Português UNICAMP ETAPA. Resposta QUESTÃO 1 QUESTÃO 2. mais do que outros exatamente pelo mesmo produto.



Documentos relacionados
Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa Matemática

Atividade: Leitura e interpretação de texto. Português- 8º ano professora: Silvia Zanutto

Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele

Os encontros de Jesus. sede de Deus

Homens. Inteligentes. Manifesto

A criança e as mídias

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES

CPV O cursinho que mais aprova na GV

Texto 1 O FUTEBOL E A MATEMÁTICA Modelo matemático prevê gols no futebol Moacyr Scliar

RESOLUÇÃO Matemática APLICADA FGV Administração

Não é o outro que nos

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES

Empresário. Você curte moda? Gosta de cozinhar? Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço.

Matemática SSA 2 REVISÃO GERAL 1

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira!

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom

RESOLUÇÃO Matemática APLICADA FGV Administração

A função do primeiro grau

O que Vês na Imagem?

PROVA BIMESTRAL Língua portuguesa

Shusterman insere cultura pop na academia

(Michael Fertik, Um conto de duas internets. Scientific American Brasil, São Paulo, março 2013, p. 18.)

Pesquisas e Contagens

Oração. u m a c o n v e r s a d a a l m a

5 Equacionando os problemas

Equações do segundo grau

Série 6 o ANO ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO 3º BIMESTRE / 2011

Objetivas Qual dos números abaixo é o mais próximo de 0,7? A) 1/2 B) 2/3 C) 3/4 D) 4/5 E) 5/7 *

Realidade vs Virtualidade

Solução da prova da 1 a fase OBMEP 2008 Nível 1

Departamento de Matemática - UEL Ulysses Sodré. Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

ATIVIDADES DE MATEMÁTICA 8ª A/B

APLICAÇÕES DA DERIVADA

CONCURSO PÚBLICO VESTIBULAR/2015

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica

A origem dos filósofos e suas filosofias

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/SP

SERVIÇO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado da Educação Superintendência Regional de Ensino de Carangola Diretoria Educacional

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade

Sugestão de avaliação

f r a n c i s c o d e Viver com atenção c a m i n h o Herança espiritual da Congregação das Irmãs Franciscanas de Oirschot

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

b) a 0 e 0 d) a 0 e 0

Ler em família: viagens partilhadas (com a escola?)

Gabarito da 17ª Olimpíada Estudantil Astra de Matemática ª Fase

ORIENTAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS DO JORNAL REPORTAGEM RESENHA CRÍTICA TEXTO DE OPINIÃO CARTA DE LEITOR EDITORIAL

TIPO DE PROVA: A. Questão 1. Questão 4. Questão 2. Questão 3. alternativa D. alternativa A. alternativa D. alternativa C

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA

n! (n r)!r! P(A B) P(A B) = P(A)+P(B) P(A B) P(A/B) = 1 q, 0 < q < 1

NOME COMPLETO DA SUA INSTITUIÇÃO. Nome completo do integrante A Nome completo do integrante B Nome completo do integrante C

PROVA DE MATEMÁTICA DA UEFS VESTIBULAR RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia Gouveia.

JOGO DA VIDA DICA AOS ADULTOS: LEIA AS INSTRUÇÕES A SEGUIR COM ATENÇÃO E AO MESMO TEMPO VÁ JOGANDO COM A CRIANÇA

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y

Nome: N.º: endereço: data: telefone: PARA QUEM CURSARÁ O 8 Ọ ANO EM Disciplina: português


Avanços na transparência

ÍNDICE. Introdução. Os 7 Segredos. Como ser um milionário? Porque eu não sou milionário? Conclusão. \\ 07 Segredos Milionários

coleção Conversas #14 - outubro e r r Respostas perguntas para algumas que podem estar passando pela sua cabeça.

Cotagens especiais. Você já aprendeu a interpretar cotas básicas

Serviço Público Federal CONCURSO PÚBLICO 2014 INSTRUÇÕES GERAIS. Nº do doc. de identificação (RG, CNH etc.): Assinatura do(a) candidato(a):

A Sociologia de Weber

Aluno(a): Nº. Disciplina: Português Data da prova: 03/10/2014. P1-4 BIMESTRE. Análise de textos poéticos. Texto 1. Um homem também chora

Uma lei que associa mais de um valor y a um valor x é uma relação, mas não uma função. O contrário é verdadeiro (isto é, toda função é uma relação).

CANDIDATO BANCADO PELOS PAIS

Roteiro para curta-metragem. Aparecida dos Santos Gomes 6º ano Escola Municipalizada Paineira NÃO ERA ASSIM

SUMÁRIO 1. AULA 6 ENDEREÇAMENTO IP:... 2

RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Duração: Aproximadamente um mês. O tempo é flexível diante do perfil de cada turma.

O papel do CRM no sucesso comercial

os botões emocionais Rodrigo T. Antonangelo

1. Um corpo arremessado tem sua trajetória representada pelo gráfico de uma parábola, conforme a figura a seguir.

Questão 1. Questão 3. Questão 2. alternativa E. alternativa B. alternativa E. A figura exibe um mapa representando 13 países.

Anexo Entrevista G1.1

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

Família. Escola. Trabalho e vida econômica. Vida Comunitária e Religião

CURSO ANUAL DE MATEMÁTICA REVISÃO ENEM RETA FINAL

DESENGANO CENA 01 - CASA DA GAROTA - INT. QUARTO DIA

Vamos fazer um mundo melhor?

