Economico. Brasil. Refeição fora de casa ainda vai pressionar a inflação. Navegando no pré-sal. BNDESPar terá fundo para PME. Tributos batem recorde



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INDICADORES Brasil Economico Ações da Gol PN (em R$) 10,75 10,72 10,50 10,60 11,47 www.brasileconomico.com.br 16/1 17/1 20/1 21/1 22/1 PUBLISHER RAMIRO ALVES. CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA. EDITORA CHEFE SONIA SOARES. EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA. QUINTA-FEIRA 23 DE JANEIRO DE 2014. ANO 5. Nº 1.104. R$ 3,00 José Pedro Monteiro Refeição fora de casa ainda vai pressionar a inflação Os preços cobrados por restaurantes, bares e lanchonetesdevemcontinuarasubiresteano,seguindotendênciade 2013. Os sindicatos jácomeçaram a negociar com as empresas o reajuste do tíquete alimentação, tendo como referência as elevadas taxas do IPCA e de serviços. A Copa do Mundo também contribuirá para elevar os preços. P4 Navegando no pré-sal Reconhecido como um dos mais eficientes construtores navais do Brasil, o Brasfels (antigo Verolme) recebeu na última terçafeira o casco da sonda de perfuração Urca, contratada pela Sete Brasil. Serão seis unidades que prestarão serviços à Petrobras. P8 INVESTIMENTO BNDESPar terá fundo para PME Braço de participação do BNDES vai utilizar norma da CVM que permite aplicações em empresas, sem atuar na gestão. P18 DESIGUALDADE Bilionários no Fórum de Davos esperam ficar mais ricos. P24 NADJA SAMPAIO Cartas mostram o que as empresas precisam saber. P13 ALÉM DA TAÇA Nova Zelândia já é a 10ª maior exportadora do mundo. P16 ARRECADAÇÃO Tributos batem recorde O total arrecadado pela Receita em 2013 chegou a R$ 1,138 trilhão, resultado de impostos, contribuições e ingressos extras.p6

2 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 MOSAICO POLÍTICO GILBERTO NASCIMENTO gilberto.nascimento@brasileconomico.com.br COM LEONARDO FUHRMANN O METALÚRGICO CIRURGIÃO Aindicação do novo ministro da Saúde, Arthur Chioro, é atribuída ao prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, um dos amigos mais próximos de Lula. Chioro é o secretário de Saúde de Marinho desde 2009. Ele atuou em outras prefeituras petistas. Foi secretário de Saúde em São Vicente e integrou a equipe de David Capistrano em Santos. É presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo e responde a um inquérito no MP por ter uma empresa que prestaria assessoria a prefeituras do PT. É fato que Marinho, o ex-chefe de Chioro, tem tido bastante influência na nomeação de secretários de Saúde em administrações petistas. A escolha de José de Filippi Junior, ex-prefeito de Diadema, para a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo passou por ele. O secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno, saiu da equipe do agora ministro. A secretária de Mauá, Lumena Furtado irmã do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, era a adjunta de Chioro em São Bernardo. Recentemente, Marinho mandou um de seus quadros da saúde para a equipe do prefeito de Leme, Roberto Blascke (PT). No governo de Jaques Wagner, o ex-secretário de Saúde, Jorge Solla, também seria ligado a Chioro, segundo o jornal Correio da Bahia. A assessoria de comunicação de Marinho diz que prefeituras petistas pedem ajuda em razão deaáreadesaúdeemsãobernardo ter se tornado referência. Chioro também se tornou ministro porque a presidente Dilma ficou encantada com o Hospital de Clínicas inaugurado no ano passado e passou a olhar o seu trabalho, diz a assessoria. Paulo Araújo Fellipe Sampaio/STF Richa acusado de prática proibida O passado, opresente e o futuro O que está havendo é uma tremenda personalização de decisões que são coletivas, mas querem transformar em decisões de Joaquim Barbosa Joaquim Barbosa Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mensalão A polêmica sobre as contas do governo do Paraná ganhou mais um capítulo. Além dos atrasos em pagamentos a vários fornecedores, o governador Beto Richa (PSDB) agora é acusado de ter zerado contas bancárias da administração estadual para evitar o pagamento a pessoas que têm o direito de receber depósitos judiciais de natureza não tributária. A medida é ilegal e está proibida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O tucano nega que tenha cometido a irregularidade. Caroline Bicocchi/Palácio Piratini Daqui não saio Há petistas temerosos com a indicação de Aloizio Mercadante para a Casa Civil. Acreditam que agora no quarto andar do Palácio do Planalto o senador não queira sair nunca mais do prédio. Avaliam que, no mínimo, ele poderá impedir a ascensão de adversários de dentro do partido. Integração deve seguir com o Pros A presidente Dilma Rousseff não deve ceder às pressões do PMDB para conquistar o Ministério da Integração Nacional. Sua vontade é mantê-lo nas mãos do Pros, mais precisamente, dos irmãos Ciro e Cid Gomes, atual governador do Ceará. Ambos romperam com o PSB para seguirem aliados ao governo petista. Cid completa o segundo mandato neste ano e, por isso, não pode disputar a reeleição. Um deles pode assumir já o ministério, ocupado por Ciro no governo Lula, ou o cargo pode permanecer com algum aliado, caso do atual interino, o cearense Francisco Teixeira. Para saciar a fome do PMDB, a opção oferecida será a Secretaria Especial de Portos. No dia em que Leonel Brizola completaria 92 anos, o governo gaúcho inaugurou uma estátua em homenagem ao ex-governador. A cerimônia reuniu Tarso Genro (PT), candidato a reeleição, o deputado Vieira da Cunha (PDT), que pretende enfrentá-lo, e os ex-governadores Germano Rigotto (PMDB), Pedro Simon (PMDB) e Alceu Collares (PDT). Colaborou Patrycia Monteiro Rizzotto CARTAS Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). E-mail: redacao@brasileconomico.com.br As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Consumidor será atingido por preços abusivos na Copa Temos que nos preparar para os preços na época da Copa do Mundo. Não serão apenas os aluguéis que irão triplicar. O setor de serviços também deve se aproveitar. Infelizmente, a lei do mais esperto vai imperar no Brasil, explorando não só os turistas como também os moradores. Minha sugestão, para quem pode claro, é viajar para bem longe. Lucas Campelo Rio de Janeiro, RJ Direito do trabalhador recebe atenção Há muito esperávamos por uma decisão que favorecesse os trabalhadores brasileiros. Tenho certeza que ninguém nesse país conseguiria explicar porque o FGTS, que os empresários depositam na conta de seus funcionários, tinha uma remuneração CORREÇÃO tão baixa em relação a qualquer índice inflacionário que corrige o "custo de vida" de quem, em última análise, leva esse país para frente: o trabalhador brasileiro. Paulo Hernandes São Paulo, SP Diferententementedoquefoipublicadonosubtítulodareportagem "SulAmericadeolhonaprevidênciadaclasseC",naediçãode 22/01/2014doBrasilEconômico,ovolumerecordedeR$4bilhões emreservasrefere-seaode2013enãoaode2012comofoipublicado. INDICADORES A Bovespa teve alta ontem, em movimento de recuperação, após quatro baixas consecutivas e influenciada pelo bom humor nas praças acionárias asiáticas. Apenas 8 das 72 ações ficaram no negativo. TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA Dólar comercial (R$ / US$) 2,3700 2,3720 Euro (R$ / E) 3,1995 3,2008 JUROS META EFETIVA Selic (ao ano) 10,5% 10,4% BOLSAS VAR. % ÍNDICES Bovespa - São Paulo 1,56 49.299,00 Dow Jones - Nova York 0,15 16.388,45 FTSE 100 - Londres 0,12 6.826,33

BRASIL Editor: Paulo Henrique de Noronha paulo.noronha@brasileconomico.com.br Divulgação COPA DO MUNDO Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 3 Dilma inaugura estádio em Natal A presidenta Dilma Rousseff inaugurou ontem a Arena das Dunas, estádio em Natal (RN) com capacidade para 42 mil pessoas que vai receber jogos da Copa do Mundo. Esse é o sétimo estádio a ser finalizado para a competição, das 12 cidades-sede. Restam os campos de futebol de Porto Alegre, Cuiabá, Curitiba, Manaus e São Paulo. O próximo estádio a ser inaugurado é o Beira-Rio, em Porto Alegre. ABr PSD dará independência para estados fazerem coligações Partido de Kassab comanda secretaria com status de ministério, já declarou apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff ao Planalto e está na expectativa de ser contemplado com mais uma pasta na reforma ministerial Eduardo Miranda eduardo.miranda@brasileconomico.com.br Os estados terão autonomia para decidirem o que é melhor para o partido em cada um desses lugares. O importante é trabalharmos pelo fortalecimento e pela consolidação do PSD Sérgio Petecão Líder do PSD no Senado AndréLuiz Mello Kassab confirmou apoio a Dilma e aguarda a reforma ministerial Com apenas três anos de existência, o Partido Social Democrático (PSD) não quer se limitar a coligações à esquerda ou à direita na campanha para as eleições de outubro. Por isso, a direção nacional da legenda dará total independência para que os diretórios estaduais façam as coligações que forem convenientes a fim de aumentar a bancada parlamentar nos estados e no Congresso. A ideia é que os estados tenham autonomia para decidirem o que é melhor para o partido em cada um desses lugares. O importante é trabalharmos pelo fortalecimento e pela consolidação do PSD em cada estado brasileiro, já que o partido é novo, disse, ao Brasil Econômico,osenadorSérgio Petecão (PSD-AC), líder do partido no Congresso e pré-candidatoaogovernodoacre. Atualmente, o PSD conta com 42 deputados federais e um senador em exercício, mas todos os parlamentares da sigla criada pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, são oriundos de outras legendas. O ex-prefeito de São Paulo convocou os diretórios estaduais para uma reunião no início de fevereiro, onde serão apresentadas as estratégias de coligação para eleger o maior número de deputados em cada região. Para as eleições majoritárias, o partido ainda não definiu todos os seus candidatos. Certo mesmo apenas Petecão, que concorrerá no Acre; e o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que tentará a reeleição, tendo que enfrentar uma avaliação em que apenas 38% da população ouvida pelo Ibope em dezembro do ano passado está satisfeita. Em contrapartida, é dada como certa a reeleição do governador do Amazonas, Omar Aziz, que, na mesma pesquisa, aparecia com o governo mais bem avaliado do Brasil, com 74% de aprovação. Presidente estadual do PSD fluminense, o ex-deputado federal Indio da Costa declarou que é précandidato ao governo do Rio e, fazendo jus à diretriz de independência dos diretórios do partido, tenta costurar uma aliança com o PSDB, que está cada vez mais longe de ter um candidato próprio depois das negativas de Bernardinho do Vôlei, em quem o presidenciável Aécio Neves (PSDB) depositava esperanças de ver no comando do Palácio Guanabara. O senador Petecão, também, não deve seguir o rumo da esfera nacional do partido, que foi o primeiro a anunciar apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. No Acre, o parlamentar enfrentará o governador petista Tião Viana. São 20 anos de PT no poder aqui no Acre. Defendemos a alternância de partidos. Mesmo reconhecendo que Tião Viana deu uma contribuição ao estado, temos deficiências nas áreas de Segurança Pública e Saúde, por exemplo, argumenta Petecão, adiantando suas bandeiras na campanha. No núcleo duro do PSD, o consenso é que o partido tem votado Petecão quer acabar com o domínio de 20 anos do PT no Acre com o governo federal em questões que considera serem importantes para os dois lados, mas isso não significa estar na base aliada dos petistas. No entanto, Kassab já deixou claro que apoiará Dilma na campanha e tem intenções de participar do eventual segundo mandato da presidenta. Apesar do apoio declarado abertamente, a assessoria de Kassab afirma que nunca houve nenhum pedido de ministério. O que se diz por aí é que o PSD está sub-representado no governo federal, mas a Dilma entende que deve ser assim. Estamos tentando marcar um encontro nacional do PSD com a presidenta, no qual ela será a estrela do evento. Quanto ao fato de a legenda já comandar uma secretaria que tem status de ministério a da Micro e Pequena Empresa o que Ag.Senado se diz é que esta não entra na conta de retribuições do governo em troca do apoio do PSD. Dilma fez um convite pessoal para que Guilherme Afif, que pertence ao nosso partido, se tornasse ministrochefe da secretaria. À época, Kassab deixou muito claro que não poderia ser contra um convite pessoal da presidenta para um quadro do partido, ainda mais para Afif, que tem sua trajetória e sua vida voltadas para o trabalho com pequenas e médias empresas, declarou o assessor. A expectativa do PSD é que, quando a presidenta retornar da viagem de Cuba, para onde seguirá depois do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e iniciar a reforma ministerial, o partido seja contemplado com uma pasta e sacramente seu apoio à reeleição de Dilma ao Planalto.

