiative Guidelines BREEAM LEED HKBEAM GBC Figura 2 Escalas de ação das principais iniciativas de organização de indicadores ambientais /de desenvolvimento sustentável /de sustentabilidade. No nível setorial, os indicadores são úteis para (1) fornecer informações para a tomada de decisões; (2) fornecer feedback necessário para o desenvolvimento sustentável; e (3) medir a contribuição de programas específicos para o progresso do setor (ou nacional) em relação a sustentabilidade.

No nível empresarial, os indicadores são necessários para (1) definir metas e (2) derivar benefícios diretos de relato de sustentabilidade e de benchmarking do desempenho da empresa. Listas estruturadas de indicadores, complementadas pelo estabelecimento de metas, podem ser ferramentas importantes de tomada de decisão em três níveis: No nível de governança organizacional e de gestão, constituem um veículo interno para avaliar a consistência entre as políticas econômica, ambiental e social e o seu desempenho real. A uniformidade de relato facilita a comparação com outras organizações e o reconhecimento de melhorias de desempenho; No nível operacional, fornecem uma estrutura lógica para aplicação de conceitos de sustentabilidade nas operações, serviços e produtos da empresa; e guiam o desenvolvimento de dados e sistemas de informação para estabelecer e monitorar o progresso em direção a metas econômicas, ambientais e sociais; e Do ponto de vista de comunicação, permitem compartilhar informações e promover diálogo com as partes interessadas internas e externas, no que tange às conquistas e aos desafios da organização em alcançar suas metas. No nível de edifícios e do ambiente construído, os indicadores de sustentabilidade são necessários para (1) estabelecer metas; (2) medir o desempenho de edifícios e projetos; a capacidade de diferentes agentes do processo de construção ou o estado atual de diferentes regiões ou países; (3) ser utilizados por agentes de decisão e de políticas públicas para avaliar estratégias econômica- e tecnicamente viáveis para melhorar a qualidade de vida; e (4) ser utilizados por diferentes agentes no processo de construção como diretrizes e ferramentas para melhorar as práticas correntes e a qualidade da construção. 2 PROPOSTA PARA DERIVAÇÃO DE INDICADORES PARA AVALIAR EDIFÍCIOS NO BRASIL 2.1 Definição do conteúdo da avaliação: migrando de avaliação ambiental para avaliação de sustentabilidade Todos os métodos existentes concentram-se exclusivamente na dimensão ambiental da sustentabilidade. E por várias razões. A mais óbvia delas diz respeito à natureza da agenda para a sustentabilidade em países desenvolvidos. O desenvolvimento econômico foi encorajado e acelerado e, nos países industrializados, a sociedade encontrou um nível de qualidade de vida e de igualdade social e de distribuição de riqueza ou ao menos de eliminação de extremos de desigualdade - sem precedentes ou paralelo em países em desenvolvimento. O preço deste desenvolvimento foi a causa ou a acentuação de fenômenos destruição de elementos naturais em seu próprio território ou como mais tarde seria constatado em escala global. Por esta razão, a agenda dos países desenvolvidos em relação à sustentabilidade tem sido tão centrada na dimensão ambiental. Uma segunda diferença de contexto notável é o reconhecimento do direito do outro - seja ele um vizinho, um operário ou um bairro - existentes nos países desenvolvidos. O resultado prático é o altíssimo nível de regulamentações e de democratização da tomada de decisões orientadas à produção, manutenção e renovação do ambiente construído urbano. O Brasil e isto vale para todos os países em desenvolvimento tem um longo caminho a percorrer nestes dois aspectos, e as necessidades de redução de desigualdade social e econômica juntam-se à necessidade fundamental de equilíbrio entre o custo e o benefício ambiental envolvidos nas ações para o desenvolvimento da nação. A agenda para construção sustentável nos países em desenvolvimento deve necessariamente contemplar as várias