UFPR_VESTIBULAR _2004 COMENTÁRIO E RESOLUÇÃO POR PROFA. MARIA ANTONIA GOUVEIA

Como ponto de partida para esse trabalho, considerem o texto a seguir. [ ] Mas a fotografia é arte? Claro que é! Pois o fotógrafo não se limita a

Perfil de investimentos

43. Jogo do bingo com figuras

BOLETIM INFORMATIVO JAN/FEV.

Para a grande maioria das. fazer o que desejo fazer, ou o que eu tenho vontade, sem sentir nenhum tipo de peso ou condenação por aquilo.

Resolução da Prova da Escola Naval Matemática Prova Azul

PROVAS DE MATEMÁTICA DO VESTIBULARES-2011 DA MACKENZIE RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia Gouveia. 13 / 12 / 2010

MÓDULO 5 O SENSO COMUM

Arthur de Carvalho Jaldim Rubens de Almeida Oliveira CÃO ESTELAR. EDITORA BPA Biblioteca Popular de Afogados

FUNÇÃO REAL DE UMA VARIÁVEL REAL

Matemática. Subtraindo a primeira equação da terceira obtemos x = 1. Substituindo x = 1 na primeira e na segunda equação obtém-se o sistema

A Busca. Capítulo 01 Uma Saga Entre Muitas Sagas. Não é interessante como nas inúmeras sagas que nos são apresentadas. encontrar uma trama em comum?

Integrais Duplas e Coordenadas Polares. 3.1 Coordenadas Polares: Revisão

Subsídios para O CULTO COM CRIANÇAS

Como fazer uma página WEB

Selecionando e Desenvolvendo Líderes

Nome: N.º: endereço: data: Telefone: PARA QUEM CURSA O 7 Ọ ANO EM Disciplina: MaTeMÁTiCa

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas?

Transcrição:

Português QUESTÃO 1 Na última década, os sites de comércio eletrônico têm alterado preços com base em seus hábitos na Web e atributos pessoais. Qual é a sua situação geográfica e seu histórico de compras? Como você chegou ao site de comércio eletrônico? Em que momentos do dia você o visita? Toda uma literatura emergiu sobre ética, legalidade e promessas econômicas de otimização de preços. E o campo está avançando rapidamente: em setembro passado, o Google recebeu a patente de uma tecnologia que permite que uma companhia precifique de forma dinâmica o conteúdo eletrônico. Pode, por exemplo, subir o preço de um livro eletrônico se determinar que você tem mais chances de comprar aquele item em particular do que um usuário médio; ao contrário, pode ajustar o preço para baixo como um incentivo se julgar que é menos provável que você o compre. E você não saberá que está pagando UNICAMP mais do que outros exatamente pelo mesmo produto. (Michael Fertik, Um conto de duas internets. Scientific American Brasil, São Paulo, março 013, p. 18.) a) Considerando as informações presentes no trecho, explique o sentido de precificar. b) Substitua os dois conectivos se sublinhados, fazendo as adaptações gramaticais necessárias e mantendo o nível de formalidade do período. a) Segundo o texto, precificar significa estabelecer o valor, isto é, o preço a ser pago por um produto, levando em consideração o interesse do comprador pelo item oferecido. b) Pode, por exemplo, subir o preço de um livro eletrônico caso determine que você tenha mais chances de comprar aquele item em particular (...); ao contrário, pode ajustar o preço para baixo (...) caso julgue que seja menos provável que você o compre. QUESTÃO (Adaptado de Planeta Sustentável. Disponível em planetasustentavel. abril.com.br/infográficos/#content. Acessado em 9/10/ 013.)

