PROJETO EXTENSÃO INDUSTRIAL EXPORTADORA PEIEX: ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO DA INDÚSTRIA REGIONAL NO MERCADO INTERNACIONAL 1. Ivo Ney Kuhn 2.



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Transcrição:

PROJETO EXTENSÃO INDUSTRIAL EXPORTADORA PEIEX: ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO DA INDÚSTRIA REGIONAL NO MERCADO INTERNACIONAL 1 Ivo Ney Kuhn 2. 1 PEIEX - Projeto de extensão vinculado ao DACEC e executado em parceria entre AIPD, Unijuí e Apex-Brasil 2 Professor Ms. do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação - DACEC da UNIJUÍ e Coordenador do Projeto PEIEX. 1. Introdução A Unijuí, em parceira com a Associação Instituto de Políticas e Desenvolvimento-AIPD e com a Agência Brasileira de Exportação e Investimentos-ApexBrasil, visando atender a uma carência de maior inserção da indústria regional do Noroeste Gaúcho no comércio exterior, executa desde 2009 o Projeto Extensão Industrial Exportadora PEIEX que é uma ação articulada entre estas entidades junto às pequenas e médias Indústrias do Noroeste gaúcho ofertando ações de extensão para promover a cultura exportadora e aumentar a competitividade da indústria regional em termos nacionais e internacionais. O Projeto é um sistema de resolução de problemas gerenciais, tecnológicos e de promoção comercial no exterior, que oportuniza às indústrias acesso a formas inovadoras de gestão administrativa, de produtos e de processos, através de assessoria e apoio gratuito. O comércio exterior brasileiro vem sendo priorizado a mais de uma década. Em 2003, em uma ação estratégica do governo brasileiro para o crescimento do país, foi criada a Apex-Brasil, vinculada ao MDIC. Esta agência foi criada para atuar estrategicamente na pauta comercial brasileiro no exterior, tendo por foco promover o acesso de empresas brasileiras no mercado internacional, diversificar e agregar valor à pauta de produtos exportados, aumentar o volume comercializado no exterior e consolidar a presença do país em mercados mundiais tradicionais. Esta agência, dentre as ações prioritárias para a nossa indústria regional, promove múltiplas ações, dentre elas missões empresariais, feiras e eventos no exterior. As ações da agência são direcionadas para empresas já internacionalizadas e para aquelas que nunca realizaram atividades de exportação. Para estas últimas, foi concebido pela Apex-Brsil o PEIEX, o qual foi internalizado como um projeto de extensão pela Unijuí através do DACEC departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação. A estrutura do PEIEX em nível nacional é constituída por uma Coordenação Nacional, tendo como gestora a Apex-Brasil; Comitês Consultivos, articulados pelos núcleos locais e regionais, exercendo a governança em sua área de ação; e os núcleos operacionais (NO) que são os agentes operacionais do projeto. Existem atualmente 32 Núcleos Operacionais organizados em 10 Estados Brasileiros. A

AIPD/Unijuí, através do DACEC abriga o Núcleo Operacional Noroeste Gaúcho. Este núcleo está localizado em dois espaços distintos: Um deles atende as empresas do Corede missões e Fronteira Noroeste e o outro, os Coredes Noroeste Colonial, Celeiro e Alto Jacuí. Os objetivos do projeto junto às indústrias regionais são: Incrementar a competitividade das empresas; ampliar o acesso a produtos e serviços de apoio disponíveis nas instituições de governo, especialmente do MDIC e da Apex-Brasil, bem como de setores privados organizados através dos projetos setoriais; e introduzir melhorias técnico-gerenciais e tecnológicas; promover a capacitação para a inovação; promover a interação e a cooperação entre as empresas e instituições de apoio; e disseminar a cultura exportadora junto ao setor industrial do Noroeste Gaúcho. Os Objetivos institucionais vinculados a Unijuí são: aumentar a visibilidade regional da Unijuí junto ao setor industrial; oferecer ao setor industrial conhecimento gerado na universidade; promover a interação ensino/pesquisa/extensão; sistematizar a experiência do projeto; constituir um banco de dados das indústrias da região; elaborar um banco de dados detalhado das empresas assessoradas pelo projeto; e qualificar a equipe de consultoria para oferecer soluções diferenciadas para as indústrias. A região de atuação compreende os Conselhos Regionais de Desenvolvimento - COREDES Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste, Missões, Celeiro e Alto Jacuí. 2. Metodologia O projeto utiliza uma metodologia de trabalho repassada pela Apex-Brasil e adaptada à realidade local. Esta metodologia consiste em atuar in loco nas indústrias tendo por base as seguintes fases do trabalho: inscrição, diagnóstico, implantação de melhorias e avaliação, atuando nas áreas de administração organizacional, gestão de pessoas, finanças, custos, vendas, marketing, produção e comércio exterior. A inovação é um dos aspectos diferenciadores das ações do projeto, nesta fase da execução. Após a identificação diagnóstica de cada indústria é realizado um relatório empresarial, onde se destacam os pontos fortes e fracos e se sugere as melhorias consideradas relevantes para qualificar o desempenho organizacional. A matriz estratégica, produzida a partir do diagnóstico de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, delineia as melhorias propostas para cada unidade empresarial. A fase da implantação de melhorias consiste de ações diretas, ora através de ações na empresa, ora através de capacitações ou mediação junto a entidades de oferta tecnológica cadastradas junto ao núcleo operacional, ou ainda ofertando e mediando os serviços da ApexBrasil e Ministério da Indústria e do Comércio exterior- MDIC, bem como das múltiplas entidades de governo envolvidas nos processos de melhoria da competitividade organizacional, quais sejam, Inmetro, INPI, Finep, dentro outros. E, após o termino das implantações é avaliado todo o processo de atendimento Universidade-Empresa. O método permite o reatendimento de empresas que foram identificadas como potenciais exportadores. A equipe de profissionais é composta por quatro técnicos, com atuação direta nas empresas, uma gerente operacional, um coordenador institucional que realiza a articulação entre as entidades parceiras e os agentes mediadores do ambiente industrial. O Noroeste Gaúcho é composto por 90

