Processo d. 001.2010.020128-2/001,.4k 4k ausnne - - -, Acórdão ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque Agravo de Instrumento - no.001.2010.020.128-2/001 Relator: Marcos Cavalcanti de Albuquerque Agravante: Amil Saúde (nova razão social da Medial Saúde S/A) - adv. Carlos Roberto Siqueira Castro e outros Agravada: Izabeile Araújo Gomes- adv. Rodrigo Araújo Reul e Diogo Flávio Lyra Batista EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. COBERTURA DE PLANO DE SAÚDE. LIMITAÇÃO GEOGRÁFICA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. NEGATIVA DE COBERTURA EM CIDADE FORA DA ÁREA CONTRATADA. POSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. -Não se afigura abusiva, à luz da legislação pátria, a celebração de planos de saúde com alcance regionalizado, com área de cobertura limitada geograficamente. Com efeito, tal cláusula, desde que mantido o equilíbrio contratual, não se revela contrária ao direito consumerista ou à legislação específica acerca da matéria. (Apelação Cível No 70017141979, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Odone San guiné, Julgado em 17/09/2008) identificados. Vistos, relatados e discutidos estes autos acima Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, em DAR PROVIMENTO AO RECURSO. RELATÓRIO Desemba alcanti.de Albuquerque
Processo d. 001.2010.020128-2/001 Trata -se de Agravo de Instrumento interposto pela Amil Saúde (nova razão social da MEDIAL SAÚDE S/A) contra decisão interlocutória (fls. 131/132) proferida, pelo Juízo da 4a Vara Cível da Comarca de Campina Grande, nos autos da Ação de Obrigação de Fazer c/c Reparação por Danos Materiais e Morais ajuizada por Izábelle Araújo Gomes, contra a agravante. O magistrado singular deferiu o pedido de antecipação de tutela, determinando à agravante que promova a cobertura dos atendimentos da recorrida e de sua filha recém- nascida nos termos estabelecidos no Contrato do Plano de Assistência à Saúde Individual/Familiar existente entre as partes, no âmbito nacional e particularmente na cidade de Campina Grande, e, no Estado da Paraíba, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, sob pena de multa diária, no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) até o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais), no caso de descumprimento da ordem judicial, sem prejuízo de responder penalmente pelo crime de desobediência. Insatisfeita, a AMIL SÁUDE S/A interpôs o presente Agravo de Instrumento, aduzindo que a agravada é beneficiária do Plano de Saúde do tipo "Proteção Essencial 240/A", cuja área de cobertura, em relação aos, atendimentos eletivos, restringe-se a municípios do Estado de São Paulo, ocorrendo o atendimento fora da área indicada ocorrer apenas em casos de urgência ou emergência, contudo a recorrida busca uma extensão não pactuada da cobertura do plano contratado. Alega que, o atendimento fora da área de cobertura contratada fere o princípio do pacta sunt servanda e abala o equilíbrio econômico financeiro do contrato, uma vez que obriga uma das partes a arcar com um custo demasiado elevado, enquanto que a outra goza, irrestritamente, dos serviços prestados em flagrante afronta ao que foi celebrado. Afirma que, em momento algum, negou o atendimento a agravada, todavia, o atendimento nos moldes pretendidos por esta só Dese iargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 2
Processo no. 001.2010.020128-2/001 poderiam ser realizados na rede de hospitais da área de cobertura indicada no contrato. Sustenta a legitimidade do contrato, bem como que cumpriu integralmente com o estipulado neste, razão pela qual não há que se falar em conduta ilícita. Informações prestadas pelo juízo a quo às fls. 170/172. Intimáda, a agravada deixou de apresentar contrarrazões recursais, conforme certidão de fls. 173. Instada, a Procuradoria de Justiça emitiu parecer (fls. 185/187) pelo desprovimento do recurso. É o relatório. VOTO Busca a agravante reformar a decisão que determinou que a mesma cobrisse os atendimentos da recorrida e de sua filha recémnascida nos termos estabelecidos no Contrato do Plano de Assistência à Saúde Individual/Familiar existente entre as partes, no âmbito nacional e particularmente na cidade de Campina Grande, e, no Estado da Paraíba. Compulsando os autos, verifica-se que a agravada firmou contrato de plano de assistência à saúde (fls. 35/85) junto a Medial Saúde S/A, hoje denominada AMIL SAÚDE S/A, aderindo ao Plano Essencial 240/A, o qual, segundo o Capítulo VII do referido contrato, conta com abrangência geográfica limitada a um grupo de municípios do Estado de São Paulo para atendimentos eletivos. Apenas, em se tratando de caso de urgência e/ou emergência, tal abrangência corresponderia ao território nacional. esetnbargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 3
