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Transcrição:

1 ANÁLISE PARA RECUPERAÇÃO DE UMA AREA DEGRADADA, NA MICRO BACIA DO RIBEIRÃO TAQUARUÇU PALMAS - TO AUTORES: AMANDA EMILY NEGRE GUIMARÃES; EDUARDO VINICIUS; PRISCILA GUILHEM BATISTA; ZACARIAS SOUZA. FACUDADE CATÓLICA DO TOCANTINS CURSO: TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL ORIENTADOR: CID TACAOCA MURAISHI NOVEMBRO 2009 RESUMO Esta pesquisa objetivou a análise para recuperação da área degradada no Loteamento Santa Fé, próximo à zona urbana de Palmas, situada na micro bacia do ribeirão Taquaruçu, TO-030, com base no Método de Regeneração Natural e reflorestamento, como forma de compensação aos danos anteriormente causados, além da reconstituição da paisagem local. A Metodologia utilizada implica na caracterização da área. Para isso foram desenvolvidas análises do solo com parâmetros que indicam fertilidade e principais características, também foram realizados levantamentos fitossociológicos das espécies vegetais, disponibilizando banco de dados em formato de tabela para análise das espécies florestais predominantes. A área está devidamente representada através de dados georeferenciados. As informações obtidas propiciam uma ampla reflexão para implantação das técnicas precisas de recuperação da área. PALAVRAS-CHAVE: DEGRADAÇÃO, RECUPERAÇÃO, REGENERAÇÃO NATURAL, BANCO DE SEMENTES. ABSTRACT This research aims at the analysis for the recovery of degraded areas in Santa Fé Subdivision, near the urban area of Palmas, located in the micro basin stream Taquaruçu, TO-030, based on the method of natural regeneration and reforestation, as compensation for damage previously caused, in addition to reconstitution of the local landscape. The methodology used involves the characterization of the area. That were developed for soil analysis with parameters that indicate fertility and main features, were also conducted phytosociological plant species, making the database in table format for analysis of forest species dominate. The area in adequately represented by data referenced. The information obtained provide a broader deployment of techniques for accurate recovery of the area. KEYWORDS:.DEGRADATION, RECOVERY, NATURAL REGENERATION, SEED BANK.

2 1. INTRODUÇÃO A degradação ambiental implica na redução dos recursos renováveis, por uma combinação de ações impactantes agindo sobre o meio ambiente. Existem diferentes formas de degradação relacionada aos vários componentes verticais de uma unidade de terra: atmosfera, vegetação, solo, geologia, hidrologia. Desta forma, a degradação ambiental pode ser proveniente, por exemplo, das condições atmosféricas adversas que vêm sendo introduzidas pelo homem, provocando alterações climáticas. Ou pode ser da própria biota, por meio da ação direta do homem e agravada por efeitos naturais. Entende-se que as atividades de planejamento ambiental dizem respeito aos estudos prévios, à análise de alternativas. Todavia a avaliação de impacto ambiental (AIA) deve ser prioridade a qualquer alteração ao meio ambiente, imposta pela ação do homem, embora seja muitas vezes vista e entendida como uma formalidade burocráticolegal, necessária apenas para obtenção de licença ambiental. Recuperar uma área indevidamente impactada requer a identificação das questões relevantes. Normalmente parte-se da descrição e de um reconhecimento das condições ambientais da área afetada. É necessário, no mínimo, o levantamento fitossociológico das espécies florestais. Este processo envolve os indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) medido a 1,3m de altura do nível do solo, com espessura igual ou superior a 5cm. A identificação da biodiversidade, as características principais fornecem uma lista preliminar das técnicas precisas para a recuperação da área. Das técnicas de recuperação de áreas degradadas, é importante o conhecimento do potencial de regeneração natural que permite manejar áreas naturais de modo sustentável. Esta técnica compreende o conjunto de indivíduos de espécies arbóreas em estágio inicial de desenvolvimento, envolvendo indivíduos em estágio de plântulas até árvores juvenis. O estudo do banco de sementes indica a biodiversidade e a potencialidade de regeneração natural de uma vegetação. Especificamente prevê o tamanho futuro da população de plantas, indica como agem os fatores ambientais e ajuda nos seguintes estudos: a) evolução das espécies; b) dinâmica da população nativa