municípios dos COREDEs Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste, Missões, Alto Jacuí e Celeiro do RS. As ações prioritárias são normalmente delineadas em evento de debate no comitê consultivo reunido para socializar os resultados e nortear novas ações. 3. Resultados e Discussão O projeto assessorou em torno de 600 empresas industriais no período de abril de 2009 e maio de 2014. Neste período o projeto inscreveu, diagnosticou, capacitou e avaliou este conjunto de empresas. Em função da necessidade de qualificação das ações e inserção efetiva no comércio exterior, diversas empresas tiveram a oportunidade de receber reatendimento. No período em apreciação foram priorizadas e implantadas mais de 1.800 ações para melhorias nestas empresas. Os segmentos industriais mais representativos por tipo de empresa são: metal mecânico (30%); confecções e vestuário (25%); madeira e móveis (20%); alimentos e bebidas(10%), indústria plástica, dentre outros (15%). As demandas atendidas concentraram-se em problemas de gestão, que representaram em torno de 85% destas e as demandas de processo e produto somaram os demais 15% dos problemas atendidos. Percebe-se que cerca de 75% das ações foram supridas pela equipe técnica do próprio núcleo operacional e as demais foram terceirizadas para as entidades cadastradas no banco de ofertas profissionais e tecnológicas e pelas entidades setoriais e de apoio e parceiras da Apex-Brasil, do MDIC e da Unijuí. A última fase do projeto é a avaliação da satisfação dos empresários em relação às diversas etapas realizadas no percurso da ação junto aos empreendimentos. O desempenho nos informa que mais de 96% dos empresários se manifestaram satisfeitos com as ações do projeto. A equipe e a coordenação do núcleo coordenaram, executaram e participaram de múltiplos eventos durante o período. Capacitações, seminários, congressos, workshops, simpósios, feiras de negócios, missões empresariais de nível nacional, América Latina, África e Leste Europeu, bem como foram organizadas e mediadas rodadas de negócios, Encontros de Comercio Exterior e visitas a centros tecnológicos e portos. Com o objetivo de ampliar a qualificação do grupo e construir novos conhecimentos a respeito dos temas em questão a equipe participou de várias capacitações técnicas promovidas pela Apex, pela Fiergs, pelo INPI, pelo ITC, pelo Inmetro, pelo próprio MDIC, dentre outras entidades. A equipe participou também de concursos e editais de qualificação promovidos pela Apex e mais recentemente de 3 encontros de comércio exterior, promovidos pelo MDIC. A implantação de melhorias nas empresas industriais se deu prioritariamente através de cursos, treinamentos, assessoria direta junto aos empreendimentos, promoção de eventos, encaminhamento de empresas para ações de promoção de exportações promovidas pela Apex e MDIC. Na área técnico-científica, foi produzida e publicada a Cartilha de Comércio Exterior. Também se produziu vários artigos científicos abordando as ações do projeto PEIEX/UNIJUI. Estes foram apresentados em eventos de pesquisa e extensão de porte nacional e internacional (Argentina, Paraguai, Belo Horizonte e Porto Alegre). Também foram produzidos dois vídeos institucionais do projeto, em nível de Noroeste Gaúcho envolvendo o depoimento de diversos empresários e de