4 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 BRASIL Inflação ainda na conta dos restaurantes Receita da alimentação fora de casa dispara e carrega a pressão nos preços em 2014. Sindicatos negociam a alta do vale-refeição Fernanda Nunes fernanda.nunes@brasileconomico.com.br Restaurantes, lanchonetes e bares experimentaram um ano de bonança em 2013, com o crescimento da receita, de janeiro a novembro, de 10,7% acima da média do setor, de 8,5%, e também da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em todo o ano, de 5,91%. A consequência é o carregamento desses ganhos para a inflação de 2014. A Confederação Única dos Trabalhadores (CUT) informa que os sindicatos trabalhistas de diferentes categorias irão sentar-se à mesa para negociar com as empresas os reajustes dos tíquetes-refeição dos empregados utilizando como referência as taxas elevadas de inflação da alimentação fora de casa em 2013, de 10,07%. Além disso, o mercado de trabalho, embora tenha perdido ritmo nos últimos meses, ainda demonstra fôlego para sustentar a tendência iniciada há alguns anos, de os brasileiros frequentarem cada vez mais restaurantes seja no horário comercial ou em momentos de lazer, diz o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio. Junto de tal tendência está embutido um processo de contínua alimentação da receita e da inflação do próprio setor de serviços, em que, ao mesmo tempo que gera mais emprego e renda, contribui para o consumo crescente das famílias, principalmente, de alimentos fora de casa. O crescimento da massa salarial é o limite A geração de mais emprego e renda também contribui para o consumo crescente das famílias, principalmente de alimentos fora de casa para o avanço dos preços nos restaurantes, afirma Sampaio. Mas, não só a demanda aquece o mercado e impulsiona os preços. Outros serviços ainda pesam sobre os custos dos restaurantes e elevam os preços das refeições. Os aluguéis dos imóveis, por exemplo, ficaram mais caros no ano passado, 12% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), assim como os preços das locações em shoppings, do gás e de outros insumos variados, como enumera Sampaio. O crescimento da receita do negócio de alimentação fora de casa estimulou a abertura de novos estabelecimentos e de novos contratos com fornecedores a custos mais elevados do que os antigos. Para exemplificar, ele cita a tarifa pela operação de cartões eletrônicos de pagamento (tíquestes-refeição e cartões de débito e crédito). A taxa, que já foi de cerca de 4%, atualmente, está em 6,5%, e pode chegar a 13%, caso o proprietário do estabelecimento opte por antecipar o crédito, de acordo com o presidente da FBHA. Para 2014, a expectativa dos empresários do setor, diz ele, é de crescimento da receita equiva- Refeição fora de casa estimula abertura de novos estabelecimentos

Divulgação CRESCIMENTO Anfavea mais otimista que o FMI O presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse ontem em Brasília que discorda da previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que reduziu de 2,5% para 2,3% as expectativas de crescimento do Brasil para 2014. A formação bruta de capital este ano vai ser surpreendente, e será crescente nos próximos anos, afirmou. ABr Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 5 Divulgação Para 2014, a expectativa dos empresários é de crescimento da receita equivalente à de 2013. A realização da Copa do Mundo em 12 cidades deve ajudar a elevar a demanda Após um ano de demissões, indústria paulista prevê leve recuperação em 2014 lente ao de 2013. A realização da Copa do Mundo em 12 cidades com peso na formulação da estatística de inflação do IBGE deverá contribuir para que o item alimentação fora de casa influencie o IPCA. As férias concedidas pelas empresas na época dos jogos também devem ajudar a elevar os preços das refeições. Em contrapartida, ano de eleição é um período em que os governos seguram os custos da máquina pública, o que deve funcionar como um fator de retração da demanda e da receita do serviço de alimentação fora de casa. O comportamento dos preços dependerão ainda do efeito do clima sobre a agricultura e a pecuária e da capacidade do governo de controlar os preços, segundo Sampaio. Entre todas as variáveis macroeconômicas, a que mais preocupa o setor, no entanto, é a do mercado de trabalho, já que o crescimento permanente do consumo das famílias vem mantendo ano a ano a economia brasileira e o avanço dos serviços. Além disso, há uma escassez de mão de obra qualificada para bares e restaurantes, que está sendo disputada com o setor de construção civil, igualmente em ascensão. A Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC) contabiliza um crescimento de 4,8% do número de postos de trabalho formais gerados em 2013 pelo segmento de serviços de alojamento e alimentação fora de casa neste ano, o que representa um saldo de 70,5 mil vagas. Ao todo, foram gerados no setor de comércio e serviços 1,12 milhão de postos de trabalho formais no ano passado e a expectativa é chegar a 1,16 milhão em 2014. Estudo Fiesp/Ciesp para 2014 aponta aumento de produção de 2% e de 0,5% nas contratações Patrycia Monteiro Rizzotto pmonteiro@brasileconomico.com.br São Paulo Após demitir 36,5 mil trabalhadores em 2013, a indústria paulista espera leve melhora no cenário macroeconômico brasileiro este ano, estimando um recuperação de 0,5% nas contratações do setor e crescimento de 2%no volume de produção física. Consideramos duas variáveis positivas para 2014: um patamar de câmbio favorável, de cerca de R$ 2,40, e a recuperação econômica dos países em crise. Esses fatores vão contribuir para melhorar a competitividade da indústria nacional tanto no mercado externo quanto no mercado interno, afirma Guilherme Moreira, gerente de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os principais segmentos industriais beneficiados pela conjuntura deste ano, segundo Moreira, são aqueles mais prejudicados pelas importações, como calçados, têxteis, produtos químicos e máquinas. Contudo, a retomada da trajetória de alta nos juros deve afetar alguns setores da indústria que têm suas vendas atreladas ao crédito bancário. Um deles, a indústria automotiva, registrou aumentodeproduçãode9%em 2013, mas já estima uma diminuição do ritmo de crescimento para 1,1%em 2014. Este segmento será impactado ainda pelo fim da redução da alíquota do IPI, cita, mencionando que os fabricantes de eletrodomésticos da linha branca também sofrerão impactos pelos mesmo fatores. Apesar das demissões deste ano, Moreira aponta que houve desaceleração na redução de postos de trabalho na indústria em 2013. O último ano positivo de contratações do setor foi observado em 2010, quando a Produção Física do Brasil (PIM) registrou aumento de 10,5% e a indústria paulista encerrou o ano com saldo positivo de 114 mil contratações. Em 2011, com aumento de 0,4% no PIM, tivemos um saldo negativo de emprego, com 1,5 mil demissões. Nesta série, o pior ano foi o de 2012 quando tivemos queda de produção de 2,6% e demitimos 54,5 mil trabalhadores, contabiliza. Moreira ressalta que a Fiesp e o Centro de Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) se frustraram com os resultados registrados em 2013, já que no início do ano passado as expectativas do setor eram otimistas. As entidades chegaram a flertar com um saldo positivo de 30 mil empregos, mas a projeção foi revista para baixo ao longo do ano, até que admitimos que o saldo voltaria a ser negativo. Chegamos a estimar que encerraríamos o ano com 15 mil demissões, mas o total frustou todas as nossas expectativas, diz, mencionando que em termos percentuais a queda no emprego do setor em 2013 foi de 1,4% em relação ao ano anterior. Já em 2012, o índice apurou queda de 2,08% o pior patamar, com exceção de 2009, ano da crise, quando recuou 4,59%, afirma. Dos 22 setores avaliados pela pesquisa da Fiesp e do Ciesp, 12 apresentaram queda no emprego, nove registraram alta, e um ficou estável. O segmento de produtos de metal e o setor automobilísticos estão entre os que demitiram, fechando respectivamente 7,7 mil e 6,7 mil vagas. Entre os que mais contrataram estão máquinas e Equipamentos (6,7 mil) e a de produtos farmacoquímicos (2,1 mil). INDÚSTRIA 2013 36,5 mil Foi o saldo negativo de empregos registrado pela indústria paulista em 2013. Uma variação negativa de 1,4% em relação a 2012. 1,5% É a variação de crescimento daprodução Física do Brasil esperada pelo setor industrial em 2013. Para 2014 é estimada alta de 2%

6 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 BRASIL Petrobras prevê 21 paradas de refinarias no primeiro semestre, quase o mesmo nível de 2013 Marcello Casal Jr/ABr Especialistas alertam para risco maior, pois empresa está usando toda a sua capacidade de produção A Petrobras terá que manter um número elevado de paradas em suas refinarias no primeiro semestre deste ano, 21 ao todo, em um momento de riscos elevados na atividade, devido ao uso de quase toda a capacidade de produção de derivados. Para evitar maiores importações, que impactam negativamente nos resultados financeiros da empresa, a Petrobras tem usado cerca de 97% de sua capacidade de produção nas refinarias na busca por atender ao consumo interno de combustíveis. Processando a pleno vapor, a estatal planeja 21 paradas para manutenção no primeiro semestre, contra 22 no mesmo período do ano passado, segundo programação enviada pela empresa à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Das 21 paradas, em 13 delas a Petrobras prevê a paralisação total de uma das unidades de processamento que integram as refinarias, contra 16 paradas do gênero na primeira metade de 2013, informou a Petrobras à ANP. As manutenções são rotineiras e não acarretam parada total de processamento nas refinarias, explicou a ANP em nota à Reuters. No entanto, podem levar a empresa a aumentar temporariamente a importação de derivados para atender à crescente demanda interna. A Petrobras informou recentemente em nota ao mercado que o Fator de Utilização do parque de refino foi de 97,4% de janeiro a novembro de 2013. Esses dados mostram uma forte utilização das refinarias não porque a Petrobras gostaria que fosse assim, mas por necessidade financeira. É a única chance para diminuir o gasto com importação, afirmou Adriano Pires, sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). A utilização de quase toda sua capacidade de refino gera riscos de acidentes, que paralisam as refinarias por mais tempo. No ano passado, foram registrados dois acidentes na Refinaria de Manaus (Reman), além do incêndio na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, ao final do ano. No início de 2014, houve um outro acidente na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. Reuters Edital de Convocação - ELEIÇÕES SINDICAIS SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES, LOCAÇÃO E FRETAMENTO DO MOCRO ÔNIBUS DO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ. 12.416.766/0001-30, com sede na Rua: Itororó, 61 Centro Santos/SP. Pelo presente Edital, faço saber que no dia 14/02/2014, no período das 09h00min às 15h00min, na Av. Cel. Joaquim Montenegro, 482, Ponta da Praia, Santos/SP, serão realizadas eleições para a composição da Diretoria, Conselho Fiscal e Delegados Representantes ao Conselho da Federação, bem como suplentes, ficando aberto o prazo até o dia 11/02/2014, para o registro das chapas, de acordo com o Estatuto Social desta entidade. O requerimento de todos os documentos para o registro deverá ser dirigido a junta governativa provisória, podendo ser assinado por qualquer dos candidatos componentes da chapa. A Secretaria Eleitoral do Sindicato funcionará das 09h00min às 17h00min, onde se encontra à disposição dos interessados pessoa habilitada para atendimento, prestação de informações relativas ao processo eleitoral e fornecimento do correspondente recibo. A impugnação de candidaturas deverá ser feita no prazo de 02 (dois) dias antes do pleito. Ocorrendo o registro de chapa única, a eleição será realizada por aclamação, conforme art. 26, 3º. do Estatuto Social. Santos, 21 de janeiro de 2014. CLAUIDES CERQUEIRA SANTANA Junta Governativa Provisória Carlos Alberto Barreto aposta em uma expansão acima de 2,3% pra as receitas em 2014 Arrecadação bate recorde em 2013 graças aos extras Para a Receita, perspectivas de 2014 são boas, por causa da lucratividade das empresas e da manutenção do nível de consumo Sonia Filgueiras sonia.filgueiras@brasileconomico.com.br Brasília A arrecadação de impostos e contribuições federais cobrados pela Receita Federal atingiu R$ 118,364 bilhões em dezembro e fechou 2013 em R$ 1,138 trilhão dois recordes. Mas o resultado foi anabolizado por ao menos R$ 21,8 bilhões em receitas extraordinárias (Refis, leilão de Libra etc.), que compensaram as desonerações tributárias concedidas ao longo do ano, de R$ 77,8 bilhões. Com os extras, a expansão real (descontada a variação do IPCA) foi de 4,08% sobre 2012. Sem elas, a arrecadação total teria ficado em 2,1% reais, de acordo com o cálculo da consultoria Tendências. Já pelas contas da Receita Federal, que consideram apenas a arrecadação de tributos administrada pelo próprio órgão, o aumento sem o ingresso de recursos extraordinários teria sido de 2,35% reais. Segundo o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, o comportamento da arrecadação mostrou uma recuperação a partir do último trimestre do ano. Além das receitas extras, a lucratividade das empresas começou a mostrar melhora, com reflexos positivos sobre o recolhimento de impostos, comportamento que deve se manter ao longo de 2014. O comportamento da arrecadação foi muito bom em 2013. Para este ano, estamos bastante otimistas. A lucratividade das empresas tem sido boa e tem havido manutenção dos níveis de consumo em patamar superior ao passado, declarou o secretário. Por isso, Barreto espera uma Os R$ 21,8 bilhões extraordinários foram consequência da Refis no final do ano. A Receita contou ainda com R$ 6,5 bilhões em receitas decorrentes da regularização de tributos atrasados expansão acima de 2,3% para as receitas neste ano. Dos R$ 77,8 bilhões que o governo deixou de arrecadar por conta de desonerações tributárias, R$ 13,2 bilhões corresponderam à redução da carga tributária sobre a folha de salários. A redução de tributos sobre a cesta básica e os combustíveis, que ajudaram a segurar a inflação ao longo do ano, significaram uma renúncia fiscal de R$ 18,245 bilhões. O impacto total dos cortes de tributos aumentou 67,43% em relação a 2012, quando foi registrada perda de R$ 46,464 bilhões. Apenas no mês de dezembro, o impacto das desonerações foi de R$ 7,314 bilhões ante R$ 4,588 bilhões no mesmo mês de 2012. Os R$ 21,8 bilhões extraordinários foram consequência da reabertura do Refis (parcelamento de débitos tributários) no final do ano. A Receita contou ainda com R$ 6,5 bilhões em receitas decorrentes da regularização de tributos atrasados que ajudaram a alavancar os resultados, mas, segundo analistas, são receitas não extraordinárias, já que regularizações são comuns.