3 em florestas; e c) acompanhamento dos efeitos de interferência humana, animais, ou climáticas no equilíbrio dos ecossistemas naturais O Presente trabalho teve por objetivo: 1) caracterizar a área utilizando métodos de banco de dados para identificação das espécies florísticas. 2) análise do solo para o processo de germinação natural das sementes e o processo de reflorestamento a partir do Plantio de mudas nativas; e 3) Análise para recuperação da área degradada.

4 2. REFERENCIAL TEÓRICO Área degradada é aquela que sofreu, em algum grau, perturbações em sua integridade, sejam elas de natureza física, química ou biológica. Recuperação, por sua vez, é a reversão de uma condição degradada para uma condição não degradada (Majoer, 1989), independentemente de seu estado original e de sua destinação futura (RODRIGUES & GANDOLFI, 2001) Quando ocorre alguma alteração, proveniente de fatores naturais ou antrópicos, a condição natural é modificada, alterando o meio ambiente. Essa alteração pode trazer as mais diversas consequências, e cada tipo de uso do solo exercerá influência diferente no processo (EMMERICH FARIAS1978). A recuperação de uma dada área degradada deve ter como objetivos recuperar sua integridade física, química e biológica (estrutura), e, ao mesmo tempo, recuperar sua capacidade produtiva (função), seja na produção de alimentos e matériasprimas ou na prestação de serviços ambientais (RODRIGUES & GANDOLFI, 2001). De acordo com Poggiani e colaboradores (1996) o estudo do habitat onde se desenvolve uma espécie ou uma comunidade vegetal é fundamental para o profissional que atua sobre os ecossistemas florestais. As informações obtidas são subsidio para planejar diversas atividades tais como: preparo de laudos técnicos, manejo florestal, plantio de enriquecimento de florestas secundárias, e recuperação de áreas degradadas. Impacto ambiental pode ser definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente resultantes de atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. (Resolução CONAMA n.º 01 de 23/01/86). No artigo 16 e 44, o Código florestal ( modificado pela Medida Próvisória nº2.166-67/01) prevê o instituto da Reserva Florestal Legal. De acordo com a lei, todas as propriedades devem possuir uma área de reserva florestal nativa, no percentual de 80% (oitenta por cento) para as áreas de floresta da Amazônia, 35% (trinta e cinco por cento) para as áreas de cerrado da Amazônia, e no percentual de 20% (vinte por cento)

5 para as demais regiões do Brasil, conforme o artigo 16 do código Florestal com a redação da medida provisória. Simões (1997) relatou que o estudo das comunidades vegetais, solo, relevo e rede hidrográfica, com os consequentes processos, normalmente multivareados, vêm sendo cada vez mais modificados para formular novas abordagens que apontem melhor as alternativas para a intervenção do homem quanto ao uso do solo em bacias hidrográficas.

6 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Localização e caracterização da área de estudo A área em estudo situa-se no Loteamento Santa Fé, na rodovia TO-030, no Km 10 de Taquaralto, sentido distrito de Taquaruçu ao sul de Palmas - TO, micro bacia ribeirão Taquaruçu, com área de 11.407,96m². Entre as principais características predominam o bioma cerrado, possuem condições fisiográficas uniformes, mantêm tipologia de vegetação nativa, com mesma altitude e o mesmo tipo climático, tipologias de solo similares em todas as áreas, topografia plana. As coordenadas geográficas em quatro pontos são: Pt 32 S 10º18 55,8 e wo 48º12 42,5 elevação 272m Pt 33 S 10º18 58,5 e wo 48º12 39,4 elevação 276m Pt 34 S 10º18 56,7 e wo 48º12 37,2 elevação 280m Pt 35 S 10º18 53,8 e wo 48º12 40,0 elevação 276m Os dados da real situação da propriedade indicam que parte da área de preservação permanente encontra-se antropizada com alteração no solo por introdução de areia, corte seletivo da vegetação e conseqüente assoreamento, edificações à margem do ribeirão Taquaruçu e início de contrução civil ilegal, desde maio de 2009. O Artigo 2º do Código Florestal determina o recuo mínimo de 30 metros para os cursos de água de menos de 10 metros de largura a partir das margens, sem distinção entre pequenas e grandes propriedades.