3 a) Os infográficos apresentam informações de forma sintética, utilizando imagens, cores, organização gráfica, etc. Indique dois exemplos, do infográfico reproduzido anteriormente, em que a informação é apresentada por meio de linguagem não verbal. b) Considerando o veículo em que foi publicado, a revista Planeta Sustentável, qual é a finalidade desse infográfico? a) Podemos citar como exemplo a utilização das bandeiras tanto de países, quanto da União Europeia e do mapa da África e o esboço das pessoas denotando o consumo de água (na cor azul) nas diversas partes do mundo. b) Considerando-se o nome da publicação, o gráfico tem por finalidade a conscientização sobre o desperdício e o consumo (desigual) de água potável em diferentes regiões do planeta. QUESTÃO 3 TENHO PENA DOS ASTRÔNOMOS. Eles podem ver os objetos de sua afeição estrelas, galáxias, quasares apenas remotamente: na forma de imagens e telas de computador ou como ondas luminosas projetadas de espectrógrafos antipáticos. Mas, muitos de nós, que estudam planetas e asteroides, podem acariciar blocos de nossos amados corpos celestes e induzi-los a revelar seus mais íntimos segredos. Quando eu era aluno de graduação em astronomia, passei muitas noites geladas observando por telescópios aglomerados de estrelas e nebulosas e posso garantir que tocar um fragmento de asteroide é mais gratificante emocionalmente: eles oferecem uma conexão tangível com o que, de outra forma, pareceria distante e abstrato. Os fragmentos de asteroides que mais me fascinam são os condritos. Esses meteoritos, que compõem mais de 80% dos que se precipitam do espaço, derivam seu nome dos côndrulos que praticamente todos contêm minúsculas esferas de material fundido, muitas vezes menores do que um grão de arroz. (...) Quando examinamos finas fatias de condritos sob um microscópio, ficamos sensibilizados da mesma maneira como quando contemplamos pinturas de Wassily Kandinsky e outros artistas abstratos. (Alan E. Rubin, Segredos dos meteoritos primitivos. Scientific American Brasil. março 013, p. 49.) Alan E. Rubin é geofísico e leciona na Universidade da Califórnia. a) Esse trecho, que introduz um artigo científico sobre meteoritos primitivos, apresenta um estilo pouco usual nessa espécie de texto. Indique duas expressões nominais ou verbais do texto que identificam esse estilo. b) Nesse trecho, ocorre uma alternância entre o uso da primeira pessoa do singular e o da primeira pessoa do plural. Dê uma justificativa para o uso dessa alternância na passagem. a) Considerando que esse seja um texto científico e que, portanto, deveria apresentar um estilo formal, podem-se destacar algumas expressões metafóricas ou informais que demonstram sentimentos e julgamentos, como nos exemplos: objetos de sua afeição ; espectrógrafos antipáticos ; acariciar blocos de nossos amados corpos celestes e ficamos sensibilizados. b) Ao utilizar a primeira pessoa do singular, o autor particulariza, dá um exemplo pessoal. Com a utilização da primeira pessoa do plural, o autor generaliza e fala de toda a categoria dos astrônomos. QUESTÃO 4 A sobrevivência dos meios de comunicação tradicionais demanda foco absoluto na qualidade de seu conteúdo. A internet é um fenômeno de desintermediação. E que futuro aguardam os meios de comunicação, assim como os partidos políticos e os sindicatos, num mundo desintermediado? Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qua-

lidade técnica e ética. Ou fazemos jornalismo de verdade, fiel à verdade dos fatos, verdadeiramente fiscalizador dos poderes públicos e com excelência na prestação de serviços, ou seremos descartados por um consumidor cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole da informação na plataforma virtual. (Carlos Alberto di Franco, Democracia demanda jornalismo independente. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14/10/013, p. A.) a) Desintermediação é um termo técnico do campo da comunicação. Ele se refere ao fato de que os meios de comunicação tradicionais não mais detêm o monopólio da produção e distribuição de mensagens. Considerando esse mundo desintermediado, identifique duas críticas ao jornalismo atual formuladas pelo autor. b) Os processos de formação de palavras envolvidos no vocábulo desintermediação não ocorrem simultaneamente. Tendo isso em mente, descreva como ocorre a formação da palavra desintermediação. a) As críticas formuladas pelo autor ao jornalismo atual são: ausência de fidelidade à verdade; não há fiscalização das ações dos poderes públicos; não apresenta excelência na prestação de serviços. b) O vocábulo desintermediação não é formado por derivação parassintética, mas por derivação prefixal e sufixal. QUESTÃO 5 (Disponível em coletivotransverso.blogspot.com.br. Acessado em 9/10/013.) 4 A intervenção urbana anteriormente reproduzida foi criada pelo Coletivo Transverso, um grupo envolvido com arte urbana e poesia, que afixou cartazes como esses em muros de uma grande cidade. a) Que outro texto está referido em SEGURO MORREU DE TÉDIO? b) A relação entre os dois textos o do cartaz e aquele a que ele remete é importante para a interpretação dessa intervenção urbana? Justifique sua resposta. a) O texto SEGURO MORREU DE TÉDIO dialoga com o ditado popular O seguro morreu de velho. b) Sim. Os cartazes, aparentemente colocados de forma proposital sobre outros de propaganda política, fazem uma crítica inteligente à manutenção do atual status quo, isto é, por trás (ou por baixo) de uma aparente normalidade (segurança) esconde-se um estado de estagnação e alienação (tédio). Esta é a ideia de uma intervenção urbana. QUESTÃO 6 Uma cidade como Paris, Zé Fernandes, precisa ter cortesãs de grande pompa e grande fausto. Ora para montar em Paris, nesta tremenda carestia de Paris, uma cocotte com os seus vestidos, os seus diamantes, os seus cavalos, os seus lacaios, os seus camarotes, as suas festas, o seu palacete (...), é necessário que se agremiem umas poucas de fortunas, se forme um sindicato! Somos uns sete, no Clube. Eu pago um bocado... (Eça de Queirós, A Cidade e as Serras. São Paulo: Ateliê Editorial, 011, p. 94.) cocotte: mulher de hábitos libertinos e vida luxuosa; meretriz. fausto: luxo. a) Que expressão do texto representa uma marca direta de interação do narrador com outro personagem? b) Uma descrição pode ter um efeito argumentativo. Que trecho descritivo do texto reforça a imagem da vida luxuosa das cortesãs na Paris da época (fim do século XIX)?