Divulgação/Alberto Cesar Araujo INDÚSTRIA Confiança do empresário cai em janeiro Os empresários industriais iniciaram o ano menos otimistas. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou em 53,1 pontos em janeiro. O resultado é 1,2 ponto inferior ao de dezembro e 3,6 pontos inferior ao de janeiro de 2013. O índice varia de zero a 100 e acima de 50 indica empresários confiantes. ABr Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 7 Calçados barrados na Argentina Governo vizinho está impedindo a entrada de produtos brasileiros, usando artifício burocrático para burlar acordo do Mercosul. Indústria nacional, que exporta 30% de sua produção, amarga prejuízo de US$ 30 milhões Em mais uma crise no relacionamento comercial Brasil-Argentina, agora é a vez da indústria calçadista nacional sofrer os impactos da política externa dos vizinhos latino-americanos. Os fabricantes dos cerca de 742 mil pares de calçados encomendados à indústria nacional estão encontrando dificuldades para colocar o produto nas lojas do país vizinho. Desde agosto passado, nem 20% das encomendas chegaram efetivamente à Argentina. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) estima um prejuízo de US$ 30 milhões com a medida. O atraso na entrega das encomendas causa um efeito cascata, uma vez que, com o bloqueio argentino, as novas encomendas para o Natal não vieram, gerando um segundo prejuízo para os fabricantes. Agora teremos o terceiro prejuízo. Neste mês começariam as encomendas para a temporada de outono e inverno. Esses sapatos já estariam em produção agora, diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados. Não estamos perdendo só um negócio, entende? Klein não detalha os números, mas diz que há um volume razoável de funcionários em férias coletivas e algumas demissões já ocorreram. A Argentina é o segundo maior mercado para a indústria brasileira de calçados. Naturalmente as empresas acabam cortando na carne, afirma. Mesmo com o prognóstico desfavorável da associação patronal, João Batista Xavier da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores Indústria de Calçados do Rio Grande do Sul estado que divide com São Paulo a maior parte da produção do país se mantém otimista e ressalta que apenas 30% da produção vai para o fora. Não existe essa dependência gigantesca. Quem está demitindo, está fazendo isso por má gestão, critica Silva. Não dá para dizer que não há problema, só que o debate não está mais em nossas mãos. Também falta seriedade de alguns empresários. A grande Divulgação Klein: indústrias estão colocando os funcionários em férias coletivas e algumas começaram a demitir questão agora vai ser como desovar a produção, pondera. Na década de 1990, o número de empregados no setor passava de um milhão. Hoje, são 245 mil trabalhadores, segundo a federação. O Grupo Priority, que produz as marcas Cravo & Canela e West Coast, já mandou uma boa parte Neste mês começariam as encomendas para a temporada de outono e inverno. Esses sapatos já estariam em produção agora. A Argentina é o segundo maior mercado para nossa indústria Heitor Klein Presidente da Abicalçados dos calçados encalhados de volta ao mercado nacional a preços bem mais baixos. A Declaração Juramentada Antecipada de Importação (Djai) é o mecanismo encontrado pelo governo argentino para burlar o acordo do Mercosul. Uma vez encaminhado o ofício, a importadora deverá esperar retorno para fechar negócio com a exportadora. Apesar de terem feito as encomendas, os importadores locais receberam consecutivos ofícios negando autorização do produto no país. Com isso, os artigos que atenderiam ao mercado argentino no Dia das Mães, comemorado em outubro na Argentina, não chegaram às lojas nem para o Natal. ig Lojas dos shoppings contabilizam perda média de 25% para cada dia de rolezinho Associação de lojistas diz que 71% dos clientes desaprovam os eventos dos jovens da periferia O movimento nos shoppings, onde ocorreram os rolezinhos, caiu cercade 25% nosdiasdeevento, aponta a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). Aentidade informou que também houve queda na circulação de pessoas nos dias que antecederam a atividade, a partir do momento em que o evento era anunciado para determinado centro comercial nas redes sociais. Segundo pesquisa da Alshop, 71% dos clientes desaprovam o encontro de jovens nos shoppings. O presidente da entidade, Nabil Sahyoun disse que esses jovens são bem-vindos nos centros comerciais, desde que individualmente. O que não podemos admitir é um grupo que entre para fazer baile funk nos corredores, porque não podemos correr o risco de ter alguma fatalidade dentro desses empreendimentos, declarou. Sahyoun nega que os centros comerciais tenham tido um comportamento racista ao impedir a entrada de alguns jovens. Falar de racismo é um absurdo. Os shoppings estão abertos para todos, de todas as classes, de qualquer faixa de poder aquisitivo. Ele informou que o governo estadual se comprometeu a promover eventos públicos que atraiam a juventude. De acordo com Sahyoun, os locais devem ser indicados nas próximas duas semanas. Os lojistas, inclusive, poderão patrocinar essas iniciativas, apontou. Na próxima quarta-feira, representantes da Alshop vão se reunir com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e a ministra da Cultura, Marta Suplicy, para discutir ações federais para conter os rolezinhos. Além da reunião com o governo federal, a Alshop pedirá uma audiência com a prefeitura paulista. ABr SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA SOCIAL DE ALAGOAS AVISO DE PREGÃO ELETRÔNICO SEDS Nº 002/2014 A Secretaria de Estado da Defesa Social de Alagoas- SEDS, torna público que se acha aberta licitação na modalidade PREGÃO ELETRÔNICO, do tipo MENOR PREÇO POR ITEM, a ser realizada no dia 11/02/2014 às 14:00horas, objetivando a Aquisição de 02 sistemas de capacitação e treinamento policial em situação de enfrentamento simulador virtual de tiro, com fornecimento de equipamentos e serviços de implantação operacional e assessoria, destinados à SEDS conforme anexos I - do Edital, Processo 2100-1003/2013, Disponibilidade nos sites www.licitacoes-e.com.br, identificada sob o nº 524100, www.seds.al.gov.br.informações: Fone/Fax: (82) 3315-2369/3315-2367. Maceió, 22 de janeiro de 2014. Synara Moraes de Souza Pregoeira

8 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck flaviag@brasileconomico.com.br José Pedro Monteiro Captação de recursos é o maior desafio Com 6,5 mil empregados diretos, o estaleiro tem 14 unidades, entre sondas e plataformas de produção, em sua carteira de encomendas Estaleiro Brasfels amplia sua capacidade Encomendas de seis unidades que prestarão serviços à Petrobras impulsionaram investimento Nicola Pamplona nicola.pamplona@brasileconomico.com.br Angra dos Reis, RJ Símbolo da campanha da primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o estaleiro Brasfels (antigo Verolme), em Angra dos Reis (RJ), prepara-se para um novo salto em capacidade de produção, impulsionado pelas encomendas de sondas de perfuração da Sete Brasil. Controlado pelo grupo Keppel Fels, de Cingapura, o estaleiro finaliza as obras de um novo pórtico, com duas mil toneladas, que vai mais do que triplicar a capacidade de içamento de suas instalações. Além disso, arrendou um estaleiro localizado ao lado para expandir suas operações. Ainda com o nome de Verolme, o estaleiro foi cenário do primeiro programa eleitoral de Lula, que criticava a compra de plataformas da Petrobras no exterior. Na época, estava de portões fechados por falta de encomendas. Seus trabalhadores buscavam empregos alternativos em outros setores da economia. O novo pórtico nos dá maior flexibilidade de trabalho e reduz o tempo de obras, já que é possível fazer, nas oficinas, o que antes era feito no cais Gilberto Israel Diretor comercial do Brasfels Reconhecido atualmente como um dos mais eficientes construtores navais do Brasil, o Brasfels recebeu na última terça-feira o casco da sonda de perfuração Urca, contratada pela Sete Brasil, que foi construída na sede asiática. O projeto faz parte de uma encomenda de seis unidades, que prestarão serviços à Petrobras, para a exploração de reservas do présal. No Brasil, está sendo construído o convés da plataforma, que será integrado ao casco importado. Onovopórticonosdámaiorflexibilidadedetrabalhoereduzotempo de obras, já que é possível fazer, nas oficinas, o que antes era feito no cais, explica o diretor comercial do Brasfels, Gilberto Israel. Isso significa que boa parte dotrabalho pode ser feito nas oficinas, deixando para içar as estruturas com um acabamentomaisavançado. Oequipamentodeveserinauguradoemmarço, a tempo de içar osseismegablocos, de 1,7 mil toneladas cada, que compõem o convés da sonda Urca. Com uma força de trabalho de 6,5 mil empregados diretos e alguns técnicos importados de Cingapura, o estaleiro tem hoje 14 unidades, entre sondas e plataformas de produção, em sua carteira de encomendas. No cais, está em fase final de obras o navio plataforma Cidade de Mangaratiba, que deve indicar as operações no pré-sal no segundo semestre. Logo após, chega a unidade Cidade de Itaguaí, que também será instalada no présal. Em paralelo, são realizadas as obras dos navios sonda. Israel não quis revelar os planos para a área contígua, que pertencia ao estaleiro de reparos SRD e foi adquirida há três meses. A expectativa é que a empresa precise de capacidade adicional em 2016, quando quatro sondas do contrato com a Sete estarão em obras ao mesmo tempo. Hoje, as sondas ocupam metade do espaço que temos. Mas obviamente não gostamos de ocupar toda a área. Sempre queremos ter um espaço para novas obras, comenta o executivo. No auge das obras de grandes plataformas, como P-51 e P-52, da Petrobras, o Brasfels chegou a ter nove mil trabalhadores. Não há sinais, porém, de retorno a esse montante, uma vez que a adoção de processos construtivos mais modernos reduz a necessidade de pessoal. Nesses 14 anos após a reabertura, temos obtido ganhos com o processo de aprendizagem, diz Israel, citando a redução do prazo de integração do convés de uma plataforma, conhecido como mating, que caiu de 30 para 11 dias entre a primeira e a terceira e última operação realizada. Criada pela Petrobras, com o apoio de instituições financeiras, para coordenar a encomenda de sondas de perfuração em estaleiros brasileiros, a Sete Brasil tenta convencer financiadores de que é possível confiar na indústria naval local. A empresa já conseguiu levantar os US$ 7,5 bilhões necessários para o primeiro lote de nove sondas, com entregas previstas entre 2015 e 2016, mas ainda recorrendo a empréstimos ponte e recursos próprios. Agora, inicia a busca por financiamentos com prazos mais longos. Estamos em busca de novas captações, com agências de crédito para exportação, para substituir o capital próprio, informou o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, em entrevista para anúncio da chegada do primeiro casco ao Brasil. Ele admitiu, porém, que a natureza dos projetos, de longo prazo e com obras ainda em fase inicial, dificulta a captação, mas disse que os contratos têm cláusulas que mitigam os riscos de atrasos dos estaleiros, comuns nas primeiras obras após a retomada do setor. Na semana passada, a Sete Brasil anunciou um empréstimo de R$ 10 bilhões com o BNDES e o Fundo de Marinha Mercante (FMM), que somam 51% dos recursos captados pela empresa até agora. Para o segundo lote, o BNDES ainda será um dos financiadores âncora, disse Ferraz, que espera atrair o capital privado para o terceiro lote. A expectativa da empresa é vencer a desconfiança com o cumprimento de prazos. A primeira entrega está prevista para junho de 2015, da sonda Arpoador, cujo casco está sendo construído em Cingapura. As obras serão finalizadas no estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo, ainda em obras para implantação de suas instalações. Outras seis sondas do primeiro lote estão contratadas ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que teve problemas na construção dos primeiros navios do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). "O EAS teve, de fato, problemas após a saída da Samsung. Mas isso mudou com a chegada da IHI (estaleiro japonês), disse o executivo.