dimensões da sustentabilidade, e que qualquer iniciativa neste sentido, entre elas a avaliação de edifícios, deve alinhar-se a esta premissa. Torna-se claro, portanto que uma questão central é saltar da avaliação ambiental para a avaliação da sustentabilidade dos edifícios, e contemplar também os aspectos sociais e econômicos relacionados à produção, operação e modificação do ambiente construído. Como mostrado no item 1.1, o detalhamento das agendas ambientais varia de um país a outro, mas dentro de blocos de discussão relativamente comuns, que estão presentes em qualquer contexto. Sugere-se que as categorias ambientais aqui utilizadas na normalização dos métodos sejam mantidas como base do módulo ambiental de um método para avaliação da sustentabilidade de edifícios brasileiros. Este módulo deverá ser complementado por inputs ambientais, econômicos, sociais e institucionais da agenda brasileira para aumentar a sustentabilidade do seu macro-setor de construção, de modo a refletir adequadamente as prioridades nacionais. Cabe ainda uma observação específica sobre a consideração da categoria Desempenho Econômico. O único sistema que vai além da avaliação de desempenho ambiental é o GBC, que procura estimar o custo envolvido na obtenção de um determinado nível de desempenho ambiental, com a intenção de reunir dados para desmistificar a idéia de que os green buildings são necessariamente muito mais caros que um edifício comum. No entanto, isto é feito de forma que o desempenho econômico aparece no mesmo nível hierárquico que as diversas categorias de desempenho ambiental. Os autores acreditam, porém, que os três componentes de sustentabilidade devam estar em posições hierárquicas equivalentes e, no seu entender, um exemplo conceitualmente mais correto - e que pode ser extrapolado para considerar os vários componentes da sustentabilidade - é dado pelo Building for Environmental and Economic Sustainability - BEES (LIPPIATT, 1998). O BEES é uma ferramenta de apoio à seleção de materiais e componentes de construção que balanceia o custo e o impacto ambiental (com base em LCA) em mesmo nível hierárquico. De acordo com o contexto específico de tomada de decisão, o usuário do software estabelece a importância relativa entre o componente econômico e o ambiental. 2.2 Derivação dos indicadores propostos A derivação de uma lista preliminar de indicadores de sustentabilidade foi feita por SILVA (s.d.), a partir da combinação de uma agenda abrangente para aumento da sustentabilidade do macro-setor de construção brasileiro e, na extensão possível e adequada, dos sistemas existentes. A metodologia utilizada neste processo é composta por: 1. Extensiva revisão bibliográfica para identificar indicadores de desenvolvimento sustentável, de sustentabilidade de organizações e de desempenho ambiental de edifícios. Partiu-se inicialmente da interpretação da Agenda 21 feita na lista de indicadores de desenvolvimento sustentável da CSD, e restringiu-se progressivamente o foco para as agendas setoriais e, finalmente, para os indicadores aplicáveis a organizações e empreendimentos (edifícios e projetos). 2. Introdução de indicadores relevantes para a agenda ambiental, econômica, social e institucional para o setor de construção brasileiro, que pudessem ser relacionados à produção (projeto e execução) e operação de edifícios em nível organizacional e na escala do edifício; e 3. Seleção preliminar de indicadores mais relevantes para a necessidade e o contexto brasileiros, e organização dos indicadores em uma framework analítica. A seleção final e hierarquização de indicadores, com base em critérios pré-definidos, será feita

em discussão participativa, quando um painel de especialistas será constituído, envolvendo todas as partes interessadas no setor de construção. Propõe-se uma estrutura temática para organizar os indicadores em dois níveis: indicadores estratégicos, quantitativos e qualitativos, compostos por indicadores que informam sobre o comprometimento da empresa com a sustentabilidade, e por indicadores de relato de sustentabilidade, na tradicional sub-divisão em indicadores ambientais, sociais e econômicos, que descrevem, em nível organizacional, os impactos positivos e negativos das atividades da empresa; e indicadores de edifícios, quantitativos e qualitativos, que pretendem informar (prever ou relatar) sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados ao longo do ciclo de vida do edifício ou projeto. A adoção de indicadores tanto para edifícios, quanto para empresas de construção