EAD no ensino superior Relatos de pedagogos em formação Suellen Maria Guimarães Dias Fernandes Graduada em Pedagogia FATEA Maria Cristina Marcelino Bento Mestre em Educação - FATEA
RESUMO A EAD é uma das formas de utilizarmos as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Necessita-se ampliar as pesquisas sobre EAD, verificando suas consequências para educadores e educandos. A presente pesquisa busca demonstrar como a EAD, por meio da visão de pedagogos, poderá inovar a prática pedagógica, e talvez propor um diferencial na cultura escolar. EAD, Pedagogia, Ensino Superior PALAVRAS-CHAVE: ABSTRACT The EAD one way of using the Information and Communication Technologies (ICT). It is needed to expand research about EAD, checking their consequences for educators and students. This research seeks to demonstrate how the EAD, through the vision of educators, can innovate pedagogical practice, and perhaps propose a differential in the school culture. EAD, Education, Higher Education KEYWORDS: 70
1.INTRODUÇÃO A Educação a Distância (EAD) iniciou seus cursos por correspondência, depois surgiram outros meios que foram facilitando a interação entre professor e aluno; que são: o telefone, o rádio, a televisão e as fitas de vídeo e áudio. Com a chegada dos computadores, essa modalidade de ensino EAD ganhou mais um recurso o CD. Com a criação e propagação da internet surgiu a EAD on-line, em que o ensino-aprendizagem era interativo, participativo e flexível. Considerando a EAD uma ferramenta de inovação à educação faz-se necessário conhecer a opinião dos pedagogos sobre essa experiência. Desta forma, a problemática a ser resolvida: Qual a visão dos graduandos de Pedagogia sobre a educação a distância? Possui os seguintes objetivos: apresentar breve histórico da EAD; relatar as possibilidades de desenvolvimento da EAD no Ensino Superior; conhecer a opinião de um grupo de pedagogos sobre a EAD. A pesquisa é de natureza exploratória, com análise qualitativa, é desenvolvida com alunos do 3º ano do curso de Pedagogia presencial - que participam da EAD, desde o início do curso. Os sujeitos que participaram desta pesquisa afirmam que estudar, via EAD, facilita na compreensão da importância do uso das TICs em educação. 2.1 BREVE HISTÓRICO DA EAD NO BRASIL, VIA INTERNET Alves (in LITTO E FORMIGA, 2009) afirma que a EAD no Brasil tem início no século XX, oferecendo cursos profissionalizantes por correspondência voltados para um publico com necessidade de crescimento profissional, principalmente nas áreas de comércio e serviços. De acordo com Mattar (2011), a Educação a Distância (EAD) iniciou seus cursos por correspondência, depois surgiram outros meios que foram facilitando a interação entre professor e aluno; que são: o telefone, rádio, televisão e fitas de vídeo e áudio. Com a chegada dos computadores, essa modalidade de ensino ganhou novos recursos, como o CD e a internet, tornando o processo de ensino-aprendizagem interativo, participativo e flexível. Segundo Machado (2010) a EAD tem como objetivo levar a educação superior de qualidade às regiões distantes e possibilitar às camadas sociais acesso à Educação. É importante que a EAD seja tratada como uma modalidade educacional eficiente e apropriada, tanto quanto a modalidade presencial. Conforme Uebe (2009, s/p) em 1992 a internet começa a despontar no Brasil e, em torno de 1994, tem-se as universidades brasileiras se dedicando à pesquisa e à oferta de cursos superiores a distância, assim como ao uso de novas tecnologias nesse processo. Segundo Mattar (2011) por volta de 1995, com o crescimento explosivo da internet, 71