AdrianMoser/Bloomberg INOVAÇÃO Nestlé firma parceria para pesquisa A Nestlé firmou acordo com a Agência para a Ciência, Tecnologia e Pesquisa de Cingapura para pesquisas de tecnologia de alimentos. O acordo de três anos foca nutrição, embalagens, análise de dados e também biotransformação ou uso de processos naturais, como a fermentação, para transformar matérias-primas em ingredientes com benefícios nutricionais. Reuters Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 9 Tecnologia invisível a olho nu Empresas brasileiras desenvolvem produtos de nanotecnologia utilizados na fabricação em larga escala de cosméticos, produtos de higiene pessoal e até nas pranchas de alisamento usadas em salões de cabeleireiro Rodrigo Carro rodrigo.carro@brasileconomico.com.br O desenvolvimento no Brasil de produtos criados a partir da nanotecnologia manipulação de materiais numa escala atômica e molecular vem unindo empresas inovadoras de pequeno porte a gigantes da indústria. No intervalo de 2008 a 2011, o total de empresas envolvidas com nanotecnologia no país quase dobrou, passando de 608 para 1.132, segundo dados da Pesquisa de Inovação (Pintec), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos motores dessa expansão foi a indústria de produtos de higiene pessoal e cosméticos. É um segmento onde a nanotecnologia está indo de vento em popa, afirma Maria Sueli Soares Felipe, coordenadora de Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entidade ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O uso da nanotecnologia varia muito de acordo com o setor, mas se intensificou nos últimos de três a cinco anos. Sediada em Florianópolis (SC), a Nanovetores foi criada em 2008 mas já conta com uma carteira de mais de 150 clientes, com destaque para pesos-pesados do mercado de cosméticos (Natura, L Oréal e O Boticário). A principal linha de negócios da empresa são os encapsulados nano, partículas que constituem invólucros minúsculos, usados por exemplo para proteger o princípio ativo de um cosmético. Temos mais de 30 produtos desenvolvidos para a área cosmética e outros dez para o segmento têxtil, conta Betina Giehl Zanetti Ramos, diretora técnica da Nanovetores. Um dos produtos desenvolvidos na área têxtil, em parceria com a malharia Malwee, foi um tecido com propriedades hidratantes, resistente a 20 lavagens. A olho nu, as cápsulas fabricadas pela empresa têm o aspecto visual do leite. Com a utilização dos chamados gatilhos de liberação de ativos, os invólucros podem soltar substâncias a partir de variações no PH, na temperatura e em muitos outros fatores. Os resultados positivos nas áreas têxtil e de cosméticos alimentam os planos da Nanovetores de diversificar seus negócios a médio prazo. Temos interesse no segmento de medicamentos, onde NÚMEROS Fotos Divulgação No laboratório da Nanovetores são produzidas partículas usadas pelas indústrias têxtil e cosmética 1.132 Era o total de empresas brasileiras envolvidas com nanotecnologia em 2011, de acordocom a Pesquisa de Inovação(Pintec), realizada pelo IBGE. 86% Foi o percentual de crescimento registrado entre 2008 e 2011 no número de companhias brasileiras queatuamno segmento de nanotecnologia. ainda não atuamos, mas esta é uma área com um timing longo de desenvolvimento de produtos, além de exigir mais investimentos e estudos, explica Betina, ressaltando que a companhia deve levar pelo menos cinco anos para estrear no mercado farmacêutico. A Nanovetores recebeu um aporte no valor de R$ 3 milhões do fundo Criatec, nascido a partir de uma iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e mantido por um consórcio de gestores. Baseada em São Carlos (SP), a brasileira Nanox seguiu uma trajetória inversa: iniciou suas atividades em 2005 com uma linha de negócios variada, que incluía desde equipamentos para a produção de nanopartículas até vidros autolimpantes. Acabou focando sua atuação no nicho de materiais nanoestruturados com propriedades bactericidas e antifúngicas. O mercado ainda é pequeno para algumas aplicações, reconhece Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor-presidente da Nanox e um dos três sócios fundadores da empresa. Desde 2006, a Nanox desenvolve uma parceria com a Taiff, fabricante brasileira de secadores de cabelo e outros produtos elétricos voltados para o mercado de beleza. Uma tinta antibacteriana elaborada pela Nanox foi usada para revestir peças de secadores e chapas de alisamento. Para os próximos anos, a estratégia da empresa inclui a expansão para o ramo de embalagens alimentícias. Embalagens que misturam nanomateriais com plástico podem aumentar o tempo de prateleira de um produto, diz Simões. A Nanox já recebeu recursos de um fundo de capital de risco e de agências governamentais de fomento. O uso da nanotecnologia varia muito de acordo com o setor, mas se intensificou nos últimos de três a cinco anos. O segmento de higiene pessoal e cosméticos vai de vento em popa Maria Sueli Soares Felipe Coordenadora de Inovação da ABDI Do grafite aos compostos petroquímicos A nanotecnologia está presente até nos lápis usados para escrever e desenhar. Fundada em 1761 na Alemanha, a Faber-Castell fechou uma parceria com pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) que permitiu aprimorar o grafite utilizado em lápis e lapiseiras, tornando-o mais macio, escuro e resistente. A ideia de modificar o processo produtivo surgiu a partir da pesquisa de dois professores da Ufscar, Élson Longo e Edson Leite. A linha de pesquisa destes professores apontava para a possibilidade de utilização de um composto extremamente amigável e não tóxico, explica Elaine Mandado, gerente de Comunicação Corporativa da Faber-Castell. A petroquímica brasileira Braskem também investiu em nanotecnologia, a ponto de se tornar a primeira companhia do setor no país a depositar uma patente deste tipo, ainda em 2005. Neste caso, a patente se refere à criação de um processo de fabricação de polipropileno aditivado com nanocompósitos. São essas partículas minúsculas que dão aos produtos propriedades físicas superiores. Entre os incrementos gerados estão rigidez 30% superior e mais brilho, além de uma maior resistência a impactos.