a) Nesta passagem, a interação entre o narrador e outro personagem se dá pelo uso do vocativo Zé Fernandes. Essa técnica atribui ao texto tom de diálogo. b) O trecho, por meio das descrições, reforça a ideia de fragilidade da sociedade no final do século XIX. Ao mencionar que as cortesãs são tão luxuosas que houve necessidade da formação de uma agremiação para sustentá-las em seus gastos, conforme o trecho é necessário que se agremiem umas poucas de fortunas, se forme um sindicato! Somos uns sete, no Clube. Eu pago um bocado..., o narrador argumenta quão frívola é tal sociedade. QUESTÃO 7 O excerto a seguir é o trecho final de Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antonio de Almeida. O segredo que a Maria-Regalada dissera ao ouvido do major no dia em que fora, acompanhada por D. Maria e a comadre, pedir pelo Leonardo, foi a promessa de que, se fosse servida, cumpriria o gosto do major. Está pois explicada a benevolência deste para com o Leonardo, que fora ao ponto de não só disfarçar e obter perdão de todas as suas faltas, como de alcançar-lhe aquele rápido acesso de posto. Fica também explicada a presença do major em casa da Maria-Regalada. Depois disto entraram todos em conferência. O major desta vez achou o pedido muito justo, em consequência do fim que se tinha em vista. Com a sua influência tudo alcançou; e em uma semana entregou ao Leonardo dois papéis: um era a sua baixa de tropa de linha; outro, sua nomeação de Sargento de Milícias. Além disto recebeu o Leonardo ao mesmo tempo carta de seu pai, na qual o chamava para fazer-lhe entrega do que lhe deixara seu padrinho, que se achava religiosamente intacto................................... 5 Passado o tempo indispensável do luto, o Leonardo, em uniforme de Sargento de Milícias, recebeu-se na Sé com Luizinha, assistindo à cerimônia a família em peso. (Manuel Antonio de Almeida, Memórias de Um Sargento de Milícias. Cotia: Ateliê Ed., 000) a) Que diferença significativa pode ser estabelecida entre a condição inicial do herói do romance e sua condição final, reproduzida no trecho anterior? b) Essa condição foi alcançada por mérito de Leonardo? Justifique. a) Leonardo, filho, no início de sua trajetória, é oriundo e representante das camadas mais baixas da sociedade carioca. Ao final do romance, ascende socialmente por meio de heranças e dote, passando a transitar nas esferas mais altas. b) A ascensão de Leonardo não se dá por mérito próprio, pois ele não faz nada para mudar sua condição aliás, sequer se preocupa com ela. Porém, embora malandro, esse anti-herói vai ganhando simpatizantes ao longo de sua trajetória e é a intervenção deles que o faz ascender socialmente. QUESTÃO 8 Operário no mar Na rua passa um operário. Como vai firme! Não tem blusa. No conto, no drama, no discurso político, a dor do operário está na sua blusa azul, de pano grosso, nas mãos grossas, nos pés enormes, nos desconfortos enormes. Esse é um homem comum, apenas mais escuro que os outros, e com uma significação estranha no corpo, que carrega desígnios e segredos. Para onde vai ele, pisando assim tão firme? Não sei. A fábrica ficou lá atrás. Adiante é só o campo, com algumas árvores, o grande anúncio de gasolina americana e os fios, os fios, os fios. O operário não lhe sobra tempo de perceber que eles levam e trazem mensagens, que contam da Rússia, do Araguaia, dos Estados Unidos. (...) Para onde vai o operário? Teria

6 vergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe que não é, nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca. E me despreza... Ou talvez seja eu próprio que me despreze a seus olhos (...). (Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 01, p.3.) a) No trecho citado, o eu lírico se pergunta sobre o destino do operário: Para onde vai ele, pisando assim tão firme? Tendo em mente a crítica político-social que estrutura o conjunto do livro, explique a razão da dúvida do eu lírico. b) No fragmento do poema Operário no mar, o eu lírico manifesta os sentimentos de vergonha e de desprezo na sua relação com o operário. Qual é a posição do eu lírico no que diz respeito ao papel do artista como agente de transformação da realidade social? a) Por um lado, o eu lírico põe em questão a firmeza do operário no que tange sua alienação, conforme o texto: não lhe sobra tempo de perceber que eles levam e trazem mensagens. Por outro lado, o eu lírico também estranha o aspecto resoluto, que sugere uma postura decidida. Da tensão entre decisão e alienação, nasce a dúvida do enunciador. b) A posição do eu lírico no que tange a transformação promovida pelo artista na realidade social é de ceticismo, como se a sua condição de observador (meditativo, passivo) o afastasse da verdadeira situação do homem prático. QUESTÃO 9 Crianças Ladronas Já por várias vezes o nosso jornal, que é sem dúvida o órgão das mais legítimas aspirações da população baiana, tem trazido notícias sobre a atividade criminosa dos Capitães da Areia, nome pelo qual é conhecido o grupo de meninos assaltantes e ladrões que infestam a nossa urbe. (Jorge Amado, Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 013, p. 9.) O Sem-Pernas já tinha mesmo (certo dia em que penetrara num parque de diversões armado no Passeio Público) chegado a comprar entrada para um [carrossel], mas o guarda o expulsou do recinto porque ele estava vestido de farrapos. Depois o bilheteiro não quis lhe devolver o bilhete da entrada, o que fez com que o Sem-Pernas metesse as mãos na gaveta da bilheteria, que estava aberta, abafasse o troco, e tivesse que desaparecer do Passeio Público de uma maneira muito rápida, enquanto em todo o parque se ouviam os gritos de: Ladrão!, ladrão! Houve uma tremenda confusão enquanto o Sem-Pernas descia muito calmamente a Gamboa de Cima, levando nos bolsos pelo menos cinco vezes o que tinha pago pela entrada. Mas o Sem-Pernas preferiria, sem dúvida, ter rodado no carrossel (...). (Idem, p. 63.) a) O primeiro excerto é representativo do conjunto de textos jornalísticos que iniciam Capitães da Areia. Que voz social eles expressam? b) O narrador, no segundo trecho, adere a um ponto de vista social que caracteriza a ficção de Jorge Amado. Que ponto de vista é esse? a) As pseudorreportagens, que abrem o romance Capitães da Areia, expressam a voz de uma elite, da qual o jornal se diz o órgão das mais legítimas aspirações. Essa elite, representada por população baiana, na imprensa, revela-se extremamente maniqueísta e tendenciosa, optando por ignorar as causas do problema social, relegando-o somente a um caso de polícia. b) O romance Capitães da Areia tem claramente um caráter panfletário e político. Influenciado pelas ideias marxistas, tão em voga na década de 1930, Jorge Amado faz seu narrador aderir à causa dos meninos marginais, abandonados à sua própria sorte nas ruas de Salvador. Deste modo, às vezes notadamente parcial, faz com que os leitores esqueçam-se dos delitos e crimes dos menores, para elevá-los ao posto de heróis, numa cruzada de transformação social.