foi feita por dois motivos. Primeiro, porque nem sempre é possível associar itens da agenda à escala do edifício. Segundo, para estimular o fortalecimento da conscientização para a sustentabilidade no nível estratégico das empresas de construção - em vez da simples pulverização de projetos/edifícios de demonstração, sem, no entanto, impedir o reconhecimento do emprego de práticas de sustentabilidade em um projeto isolado. Os indicadores estratégicos de comprometimento organizacional são distribuídos nos seguintes temas: Sustentabilidade como prioridade corporativa; Adoção de práticas de liderança em sustentabilidade; Aplicação de conceitos de construção e operação sustentável em seu próprio portfolio imobiliário (terrenos, edifícios e facilidades); e Monitoramento e relato do progresso em direção a sustentabilidade. Os indicadores estratégicos de desempenho ambiental permitem visualizar as relações de (des)equilíbrio entre os impactos ambientais de inputs (uso de recursos) e outputs (emissões, efluentes e resíduos) da operação da empresa em si, e quando possível, do conjunto de edifícios por ela produzidos. Os indicadores estratégicos de desempenho ambiental são distribuídos nos seguintes temas: Uso de recursos; Cargas ambientais e medidas para evitar poluição; Proteção e melhoria da biodiversidade. Os indicadores estratégicos de desempenho social procuram retratar as conseqüências sociais da atividade econômica da empresa e, além de seu impacto global sobre a sociedade, refletem o seu relacionamento com seus empregados, empreiteiros e sub-contratados, fornecedores, clientes e com a comunidade. Um bom desempenho social é fundamental para consolidar uma imagem positiva da empresa e assegurar a sua permanência no mercado no longo prazo. Os indicadores estratégicos de desempenho social são distribuídos nos seguintes temas:

Impactos sobre o público interno Impacto sobre a sociedade Os indicadores estratégicos de desempenho econômico, por sua vez, vão além dos relatórios financeiros tradicionalmente apresentados a gestores, investidores e acionistas para descrever a criação de riqueza ou valor, e relatar a sua distribuição e re-investimento para crescimento futuro. Tanto o capital humano como financeiro são considerados. Os indicadores estratégicos de desempenho econômico são distribuídos nos seguintes temas: Aumento de produtividade; Lucro, valor e impostos; Investimentos; Melhoria do produto oferecido. Os indicadores de edifícios desdobram-se em indicadores ambientais, sociais e econômicos. Os indicadores ambientais seguem a base da normalização dos métodos de avaliação existentes, discutida no item 1.1: Estratégias de implantação Gestão do uso de água Gestão do uso de energia Gestão do uso de materiais e de resíduos Prevenção de poluição Gestão ambiental do processo Qualidade do ambiente interno Qualidade dos serviços Estes indicadores são complementados, em mesmo nível hierárquico, por indicadores sociais, basicamente de inserção urbana e melhoria da vizinhança imediata; e econômicos, estes últimos dedicados a subsidiar o balanço entre o investimento feito e o nível de sustentabilidade da produção do edifício. 2 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi preparada uma lista ampla de indicadores de sustentabilidade, partindo dos indicadores para desenvolvimento sustentável e restringindo gradualmente o foco indicadores para organizações, para o setor de construção e, finalmente, indicadores de edifícios. Os indicadores contidos nesta proposta foram absorvidos de profunda revisão bibliográfica, relatórios de empresas, iniciativas governamentais e de metodologias de relato existentes para diferentes finalidades. O objetivo dos dois níveis de indicadores propostos (estratégicos e de edifícios) é fortalecer a conscientização no nível estratégico das empresas de construção, sem deixar de reconhecer o emprego de práticas de sustentabilidade em empreendimentos

