DENGUE: ASPECTOS CLÍNICOS



Documentos relacionados
MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS DE DENGUE. Orgs.: DR. Antonio Juliano de Barros SMS

Aspectos Clínicos da Infecção pelo Vírus da Dengue

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PORTARIA Nº 1.922, DE 22 DE OUTUBRO DE 2002

Manejo de casos suspeitos de Dengue no Estado de Santa Catarina.

NEURODENGUE. Marzia Puccioni Sohler, MD, PhD. Laboratório de Líquido Cefalorraquidiano UFRJ

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE NOTA TÉCNICA SOBRE FEBRE DO ZIKA VÍRUS

Febre pelo vírus ZIKA / Microcefalia

Mitos e Erros MITOS A DENGUE NÃO TEM TRATAMENTO

Arbovírus: arthropod-born virus 400 vírus isolados 100 patógenos humanos. Febres indiferenciadas Encefalites Febres hemorrágicas

Espectro clínico. Figura 1 Espectro clínico chikungunya. Infecção. Casos Assintomáticos. Formas. Típicas. Fase Aguda. Fase Subaguda.

Dengue, Chikungunya, Zika. O que são Transmissão Sintomas Tratamentos Prevenções

Um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4.

Ofício Circular S/SUBPAV/SAP n.º 019/2015 Rio de Janeiro, 03 de novembro de 2015.

Dengue diagnóstico e manejo clínico. Lúcia Alves da Rocha

REDE LABORATORIAL DE DENGUE

Profª Drª. Joelma Gonçalves Martin Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu- Unesp

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA GOVERNO REGIONAL SECRETARIA REGIONAL DOS ASSUNTOS SOCIAIS INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE E ASSUNTOS SOCIAIS, IP-RAM

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. ZIKA VIRUS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

RAIVA OBJETIVOS PROPRIEDADES DO VÍRUS INTRODUÇÃO

RAIVA OBJETIVOS PROPRIEDADES DO VÍRUS INTRODUÇÃO REPLICAÇÃO DO VÍRUS

Manejo de casos suspeitos de Febre Maculosa. Outubro de 2018

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. DENGUE Aula 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

Secretaria Municipal de Saúde. Atualização - Dengue. Situação epidemiológica e manejo clínico

NOTA INFORMATIVA Nº 92, DE 2017/SVS/MS

SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR PROTOCOLO DENGUE

Secretaria de Saúde Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. NOTA TÉCNICA - 30 de Abril de 2015

Distúrbios do Na+ 0 7 / 1 2 /

AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS PEDIÁTRICOS DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA.

AUTARQUIA EDUCACIONAL DE BELO JARDIM CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM ROSELINE CALISTO FEBRE DO NILO OCIDENTAL

XX Encontro de Iniciação à Pesquisa Universidade de Fortaleza 20 à 24 de Outubro de 2014

Vigilância das Arboviroses

FISIOPATOLOGIA E ANÁLISES LABORATORIAIS DA DENGUE

DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA SE VOCÊ AGIR, PODEMOS EVITAR!! Professor Sebástian Freire sebastian.nicsaude@gmail.com

NOTA TÈCNICA EBOLA SITUAÇÃO NA AFRICA E CONDUTAS PARA PROFISSIONIAS DE SAÚDE

Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya e Zika Vírus Janeiro de 2016

Manejo dos casos suspeitos de Febre pelo vírus ZIKA / Microcefalia

Apoio Conselho Federal de Medicina

Prefeitura de Belo Horizonte Secretaria Municipal de Saúde Protocolo para atendimento aos pacientes com suspeita de dengue

Vigilância das Arboviroses

Vigilância das Arboviroses

Imagem da Semana: Fotografia

Febre amarela. Alceu Bisetto Júnior. Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores

Investigação epidemiológica de doenças transmitidas pela fêmea do Aedes aegypti: dengue, chikungunya e zika. Deborah Bunn Inácio

vacina hepatite B (recombinante)

Declaração de Conflitos de Interesse. Nada a declarar.