QUESTÃO 10 (...) Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 001, p.101.) Então apareceu o Lobo Neves, um homem que não era mais esbelto que eu, nem mais elegante, nem mais lido, nem mais simpático, e todavia foi quem me arrebatou Virgília e a candidatura... (...) Dutra veio dizer-me, um dia, que esperasse outra aragem, porque a candidatura de Lobo Neves era apoiada por grandes influências. Cedi (...). Uma semana depois, Virgília perguntou ao Lobo Neves, a sorrir, quando seria ele ministro. - Pela minha vontade, já; pela dos outros, daqui a um ano. Virgília replicou: - Promete que algum dia me fará baronesa? - Marquesa, porque serei marquês. Desde então fiquei perdido. (Idem, p.138.) (...) Virgília deixou-se estar de pé; durante algum tempo ficamos a olhar um para o outro, sem articular palavra. Quem diria? De dois grandes namorados, de duas paixões sem freio, nada mais havia ali, vinte anos depois; havia apenas dois corações murchos, devastados pela vida e saciados dela, não sei se em igual dose, mas enfim saciados. (Idem, p. 76) a) No romance, Brás Cubas estabelece vínculos amorosos, em diferentes momentos, com Marcela e com Virgília. Explique a natureza desses dois vínculos, considerando a classe social das personagens envolvidas. b) Considerando o último excerto, como o narrador Brás Cubas avalia sua vivência amorosa ao final do romance? a) Há entre as personagens citadas um jogo de interesses que revela suas ambições. Na relação de juventude com Marcela, embora explorado financeiramente pela cortesã, Brás Cubas considera-se superior a ela, 7 pois pode se dar ao luxo de sustentá-la. Na relação com a ambiciosa Virgília, que tem pretensões à aristocracia, o personagem- -narrador vislumbra uma possibilidade de angariar privilégios políticos e tornar-se ministro, portanto, deixar seu nome nos anais da história do país. b) O narrador avalia sua situação amorosa de forma objetiva e pessimista, demonstrando que pouco ou nada ficou: dois corações murchos, devastados pela vida e saciados dela.... QUESTÃO 11 O vale de Santarém é um destes lugares privilegiados pela natureza, sítios amenos e deleitosos em que as plantas, o ar, a situação, tudo está numa harmonia suavíssima e perfeita: não há ali nada de grandioso nem sublime, mas há uma como simetria de cores, de sons, de disposição em tudo quanto se vê e sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito e o repouso do coração devem viver ali, reina ali um reinado de amor e benevolência. As paixões más, os pensamentos mesquinhos, os pesares e as vilezas da vida não podem senão fugir para longe. Imagina-se por aqui o Éden que o primeiro homem habitou com a sua inocência e com a virgindade do seu coração. (Almeida Garret, Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial, 01, p.114.) Entramos a porta da antiga cidadela. Que espantosa e desgraciosa confusão de entulhos, de pedras, de montes de terra e caliça! Não há ruas, não há caminhos, é um labirinto de ruínas feias e torpes. O nosso destino, a casa do nosso amigo é ao pé mesmo da famosa e histórica igreja de Santa Maria de Alcáçova. Há de custar a achar em tanta confusão. (Idem, p. 11.) a) Os excertos transcritos contrastam dois espaços organizadores da narrativa. Caracterize e explique o significado desses espaços para o conjunto do relato ficcional.