Processo d. 001.2010.020128-2/001 Destaque-se que não há qualquer óbice, na legislação pátria, à celebração de planos de saúde em âmbito regional, ou seja, com a restrição da área de cobertura. De fato, desde que mantida a proporcionalidade entre o valor das prestações pagas pelo consumidor e as contraprestações fornecidas pela operadora do plano de saúde, a limitação da área de prestação dos serviços, sendo expressamente contratada, não se revela abusiva à luz do direito consumerista. II Sobre a matéria, confiramos a jurisprudência nacional: Ementa: Agravo de instrumento. Seguros. Plano de saúde. Limitação geográfica de abrangência do plano. Legalidade. O agravante postulou a cobertura integral de' cirurgia a ser realizada no Hospital Sírio Libanês, localizado em São Paulo. Inexistência de negativa total de custeio do procedimento. Cabimento do valor proporcional praticado para os hospitais da rede credenciada e aos médicos cooperados de Porto Alegre. Não há qualquer óbice na legislação pátria à celebração de planos de saúde em âmbito regional, ou seja, com a restrição da área de cobertura. Recurso com negativa de seguimento, por manifesta improcedência, em decisão monocrática. (Agravo de Instrumento No 70037990900, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ney Wiedemann Neto, Julgado em 04/08/2010) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. PLANO DE SAÚDE. LIMITAÇÃO GEOGRÁFICA DO ATENDIMENTO. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ABUSIVIDADE. EQUILÍBRIO CONTRATUAL. Não se afigura abusiva, à luz da legislação pátria, a celebração de planos de saúde com alcance regionalizado, com área de cobertura limitada geograficamente. Com efeito, tal cláusula, desde que mantido o equilíbrio contratual, não se revela esembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 4
Processo d. 001.2010.020128-2/001 contrária ao direito consumerista ou à legislação específica acerca da matéria. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível No 70017141979, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Odone San guiné, Julgado em 17/09/2008) No caso em tela, verifica-se que a agravada escolheu aguardar o nascimento de sua filha no Hospital Clipsi, em Campina Grande, conforme consignado às fls. 25, mesmo estando o referido município expressamente excluído da área geográfica da cobertura contratada. Assim, pretendeu a recorrida elastecer a extensão da cobertura pactuada, pleiteando que a agravante arcasse com as despesas do parto e com a assistência pós parto fora dos limites estabelecidos no contrato, o que foi legitimamente negado pela MEDIAL SAÚDE S/A. Ressalte-se que no caso em tela, para fazer jus a cobertura em nível nacional, teria que se tratar de urgência mi emergência, o que não restou configurado, uma vez que a agravada já sabia a data provável do parto, conforme conclusão de exame de ultrassonografia obstétrica de fls. 104, e que sua filha nasceu dentro do prazo previsível. Diante do exposto, DOU PROVIMENTO AO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO, reformando a sentença do juiz no sentido de desobrigar a agravante à realizar a cobertura concedida na decisão de primeiro grau. É como voto. Presidiu a sessão a Excelentíssima Desembargadora Maria Fátima Morais Bezerra Cavalcanti. Participaram do julgamento este Desembargador Relator Marcos Cavalcanti de Albuquerque, Ricardo Vital de Almeida (Juiz convocado para substituir a Desembargadora Maria das Neves do Egito A. Duda Ferreira) e Maria Fátima Morais Bezerra Cavalcanti. bargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 5
Processo n. 001.2010.020128-2/001 Presente à Sessão o Dr. Francisco Antônio Sarmento Vieira, Promotor de Justiça convocado. Sala de Sessões da Segunda "vel "Desembargador Luiz Sílvio Ramalho" do Egrégio do Estado da Paraíba em João Pessoa, 04 de julh Desembargador Marc aval nti de Albuquerque Relator 41 Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 6
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