Febre Amarela Aspectos clínicos e terapêuticos. João Barberino Medicina Tropical - UnB

Dengue. Febre hemorrágica Febre não diferenciada Síndrome de febre da dengue (síndrome viral) da dengue (efusão de plasma)

VIGILÂNCIA DA EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE, CHIKUNGUNIA E ZIKA

DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO DAS INFECÇÕES POR DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA VÍRUS

Trabalho de biologia

Vigilância Epidemiológica da Febre do Chikungunya

Doença por vírus Ébola. Procedimentos a adotar pela LSA

Informe Técnico Dengue, Chikungunya e Zika Vírus

Carina Leão de Matos - R2 Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Brasília, 11 de julho de 2011

4. Que outros dados epidemiológicos seriam importantes para o caso?

Fluarix Tetra GlaxoSmithkline Brasil Ltda Suspensão Injetável 0,5 ml

3. Como chegou ao Brasil?

NOTA TÉCNICA NT 01 / DVDTV / /01/2016 DENGUE CHIKUNGUNYA ZIKA

ARBOVIROSES - FLUXOGRAMA DA LOGÍSTICA LABORATORIAL E DE NOTIFICAÇÃO - CAP 3.1 ZIKA DENGUE

Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento de Leptospirose

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

SURTO DE FEBRE CATARRAL MALIGNA EM BOVINOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. CHIKUNGUNYA Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Doenças exantemáticas DIP II

FEBRE DO NILO OCIDENTAL CID 10: A92.3

Manejo Clínico no Adulto: DENGUE

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

VACINAÇÃO SEGURA SCR e SC

VAMOS FALAR SOBRE HEPATITE

NOTA DE ALERTA SARAMPO

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA E ALIMENTAR RESPONSÁVEIS: Jaqueline Ourique L. A. Picoli Simone Dias Rodrigues Solange Aparecida C.

TREINAMENTO CLÍNICO EM MANEJO DA DENGUE Vigilância Epidemiológica Secretaria Municipal de Saúde Volta Redonda

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. HIV/AIDS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

DENGUE: UMA AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS NOTIFICADOS EM UM ESTADO NORDESTINO

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

Zika vírus. Confira todos os sintomas para saber se está com Zika vírus

A crescente ameaça global dos vírus da Zika, Dengue e Chikungunya

Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya e Zika Vírus

Comentários sobre os Indicadores de Morbidade e Fatores de Risco até 2006

INFECÇÃO PELO HIV E AIDS

Publicação Mensal sobre Agravos à Saúde Pública ISSN

NOTA TÉCNICA Nº 001 DIVE/SES/2014

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVO DE NOTIFICAÇÃO - SINAN DICIONÁRIO DE DADOS AMBIENTE WINDOWS

Doença de Kawasaki. Acadêmico: Lucas Thiesen Pientka Orientadores: Dr. Marcos Cristovam Dra. Adriana Bresolin Cascavel, outubro de 2015

Nota Técnica sobre a Vacina contra Dengue

Orientações para Notificação / Investigação de casos suspeitos de Sarampo (CID 10: B05)

Seminário Grandes Síndromes ICTERÍCIA

Vigilância das Arboviroses

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

Co-infecção HIV/HBV. Quando e como tratar?

Vamos abordar. 1º- Situação do dengue nas Américas 2º- Desafios para a atenção médica 3º- Curso clínico de dengue

Diagnóstico Laboratorial de Chikungunya

Transcrição:

DENGUE: ASPECTOS CLÍNICOS

PNCD Programa Nacional de Controle de Dengue SVS/MS Secretaria de Estado de Saúde do RS Secretarias Municipais de Saúde?? Agosto de 2007

FAMED/UFMS Prof. Dr. Rivaldo Venâncio da Cunha

Dengue e dengue hemorrágico Tópicos a serem abordados: Espectro clínico das infecções pelos vírus dengue Apresentações clínicas incomuns; Dengue com comprometimento neurológico; Patogenia das formas graves; Diagnóstico laboratorial.

Espectro clínico da infecção pelos vírus dengue

Infecção assintomática maioria das pessoas infectadas não apresenta quaisquer manifestações clínicas; a cepa viral, a idade, o estado imune do indivíduo, a constituição genética e fatores ambientais podem influenciar no não surgimento de manifestações clínicas; durante uma epidemia, o percentual de casos assintomáticos é muito variável; nos Municípios de Niterói e Nova Iguaçu (1986), o percentual de casos assintomáticos foi de aproximadamente 30,0% (Dietz et al., 1990)

Febre indiferenciada apresenta-se como quadro febril inespecífico; geralmente acompanhado apenas de mal-estar e erupção maculopapular; dura, em média, 1 a 3 dias; mais comum em lactentes, crianças menores e idosos.

Febre do dengue ou dengue clássico

Febre do dengue ou dengue clássico Início após período de incubação, geralmente de quatro a seis dias; febre de início súbito, raramente > que 40º.C, acompanhada de cefaléia, mialgias, astenia, prostração, dor retro-orbital, artralgias e exantema, além de manifestações gastrintestinais e linfadenopatias

Febre do dengue ou dengue clássico Durante as primeiras 24 horas de febre, pode ocorrer exantema generalizado e transitório; viremia usualmente coincide com a febre; no último dia de febre, ou nas 24 horas seguintes, surge um exantema secundário maculopapular ou morbiliforme, que permanece de 1 a 5 dias; esse exantema secundário, mais intenso nas regiões palmares e plantares, pode provocar uma segunda elevação da temperatura corporal, resultando numa curva em "sela.