b) A chegada à cidade de Santarém mostra- -se decepcionante para o narrador viajante. Explique o motivo dessa decepção, tendo em vista a expectativa do narrador no início do romance. a) Os excertos transcritos apresentam dois espaços organizadores da narrativa: a natureza exuberante do Vale de Santarém em contraposição à miséria material e ao desmantelamento da antiga cidadela. b) A decepção que perpassa o narrador decorre da constatação de que a cidade, berço das origens de Portugal e, conforme se verifica no primeiro excerto, equiparada ao Éden, encontra-se abandonada e ao sabor não só do descaso das autoridades e sociedade portuguesas, mas também das crises sociais originadas em uma luta fatricida. QUESTÃO 1 Quase sempre levava-lhe presentes (...) e perguntava-lhe se precisava de roupa ou de calçado. Mas um belo dia, apresentou-se tão ébrio, que a diretora lhe negou a entrada. (...) Tempos depois, Senhorinha entregou à mãe uma conta de seis meses de pensão do colégio, com uma carta em que a diretora negava-se a conservar a menina (...). Foi à procura do marido; (...) Jerônimo apareceu afinal, com um ar triste de vicioso envergonhado que não tem ânimo de deixar o vício (...). Eu não vim cá por passeio! prosseguiu Piedade entre lágrimas! Vim cá para saber da conta do colégio!... Pague-a você!, que tem lá o dinheiro que lhe deixei! Eu é que não tenho nenhum! (...) E as duas, mãe e filha, desapareceram; enquanto Jerônimo (...) monologava, furioso (...). A mulata então aproximou-se dele, por detrás; segurou-lhe a cabeça entre as mãos e beijou-o na boca... Jerônimo voltou-se para a amante... E abraçaram-se com ímpeto, como se o breve tempo roubado pelas visitas fosse uma interrupção nos seus amores. (Aluísio de Azevedo, O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983, p. 137 e 139.) 8 O cortiço não dava ideia do seu antigo caráter. (...) e, com imenso pasmo, viram que a venda, a sebosa bodega, onde João Romão se fez gente, ia também entrar em obras. (...) levantaria um sobrado, mais alto que o do Miranda (...). E a crioula? Como havia de ser? (...) Como poderia agora mandá-la passear assim, de um momento para outro, se o demônio da crioula o acompanhava já havia tanto tempo e toda a gente na estalagem sabia disso? (...) Mas, só com lembrar-se da sua união com aquela brasileirinha fina e aristocrática, um largo quadro de vitórias rasgava-se defronte da desensofrida avidez de sua vaidade. (...) caber-lhe-ia mais tarde tudo o que o Miranda possuía... (Idem, p. 133 e 145.) a) Considerando-se a pirâmide social representada na obra, em que medida as personagens Rita Baiana e Bertoleza, referidas nos excertos, poderiam ser aproximadas? b) Levando em conta a relação das personagens com o meio, compare o final das trajetórias do português Jerônimo e do português João Romão. a) As personagens poderiam ser aproximadas pela ascendência (herança) racial comum e por estarem inseridas em uma sociedade escravocrata. Além disso, por ocuparem a camada mais baixa da pirâmide social e por ambicionarem uma posição social mais representativa ao lado de seus respectivos amantes. b) Os dois personagens exemplificam a tese naturalista de que o meio determina o homem. No caso de Jerônimo, ele amolece o caráter e sucumbe ao meio, sob às influências do álcool (vício), do calor (preguiça) e dos ímpetos sexuais (animalização). João Romão, diferentemente, busca no meio a forma de ascender socialmente por intermédio da exploração dos outros, dando vazão à ganância e aos seus instintos animalescos, comprovando a tese de que os fins justificam os meios.

Matemática UNICAMP QUESTÃO 13 A pizza é, sem dúvida, o alimento preferido de muitos paulistas. Estima-se que o consumo diário no Brasil seja de 1,5 milhão de pizzas, sendo o Estado de São Paulo responsável por 53% desse consumo. O gráfico abaixo exibe a preferência do consumidor paulista em relação aos tipos de pizza. a) Se não for considerado o consumo do Estado de São Paulo, quantas pizzas são consumidas diariamente no Brasil? b) Quantas pizzas de mozarela e de calabresa são consumidas diariamente no Estado de São Paulo? a) Sem considerar o estado de São Paulo, o total de pizzas consumidas diariamente no 47 Brasil é 47% de 1,5 milhão = 1 500 000 100 = 705 000 pizzas. b) No estado de São Paulo são consumidas 35 53 diariamente $ 1 500 000 = 78 50 100 100 5 53 pizzas de mozarela e $ 1 500 000 100 100 = 198 750 pizzas de calabresa. QUESTÃO 14 O peso médio (média aritmética dos pesos) dos 100 alunos de uma academia de ginástica é igual a 75 kg. O peso médio dos homens é 90 kg e o das mulheres é 65 kg. a) Quantos homens frequentam a academia? b) Se não são considerados os 10 alunos mais pesados, o peso médio cai de 75 kg para 7 kg. Qual é o peso médio desses 10 alunos? Sejam H e M a soma das massas dos homens e das mulheres, respectivamente, e n o número de homens na academia. Z ] H = 90 ] n H = 90 $ n ] M a) [ = 65 + * M = 6 500 65n ] 100 n H + M 5n + 6 500 = 7 500 ] = 75 100 \ H = 90n + * M = 6 500 65n, logo 40 homens frequentam a academia. n = 40 b) Seja x a soma das massas dos 10 alunos mais pesados. Como a soma das massas de todos os alunos é 7 500 kg e, excluindo-se os 10 mais pesados, a média passa a ser 7 kg, temos: 7 500 x = 7 + x = 100 kg, daí a média 90 x dos 10 mais pesados é 10 kg. 10 = QUESTÃO 15 O consumo mensal de água nas residências de uma pequena cidade é cobrado como se descreve a seguir. Para um consumo mensal de até 10 metros cúbicos, o preço é fixo e igual a 0 reais. Para um consumo superior, o preço é de 0 reais acrescidos de 4 reais por metro cúbico consumido acima dos 10 metros cúbicos.