10 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 EMPRESAS PSafe investe R$ 100 milhões em proteção gratuita na nuvem Empresa planeja gerar receitas com serviços e produtos de parceiros por meio de sua plataforma de segurança Moacir Drska mdrska@brasileconomico.com São Paulo NÚMEROS GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DETRANSPORTES DO DISTRITO FEDERAL UNIDADE ESPECIAL DE GERENCIAMENTO DO PROGRAMA UEGP-ST/DF PROGRAMA DETRANSPORTE URBANO DO DISTRITO FEDERAL PTU/DF 60 milhões É o número de usúarios que a Psafe pretende alcançar até o fim de 2014. Hoje, a companhia tem umabase de 30 milhões de clientes no país 86% Das máquinas que instalam os softwares da Psafe no Brasil estão infectadas. Segundo a empresa, 7 mil novos endereços maliciosos são criados no país a cadadia Quando as ameaças virtuais estavam restritas aos desktops, a Microsoft- maisespecificamente o Windows - reinava absoluta como o principal alvo dos hackers. Em sua passagem de uma década pela gigante americana, o brasileiromarco de Mello viveu de perto esse cenário. Durante quatro anos, ele foi o responsável global por toda a infraestrutura de segurança do Windows, cuja presença nos computadores superava 90%. Pouco a pouco, o interesse dos hackers está migrando para novos dispositivos e plataformas, ampliando os desafios de proteção. É sob esse contexto que a brasileira PSafe - empresa de software de segurança criada e liderada por Mello - planeja ganhar participação no mercado. Companhia do Grupo Xangô - holding criada para desenvolver startups brasileiras de tecnologia - a PSafe tem um plano de investimentos de R$ 100 milhões até 2016 para escalar sua operação. A ideia é aprimorar seu modelo de negócios, baseado na oferta de softwares gratuitos para usuários finais no modelo de computação em nuvem. SOLICITAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE (MI) N. 001/2014 CONTRATO DE EMPRÉSTIMO BID N.º 1957/OC/BR - PROJETO Nº: BR-L1018. SDP N.º 003/2013-PTU/DF (SELEÇÃO DE CONSULTORES) O Distrito Federal recebeu um financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e se propõe utilizar parte destes fundos para efetuar pagamentos de despesas elegíveis no âmbito do Programa de Transporte Urbano do Distrito Federal PTU/DF para contratação da Execução dos Serviços para Elaboração e Implementação do Programa de Educação Socioambiental PEA do PTU/DF - Edital SDP nº 003/2013/PTU/ST-DF. Os serviços compreendem: (I) Elaboração de Projeto Pedagógico de Educação Socioambiental; (II) Capacitação e treinamento para agentes multiplicadores ambientais; (III) Realização de campanhas de conscientização e (IV) Monitoramento e Avaliação do Programa de Educação Socioambiental - PEA. Os serviços deverão ser executados no prazo de 16 (dezesseis) meses. O orçamento estimativo previsto é de R$ 1.061.441,00 (um milhão, sessenta e um mil, quatrocentos e quarenta e um reais). A Secretaria de Transportes do Distrito Federal-ST/DF convida consultores dos países elegíveis a apresentar Manifestação de Interesse para os serviços solicitados. Os consultores interessados deverão proporcionar informação que demonstre estar qualificados para prestar os serviços (portfólio, descrição de serviços semelhantes executados, experiência em condições idênticas, corpo técnico adequado etc.). É permitida a associação em consórcio para melhorar as suas qualificações. Os consultores serão selecionados de acordo com os procedimentos estabelecidos nas Políticas para Seleção e Contratação de Consultores Financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, conforme definido nestas normas. Os consultores interessados poderão obter mais informação no endereço abaixo indicado, durante o horário comercial. As manifestações de interesse deverão ser enviadas via postal ao endereço abaixo indicado, até às 18h do dia 13/02/2014. Unidade Especial de Gerenciamento do Programa UEGP-PTU/ST/DF. Endereço: Anexo do Palácio do Buriti, 15º Andar, Sala 1507. Telefone: (61) 3322-5002. Horário: das 08h às 12h e das 14h às 18h. Fax: (55) 61-3322-3913. E-mail: uegp.stdf@gmail.com. JOSÉ AUGUSTO PINTO JUNIOR Chefe da UEGP-PTU/ST No plano que traçamos, a geração de receita passará a ser uma prioridade em 2015. Para esse ano, o foco será o crescimento da nossa base de usuários, diz Mello. Atualmente, o antivírus da empresa está instalado em 30 milhões de máquinas no Brasil e a base de usuários ativos é de 15 milhões. A meta é fechar 2014 com cerca de 60 milhões de usuários. Como parte dessa estratégia, a Psafe está lançando quatro produtos, além de uma nova versão de seu antivírus, o único sistema do portfólio até então. Antes voltada apenas à oferta de proteção para o Windows, a empresa conta agora também com softwares para equipamentos baseados no Android, sistema operacional móvel do Google, e no Mac OS, sistema operacional padrão da Apple. Os sistemas trazem uma série de recursos para aprimorar a segurança e o desempenho de dispositivos móveis e desktops. As novidades incluem ainda o PSafe Web, navegador de internet com funções como o bloqueio automático de propagandas e páginas infectadas. Com o novo portfólio e a projeção da ampliação da base de usuários, o foco passará a ser a lucratividade da operação. A proposta é usar a plataforma da PSafe para oferecer produtos e serviços de parceiros. O usuário poderá definir seus interesses e receber ofertas personalizadas. No radar estão acordos com empresas de jogos, aplicativos e sites de e-commerce, entre outros. Nosso negócio é a confiança do usuário. Todos os parceiros são analisados e testados. A PSafe vai garantir a segurança dessas transações e receberá uma parte da receita, explica. Nessa vertente, a PSafe já desenvolveu ações com a própria Microsoft e o Buscapé. Tivemos uma taxa de conversão muito alta, vinte vezes maior do que a de um banner normal, diz Mello. A PSafe está investindo também na expansão para a América Latina. Com uma versão já disponível em espanhol e dois milhões de usuários na região, o foco inicial está nos mercados do México, Colômbia, Uruguai, Chile e Argentina. No momento, a empresa estuda duas possibilidades para centralizar essas operações. As opções são a abertura de um escritório em Miami ou a concentração da gestão no escritório de São Paulo. Criado em 2010, o Grupo Xangô tem entre seus investidores diversos fundos de venture capital do Vale do Silício, como o Redpoint Ventures e o Index Ventures. A proposta é criar e desenvolver startups no Brasil e na América Latina. Temos um viés comum pelo qual passam todos esses projetos. São modelos puramente digitais, baseados em computação em nuvem, de grande escala e que lidam com segurança e privacidade de dados, diz Marco de Mello, executivo-chefe do grupo e também da PSafe, primeira startup do portfólio AlanTeixeira Mello: companhia avalia ofertade software empresarial em 2015 Grupo prepara nova operação a entrar em operação. Aholding conta ainda com o Passei Direto, rede social acadêmica que reúne 1,6 milhão de estudantes, e o Eaí, aplicativo de rede social baseada em serviços de localização. No momento, o grupo está estruturando a X5 Tecnologia. A empresa atuará no segmento de serviços de data center. O plano é construir dez data centers de Tier 3 (certificado internacional de segurança e qualidade) no Brasil nos próximos cinco anos. Há uma defasagem e uma demanda enormes no mercado local, diz. Segundo o executivo, existem hoje oito data centers desse porte no país, enquanto nos Estados Unidos são 2,5 mil.

Reuters/AlySong SEGURANÇA NA NUVEM VMWare compra AirWatch por US$ 1,54 bi A desenvolvedora de softwares em nuvem VMWare divulgou que comprará a empresa de segurança para dispositivos móveis AirWatch por cerca de US$ 1,54 bilhão, em meio ao crescimento da demanda desses tipos de software. A AirWatch se tornará uma unidade da VMWare, mas o fundador e presidente-executivo da empresa comprada, John Marshall, segue no comando da operação. Reuters Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 11 Um mar de bons negócios Levantamento do Sebrae mostra que volume de empreendedores em cidades litorâneas cresceu 175% em sete anos Erica Ribeiro eribeiro@brasileconomico.com.br O turismo nas cidades litorâneas brasileiras, sobretudo aquelas que tiveram um aumento no número de redes hoteleiras, desencadeou um aumento no número de empreendedores que movimentam a chamada economia da praia. De acordo com um levantamento do Sebrae Nacional, entre os anos de 2005 e 2012, a abertura de pequenas empresas em cidades litorâneas teve um salta de 175%. No ano de 2005, o número de pequenos negócios no litoral chegavam a 25, 5 mil. Em 2012 eram 70,3 mil Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, os segmentos de artesanato e alimentação estão entre os que apresentaram melhor desempenho. A quantidade de empresas que se formalizaram entre os artesãos que fabricam bijuterias e suvenirs cresceu 363%. Já os empreendimentos de micro e pequeno porte na área de alimentação tiveram um aumento de 165%, principalmente com a formalização de ambulantes, que somavam 2,5 mil em 2012. A diferença é grande, já que em 2005 eram apenas 198 formalizados. O aquecimento da economia e do turismo no Brasil teve um forte impacto nesse resultado. Atualmente, contamos com um mercado interno sólido com mais de 100 milhões de consumidores. Brasileiros da classe C e D têm mais condições de adquirir produtos e serviços. Além disso, a criação da figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI) há quase cinco anos influenciou muito nesse resultado, diz Baretto. No caso específico do Rio de Janeiro, ainda de acordo com o levantamento do Sebrae, o número de estabelecimentos que se beneficiaram dos turistas atraídos pelo verão e pelas praias passou, no período analisado, de 9,7 mil estabelecimentos de pequeno porte aqueles que faturam até R$ 3,6 milhões anualmente-, para quase 26 mil, em cinco anos. As atividades vão desde alimentação e hospedagem até passeios de barco e produção de bijuterias. De acordo com estudo do Sebrae do Rio de Janeiro, entre os anos 2009 e 2012 restaurantes, bares e hotéis da orla carioca podem ter movimentado R$ 7 bilhões. É um setor que tem muito a ganhar este ano com a Copa do Mundo. Apenas as barracas das praias do Rio de Janeiro faturaram mais de R$ 18 milhões em 2012, acrescenta o presidente do Sebrae Nacional. Silva, da Ascolpra, ao lado de Soraya de Jesus, uma das que passou pelo treinamento do Sebrae: melhores ganhos com capacitação De acordo com o presidente da Associação do Comércio Legalizado de Praia (Ascolpra), Paulo Juarez Vargasda Silva, oscursosde capacitação ajudaram o empreendedor de praia a gerenciar melhor o negócio. Aprender sobre o gerenciamento do fluxo de caixa, a qualidade no atendimento e até mesmo o inglês básico mudou o perfil de dos empreendedores. Temos 484 trabalhadores na orla do Flamengo a São Conrado. Desse total, 30% passaram por algum curso que foi oferecido na parceria com o Sebrae. O que percebemos é que o trabalhador mais velho ainda é um pouco resistente, diz Silva, que criou a Ascol para para reunir o maior número de profissionais em torno de projetos de capacitação, formalização e benefícios. Ele já está negociando parcerias com bancos para ampliar o número de máquinas de cartões de crédito e cursos de idiomas para reforçar o inglês destes profissionais. É um setor que tem muito a ganhar este ano com a realização da Copa do Mundo. Apenas as barracas das praias do Rio de Janeiro faturaram mais de R$ 18 milhões em 2012 Luiz Baretto Presidente do Sebrae Nacional Diferenciais ajudam a ampliar clientela e elevar faturamento Como em qualquer atividade, atendimento e criatividade podem fazer a diferença na hora de conquistar consumidores. E em um espaço democrático como a praia, donos de quiosques e barracas fazem o que é comum a todo varejista interessado em manter a clientela: mimam seu cliente. O Sebrae dá o exemplo de dois empreendedores cariocas. Jadílson Martins Pereira da Silva, dono de uma barraca em Ipanema, Zona Sul do Rio, oferece serviço de guarda-volumes e até vigia à barraca de praia do cliente enquanto ele se refresca no mar. Ele é um dos Maíra Coelho empreendedores da praia que engrossa do time de Microempreendedores Individuais (MEI). Formalizado desde janeiro de 2010, Pereira fez um curso de abordagem ao cliente e garante ter bons resultados. Já Vanda Pires, ex-comissária de bordo, aproveitou os conhecimentos de sua atividade anterior e atende os clientes em inglês, francês e alemão, em sua barraca no Leblon. E há de tudo um pouco para cativar o consumidor. Desde barracas que estabelecem um limite de crédito para consumo das crianças na praia, passando por hotéis que, de olho no cliente que não quer deixar as areias para almoçar, já aceita pedidos de entrega na beira da praia.

12 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 EMPRESAS Novo impulso para o mercado de brinquedos CURTAS Divulgação Maior interesse por entretenimento e construção civil aquecem vendas de brinquedos de grande porte. Grupo Mega Mais planeja expansão e alta de 50% no faturamento Gabriela Murno gmurno@brasileconomico.com.br O aumento do interesse do brasileiro por entretenimento com a Copa do Mundo e a construção civil vão aquecer ainda mais o mercado nacional de brinquedos de grande porte infláveis e para parquinhos e camas elásticas, diz Rodrigo Lopes, presidente e um dos fundadores do Grupo Mega Mais, que nasceu em 2009 da vontade de três jovens irmãos de empreender. As construtoras tiveram o auge de vendas há três ou quatroanosatrás,eagoraéahora da incorporação. Estamos crescendo 20% ao mês, completa ele. No ano passado, as nove empresas do grupo faturaram R$ 100 milhões e a expectativa é crescer entre 40% e 50% este ano. Segundo Rodrigo, as empresas de brinquedo: Super Brinquedos (e-commerce), Mundi Toys (fabricante de brinquedos de grande porte), Cama Elástica Nacional (unidade fabril de camas elásticas) e Bull International (especializada em importação do mercado chinês) respondem por 80% do faturamento. No entanto, além de grandes empresas, como construtoras, o diretor-executivo da Mega Mais, Filipe Lopes, explica que cresce a procura por pessoas que querem iniciar um novo negócio, donos de casas de festas e até quem queira uma cama elástica para colocar no quintal de casa. Para atender o aumento de demanda, ogrupoestáinvestindous$ 12 milhões na ampliação da fábrica da Mundi Toys em Maringá (PR) e A Mundi tem hoje um atraso de 60 dias na produção (...) Temos cinco mil metros quadrados e estamos construindo mais 4,5 mil metros quadrados, oqueaumentaráa capacidade em 60% Rodrigo Lopes Presidente do Grupo Mega Mais naaquisiçãodeumaindústriadecamas elásticas de Limeira (SP). A Mundi tem hoje delay de 60 dias na produção, por isso estamos recorrendo a mais turnos de trabalho. Temos cinco mil metros quadrados e estamos construindo mais 4,5 mil metros quadrados, o que aumentará a nossa capacidade de produção em 60%. Essa é nossa necessidade imediata, explica Rodrigo. A previsão é que as obras durem seis meses. O grupo vende cerca de 500 brinquedospormês, sendoosinfláveis os mais procurados. Já a aquisição da fábrica em Limeira vai aumentar em 25% a capacidade de produção mensal de camas elásticas. Hoje, são fabricadas duas mil unidades, na segunda planta, também em Limeira. Segundo Rodrigo, o gargalo do setor é a carência de mão de obra. Temos 200 vagas não preenchidas. Não existe tecnologia que faça todo o processo, que depende do operacional humano.nos Estados Unidos, maior mercado para o setor, a fabricação é feita da mesma forma, ressalta. Entrada no mercado dos EUA e venda não-presencial Chegar aomercadonorte-americano estánosplanosdo grupobrasileiro. As adaptações para a normatização dos EUA e da Europa já foram feitas. Devemos chegarcom os infláveis nos Estados Unidos este ano. O que o brasileiro compra para alugar, oamericanotem nacasadele, diz Rodrigo. Atualmente, 20% do faturamento da Mundi Toys vêm do mercado angolano. Hoje, 100% das vendas são nãopresenciais. Vendemos por televendas e na internet. Além da redução de custos, as lojas não atingem o público alcançado pela web, explica Filipe. Os produtos comercializadas pela Super Brinquedos chegam a todo o Brasil. Também fazem parte do Mega Mais a Mega Brink (distribuidora de brinquedos importados), Passagens Web (de passagens aéreas pela web), Mega Lixeiras (comércio de lixeiras industriais e hospitalares), Mega Cachorros (distribuidora de produtos importados para o segmento pet), Mega Decor,(fábrica de móveis de alto padrão) e Mega Lonas (e-commerce de lonas vinílicas e para caminhões). Patrícia Stavis Lopes: alta demanda de construtoras e empreendedores Nissan e FedEx testam elétrico A Nissan e a FedEx Express anunciaram ontem o início dos testes do Nissan e-nv200, um veículo comercial leve 100% elétrico. O teste, que será realizado no Rio, faz parte do programa global de avaliação e do programa de desenvolvimento do veículo das empresas. Esta será a primeira vez que o modelo rodará no continente americano. Até o momento, a parceria viabilizou testes no Japão, no Reino Unido e em Cingapura, e, em breve, serão realizados também nos EUA. Cimed aumenta exportações O Grupo Cimed está expandindo seus negócios para fora do Brasil. Angola já recebe os medicamentos do Grupo e a expectativa é que outros países também comecem a adquirir os produtos da Cimed, ainda em 2014. As exportações começaram em setembro de 2013, para a distribuidora Neofarma. Segundo a Coordenadora de Compras e Importação, Lidiane Lucas, empresas africanas e de outros países já estão interessadas nos medicamentos da Cimed. Grife Coach perde mercado para rivais A fabricante de roupas e acessórios Coach está perdendo espaço no mercado de bolsas para concorrentes como Michael Kors e Kate Spade. A empresa anunciou ontem o terceiro trimestre consecutivo de quedas nas vendas na América do Norte. Continuamos decepcionados com nosso desempenho, impactado por menor movimento nas nossas lojas e a limitação d o acesso à nossa loja online, disse o presidente-executivo, Victor Luis.

Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 13 CLIENTE & CIA. NADJA SAMPAIO nadja.sampaio@brasileconomico.com.br A VOZ DO POVO É QUE DIZ... Fiquei sem computador no dia de Natal e quando voltei à vida digital, já em janeiro, fui ler os e-mails atrasados. Encontrei algumas mensagens de leitores que resolvi compartilhar, pois mostram como os empresários e governos precisam estar mais atentos ao que os consumidores pensam. Editoria de Arte Vou começar pelo e-mail do senhor Moreno, que é assinante do Brasil Econômico e declara ser leitor assíduo da coluna. Aí vão alguns trechos: Admiro a forma como você descreve as dificuldades sobre o atendimento (os mais variados) no nosso país. Em determinados artigos fico pasmo com tamanha observação e sensibilidade. Hoje, lendo o artigo O cliente chuta o cachorro parece que você leu meus pensamentos, pois sempre quis, telepaticamente, que você tocasse neste assunto. Fui bancário por 18 anos e nunca concordei com os métodos maquiados que os bancos criam para driblar as reclamações dos clientes. Bancos ganham bilhões trimestralmente e deveriam atender as pessoas com mais respeito e dignidade. Em paralelo, você não faz ideia do quanto é difícil atender estrangeiros, trabalho que estou realizando agora, que querem vir para o Brasil, investir capital estrangeiro aqui, mas enfrentam incontáveis dificuldades...suas palavras são canais de esperança para muitos e torço para que atinjam aqueles que querem fazer um país melhor. O senhor Moreno enfrentou o problema de atendimento nos dois lados, como já comentei aqui. Por um lado, mesmo não concordando com os métodos dos patrões banqueiros, foi obrigado a atender sem explicar direito. Por outro lado, atendendo a estrangeiros, sente na pele como é difícil enfrentar a burocracia, cumprir as leis mal feitas e fazer os direitos serem respeitados. A segunda carta que quero compartilhar é da leitora Cecília. Ela comenta sobre o artigo O inferno das trocas : Excelente seu artigo sobre as trocas de produtos. Exatamente o que sinto. Uma vez tive uma discussão numa loja pois não faziam trocas aos sábados. Simplesmente me ignoraram por um tempo. Aí comecei a falar alto, alguns clientes começaram a me dar razão e então aprendi uma coisa: às vezes você tem que rodar a baiana, mesmo que não seja o que você está acostumada a fazer. Parece que eles só entendem essa linguagem. Nesse dia recusei outro produto e eles até me devolveram o dinheiro. Sou obrigada a dizer para a Cecília que trocas ainda vão dar muita dor de cabeça para os brasileiros. Voltamos à questão das leis que não são claras o suficiente e deixam o consumidor mais vulnerável na relação de consumo. O senhor Silva, taxista e membro da OTB (Ordem dos Taxistas do Brasil) escreveu sobre o artigo Táxis: o serviço está piorando. Silva diz que os taxistas podem melhorar: Parabéns pela sua real avaliação do serviço dos taxistas. Por gentileza, assista esses vídeos no YouTube Profissão de Taxista no Brasil e Projeto um da Ordem dos Taxistas do Brasil. Nos vídeos indicados pelo leitor, é discutidaarelaçãoentreserodonodo táxi ou ser um permissionário explorado, situação na qual o motorista não tem como prestar um bom serviço. Além disso, é discutida a própria legalidade de ser concessionário, já que não se trata de um serviço público. Um pouco mais antigo, do início de dezembro, mas um e-mail que faço questão de citar foi do Dr. Londres sobre o artigo Planos de saúde e a confiança. Ele escreveu: Belíssimo artigo, Nadja. E vou acrescentar: o símbolo que aparece (na ilustração da página) é do caduceu de Mercúrio (cujo nome tem origem na palavra merx, ou seja, mercadoria), deus do comércio, protetor dos ladrões e que leva as almas ao inferno. O bastão de Asclépio, deus da Medicina, está sendo substituído por ele. Esta é uma opinião especial para mim porque o Dr. Londres é médico, dono de uma clínica, mas concorda com que escrevi no artigo de que é cruel para os consumidores os planos de saúde descredenciarem livremente os médicos, pois isso corta uma relação de confiança criada entre os pacientes e seus médicos. Apesar de estar do outro lado, ser dono de clínica, e ganhar dinheiro com os planos de saúde, Londres sabe, como médico, que a confiança e o estado psíquico do paciente são tão ou mais importantes na cura do que a medicina em si mesma. Por fim, o último artigo, Campismo, quase um gueto, fez sucesso entre os grupos de campismo. Recebi mais de 20 e-mails com elogios sobre a abordagem e concordando com o artigo. Selecionei alguns que tocam em pontos importantes: Messias escreve do Mato Grosso do Sul: Nadja, parabénspelo seu artigo. Pratico o campismo desde o ano de 1980. Há estados e municípios que já dão apoio às associações de motor homes. Mas infelizmente no meu Mato Grosso do Sul e do Mensagens enviadas à colunista por leitores do Brasil Econômico mostram como se sentem os consumidores e o que as empresas e governos precisam prestar atenção Norte, não temos apoio nenhum. Tentamos fazer um encontro em Dourados não conseguimos. Faltou apoio do poder público. Pereira, que é comerciante no setor de motor homes, escreveu: "Parabéns por suas colocações, mas estou prevendo, por informações que recebo, de que na Copa teremos pouquíssimos RVs estrangeiros em nosso país, pois é de conhecimento, até no exterior, de que o Brasil tem péssimas condições para o campismo. Já recebi vários telefonemas de estrangeiros querendo alugar motor home no Brasil, e eles querem dirigir os motor homes, como é em seus países, porém, aqui no Brasil, só há aluguel de motor home com o motorista da locadora. O Senhor Dus conta que leu o artigo na ponte aérea São Paulo- Rio, e comentou: Gostaria de parabenizá-la pela excelente abordagem do tema. Foi direto ao ponto principal, causado pelo fato de o estado brasileiro, nas suas diversas instâncias, estar totalmente divorciado das aspirações da sociedade e também pela absoluta falta de pessoas capacitadas nos órgãos normativos e executivos de trânsito como o Contran, o Denatran e a maioria dos Detrans. Fui policial rodoviário por alguns anos em minha vida profissional e senti na pele como era difícil conhecer toda a legislação e estar atualizado para poder exercer a missão...como você, eu também um dia senti muita vontade de ter um trailer...mas confesso que ao pesquisar mais sobre o assunto acabei desistindo pelos mesmos motivos burocráticos citados na sua excelente matéria. É isso aí, empresários e autoridades, o recado está dado. Coluna publicada às quintas-feiras

14 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 EMPRESAS Copa aquece vendas de bombas Dinamarquesa Grundfos cresceu 37,5% em 2013, impulsionada pela demanda dos novos estádios do país Daniel Carmona dcarmona@brasileconomico.com.br São Paulo Se existe uma empresa que participou de todas as obras dos estádios da Copa do Mundo, o nome dela é Grundfos. Especializada em bombas e compressores de água, a dinamarquesa alocada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, não somente consolidou no último ano no país a diretriz global de presença em grandes construções, mas caminhou de forma mais acelerada que o próprio mercado ao registrar um crescimento de 37,5% saltando de 45 mil unidades vendidas em 2012 para 81 mil no ano passado. Para Sandro Sandanelli, diretor geral da subsidiária brasileira, o bom resultado está ligado ao portfólio diversificado que engloba soluções de R$ 100 a R$ 600 mil tanto para a construção civil quanto para indústrias, saneamento e distribuição. Fizemos um esforço grande para a Copa, com uma equipe inteiramente dedicada a esses contratos. Acabou que ficamos com 100% das bombas e compressores de oito estádios, além de uma parcela importante dos equipamentos das quatro obras restantes, explica Sandanelli. Não se tratam apenas de dispositivos para levar a água para as caixas d'água das arenas. As aplicações da Grundfos também estão presentes nos sistemas de irrigação e também da drenagem dos gramados. Além disso, as centrais de ar condicionado destinado aos vestiários e camarotes também contam com o selo dinamarquês. Para cada obra foram utilizados cerca de 50 equipamentos entre as mais diversas aplicações. Em um mercado altamente pulverizado, com mais de 40 operadores, a empresa calcula ter alcançado uma fatia próxima de 10% dos mais de US$ 1,2 bilhão movimentos pelo setor em 2013. Os dados, no entanto, são estimados, já que não existe auditoria para esse mercado. Uma virada considerável para quem, há uma década, estava entrando no mercado e, a partir da aquisição da Mark Bombas, inaugurou a produção local. Cerca de 95% das vendas são de dispositivosde menor valor agregado, como bombas para comércios e edifícios e residências. Elas, no entanto, representam apenas 15% do faturamento. Nosso foco são asgrandes aplicações, que somam apenas 5% do nosso volume, mas respondem por85% danossareceita, que foi de R$ 110 milhões, acrescenta o diretor. Assim, apesar do impacto provocado pela valorização do dólar, já que apenas 30% dos componentes utilizados pela Grundfos são nacionais, o câmbio pouco interfere nas decisões de investimento dos maiores clientes da companhia. As construtoras podem até adiar a compra em função da volatilidade da moeda, mas é apenas uma questão de tempo. Para 2014, eles projetam uma expansão de 25%, crescimento mais modesto em relação ao ano passado por causa do calendário eleitoral. Muitas obras na área de saneamento vão acabar acontecendo somente em 2015. E a expectativa também é de um cenário econômico mais modesto, mas mesmo assim acho que vamos ter uma boa caminhada, finaliza Sandanelli, que espera na virada do ano começar a entregar seus primeiros equipamentos em obras ligadas aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Para 2014, a fabricante projeta uma expansão de 25%, crescimento mais modesto emrelaçãoaoano passado por causa do calendário eleitoral