Febre do dengue ou dengue clássico Próximo ao fim do período febril, ou imediatamente após a defervescência, podem aparecer: petéquias sobre o dorso dos pés, pernas e, ocasionalmente, nas axilas, punhos, dedos e palato; embora incomuns, sangramentos como epistaxe, gengivorragia, hematêmese, hipermenorréia e hematúria têm sido relatados durante várias epidemias.

Febre do dengue ou dengue clássico O restabelecimento pode ser acompanhado de fadiga intensa, anorexia e depressão, impedindo, às vezes, o indivíduo de retomar imediatamente as suas atividades cotidianas; Síndrome da Fadiga Crônica pós-dengue

Table 1 - Clinical manifestations of dengue fever from 6,151 reported cases. RN 1997. Clinical manifestations No. of cases % Fever 5,948 96.7 Cephalalgia 5,702 92.7 Myalgias 4,915 79.9 Retroorbital pain 4,656 75.7 Artralgya 4,232 68.8 Prostration 3,278 53.3 Nauseas 2,989 48.6 Abdominal pain 2,928 47.6 Rash 2,503 40.7 Hemorrhages 443 7.2

Dengue hemorrágico ou Febre hemorrágica por dengue

Table 2 - Relative and absolute frequencies of the clinical manifestations observed in 60 cases of DHF/DSS. Niterói, RJ, 1990-1991 Clinical manifestations No. of cases % Fever 60 100.0 Cephalalgia 60 100.0 Myalgias 54 90.0 Nauseas 43 72.0 Prostration 33 55.0 Artralgya 31 52.0 Exanthema 30 50.0 Hepatomegaly 28 47.0 Abdominal pain 23 38.0 Retroorbital pain 16 27.0 Tourniquet test positive 40/55 73.0 Petechiae 35 58.0 GIT Hemorrhages* 11 18.0 Metrorrhagia 05/30 17.0 Gum bleeding 10 17.0

Diagnóstico Diferencial do Dengue Influenza Sarampo Rubéola Malária Febre tifóide Leptospirose Meningococcemia Ricketsioses Sépsis bacterial Outras febres hemorrágicas virais

APRESENTAÇÕES ANORMAIS DO DENGUE Comprometimento de SNC Comprometimento hepático Miocardiopatia Hemorragia gastrointestinal grave

Dengue com comprometimento neurológico

ACOMETIMENTO DE SNC conseqüência de reações imunológicas da infecção viral por dengue com subseqüente inflamação perivascular; ACARRETANDO: 1. edema cerebral, 2. congestão vascular, 3. hemorragias focais e infiltrados linfocitários perivasculares, 4. focos de desmielinização perivenosa e 5. formação de imunocomplexos

ACOMETIMENTO DE SNC PODE OCORRER: Durante a infecção ou como manifestação pós-infecciosa RESULTAM: da deposição de imunocomplexos mais do que do envolvimento direto do sistema nervoso

ACOMETIMENTO DE SNC DURANTE A FASE AGUDA DE DENGUE: cefaléia, convulsão / delírio, insônia, inquietação, irritabilidade e depressão. ASSOCIADOS OU NÃO A: meningismo discreto sem alteração da consciência ou deficiência neurológica focal, depressão sensorial, convulsões e desordens comportamentais

ACOMETIMENTO DE SNC DISTÚRBIOS PÓS-DENGUE: epilepsia, tremores, amnésia, demência, psicose maníaca, paralisia de Bell, envolvimento de laringe, paralisia de extremidades inferiores, de palato, de nervo ulnar, de nervo torácico longo, de nervo peroneal.

ACOMETIMENTO DE SNC DISTÚRBIOS PÓS-DENGUE... síndrome de Reye (esteatose hepatica com encefalopatia), síndrome de Guillain-Barré (polirradiculoneuropatia aguda), meningoencefalomielite e mononeuropatias.

MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS FERREIRA, Maria Lúcia Brito & cols, Arq Neuropsiquiatria 2005;63(2-B):488-493

INVESTIGAÇÃO DE SURTO DE ENCÉFALO- MIELITE AGUDA DURANTE SURTO DE DENGUE NO ESTADO DE RONDÔNIA, NOVEMBRO DE 2004 A MARÇO DE 2005 Alessandro Pecego Martins Romano Rui Rafael Durlacher Greice Madeleine Ikeda do Carmo

Tabela 1 Freqüência de sinais e sintomas, dia de evolução da doença Sinal ou sintoma N (%) Início (dias) Duração média (dias) Intervalo (dias) Febre 41 100 0 6 2-12 Cefaléia 37 90 0 8 2-34 Mialgia 41 100 1 12 4-60 Astenia 40 98 1 14 3-60 DRO 33 80 1 8 1-34 Náusea 36 88 4 6 1-15 Vômito 24 59 4 4 1-8 Diarréia 17 42 4 3 1-10 Exantema 26 63 5 5 2-14 Sangramento 13 32 8 - -

Tabela 2 Freqüência de sinais e sintomas, dia de evolução da doença Sinal ou sintoma N (%) Início (dias) Duração média (dias) Intervalo (dias) Hiperestesia 18 44 9 6 1-30 Paresia 40 98 9 28 6-60 Obstipação 20 49 9 9 2-30 Parestesia 40 98 10 28 6-60 Dificuldade deambulação 40 98 10 28 6-60 Disfunção sexual 25 61 10 53 12-60 Retenção urinária 27 66 10 8 1-30 Paralisia 17 42 10 8 1-20 Insônia 19 46 11 23 5-60 Confusão mental 11 27 11 11 1-23

EM PRESENÇA DE COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS DO DENGUE. SOLICITAR: EXAME DE LCR: Pleocitose predominantemente linfocitária; com glicorraquia e proteinorraquia normais, compatíveis com infecção viral; EXAMES DE IMAGEM: Na tomografia computorizada (TC) e na ressonância magnética (RM), os achados mais comuns são edema cerebral generalizado ou focal

María G Guzmán and Gustavo Kourí

ETIOPATOGENIA Por que algumas pessoas desenvolvem formas graves e outras não???

TEORIA DA INFECÇÃO SEQÜENCIAL anticorpos heterólogos antidengue, adquiridos ativa ou passivamente (através da placenta); segunda infecção causada pelo vírus DEN-2; intervalo entre as duas infecções de no mínimo 3 meses e no máximo 5 anos; crianças do sexo feminino com mais de 3 anos de idade.

TEORIA DA INFECÇÃO SEQÜENCIAL anticorpos heterólogos da classe IgG, existentes em concentrações subneutralizantes, formariam complexos imunes com os vírus; a ligação destes complexos imunes com fagócitos mononucleares, através de receptores Fc, provocaria a rápida internalização, resultando em infecção celular, seguida de replicação viral; em outras palavras, os anticorpos em concentrações subneutralizantes impedem a reinfecção pelo mesmo sorotipo que estimulou a sua produção e, paradoxalmente, facilitam a infecção por outros sorotipos.

TEORIA DA INFECÇÃO SEQÜENCIAL Durante a infecção secundária, haveria a proliferação de linfócitos T CD4+; produção de interferon gama; aumento do número de fagócitos infectados na presença de anticorpos antidengue, ativação destes fagócitos mononucleares para produzirem mediadores químicos (TNFα, citocinas IL 10, 12, 18... a lise destes fagócitos por linfócitos também libera citocinas...

TEORIA DA INFECÇÃO SEQÜENCIAL Elevados níveis séricos de TNF α e de citocinas Processo inflamatório intenso Aumento da permeabilidade vascular Perda de plasma e trombocitopenia (pela ativação da cascata e pela produção de anticorpos antiplaquetários

TEORIA DA INFECÇÃO SEQÜENCIAL Elevados níveis séricos de TNF α e de citocinas Processo inflamatório intenso Aumento da permeabilidade vascular Perda de plasma e trombocitopenia (pela ativação da cascata e pela produção de anticorpos antiplaquetários)

HIPÓTESE INTEGRAL

María G Guzmán and Gustavo Kourí THE LANCET Infectious Diseases Vol 2 January 2002

Diagnóstico laboratorial Cunha, RV & Nogueira, RMR. Dengue e Dengue hemorrágico. In: Coura, JR, Dinâmica das Doenças Infecciosas Espécime Tempo doença Teste Interpretação Soro agudo < 5 dias Isolamento e RT-PCR MACELISA Se positivo confirma o diagnóstico e identifica o sorotipo infectante Se positivo, infecção atual ou recente.poderá ser positivo nos 3 primeiros dias Soro convalescente 14-30 dias IgELISA* Títulos >160 até 5 o dia ou Títulos => 160.000 indicam infecção secundária IH** => 2560 indicam infecção secundária Tecidos, LCR e Tecidos fixados A qualquer tempo Isolamento RT-PCR Imunohistoquimica Se positivo confirma o sorotipo envolvido *Miagostovich et al., 1992 **Gubler, 1988