Considere c(x) a função que associa o gasto mensal com o consumo de x metros cúbicos de água. a) Esboce o gráfico da função c(x) no plano cartesiano para x entre 0 e 30. b) Para um consumo mensal de 4 metros cúbicos de água, qual é o preço efetivamente pago por metro cúbico? E para um consumo mensal de 5 metros cúbicos? Sendo x o consumo de água, em metros cúbicos, se 0 x 10, c(x) = 0 e, para x > 10, o consumo acima de 10 metros cúbicos é x 10 e c(x) = 0 + 4(x 10) = 4x 0. a) O gráfico pedido é a união de um segmento horizontal e um segmento que liga (10; c(10)) = (10; 0) a (30; c(30)) = (30; 4 30 0) = (30; 100): 0 água são, respectivamente, = 5 reais por 4 80 metro cúbico e = 30, reais por metro 5 cúbico. QUESTÃO 16 Uma loteria sorteia três números distintos entre doze números possíveis. a) Para uma aposta em três números, qual é a probabilidade de acerto? b) Se a aposta em três números custa R$,00, quanto deveria custar uma aposta em cinco números? 1 1 $ 11$ 10 a) Há f p = = 0 maneiras de 3 3! escolher três números da aposta, dos quais só uma é premiada. Assim, a probabilidade 1 pedida é. 0 b) Em um conjunto de cinco números há 5 5 5$ 4 f p= f p = = 10 subconjuntos de três 3 números, ou seja, uma aposta em cinco números contém exatamente 10 apostas em três números. Desse modo, do ponto de vista probabilístico, uma aposta em cinco números deve custar 10 = 0 reais. QUESTÃO 17 Considere um hexágono, como o exibido na figura abaixo, com cinco lados com comprimento de 1 cm e um lado com comprimento de x cm. b) Como c(4) = 0 e c(5) = 4 5 0 = 80, os preços por metro cúbico para consumos de 4 metros cúbicos e 5 metros cúbicos de

a) Encontre o valor de x. b) Mostre que a medida do ângulo α é inferior a 150 o. a) De acordo com o desenho a seguir, temos: 3 a) Uma parábola y = f(x) é tangente ao eixo x quando f(x) tem raiz dupla r: Por Pitágoras, temos que: w = 1 + 1 + w = z = w + 1 + z = 3 y = z + 1 + y = 4 = x = y + 1 + x = 5 b) Pelo desenho, tgα 1 = 1 1 = 1 + α1 = 45 o ; tgα = tgα 3 = 1 1 3 = < 1, logo α < 45 o ; 3 = + α 3 3 = 30 o e tgα 4 1 3 = <, assim α 3 4 < 30 o. Logo α = α 1 + α + α 3 + α 4 < 45 o + 45 o + 30 o + 30 o = 150 o. QUESTÃO 18 Sejam a e b reais. Considere as funções quadráticas da forma f (x) = x + a x + b, definidas para todo x real. a) Sabendo que o gráfico de y = f (x) intercepta o eixo y no ponto (0, 1) e é tangente ao eixo x, determine os possíveis valores de a e b. b) Quando a + b = 1, os gráficos dessas funções quadráticas têm um ponto em comum. Determine as coordenadas desse ponto. Nesse caso, f(x) = x + ax + b = (x r). Como a parábola passa por (0; 1), f(0) = 1 + 1 = (0 r) + r = 1 ou r = 1. Assim, f(x) = (x 1) = x x + 1, com a = e b = 1, ou f(x) = (x ( 1)) = x + x + 1, com a = e b = 1. b) Como f(1) = 1 + a 1 + b = 1 + a + b = 1 + 1 = para todos a, b reais com a + b = 1, os gráficos de todas as funções quadráticas passam pelo ponto (1; ). Pode-se provar que esse é o único ponto em comum a todas essas parábolas, sendo f 1 (x) = x + a 1 x + b 1 e f (x) = x + a x + b, com a 1 + b 1 = a + b = 1 e a 1 a, na interseção, temos f 1 (x) = f (x) + x + a 1 x + 1 a 1 = x + a x + 1 a + (a 1 a )x = a 1 a + x = 1 e y = f(1) =. QUESTÃO 19 Dizemos que uma sequência de números reais não nulos (a 1, a, a 3, a 4,...) é uma progressão harmônica se a sequência dos inversos (1/a 1, 1/a, 1/a 3, 1/a 4,...) é uma progressão aritmética (PA). a) Dada a progressão harmônica (/5, 4/9, 1/,...), encontre o seu sexto termo. b) Sejam a, b e c termos consecutivos de uma progressão harmônica. Verifique que b = ac/(a + c). 4 1 a) Como d,,,... n é uma progressão harmônica, d,,,... n é uma pro- 5 9 5 9 4 5 gressão aritmética com a 1 = e razão

4 9 5 1 r = =, assim a 4 4 6 = a 1 + 5 r 5 5 5 = =, que é o sexto termo da PA. 4 4 Portanto o sexto termo da progressão harmônica é. 4 5 1 1 1 1 1 b) d,, n é uma PA, ou seja, + a b c a c 1 a + c = b ac $ + = + = b ac b a + c. QUESTÃO 0 Considere a pirâmide reta de base quadrada, ilustrada na figura abaixo, com lado da base b = 6 m e altura a. b Sejam m e h como na figura, c = = 3 m 6 $ h e = 15 + h = 5 m, assim a + c = h + a = 4 m. b) a) Encontre o valor de a de modo que a área de uma face triangular seja igual a 15 m. b) Para a = m, determine o raio da esfera circunscrita à pirâmide. a) Os pontos A, B e C pertencem a uma circunferência máxima da esfera circunscrita pois, por simetria, o centro da esfera está contido na reta suporte da altura da pirâmide. AB Como AH = = 3 m e HC = m, temos que AC = ( 3 ) + 4+ AC = m. AB $ HC A área S do ΔABC é dada por S = 6 $ = = 6 m. AB $ AC $ BC Logo, como AC = BC, S = 4R 6 $ 11 + 6 = + R = m. 4R QUESTÃO 1 A altura (em metros) de um arbusto em uma dada fase de seu desenvolvimento pode ser expressa pela função h(t) = 0,5 + log 3 (t + 1), onde o tempo t 0 é dado em anos. a) Qual é o tempo necessário para que a altura aumente de 0,5 m para 1,5 m?