Patrick T. Fallon/Bloomberg TELECOM T-Mobile lança cartão Visa para clientes A T-Mobile está indo além de celulares e oferecendo um cartão Visa com características bancárias e um aplicativo de gerenciamento de dinheiro com taxas reduzidas ou serviços de custo zero para clientes de Internet sem fio da operadora, em seu mais recente esforço para diferenciar seus serviços de concorrentes maiores no mercado norte-americano. Reuters Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 15 Rodrigo Capote Paulo Kakinoff, presidente da Gol: defesa da liberdade tarifária Tarifa no mundial: Gol terá 90% dos voos por até R$ 499 Companhia apresentou sua política de voos e tarifário para a competição, com a oferta de 378 extras e 575 com horários alterados O presidente da companhia aérea Gol, Paulo Kakinoff, garantiu ontem, ao apresentar a nova malha e a política de preços para os voos durante a Copa do Mundo, que a empresa terá 90% de seus bilhetes com preçosaté R$ 499. Kakinoff reforçou que o compromisso da Gol é com a liberdade tarifária e que, por isso, a aérea não estabeleceu um teto no preço de suas passagens, como fizeram a Azul e a Avianca, que decidiram estabelecer um limite máximo de preços para os voos extras de até R$ 999. Nosso compromisso é o de oferecer o maior volume de bilhetes de baixo custo para o Mundial, com uma quantidade mínima de pessoas pagando mais. As tarifas mais caras, que são 2% dos bilhetes, vão subsidiar as mais baratas. Estamos fugindo das estratégias marqueteiras, disse, em uma crítica direta às suas concorrentes. Com relação às solicitações feitas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 80 foram validadas nas datas e horáriossolicitados; 298 ainda passarão por ajustes e 575 voos que já integram a malha regular da Gol terão ajustes de horários. Além das equipes habituais, nas cidades-sede haverá um acréscimo de 1.100 profissionais, entre temporários e deslocados de bases menores. A empresa segue o mesmo caminho da TAM, que contratou mil profissionais temporários para o evento. No período da Copa, aviões e tripulantes reservas serão distribuídos estrategicamente nos aeroportos de maior volume de operação da companhia. Há 18 meses a tripulação vem sendo treinada para atendimento e 25 novas aeronaves Boeing 700 e 800 Next Generation foram incorporadas à frota nos últimos meses, completa Kakinoff. Em conferência para analistas ontem, a Gol disse que espera alta de dois dígitos na receita por passageiro em 2014, embora dificilmente num ritmo perto do ano passado, e vê um efeito neutro da Copa do Mundo sobre seus resultados. A empresa registrou em 2013 aumento de 18% na receita por passageiro. No quarto trimestre, a alta foi de 24%. Redação e Reuters

16 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 ALÉM DA TAÇA FÁBIO DOBBS fabio.dobbs@brasileconomico.com.br Fotos Divulgação Bebendo na fonte Quer saber como nasceu a Piña Colada, o Alexander ou o Frango Kiev? O livro Quem colocou o filé no Wellington?, da Editora Melhoramentos, conta e dá a receita original das bebidas e dos pratos. Ele foi organizado pelo britânico James Winter, que pesquisou as origens e o contexto em que foram dados os nomes de pratos e drinques consagrados mundialmente. O VINHO DO PACÍFICO ANova Zelândia tem cada vez mais se aprimorado na fabricação de vinhos e, apesar de representar apenas 1 % da produção mundial, as 700 vinícolas do país já colocaram a região como a décima maior exportadora do mundo. Por aqui, chegam delícias como o sauvignon blanc da vinícola Yealands Estate, considerado um dos melhores vinhos dessa uva em 2012. Da mesma vinícola, as variedades de riesling, gewürztraminer e pinot noir valem a pena ser experimentadas, apresentando um excelente custo/benefício. O bom resultado dos vinhos neozelandeses se dá pela diversidade de solos e climas. O país consegue produzir variados estilos, desde vinhos de climas OUTROS COPOS mais quentes, como os do tipo bordeaux e shiraz, plantados na Baía de Hawke, no Norte, até uvas de climas mais frios, como as variedades pinot noir e riesling, que são cultivadas no Sul. Quatro variedades de uvas sauvignon blanc, chardonnay, pinot noir, cabernet e merlot são responsáveis por 80% da produção. E o volume produzido chegou em 2013 a 178,9 milhões de litros. Um aumento de 16% em relação ao resultado de 2012. Com isso, as exportações aumentaram, representando 75% da receita da indústria de vinhos da Nova Zelândia. A expectativa é que o setor vinícola do país cresça a uma taxa anual de 9,8% nos próximos cinco anos. Bar com mais de 40 rótulos O Prado, restaurante especializado em cortes nobres de carne, oferece para este verão o bar de cerveja com mais de 40 rótulos. Entre as opções nacionais, as boas pedidas são a niteroiense Noi Avena, que harmoniza com bacalhau, e a mineira Wäls Brut, ideal para acompanhar peixes e queijos. Entre as internacionais, nomes como a belga Deus, que acompanha os petiscos da casa. VISTA GELADA OEspaço 7zero6,no terraço do Praia Ipanema Hotel, ganhou mais um atrativo além de sua vista deslumbrante. Nolocal, foi aberto um bar de cervejas gourmet, com mais de 20 rótulos selecionados pela beer sommelier Andrea Calmon. Entre as indicadas para se beberà beira dapiscina, estão a Wals Brut, elaborada pelo método champenoise, a Estrella Damm Inedit e a Brooklyn Pilsen. CAFÉ CARIOCA OArmazém Carioca lançao kitde500g do Café dorio de Janeiro. Ele foi eleito o melhor café carioca de 2012, ano de excelente safra, produzindo grãos que resultam numa bebida extra suave. O MELHOR CABERNET ODon Melchor, da vinícola Concha y Toro, foi eleito pela revista americana Wine & Spirits o melhor cabernet sauvignon dochile em 2013. Para preparar a lista, o enólogo Patricio Tapia, da Wine & Spirits, crítico de Argentina, Chile e Espanha, avaliou os vinhos degustados nos últimos 12 meses. Sommeliers de cerveja em competição A Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo e o Instituto da Cerveja Brasil promovem, entre os dias 8 e 9 de março, o 1º Campeonato Brasileiro de Sommeliers de Cerveja do Brasil. Os mestres cervejeiros Garrett Oliver, da Brooklyn, e Martin Zuber, da Paulaner, compõem o júri da competição. Coluna publicada às quintas-feiras

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18 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 FINANÇAS FLUXO CAMBIAL Saldo negativo do ano é de US$ 1,8 bi Editora: Eliane Velloso eliane.velloso@brasileconomico.com.br As saídas de dólares do país superaram as entradas na semana passada em US$ 677 mil, acumulando um saldo negativo de US$ 1,894 bilhões neste ano até o dia 17 de janeiro, segundo dados do Banco Central (BC). A maior parte do saldo negativo vem do fluxo financeiro, que inclui o investimento estrangeiro direto, com US$ 1,782 bilhão. O fluxo comercial de dólares foi de US$ 112 milhões. ABr José Pedro Monteiro Souto, da BNDESPar, acredita que os movimentos recentes para destravar o acesso de empresas menores ao mercado de capitais tem o poder de mudar o atual cenário BNDESPar vai lançar fundo de PMEs com nova regra da CVM Braço de participações do BNDES montará carteira para alocar recursos em pequenas empresas do mercado de acesso em bolsa sem ter que participar na gestão da companhia; fundo de apoio a IPOs também está no radar Marcelo Loureiro marcelo.loureiro@brasileconomico.com.br A BNDESPar, empresa de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, vai lançar um fundo de investimento em participações (FIP) que aproveita as novidades editadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no fim do ano passado. Com a Instrução 540 passou a ser permitida a aplicação de até 35% do patrimônio de FIPs em empresas listadas no mercado de acesso de bolsa sem que a carteira seja obrigada a participar da gestão e da política estratégica da investida. A intenção é montar o FIP em parceria com outros investidores ainda em 2014, ideia que já passou pela diretoria. Agora, falta o momento certo. Mas tenho segurança de que esse ano a gente consegue montar um fundo nesses moldes, conta Luiz Souto, superintendente da área de capital empreendedor da BNDESPar, com foco em empresas menores. A norma editada em novembro do ano passado foi um dos vários movimentos feitos pela CVM nos últimos meses para destravar o acesso das pequenas e médias empresas (PMEs) ao mercado de capitais. A mais recente e a última dessa fase, de acordo com a CVM aconteceu na terça-feira, quando a autarquia pôs em audiência pública a sugestão de ampliar também para ações o portfólio de valores mobiliários que podem ser ofertados de maneira privada, o que diminui o custo das ofertas (a regra atual vale apenas para títulos de dívida). As mudanças tiveram origem no Comitê Técnico para Ofertas Menores, grupo que conta com a participação da CVM, do BNDES e da BM&FBovespa. Souto entende que o movimento recente tem o poder de mudar a atual fase do mercado de acesso. Acredito ser essa uma questão cíclica. Ainda não temos um mercado de capitais que incorpore as empresas de tamanho menor, como acontece em vários países do mundo. Mas nos últimos meses vieram novas ideias, como essa norma da CVM, que melhoraram o desenho para o acesso de empresas menores, conta Souto, que elogia como muito moderna a gestão atual da autarquia. Atualmente,aáreadecapitalempreendedordaBNDESPartemparticipação direta em 35 PMEs. Em 2014, comaaplicaçãoemnovasempresas e o desinvestimento em outras, o fluxo de companhias na carteira deve chegar a 40. Devemos ter cerca de seis investimentos diretos esseano, explica osuperintendente da área, que gere um patrimônio de cerca de R$ 3,7 bilhões, sendo R$ R$ 1,75 bilhão em participações diretas e outro R$ 1,94 bilhão por meio de FIPs. Ao todo, são cerca de 200 empresas investidas. Entre as formas de saída que deve ocorrer entre dois e cinco anos usadas pela área de capital empreendedor da BNDESPar está a venda da participação para outro investidor, para o controlador da empresa ou a oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês). Até agora, a última opção tem sido tímida. Foram cinco empresas listadas no Bovespa Mais em 2013, e apenas uma delas, a Senior Solutions, contou com oferta inicial de ações. Com a aplicação em novas empresas e o desinvestimento em outras, o fluxo de companhias na carteira deve chegar a 40. Devemos ter cerca de seis investimentos diretos esse ano Luiz Souto Superintendente da BNDESPar Listar tem a ver com o ganho de governança, enquanto a oferta se relaciona com a liquidez. São dois caminhos diversos. As questões de governança são definidas na listagem, quando a empresa assume compromissos de uma companhia aberta, como instituir conselhos e divulgar informações periódicas. Plantamos nossas sementes e, posso lhe assegurar: assim que essa janela melhorar teremos uma quantidade de IPOs razoável no segmento de acesso, seja ele o Bovespa Mais ou outro que aparecer. Outra ideia discutida por Souto com a diretoria, ainda não aprovada, é a montagem de um fundo para participar de IPOs futuros no Bovespa Mais. Uma companhia que não tenha participação da BNDESPar receberia o apoio firme para a sua oferta de ações. É uma garantia muito importante para alavancar o mercado de ofertas de PMEs. O modelo desse fundo ainda não foi decidido.