7 APP Figura 1. Localização da área da pesquisa e identificação da APP chácara Loteamento Santa fé 3.2 Metodologia Para a realização dessa pesquisa foram obtidas informações diretas da área de estudo. Nesta avaliação foram empregados métodos de inventário que fornecem dados qualitativos e quantitativos dos remanescentes de vegetação natural, associados ao levantamento fitossociologico de regeneração de banco de sementes relacionadas às espécies vegetais que ocorrem na comunidade. A avaliação foi realizada em parcelas de amostragem de 50x50m em um gradiente próximo ao ribeirão Taquaruçu. As informações foram tabuladas em ordem seqüencial da coleta podendo ocasionar repetições. Considerou-se os indivíduos com altura superior a 3m e DAP (diâmetro a altura do peito) superior a 5cm. O levantamento foi realizado em outubro de 2009. Os

8 indivíduos foram identificados quanto à espécie, família, e medidos o (diâmetro ao nível do solo).

9 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES TABELA 1. Listagem das espécies florestais ocorrentes na área de estudo. Nome popular = nome comum; nome científico= identificação cientifica da espécie; Altura = altura relativa da espécie DAP= diâmetro a altura do peito. Nomes populares Nomes científicos Família Altura DAP Amescla chumbinho Protium cf. Claziovii swart Burseraceae 5m 27,71cm Angelim Andira Anthelmia Leguminosae papilionoideae 3,5m 9,87cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 4,5m 9,87cm Bananeira do mato Salvetia Canvallariadora Sapotaceae 5m 12,42cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 3,5 21,02cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 6m 8,60cm Mungulu Hirtella Ciliata Leguminosae papilionoideae Fabaceae 6,5 29,30cm Lixeira Curatella Americana Dilleniaceae 2,5m 7,01cm Pau-terra folha larga Qualia Grandiflora Vochysiceae 4m 13,06cm Pequi Carioca Brasilienses Carioca brasiliense 4,5m 21,66cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 5m 15,29cm Barbatimão Slryphnodendron Adstringens Leguminosas mimosáceas 5m 14,97cm Cega machado Physocalymma Scaberremem Lythraceae 8m 11,46cm Escorrega macaco Calycophyllum Spruceanum Rubiaceae 10m 23,57cm Jequitibá CarineanaEstrellensis Lecythidaceae 8m 17,52cm Landim Colophyllum Brsilienses Guttiferae (clusiaceae) 5m 12,10cm Lixeira Curatella Americana Dilleniaceae 4,5m 7,96cm Mungulu Hirtella Ciliata Leguminosae papilionoideae Fabaceae 8,5m 38,54cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 5m 19,11cm pau-terra folha larga Qualia Grandiflora Vochysiceae 5,5m 17,52cm Pequi Carioca Brasilienses Carioca brasiliense 6,5m 17,20cm Pimenta de macaco Xylopia aromática Annonaceae 8,5m 17,83cm Tingui Magonia Pubescens Sapindaceae 6,5m 19,11cm Amescla chubinho protium cf. Claziovii swart Burseraceae 5m 23,89cm Escorrega macaco Calycophyllum Spruceanum Rubiaceae 4,5m 7,64cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 8m 17,52cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 5m 9,87cm Angelim Andira Anthelmia Leguminosae papilionoideae 8m 19,79cm Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 3m 13,38cm Verifica-se que a área apresenta vegetação natural com espécies nativas, porém com baixo índice de diversidade. O grupo ecológico na sua maioria é composto de espécies pioneiras. O (DAP) é proporcional à altura dos indivíduos, com área de copa suficiente para o fechamento do dossel, de maneira a proteger e estimular o crescimento