pode-se observar um ponto de ruptura na história da EAD. Surge um novo território para a educação, o espaço virtual da aprendizagem, digital e com base na rede. Aparecem também várias associações de instituições de ensino a distância. Passa-se simultaneamente a conceber um novo formato para o processo de ensino-aprendizagem, aberto, centrado no aluno. O uso das tecnologias tem-se proliferado com o propósito de oferecer ambientes educacionais on-line, desde e-mails, chats e as plataformas de aprendizagem. E essas ferramentas tem sido de uso crescente no Ensino Superior. (Teles, 2009) A partir da leitura de Valente e Mattar, (2007) um curso a distancia on-line pode ser conduzido sem interação entre os alunos e os professores, baseando-se, por exemplo, em um modelo de instrução programada, com exercícios e softwares que corrigem automaticamente o que o aluno faz. No outro extremo da interação, teríamos as aulas por videoconferências de duas mãos, em que os alunos podem fazer perguntas e interagir em tempo real com o professor e seus colegas, mesmo a quilômetros de distância. Ainda em Valente e Mattar (2007), há também diferentes atividades e avaliações propostas em EAD, cuja seleção e combinação servem também para definir o modelo do curso. As atividades síncronas, como chatas e videoconferências, exigem que os alunos e professores estejam conectados ao mesmo tempo. Já as atividades assíncronas permitem que os alunos realizem suas atividades no momento que desejarem, e por isso predominam nos projetos de EAD. São inúmeras as instituições que oferecem cursos a distancia, desde disciplinas isoladas até programas completos de graduação e pós-graduação. As vezes os cursos são oferecidos por instituições que também oferecem cursos presenciais, mas, existem instituições voltadas exclusivamente para a modalidade de ensino a distancia. 2.2 EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTANCIA: TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS A evolução das TICs trouxe mais interação entre professor e aluno. A partir disso as instituições de ensino superior começaram a se adequar a uma nova realidade. Kipnis, afirma que no futuro as universidades deverão estar em funcionamento 24 horas por dia, 7 dias por semana, combinando o presencial com o virtual, trabalhando sem fronteiras de seu alcance local. Harvard e Massachusetts Institute of Techonology (MIT) investiram US$ 60 milhões para oferecerem cursos on line. Já a Índia pretende construir diversas universidades nos próximos dez anos. Segundo Silva, no futuro, um professor poderá montar um material, a partir de 72
fontes de todo o mundo, fornecendo diferentes perspectivas. O professor seria então mais responsável por tutoria e debates e menos por aulas expositivas. Tudo isso requer infraestrutura tecnológica e programas acadêmicos que atendam à demanda. A perspectiva futura e o caminho a ser percorrido pelas instituições de educação superior no Brasil para o desenvolvimento da EAD e das TICs dependerá, sobretudo, delas próprias e também do Estado, na esperança de que possamos acreditar no potencial criativo e de aprendizagem da sociedade brasileira, ficando o Estado apenas como um ente estimulador e financiador dessa criatividade, em vez de buscar controlar e burocratizar um processo que, em sua essência, é dinâmico e flexível. (KIPNIS, 2009, p.214). Os modelos de EAD para o Ensino Superior no Brasil hoje seguem de acordo com a Portaria 4.059 de 10 de dezembro de 2004 exigindo que os cursos de modalidade semipresencial não podem ultrapassar 20% da carga horária total do curso e a avaliação presencial faz-se necessária. De acordo com Dias e Leite (2010), hoje a oferta de cursos a distancia no Brasil, segundo o art. 2º do Decreto 5.622 de 19 de dezembro de 2005, pode ocorrer na educação básica, educação de jovens e adultos (EJA), educação especial, educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: técnicos, de nível médio e tecnológico, de nível superior; educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: sequenciais, de graduação, de especialização, de mestrado e de doutorado, sendo que em cursos que utilizam a modalidade semipresencial, de acordo com a Portaria 4.059 de 10 de dezembro de 2004, não poderão ultrapassar 20% da carga horária total do curso, sendo ainda obrigatória uma avaliação presencial. 3.METODOLOGIA A pesquisa é de natureza bibliográfica e exploratória com análise qualitativa. Participaram desta pesquisa graduandos de um curso de Pedagogia, da região do Vale do Paraíba do Sul. O instrumento de pesquisa utilizado foi o Diário da Plataforma Moodle, criado pela Instituição de Ensino Superior. Este espaço foi criado mediante autorização do Coordenador do NEAD da IES. Este instrumento consiste em uma das formas de atividade da plataforma. O projeto de pesquisa foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas Teresa DÁvila- Lorena/SP, via Plataforma Brasil, o qual foi aprovado sob o protocolo nº10/2012. Os sujeitos receberam informações sobre problema e objetivos da pesquisa. Os quinze que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre 73