isolados. Trata-se de uma lista longa, o que impede que os indicadores sejam todos listados neste trabalho. Os temas considerados dependem de percepções diferentes e, por vezes, conflitantes, mas apesar de exaustiva, a lista de indicadores apresentada não pretende ser necessariamente final e esgotar totalmente o assunto. Pelo contrário, ela deve ser entendida como um conjunto flexível de elementos dinâmicos, que poderá abandonar itens que venham a se mostrar irrelevantes ou incorporar novos temas e indicadores, na medida em que surjam acordos legais internacionais ou aumente a experiência e conscientização em nível nacional. Convém ressaltar que alguns indicadores potenciais importantes exigem desenvolvimento metodológico ou aquisição mínima de dados antes que possam ser efetivamente utilizados. Ainda que neste momento não seja viável mensurar ou comparar tais métricas, elas foram incluídas para encorajar aquisição de dados e estimular pesquisa e desenvolvimento futuros. Nem todos os indicadores apresentados contam com o mesmo nível de consenso. O maior grau de consenso está relacionado aos indicadores ambientais, o que é fácil compreender, uma vez que, nos últimos anos, eles têm sido alvo de intensa revisão, avaliação e teste, enquanto os indicadores sociais e econômicos são claramente menos desenvolvidos. Como em todas as iniciativas precedentes, é necessária a validação prática do conjunto de indicadores proposto através de discussão pública e experimentação em estudos de casos, mas acredita-se que o ferramental e informação reunidos permitem recriar um panorama abrangente do tema e fundamentar a sua discussão sistemática e estruturada. A seleção e hierarquização da lista final de indicadores, com base em critérios pré-definidos e na percepção das partes interessadas no setor de construção, será feita em discussão participativa, pela constituição de um painel de especialistas representativo dos principais stakeholders. Como situação ideal, espera-se criar condições para conduzir avaliações das quatro dimensões da sustentabilidade: institucional, ambiental, econômica e social. Uma empresa poderá não ter, inicialmente, um sistema de informação robusto implantado que permita avaliar/relatar todas as suas operações e de todos os edifícios produzidos. No entanto, abordagens incrementais são possíveis, e a avaliação poderá ser utilizada tanto como ferramenta estratégica, para orientar os esforços de projeto, de execução e - quando apropriado de operação para atingir um determinado nível de sustentabilidade, ou como ferramenta de gestão para conduzir e usufruir os benefícios de - uma avaliação integrada de todas as dimensões da sustentabilidade. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI). Sustainability Reporting Guidelines. 2002. 104 pp. INTERNATIONAL INSTITUTE FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT IISD (s.d.). Frequent asked questions on indicators. (Site Internet http://www.iisd.org/measure/faqs.htm, consultado em julho de 2002, sem data de atualização). LIPPIATT, B. BEES 1.0 - Building for Environmental and Economic Sustainability - Technical Manual and User Guide. Gaithersbourgh: NIST 1998. 84 pp. ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Core set of indicators for environmental performance reviews. a synthesis report by the Group on the State of the Environment. Environment Monographs n. 83. 1993. 39 pp.

REPPE, P. (editor). Environmentally Sustainable Non-Residential Buildings: Sustainability Indicators. In: National Sustainable Buildings Workshop October 8-9, 1999. Part 1, Proceedings. Center For Sustainable Buildings Report No. CSS99-08. University of Michigan, Ann Arbor Michigan. November 1999. 12 pp. SILVA, V.G. Metodologia para desenvolvimento de avaliação de sustentabilidade de edifícios comerciais brasileiros. s.d. /Texto técnico ainda não publicado/. TODD, J.A.; JOHN, C. Draft List of Potential Indicators of Sustainability or Environmental Performance For Discussion by GBC International Framework Committee Indicators Work Group. September 18, 2001 (documento de circulação restrita) UNITED NATIONS (1992). Earth Summit Agenda 21. United Nations Conference on Environment and Development UNCED. Rio de Janeiro. June 1992. (versão em português: Agenda 21 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992 - Rio de Janeiro. Brasília: Senado Federal, 1996. 585 pp.) UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSD. 2002. Activities of the Environment Statistics Section of the United Nations Statistics Division. (Site Internet http://unstats.un.org/unsd/environment/activities.htm, última atualização em março de 2002).