O amor e a velhice. Ano lectivo 2013/2014 Faculdade de Psicologia Universidade de Lisboa

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Transcrição:

Ano lectivo 2013/2014 Faculdade de Psicologia Universidade de Lisboa O amor e a velhice 3º ano, 2º semestre Unidade Curricular: Introdução à Psicologia do Envelhecimento Docente: Prof. ª Dr.ª Maria Eugénia Duarte Silva Discentes: Carolina Madaíl (nº11013), Marta Simões (nº11148) e Patrícia Silva (nº11118)

Introdução O amor é um sentimento base na vida do ser humano e pode existir sob diversas formas. As relações amorosas podem ocorrer em qualquer idade. O amor pode fazer com que a velhice seja um possível recomeço.

O amor e a velhice http://www.youtube.com/watch?v=9li0rr9jgq8 Vídeo The Notebook

Casamentos a longo prazo Teoria da Selectividade Socioemocional (Carstensen), 1991 A partir da idade adulta até à velhice, as pessoas diminuem o número das relações sociais de forma a aumentar a proximidade emocional das relações significativas. Assim as relações íntimas tornam-se importantes fontes de contacto social. O casamento é uma fonte de apoio emocional e de afectos. No entanto, pode haver insatisfação na relação. (Carstensen, Levenson & Gottman, 1993)

Casamentos a longo prazo Casamento como fonte de apoio e carinho ao longo da vida, no entanto: Com a velhice os homens tornam-se mais afectuosos, o que pode levar com que as esposas os considerem dependentes Fontes de stress Reforma Declínio da saúde Realojamento (Carstensen, Levenson & Gottman, 1993)

Casamento a longo prazo Mudanças e Satisfação Marital Há menos conflito e mais prazer nos casais idosos do que nos casais de meia idade. A influência da saúde na satisfação marital é maior nas mulheres. Os filhos são uma maior fonte de conflito para os casais de meia idade do que para os casais idosos. As diferenças de género são menos significativas nos casais idosos do que nos casais de meia idade. (Carstensen, Levenson & Gottman, 1993)

Transições maritais Nos dias de hoje, uma proporção cada vez maior de idosos experiencia diversas transições a nível marital que podem afectar o apoio social do qual dispõem (Curran, Knab &McLanahan, 2000). Casamentos tardios Divórcio Viuvez Recasamento Redução de suporte familiar Aumento do suporte familiar

Exchange theory As transições maritais afectam de forma diferente os homens e as mulheres. Pois, as mulheres têm um papel mais directo na manutenção das relações de parentesco. Pessoas casadas Pessoas solteiras (Curran, Knab &McLanahan, 2000)

Transições maritais Casamentos tardios Aumento do número de divórcios Número reduzido de anos de casamento Decréscimo de apoio proveniente das relações de parentesco. Pois este apoio é gerado através do investimento em relações ao longo do tempo. (Curran, Knab &McLanahan, 2000)

Divórcio Diminui a confiança nas relações familiares Diminui a possibilidade de trocas e prestação de cuidados entre os parentes Tem efeitos deletérios nas relações de parentesco Este efeito é pior para os homens, pois dependem das ligações de parentesco das esposas e perdem-nas mais facilmente. Diminuindo, assim o apoio social dos parentes (Curran, Knab &McLanahan, 2000)

Viuvez Perda muito grande Necessidade de ajuda Desencadeia respostas de proximidade Rede familiar permanece idêntica Aumento do apoio social dos parentes (Curran, Knab &McLanahan, 2000)

Recasamento Cada vez há mais recasamentos após um divórcio ou mesmo até após a perda do parceiro. O que leva a redes de parentesco mais diversificadas E a aspectos positivos nos recursos financeiros dos idosos, mas a um menor apoio social proveniente de parentes Redes familiares homogéneas e casamentos mais longos levam a um maior apoio social por parte dos parentes, pois são mais estruturadas. (Curran, Knab &McLanahan, 2000)

A viuvez http://www.youtube.com/watch?v=kljcd6hyeog Vídeo Up Altamente!

Solidão e o Risco de mortalidade Reijo, S. T., Venla, L. V., Pirkko, E. R.& Kaisu, H. P. (2011) Solidão Experiência subjectiva Satisfação e Qualidade nas relações. Isolamento social Número de contactos Associada a: - Viuvez; - Incompreensão por parte dos outros; - Expectativas não correspondidas de contacto; - Viver sozinho; - Declínio cognitivo.