Marcela Beltrao FGTS Correção pela inflação encarece crédito A correção das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela inflação pode quase dobrar as taxas de juros cobradas nos financiamentos habitacionais que usam recursos dessa fonte, diz a Caixa Econômica Federal (CEF). O alerta faz parte da estratégia de defesa do banco contra cerca de 30 mil ações que pedem a correção do FGTS pela inflação. A Caixa já venceu 16 mil e perdeu cinco. IG Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 19 Calote cai mas é o maior da AL Bancos brasileiros lideram na região, desde 2010; em rentabilidade, só ganham das instituições da Costa Rica Léa De Luca lluca@brasileconomico.com.br São Paulo Os bancos brasileiros já conseguiram domar o aumento dos calotes, mas as taxas ainda são as mais altas entre as das instituições de 16 países da América Latina acompanhados pela Fitch Ratings. Em média, o percentual de dívidas de liquidação duvidosa saiu de cerca de 7,8% do total dos empréstimos em 2011, quando a inadimplência no país atingiu seu pico, e terminou o terceiro trimestre do ano passado em torno de 7%. No mesmo período, a rentabilidade dos bancos brasileiros foi caindo, passando de 21% ao ano em 2010 para algo em torno de 13% no terceiro trimestre do ano passado índice maior apenas do que o das instituições da Costa Rica. Por essas razões, e também em função da expectativa de crescimento econômico ainda fraco neste ano, de taxas de juros em alta e desaceleração do ritmo do aumento das operações de crédito, a Fitch colocou o setor bancário brasileiro em perspectiva negativa para 2014 embora os ratings continuem estáveis. O diretor de análises da área de instituições financeiras da Fitch, Franklin Santarelli, disse ontem em teleconferência que as perspectivas para os bancos latino-americanos em 2014 são bastante divergentes, dependendo do país. A piora na perspectiva foi impulsionada por uma mistura de lentidão da atividade, uma recuperação das taxas de juros, e os desafios para gerenciar o vigoroso crescimento do crédito dos anos anteriores. Para Argentina, Venezuela e Equador, o principal desafio está relacionado ao aumento da intervenção do governo, disse. As perspectivas positivas no Uruguai e Costa Rica, por sua vez, são explicadas pela recuperação do crescimento. Na Costa Rica, o aumento da participação do crédito em relação ao PIB desde o final de 2013 também ajuda. A perspectiva para o México está estável mas tem chances de se transformar em positiva durante 2014, dependendo da recuperação do crescimento dos empréstimos e da qualidade do crédito, afirmou. A maioria dos bancos da região vai enfrentar problemas com crescimento do crédito, qualidade de ativos e rentabilidade. Mas as perspectivas econômicas, e as exigências de capital e pressão por liquidez diferem de país a país. De forma geral, os índices de cobertura dos bancos da região permanecem em níveis confortáveis. Apesar do aumento dos prejuízos com as baixas contábeis com os calotes, a cobertura está estável ou aumentando na maioria A perspectiva negativa para o setor bancário no Brasil deve-se a uma mistura de lentidão da atividade, recuperação das taxas de juros, e os desafios para gerenciar o crescimento recente do crédito Franklin Santarelli Diretor da Fitch Ratings Divulgação Santarelli, da Fitch: Tendências são divergentes entre os países NÚMEROS 13% É a média do índice de rentabilidade dos bancos brasileiros no final do terceiro trimestre de 2013, segundo a Fitch Ratings. Em 2010, o indicador era 21%. 7,0% É o percentual de créditos de liquidação duvidosa dos bancos brasileiros no terceiro trimestre de 2013, segundo a Fitch. dos países, segundo relatório da Fitch. No entanto, nota que essa cobertura está menor no Brasil e em alguns países da América Central. Ao mesmo tempo, os altos custos do crédito (com provisões e calotes) afetou a rentabilidade, assim como a queda das receitas. A margem líquida vem caindo em todos os países, com exceção do México, Equador e Colômbia. No Brasil, o índice fechou o terceiro trimestre de 2013 em 5%, vindo de pouco mais de 7% em 2010. As margens mais altas são dos bancos na República Dominicana, Venezuela e Peru. A Fitch também nota um desafio cada vez maior a adequação de capital por parte dos bancos da região. O mix da captação permanece bom, mas está sob ameaça, diz. BNDES conclui captação de 650 milhões Custo da operação é o menor já pago pelo Banco em euros; demanda ultrapassa 1,8 bilhão O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN- DES) anunciou ontem que concluiu uma captação de 650 milhões em títulos no mercado internacional, com vencimento em janeiro de 2019. A operação resultou em taxa de retorno ao investidor de 3,783% ao ano, o que representa prêmio de 260 pontos-base sobre os Mid-Swaps (principal referência para o mercado de euros). Segundo comunicado do banco, o custo final da operação foi o menor já pago pela instituição em uma emissão em euros e ficou em torno de 30 pontos-base mais barato do que se o BNDES fizesse uma nova emissão em dólares de prazo equivalente. A demanda foi muito superior ao valor oferecido ao mercado e mais de 190 investidores participaram do processo de formação de preço dos títulos (bookbuilding), que ultrapassou 1,8 bilhão de ordens. A elevada demanda viabilizou uma grande pulverização dos títulos para compradores de diversos países, com destaque para os europeus, e com perfil de investimento de longo prazo, informou o banco no comunicado. A primeira captação externa do BNDES em 2014 foi coordenada pelos bancos Deutsche Bank, JP Morgan e Santander e contou ainda com a participação do Banco do Brasil e do Mitsubishi UFJ Securities, o que permitiu a cobertura de diferentes regiões geográficas (Europa, Estados Unidos, Ásia e América Latina), ampliando a base de investidores do BNDES. Precificada no dia 13 de janeiro, a operação foi antecedida por um breve roadshow de executivos do BNDES, que realizaram reuniões com investidores internacionais em Londres, Paris, Amsterdã, Frankfurt e Munique. A captação marcou o retorno do BNDES ao mercado de euros após uma ausência de mais de três anos. O último título emitido pelo Banco denominado na moeda europeia foi lançado em setembro de 2010. Esta foi a segunda captação externa em euro do país neste ano. No último dia 7 a Petrobras anunciou emissão de 3,05 bilhões e 600 milhões, com vencimento de quatro a vinte anos.

20 Brasil Econômico Quinta-feira, 23 de janeiro, 2014 O MERCADO COMO ELE É... LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES luiz.sergio@brasileconomico.com.br SELIC SEM ÂNCORA NÃO FUNCIONA Se a intenção do Comitê de Política Monetária (Copom), ao elevar de forma algo surpreendente a Selic em 0,50 ponto, para 10,50%, era atrair capitais estrangeiros destinados a baixar o dólar e ajudar a combater a inflação, o alvo foi alcançado, mostraram dados divulgados ontem pelo Banco Central sobre o comportamento da balança cambial na semana passada. Embora o fluxo cambial ainda tenha ficado negativo na semana entre 13 e 17 em US$ 677 milhões resultado de uma saída líquida de US$ 737 milhões pela conta financeira e de um modesto ingresso líquido de US$ 60 milhões pela comercial, na sexta-feira houve uma entrada de capitais financeiros no país de US$ 306 milhões. Editoria de Arte Este aporte ocorreu dois dias depois do Copom. E pode ter inaugurado uma nova onda de investimentos de feições mais especulativas no País. Como o Copom ainda não encerrou o aperto monetário e o mercado tem esperança de que a ata da reunião da semana passada, a ser publicada hoje, sustente um discurso rebarbativamente vigilante, pelo menos mais uma elevação de 0,25 ponto está garantida. Com ela, a Selic sobe a 10,75%. Trata-se de uma taxa nominal que sinaliza o pagamento de um juro em dólar de 6,57%, considerando-se que as cem instituições pesquisadas pelo Focus projetam variação cambial apenas levemente acima de 3,9% este ano. Nada mal. Se o Federal Reserve (Fed) não fizer nenhuma barbeiragem na administração do tapering hipótese tida como remota dada a vasta experiência bancária e acadêmica de Janet Yellen, o País pode reivindicar de novo o posto de paraíso dos especuladores. Desde que não haja ameaça de calote e de overshooting cambial, esse tipo de investidor não está preocupado com estouro da meta de inflação, política fiscal expansionista, baixo crescimento, nem mesmo com rebaixamento de rating. Para ele, o rating não constitui um impedimento estatutário. Grande parte do êxito dos ciclos de aperto monetário do passado foi obtida graças à sobreapreciação cambial. Esta nunca foi um mero efeito colateral desejável da alta da Selic. Dado o entupimento crônico de outros canais de transmissão dos efeitos da política monetária à economia real, sobretudo do crédito, a taxa de câmbio valorizada sempre esteve na linha de frente dos esforços anti-inflação. Até agora ainda não tinha funcionado a contento por causa justamente do processo de correção da política acomodatícia americana. E esta mal se iniciou. A eficácia duvidosa do ciclo monetário atual, de 3,25 pontos percentuais até agora, pode ser atribuída mais à volatilidade altista do dólar do que propriamente à demanda agregada expandida pela frouxidão fiscal. Sem âncora cambial, a Selic não funciona. O problema é que a Selic teria de subir muito mais ainda para de fato capturar lotes de investimentos estrangeiros capazes de reverter a negatividade do fluxo cambial. No acumulado de janeiro até o dia 17, a balança cambial exibe um déficit de US$ 1,89 bilhão. O fluxo está no vermelho tanto pela conta financeira (US$ 1,78 bilhão) quanto pela comercial (US$ 112 milhões). Como o BC não está fazendo mais os seus leilões de linha de crédito em dólar com compromisso de recompra, quem está suprindo o mercado de moeda são os bancos. Para tanto, elevam o seu endividamento na moeda. Fecharam 2013 com posições vendidas à vista de US$ 18,124 bilhões, um montante que superou em US$ 5,86 bilhões o déficit de US$ 12,26 bilhões contabilizado pelo fluxo cambial. E chegaram ao dia 17 com posição já acima de US$ 20 bilhões. A rota do dólar frente ao real parece estar condicionada a duas políticas monetárias, a daqui e a dos EUA. Só foi o Copom exibir os músculos no dia 15 para a moeda ceder de R$ 2,3574 no dia da reunião para R$ 2,3383 três dias depois. Mas aí o Fed mostrou os dentes, propenso a fazer mais um corte de US$ 10 bilhões em sua injeção mensal de liquidez. E o dólar voltou ao patamar anterior ao Copom. Fechou ontem a R$ 2,3725, em alta de 0,47%. Janeiro nem terminou e o giro de negócios já voltou a bombar. O movimento beirou os US$ 2,1 bilhões. Mas o juro brasileiro, o principal sedativo do dólar, não pode subir indefinidamente. Ou pode? Enquanto não se conhece inteiramente a sua predisposição monetária, resta ao BC agir diretamente para acalmar os nervosinhos do câmbio. Além de colocar a sua ração diária de swaps cambiais, no valor de US$ 198 milhões, ele fez ontem mais um leilão de rolagem do lote de US$ 11,03 bilhões que vence no dia 3. Foi a quinta operação consecutiva de rolagem, cada uma delas envolvendo US$ 1,2 bilhão. Faltam renovar US$ 4,87 bilhões, o que, no ritmo atual, acontecerá na próxima A eficácia duvidosa do ciclo monetário atual pode ser atribuída mais à volatilidade altista do dólar do que à frouxidão fiscal. Sem âncora cambial, a Selic não funciona quarta-feira, não por acaso dia da primeira reunião do ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed. No mercado futuro de juros da BM&F, a ansiedade por ler hoje cedo a ata do último Copom e por conhecer o IPCA-15 de janeiro, que o IBGE divulga às 9 horas, foi tanta ontem que travou as negociações. Nos três contratos mais relevantes, a tensão paralisante fez com que fechassem com as mesmas taxas da véspera, sem se importar nem com a alta do dólar, nem com a dos títulos de 10 anos do Tesouro americano, de 2,83% para 2,87%. A taxa para abril permaneceu em 10,49%, o contrato para a virada do ano nos mesmos 11,07% de terça-feira e o com liquidação em janeiro de 2017 persistiu nos 12,49% anteriores. A ata sai meia hora antes do IPCA-15, e este, na visão dos economistas, repetirá a dose de surpresa e incredulidade trazida pelo IPCA fechado de dezembro. Enquanto o índice não retomar uma trajetória declinante vista como consistente, o tom da ata deverá ser data dependent e hawkish. Esses dois termos em inglês são jargões de política monetária. Significam que as decisões serão, por princípio, duras, mas condicionadas à evolução dos indicadores.