b) Suponha que outro arbusto, nessa mesma fase de desenvolvimento, tem sua altura expressa pela função composta g(t) = h(3t + ). Verifique que a diferença g(t) h(t) é uma constante, isto é, não depende de t. a) No tempo t = 0, a altura h(0) = 0,5 + log 3 (0 + 1) = 0,5 + log 3 1 = 0,5 m, ou seja, a altura inicial do arbusto é 0,5 m. O tempo necessário para que a altura aumente de 0,5 m para 1,5 m é o valor de t para o qual h(t) =1,5 m. Assim: h(t) = 0,5 + log 3 (t + 1) = 1,5 + log 3 (t + 1) = 1 + t + 1 = 3 + t = anos. b) Temos que g(t) = h(3t + ) = 0,5 + log 3 (3t + + 1) = 0,5 + log 3 (3t + 3). Assim, g(t) h(t) = 0,5 + log 3 (3t + 3) (0,5 + log 3 (t + 1)) = log 3 [3(t + 1)] log 3 (t + 1) 3( t + 1) = log 3 < F = log ( t + 1) 3 3 = 1, ou seja, g(t) h(t) é constante e igual a 1. QUESTÃO J a 1 1N K O Considere a matriz A = K 1 0 bo, onde K c 0 O L P a, b e c são números reais. a) Encontre os valores de a, b e c de modo que A T = A. b) Dados a = 1 e b = 1, para que valores de JxN J1N K O K O c e d o sistema linear AKyO = K1O tem infinitas K z O K d O L P L P soluções? Ja 1 c N J a K O K t a) A = A+ K1 0 O = K 1 K 1 b 0 O K c L P L a = 0 + c = 1 b = 1 1N O 0 bo 0 O P 5 JxN J1 N J 1 1 1 NJxN J1 N K O K O K OK O K O b) AKy O = K1 O + K 1 0 1OKy O = K1 O K z O K d O K c 0 OK z O K d O L P L P L PL P L P x + y + z = 1 x + y + z = 1 E1 + E + x z = 1 + y = cx y = d cx y = d E + E3 + x + y + z = 1 y = cx = d + 4 O sistema linear tem infinitas soluções se, e somente se, c = 0 e d + 4 = 0 + c = 0 e d = 4. QUESTÃO 3 O polinômio p(x) = x 3 x 9 x + 18 tem três raízes: r, r e s. a) Determine os valores de r e s. b) Calcule p(z) para z = 1 + i, onde i é a unidade imaginária. a) Temos p(x) = x 3 x 9x + 18 = x (x ) 9(x ) = (x )(x 9) = (x )(x 3)(x + 3), logo suas raízes são, 3 e 3. Logo s = e (r = 3 ou r = 3). b) p(z) = p(1 + i) = (1 + i )((1 + i) 9) = ( 1 + i)(1 + i + i 9) = ( 1 + i)(i 9) = 7 11i QUESTÃO 4 Considere no plano cartesiano os pontos A = ( 1, 1) e B = (, ). a) Encontre a equação que representa o lugar geométrico dos centros dos círculos que passam pelos pontos A e B. b) Seja C um ponto na parte negativa do eixo das ordenadas. Determine C de modo que o triângulo ABC tenha área igual a 8. a) Entenderemos círculo que passa por A e B como circunferência que passa por A e B. Sendo P o centro de uma dessas circunferências, temos PA = PB (raios), logo P

é equidistante a A e B, ou seja, P pertence à mediatriz de AB. Reciprocamente, todo ponto da mediatriz de AB é centro de uma circunferência que passa por A e B. 1 1 Sendo a AB = = e o ponto médio ( 1) 3 1+ 1+ 1 3 de AB igual a d ; n= d ; n, na 3 equação do lugar geométrico pedido é y 1 1 = dx n + 3x + y 3 = 0. 1 3 6 b) Temos C = (0; c), c < 0. Sendo a área de 1 1 1 1 ABC igual a 8, 1 = 8 + + c 0 c 1 + c = 16 + 3c 4 = 16 ou 3c 4 = 16 + c = 3 0 ou c = 4. Como c < 0, c = 4, ou seja, C = (0; 4).

Português Boa prova, no entanto trabalhosa Prova que segue a tradição da Unicamp, na qual se verificam questões de gramática e semântica a partir de textos, juntamente a outras perguntas referentes à literatura. Em linhas gerais, um exame de nível satisfatório. Matemática Uma prova adequada A prova de Matemática da ª fase da Unicamp foi bastante equilibrada em relação ao grau de exigência das questões, abrangendo grande parte da Matemática do Ensino Médio. O exame contou com poucas questões contextualizadas e notou-se, mais uma vez, a ausência de Trigonometria.