Solidão e o Risco de mortalidade Reijo, S. T., Venla, L. V., Pirkko, E. R.& Kaisu, H. P. (2011) Isolamento social Solidão Mortalidade Resultados inconclusivos A existência de estudos que verificam ligação com mortalidade levou Reijo, S. T., Venla, L. V., Pirkko, E. R.& Kaisu, H. P. (2011) a realizar uma intervenção: Promover a integração social Aumento da saúde subjectiva; Melhorar capacidade cognitivas; Redução da mortalidade no 2 anos follow up; Estes resultados levaram à necessidade de um reteste para perceber a relação entre estas 2 variáveis

Solidão e Risco de mortalidade Reijo, S. T., Venla, L. V., Pirkko, E. R.& Kaisu, H. P. (2011) Intervenção psicossocial melhores condições de vida; atraso de declínio cognitivo Diferenças de sexo: solidão maior impacto no sexo masculino.

Perda do parceiro e Risco de suicídio Erlangsen A., Jeune B., Bille- Brahe, U. & Vaupel, J. W., (2004) Taxas de suicídio mais elevadas em indivíduos com mais de 80 anos. Causa identificada Morte do parceiro Maior impacto no sexo masculino Espera-se taxa de suicídio mais elevada no grupo dos homens.

Perda do parceiro e Risco de suicídio Erlangsen A., Jeune B., Bille- Brahe, U. & Vaupel, J. W., (2004) Miller Risco de suicídio elevado em individuos com mais de 80 anos Perdas Impossibilidade de recuperação emocional Objetivo do estudo (Erlangsen A., Jeune B., Bille- Brahe, U. & Vaupel, J. W., 2004): Perceber impacto da perda do parceiro em pessoas com mais de 80 anos; Ver diferenças de género.

Perda do parceiro e Risco de suicídio Erlangsen A., Jeune B., Bille- Brahe, U. & Vaupel, J. W., (2004) O que se verifica? Taxas de suicídio mais elevadas em: Indivíduos com mais de 80 anos; sexo masculino; condição de viuvez; A perda do parceiro não explica totalmente o risco de suicídio, existem outras causas: - Perda de capacidades - Presença de perturbações somáticas. Diferença significativa quanto ao género; Sexo masculino - sentimento de perda é mais duradouro; Mais dificuldades de autonomia.

Programa de Intervenção (Prevenção) Raveis, V. H. (1999) Morte do Parceiro Mortalidade Verifica-se ainda: - sintomas depressivos; - queixas somáticas; - perturbações psiquiátricas; - diminuição do bem-estar. Morbidez Risco de suicídio Sentimento de perda tende a prolongarse durante os dois primeiros anos após a morte.

Programa de Intervenção (Prevenção) Raveis, V. H. (1999) Programa com objectivo de permitir: - ajustamento psicossocial; - Transição para fase de viuvez. Indivíduos de meiaidade (50-64 anos) e idosos (65-80 anos) Viuvez Ajuste da identidade Luto pela morte Prevenir riscos Intervenção pré e pós morte Fase anterior à morte Fase posterior Facilitar a comunicação Apoiar no processo de luto Ajudar o cônjuge sobrevivente com aspectos de rotina Ajudar com as tarefas inerentes à doença Ajudar a lidar com a perda Manutenção do apoio no processo de luto Ajudar a viver sem o parceiro Ajudar a lidar com sentimento de afastamento emocional

Programa de Intervenção (Prevenção) Raveis, V. H. (1999) Identificação de situações de risco: - Doenças de maior duração; - Número de responsabilidades; - Perda e Idade avançada. Vantagens do programa: Identificação de situações de risco para uma intervenção adequada; Apoio individualizado

Intimidade Conjugal Proximidade e Afecto Estádios de maturação psicológica Intimidade Pensamentos e sentimentos em relação ao outro Processo dinâmico Dimensão emocional, biológica e social Actividade Sexual Comportamento não verbal Toque, olhar e proximidade física Berscheid & Reis (1998)

Intimidade Conjugal Dimensão Emocional Teoria Triangular do Amor (Sternberg, 1986) Carinho, ternura e confiança Desejo, excitação, atracção física e romance Partilha de decisões e projectos

Intimidade Conjugal Dimensão Emocional Aumento da Intimidade afectiva Diminuição do desejo sexual Acção da rotina e convivência do casal Constituição de família e mudança de papéis (Mccullough & Rutenberg, 2001), (Perel, 2007) Metamorfose Primária Diminuição do exercício da parentalidade (Cerveny & Berthoud, 2010) Revisão do exercício da conjugalidade Novos valores e significados: casamento, afecto e intimidade Redescoberta do outro e do prazer de ser casal Metamorfose Secundária

Intimidade Conjugal Dimensão Emocional Autonomia vs. Entrega Individualidade vs. Conjugalidade Interdependência Mudanças na intimidade conjugal estão vinculadas às alterações individuais Imagem corporal distorcida Conflitos internos Diminuição da auto-estima e aumento da ansiedade Inibição da expressão sexual Necessidade de sentir e conhecer a força do novo corpo (Viana & Madruga, 2008)