10 em altura das espécies secundárias e climáticas, favorecendo a regeneração natural que ocorre em crescimento rápido. A área apresenta pequenos fragmentos florestais que necessitam de manejo e enriquecimento natural que visa preservar a diversidade da flora e da fauna local. Tabela 2 Composição Florestal Nomes populares Nomes científicos Família Qut Amescla chumbinho Protium cf. Claziovii swart Burseraceae 02 Angelim Andira Anthelmia Leguminosae papilionoideae 02 Bananeira do mato Salvetia Canvallariadora Sapotaceae 01 Barbatimão Cega machado Slryphnodendron Adstringens Leguminosas mimosáceas 01 Physocalymma Scaberremem Lythraceae 01 Escorrega macaco Calycophyllum Spruceanum Rubiaceae 02 Jequitibá CarineanaEstrellensis Lecythidaceae 01 Landim Colophyllum Brsilienses Guttiferae (clusiaceae) 01 Lixeira Curatella Americana Dilleniaceae 02 Mungulu Hirtella Ciliata Leguminosae papilionoideae Fabaceae 02 Pau pombo Tapiriraguianenses Chrysobalanaceae 08 pau-terra folha larga Qualia Grandiflora Vochysiceae 02 Pequi Carioca Brasilienses Carioca brasiliense 02 Pimenta de macaco Xylopia aromática Annonaceae 01 Tingui Magonia Pubescens Sapindaceae 01 No levantamento florestal da primeira amostra de 50 x 50m foram encontrados um total de 29 indivíduos pertencentes a 15 espécies e 14 famílias. Apenas 01 família possui espécie diferente. São os (leguminosae papilionoideae) do Mungulu e Angelim, cada espécie caracterizada com dois indivíduos que representam 2,6% da área. De acordo com a Tabela 2 predomina a família (chrysobalanaceae) do Pau Pombo com oito indivíduos e representam 24% da diversidade vegetal da área. As demais famílias variam entre um e dois indivíduos que juntos totalizam 73,4% da área. O estudo indica a potencialidade da regeneração natural especificamente prevê aumento na população, pois os fatores ambientais são propícios ao banco de sementes. A Regeneração natural ocorre por processos naturais, por meio de germinação de sementes e brotação de touças e raízes, sendo responsável pelo processo de sucessão florestal (BOTELHO e colaboradores,2001). Tendo em vista que a área apresenta árvores fornecedoras de semente em número significativo, são propícias para

11 serem enriquecidas naturalmente. Neste caso é preciso isolar e efetuar limpeza das plantas invasoras agressivas através de roçada e capina e implantar poleiros artificiais para pássaros. Essas técnicas influenciam diretamente no enriquecimento do banco de sementes do solo, e este, quando livre de plantas agressivas, dá condições para germinação e regeneração das espécies. A estação da chuva é propicia para esse tipo de regeneração natural induzida. O Plantio de mudas, também conhecido como regeneração artificial, é um processo que acelera a recuperação do ecossistema. Essa prática é indicada, pois favorece o estabelecimento das espécies regionais, que são traduzidas para a área sem depender inicialmente de dispersores e de fontes de sementes (VALERI,S.V; NÓBREGA, A.M.F, E BARRETO,VCM.-2004). O plantio de mudas envolve, em primeiro lugar, a escavação de uma cova, com espaçamento médio de aproximadamente 4 x 4 metros. O espaçamento depende das espécies selecionadas e do uso futuro escolhido do solo. As plantações de eucalipto têm espaçamento mais fechado, enquanto as árvores nativas têm espaçamento mais amplo. A prática do plantio de árvores juntamente com gramíneas é recomendada, uma vez que as gramíneas asseguram uma boa proteção do solo, enquanto as árvores estão crescendo. O ideal seria uma forma de plantio na qual se combinassem espécies arbóreas lenhosas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou animais, de forma simultânea ou em seqüência temporal e que fosse economicamente viável e ecologicamente correta. Neste caso, sugere-se uma nova solução para a recuperação da área degradada o sistema agroflorestal que tem sido divulgado como uma alternativa para o melhoramento da produtividade de áreas pobres ou degradadas, melhorando sua função social e ecológica, uma vez que são inúmeras as vantagens adquiridas através deste sistema, que vem desde diversidade das espécies até o cultivo econômico convencional. RESULTADOS ANALÍTICOS REGISTRO AM. ph P K Na Ca 2+ Mg 2+ Al 3+ H+Al MO Areia Silte Argila H 2 O KCl mg/dm 3 cmol c /dm3 g/kg % Amostra 1 5,8 * 2,1 65,0 * 0,7 0,6 0,9 5,3 11,4 * * * AM. - número da amostra Ca, Mg, Al - Extrator KCl 1 mol/l ph em H 2 O, KCl, CaCl 2 - Relação 1:2,5 H + Al - Extrator Acetato de Cálcio 0,5 mol/l, ph 7,0 P, Na, K, Fe, Zn, Mn, Cu - Extrator Mehlich 1 MO: Matéria Orgânica C.Org x 1,724 - Walkley - Blanck