representantes de entidades de representação. Foram produzidos ainda cinco vídeos institucionais de casos de sucesso de empresas participantes do projeto. Estas ações nos indicaram uma visibilidade muito grande e imagem positiva junto ao empresário e junto a ApexBrasil. Procura-se incentivar, continuamente, a participação dos técnicos em eventos, acompanhando os empresários e prestando apoio em rodadas de negócios que normalmente ocorrem nos eventos chamados de ENCOMEX, Seminários Mercado-Foco, seminários de iniciação ao comércio exterior, dentre outros. Mais recentemente, três técnicos do núcleo acompanharam empresários desta região em missões empresariais na América Latina. Vários negócios já se efetivaram a partir destes eventos. O setor industrial precisa, cada vez mais, do apoio do conhecimento (KUHN, 2004). Nesse aspecto, para Brum(2002) são fundamentais as instituições multirregionais de desenvolvimento, baseadas nas Universidades, que propiciem uma forte integração Empresa/Universidade. Entende-se que a transferência de conhecimento não ocorre linearmente das universidades ou centros de pesquisa para as empresas, mas, também, a partir da convivência e da cooperação entre os atores. A extensão, nesse sentido, é também uma estratégia de construção de cidadania e de novas esferas públicas (SILVA, 2010). O projeto, nesta perspectiva, tem contribuído significativamente na inserção da indústria regional nos mercados mundiais, notadamente na América Latina e nos países Africanos. A aprendizagem organizacional também é aspecto a ser destacado. Cuidar da gestão, investir na capacitação dos colaboradores e aprender a traçar planos para períodos prolongados deve ser meta de sobrevivência e de diferencial competitivo de cada empresa. Isto significa que um negócio para ser competitivo no mercado internacional precisa, inicialmente, aprender a produzir com qualidade dentro do próprio país. (CAIXETA; NETZ; GALUPPO, 2006). 4. Conclusões Durante este período de quase 5 anos de atuação, o projeto permitiu a identificação do estágio tecnológico de boa parte das empresas envolvidas no projeto. Há uma clareza muito grande das necessidades e demandas regionais vinculadas ao comércio exterior. Muitos processos produtivos e de gestão foram caracterizados e reorganizados e as indústrias estão mais preparadas para enfrentar os desafios da competitividade e da melhoria contínua. Percebeu-se que os empresários ampliaram o acesso a produtos e serviços de apoio disponíveis nas instituições de governo e setor privado. Há um claro sinalizador de melhorias nas indústrias da região. Este indicador é generalizado. Percebese aumento substancial de receitas e de resultados nas indústrias atendidas pelo projeto, aumento de plantas industriais, ampliação dos mercados, crescimento da economia regional. De outra parte alguns problemas são decorrentes desta situação. A carência de mão de obra qualificada para atender este crescimento industrial, o aumento dos gargalos de infraestrutura pública pelo aumento da circulação de mercadorias, o congestionamento dos portos e aeroportos, pela falta de infraestrutura para dar conta da movimentação de mercadorias e de pessoas e o ainda modelo burocrático que envolve o sistema de comércio exterior. O governo sinalizou com melhorias neste

sentido criando o Portal Único de Comércio Exterior, dentro da plataforma chamada Portal SISCOMEX cujo intuito é consolidar informações necessárias e produzidas pelos diversos órgãos de governo responsáveis pela dinâmica envolvida. Foi criada a consciência nos empresários sobre a importância de novos aprendizados, por meio das capacitações oferecidas. O futuro sinaliza novos desafios a ser seguido, como pesquisas de mercado exterior, promoção comercial, implantação de sistemas de qualidade, certificação de produtos e, finalmente, a inserção no comércio exterior. Os dados analisados mostram que as indústrias apresentaram desempenho positivo no período analisado, com crescimento do faturamento e do volume de investimentos e de geração de emprego. Alguns fatores podem ser considerados como limitadores da expansão da indústria regional, tais como falta de mão de obra qualificada e câmbio valorizado. Esta parceria entre a Unijuí, AIPD e Apex-Brasil auxilia na busca da excelência acadêmica e integração com o mundo organizacional e do trabalho. A socialização dos resultados e troca de experiência em sala de aula, junto aos acadêmicos dos cursos de ciências sociais aplicadas, bem como o envolvimento de acadêmicos na execução de algumas tarefas ou ações do projeto oferece oportunidade impar de vincular o ensino com a pesquisa e a extensão. Artigos científicos também são resultantes desta ação, além de dissertações de mestrado e teses de doutorado. 5. Palavras-chave: Competitividade; Cultura Exportadora; Comércio Exterior; Extensão Industrial. 6. Agradecimentos Agradecemos à Apex-Brasil e à Unijuí, através do DACEC, pela parceria, como entidades financiadoras do projeto e articuladoras das ações de extensão organizacional, e referências em ações de promoção da competitividade e e da cultura exportadora. 7. Referências BRUM, Argemiro L. A economia internacional na entrada do século XXI: transformações irreversíveis. 2. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2002. CAIXETA, Nely; NETZ, Clayton; GALUPPO, Ricardo. Passaporte para o mundo/apex-brasil. São Paulo: Nobel, 2006. KUHN, Egídio. Comércio Exterior como perspectiva de desenvolvimento da pequena e média empresa industrial regional: marketing internacional como guia estratégico. 2004. 225 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento) UNIJUI, Ijuí. SILVA, Enio W. da. Extensão Universitária Hoje: processo dialógico da ação integradora e emancipadora. In: BARCELOS, Eronita Silva et al. (orgs,). Economia Solidária: sistematizando experiências. Ijuí: Ed. Unijuí, 2010. p. 85-116.