Intimidade Conjugal Dimensão Biológica Alterações do Sistema Reprodutor Feminino Diminuição abrupta de estrogénio e progesterona Redução da elasticidade dos tecidos da vagina Redução da lubrificação - Desconforto e dor nas relações sexuais Dificuldade em atingir o orgasmo Alterações do Sistema Reprodutor Masculino Menor produção de testosterona Diminuição da produção de espermatozóides Dificuldade em iniciar ou manter a erecção (impotência) Dificuldade em atingir o orgasmo Expressões de afecto e fantasias Desejo de seduzir e ser seduzido Procura de bem estar na relação íntima (Bard et al., 2013)

Intimidade Conjugal Dimensão Biológica Preconceito: Idosos como seres assexuados Modificações quantitativas da resposta sexual Experiências passadas Conhecimento corporal mútuo Descoberta de novas zonas erógenas 62% homens e 30% mulheres (mais de 80 anos) com actividade sexual recente; 87% homens e 68% mulheres experienciaram intimidade de outra forma (Kessel, 2001) A falta de parceiro pode explicar o abandono das relações sexuais, mas não explica a renúncia a interesses e a comportamentos sexuais (Hildebrandt et al., 2008) A sexualidade na velhice é simples, mas complexa, o corpo envelhece, a fisiologia sexual modifica-se, mas a capacidade de amar, beijar e abraçar mantem-se até o final da vida (Hildebrandt et al., 2008)

Intimidade Conjugal Dimensão Social Prolongar a qualidade de vida Limitar ou impedir a participação da 3ª idade na sociedade Barreiras Sociais à Sexualidade Condicionamento pelas crenças da sociedade Fase da vida assexuada e anulação do desejo sexual Influência na auto-estima e auto-confiança Doenças e medicação Crença de perversão e de prejuízo à saúde Crença autorealizada: medo e vergonha

Intimidade Conjugal Dimensão Social Desmistificação sexual Na 3ª idade não se perde o apetite sexual Não se tem pressa e reina a qualidade Alteração da frequência dos desejos e ritmos sexuais Novos papeis Perda de privacidade dificulta relacionamento afectivo Permanência em instituições ou casas dos filhos Papel de avós predominante Religião Base da discriminação actual Pecado Prática não reprodutiva (Almeida et al., 2010)

Encontrar um novo amor Na velhice, pode haver muito mais vitalidade do que muitos imaginam. Pode surgir uma vontade de viver e de experienciar inúmeras actividades e sentimentos. Bailes da terceira idade Forma de lazer Clima de bem-estar e euforia Aumenta a rede social Podem surgir novas relações amorosas. (Kinas & Vendruscolo, 2010)

Encontrar um novo amor Perda do parceiro (viuvez ou divórcio) Sentimentos de solidão Pode levar à procura de um novo relacionamento amoroso, com ou sem compromisso. Partilha de sentimentos e preocupações Menos sentimentos de solidão Partilha de novas experiências Maior apoio social (Kinas & Vendruscolo, 2010)

Encontrar um novo amor Perspectiva positiva Perspectiva negativa Aceitação Desesperança Satisfação Insegurança Influência e aprovação da família, que pode ser influenciada por diversos factores. (Kinas & Vendruscolo, 2010)

Referências Bibliográficas Almeida, T, Antunes, C., Mayor, S. & Lourenço, L. (2010). Considerações Sobre o Amor e a Sexualidade na Maturidade. Revista Pensando em Famílias, vol. 14, n. 2. Both, T., Simões, P. (2013). A Metamorfose da Intimidade e da Sexualidade em Casamentos Longevos. Revista de Psicologia da IMED, v. 5, n. 1, p. 17-22. Carstensen, L., Levenson, R.W., & Gottman, J.M. (1993). Long-Term Marriage: Age, Gender, and Satisfaction. Psychology and Aging, 8 (2), 301-313. Curran, S., Knab, J., & McLanahan, S. (2000). Does remarriage expand perceptions of kinship support among the elderly?. Princeton University. Erlangsen A., Jeune B., Bille- Brahe, U. & Vaupel, J. W., (2004). Loss of partner and suicide risks among oldest old: a population-based register study. Age and Ageing, 33, 378 383. Hildebrandt, M.; Leite, T., Moura, I. (2008). Idosos e a sua percepção acerca da sexualidade na velhice. Rev. Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 5, n. 2, p. 132-140. Kessel, B. (2001). Sexuality in the older person. Age and Aging, 30, 121-124. Kinas, R., & Vendruscolo, G. B. B. (2010). O despertar do amor nos bailes das Terceira Idade. Psico, 41, 14-20. Raveis, V. H. (1999). Facilitating Older Spouses Adjustment to Widowhood:A Preventive Intervention Program. Social Work in Health Care, 29 (4), 13-32. Reijo, S. T., Venla, L. V., Pirkko, E. R.& Kaisu, H. P. (2011). Suffering from Loneliness Indicates Significant Mortality Risk of Older People. Journal of Aging Research, 1-5. Viana HB, Madruga VA. Sexualidade, qualidade de vida e atividade física no envelhecimento. Conexões, 6: 222-233.