e Esclarecido. Três indagações/orientações permearam o registro solicitado aos sujeitos e o registro no Diário (Moodle) da IES. Primeiro indagamos se os estudos por meio da EAD contribuem ou não para a sua formação de pedagogo, solicitamos a justificativa da resposta. No segundo momento. os sujeitos deveriam registrar as facilidades e ou dificuldades encontradas para a realização dos estudos pela EAD - utilizadas durante a realização do curso de graduação; a última etapa do registro solicitava que cada sujeito registrasse outras impressões sobre a EAD, além das já solicitadas para esta pesquisa. 4.RESULTADOS E DISCUSSÕES Mediante os registros dos sujeitos, conforme seguem: a EAD contribui para a compreensão e aprendizado do uso da TICs em educação, aprimorando sua formação de educador? Sim, contribui, pois ao executar as diversas atividades no decorrer desses anos, me aperfeiçoei um pouco mais em lidar com a internet, ao realizar os exercícios me vejo refletindo mais nas respostas e entre tantas outras coisas; o professor precisa estar sempre se atualizando, aperfeiçoando-se mais, buscando novas e diversas maneiras de aprendizagens para que possa ter base no que irá transferir a seus alunos. A EAD contribui muito para minha formação como pedagogo, pois essa é uma forma de estudo muito favorável devido ao avanço tecnológico. Essa forma de estudo beneficia muito o estudante, porque com a EAD quem decide o melhor horário para estudar é o estudante, ele acessa os conteúdos postados de acordo com seus horários e necessidades, além disso essa forma de estudo promove a interação entre alunos, devido as chats e fórum de discussão. As facilidades, em estudar via EAD, estão permeadas pelo uso do computador e internet, pela consciência para aprender o novo; pela necessidade do aprendizado das TIC na educação. Entretanto, as dificuldades ficaram por conta da: falta de disciplina para estudar, dificuldade em acessar a plataforma e/ou atividades dentro do tempo previsto, dificuldade em conseguir acesso à plataforma. Os sujeitos relacionam suas impressões da EAD com facilidade, interação, comodismo, modernidade em educação. Facilidade de acesso aos estudos; mais uma ferramenta ao professor, que a precisa dominar, pois, a EAD via internet é considerada novidade. Um sujeito, apesar de manifestar facilidade no uso das TICs, não gosta desta forma de estudo, prefere o presencial. 74
5. CONCLUSÃO Os sujeitos, de modo geral, consideram a EAD uma ferramenta de ampliação ao processo educacional, mesmo, preferindo o presencial. Reconhecem que ao estudarem pela EAD são auxiliados no aprendizado das TICS, para a aplicação das mesmas em processos didáticos. O uso da EAD precisa ser repensado para além dos 20% limitados pela Portaria 4.059 de 10 de dezembro de 2004, uma vez que ela propicia mais um ambiente de aprendizagem. REFERÊNCIAS ALVES, José Roberto Moreira. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Frederic M.; FORMIGA, Marcos (orgs.). Educação a Distância: O Estado da Arte. 3ª Reimpressão. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. DIAS, Rosilânia Aparecida; LEITE, Ligia Silva. Educação a Distância: Da legislação ao pedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 123p. KIPNIS, Bernardo. Educação superior a distância no Brasil: tendências e perspectivas. In: LITTO, Frederic M.; FORMIGA, Marcos (orgs.). Educação a Distância: O Estado da Arte. 3ª Reimpressão. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. MACHADO, Marcos. Educação a distância no ensino superior: impasses e possibilidades. In: Intr@ciência, São Paulo, ano 2, n. 01, p. 61-105, novembro.2010 MATTAR, João. Guia de Educação a Distância. São Paulo: Cengage Learning: Portal Educação, 2011. 105p. SILVA, Werciley. Internet provoca tsunami em universidades americanas. Disponível em: <http://www.educacaoadistancia.blog.br/internet-provoca-tsunami-emuniversidades-americanas/> Acesso em 26 de maio de 2012. 75