12 Os teores de matéria orgânica encontram-se bons, haja vista que é uma área próxima ao Ribeirão Taquaruçu e encontra-se preservada, uma vez que foi feito previamente um corte seletivo, onde se preservou as maiores árvores. O teor de ph encontra-se adequado para o desenvolvimento da maioria das culturas mesmo havendo uma quantidade considerável de alumínio no solo. Encontra-se propicio pra plantio e reflorestamento com objetivo de recuperar a área impactada. Nos solos mais pobres em fertilidade, a adubação de manutenção geralmente é feita cerca de um ano após o plantio e no início da próxima estação chuvosa, quando as plantas apresentam algum sintoma de deficiência nutricional. O Preparo do terreno tem a finalidade de melhorar a estrutura e a permeabilidade do solo, reduzir as plantas invasoras e facilitar o plantio.

13 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelos registros da diversidade biológica na coleta de dados, observa-se que o impacto na área de proteção permanente leva à fragilidade da área frente aos ecossistemas. Esse aspecto merece atenção especial, tendo em vista que a área caracteriza-se impactada em função dos fatores antrópicos, especialmente o corte seletivo da vegetação e implantação de edificações irregulares. O manejo é recomendado para proteger a área desses fatores e empregar técnicas de enriquecimento. Desta forma, o objetivo é ir de encontro ao processo de degradação até que a vegetação retorne ao seu estado de equilíbrio de maneira mais rápida. Nesse processo de enriquecimento podem ser implantados os métodos: a) Regeneração natural, isolando a área e permitindo a rebrota do banco de sementes (considera-se esse método suficiente para a restauração florestal); b) Plantio de mudas com o objetivo de acelerar o processo de recuperação da área; e c) Sistemas agroflorestais, na tentativa de garantir o desenvolvimento sustentável. O Sistema agroflorestal é uma alternativa que vem dando ótimo resultados em áreas de preservação permanente e outros ecossistemas florestais degradados, devendo ser aplicado de maneira racional sem que se perca sua função ecológica. Em todo caso combinação de espécies de diferentes grupos ecológicos ou categorias sucessionais é extremamente importante nos projetos de recuperação. As florestas são formadas através do processo denominado de sucessão secundária prevalecendo a recuperação de área degradada.

14 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMADOR, D. B.; VIANA, V.M. Sistema agroflorestais para recuperação de fragmentos florestais. Série Técnica. IPEF, Piracicaba, v.12 n.32,1998 MACEDO, R.L.G Sustemtabilidade dos sistema agroflorstais. Recuperação de área degradada e conservadores da biodiversidade tropical. In: MACEDO, R.L.G Princípios básico para o manejo sustentável de sistemas agroflorestais. Lavras: UFLA/ FAEP,200ª p 94-141. VALERI, S.V.E ; SENÔ, K.C.A; Manejo e recuperação Florestal. Legislação, uso da água e sistema agroflorestais.funep Jaboticabal SP 2004. RODRIGUES, Ricardo Ribeiro ; GANDOLFI, S.. Recomposição de Florestas Nativas: Princípios Gerais e Subsídios para uma Definição Metodológica.. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, Campinas, SP., v. 2, n. 1, p. 4-15, 2001.