CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Nº 8.078/90. Profª Martha Messerschmidt



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Transcrição:

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Nº 8.078/90 Profª Martha Messerschmidt

ART. 1º NORMAS DE ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL: - Normas cogentes, imperativas = equilíbrio das relações de consumo. - São como as leis trabalhistas = não há opção da não-aplicação. - EXEMPLO: é vedada a cláusula de não indenizar (art. 25, CDC), como nos estacionamentos de supermercados.

RELAÇÃO DE CONSUMO FORNECEDOR CONSUMIDOR PRODUTO/ SERVIÇO

ART. 2º CONCEITO LEGAL DE CONSUMIDOR BASE ECONÔMICA: toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. NOÇÃO OBJETIVA: destinatário final é o consumidor final, que retira o bem do mercado, para adquiri-lo ou simplesmente utiliza-lo, colocando fim na cadeia de produção.

ART. 2º, ÚNICO CONSUMIDOR EQUIPARADO: - COLETIVIDADE de pessoas DETERMINÁVEIS ou INDETERMINÁVEIS, que haja INTERVINDO na relação de consumo = tenham sido afetadas. *CONSUMIDOR POR EXTENSÃO = indivíduos que tenham sido afetados pela relação de consumo. - EXEMPLOS: filha do adquirente de produto defeituoso que adoece; poluição de rios; propaganda enganosa ou abusiva.

CONSUMIDORES POR EQUIPARAÇÃO ART. 17 - TODAS AS VÍTIMAS DO EVENTO - EXEMPLO: acidente aéreo (transeuntes nos arredores do aeroporto). ART. 29 - DETERMINÁVEIS ou INDETERMINÁVEIS - TODOS que estão expostos às práticas abusivas.

ART. 3º - FORNECEDOR: - Pessoas físicas ou jurídicas (públicas ou privadas) - Entes despersonalizados (informalidade) - Desenvolvem atividades com habitualidade e remuneração. - COLOCAM NO MERCADO PRODUTOS ou SERVIÇOS. ART. 3º, 1º - DEFINIÇÃO DE PRODUTO ART. 3º, 2º - DEFINIÇÃO DE SERVIÇO - Atividade bancária, financeira, de crédito e securitária, EXCETO relações de caráter trabalhista.

ART. 6º - DIREITOS BÁSICOS DOS CONSUMIDORES: - ROL EXEMPLIFICATIVO = podem existir outros, NUNCA menos que os previstos pelo CDC. I. PROTEÇÃO DA VIDA, SAÚDE E SEGURANÇA contra riscos de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos.

QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS = prevenção e reparação de danos. ART. 8º - DEVER DE INFORMAR: ampla informação sobre os riscos oferecidos, através de folders, manuais e impressos informativos. - EXEMPLOS: fogos de artifício; produtos de limpeza; veneno; medicamentos. ART. 9º - DEVER DE INFORMAR: PRODUTOS NOCIVOS ou PERIGOSOS - EXEMPLOS: bebidas alcoólicas; tabaco; agrotóxicos; pilhas; material radioativo; energia elétrica (serviço público).

ART. 10 - FORNECEDOR TOMA CONHECIMENTO DA NOCIVIDADE ou PERICULOSIDADE: - DEPOIS que coloca o produto ou serviço no mercado = DEVER PÓS-CONTRATUAL, mediante informes publicitários. - EXEMPLO: re-call de veículos.

II. EDUCAÇÃO E DIVULGAÇÃO SOBRE CONSUMO - Transparência e ideia de consumo sustentável - Liberdade de escolha do consumidor III. INFORMAÇÃO ADEQUADA E CLARA - Durante todas as fases da relação de consumo = formação (oferta), execução e cobrança de dívidas. - ESPECIFICAÇÃO de quantidade, características, composição, qualidade, tributos e preço, bem como sobre os riscos que apresentem

IV. PROTEÇÃO CONTRA PUBLICIDADE ENGANOSA e ABUSIVA - Também contra práticas desleais, coercitivas e abusivas. - DANOS A DIREITOS DIFUSOS = danos difundidos entre várias pessoas, mas facilmente presumíveis. - EXEMPLOS: perca 12kg em um mês com o tabajara fitness (enganosa); propaganda de cigarro (abusiva).

V. MODIFICAÇÃO DE CLÁUSULAS QUE LESAM O CONSUMIDOR = DESPROPORÇÃO e REVISÃO - Desproporção entre o que está sendo investido/pago pelo consumidor e aquilo que recebe = onerosidade excessiva. - GERA DIREITO DE MODIFICAÇÃO, mesmo nos contratos de adesão. *Redação dos contratos = deve ser clara, NÃO PODE SER PURAMENTE TÉCNICA, para a compreensão pelo consumidor.

VI. PREVENÇÃO e PROTEÇÃO DE DANOS - Morais, materiais, individuais, coletivos e difusos - É nula de pleno direito a cláusula de não indenizar = considera-se cláusula não escrita. VII. ACESSO AOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS e ADMINISTRATIVOS PREVENÇÃO e REPARAÇÃO DE DANOS - Bem como a proteção técnica aos necessitados. - Re-call administrativo = veiculação na TV, por exemplo.

VIII. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA = PRÓ CONSUMIDOR - Facilitação da defesa do consumidor = A SEU FAVOR = HIPOSSUFICIENTE, OU - VEROSSIMILHANÇA = alegação muito próxima da verdade, a critério do Juiz, com base em regras ordinárias de experiência. - EM REGRA, o ônus da prova cabe a quem alega, ou seja, ao autor da ação. - MAS O JUIZ PODERÁ DEFERIR, quando o consumidor provar sua VULNERABILIDADE OU VEROSSIMILHANÇA das alegações.

- EXEMPLO: chamadas não efetuadas, cobradas em fatura telefônica. É possível a inversão do ônus da prova em favor do fornecedor? - NÃO. Precisa comprovar a hipossuficiência E verossimilhança? - NÃO. X. ADEQUADA E EFICAZ PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

RESPONSABILIDADE CIVIL: fabricante, produtor, construtor, nacional ou estrangeiro, e importador. FATO DO PRODUTO ou SERVIÇO ART. 12 - ACIDENTE DE CONSUMO: - DEFEITO - SEGURANÇA - DANO *Não é adequado ao consumo, porque afeta a SEGURANÇA DO PRODUTO. - EXEMPLO: uso de aparelho celular que provoca aquecimento, causando queimaduras.

VÍCIO DO PRODUTO ou SERVIÇO ART. 18 - DEFEITO DE QUALIDADE ou QUANTIDADE - AFETA O FUNCIONAMENTO, TORNADO- O IMPRÓPRIO ou INADEQUADO - DIMINUI O VALOR - RETIRA A FUNCIONALIDADE - EXEMPLO: aquisição de aparelho de TV sem o cabo de energia.

ART. 12 RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO ou SERVIÇO: - FORNECEDOR = dever de indenizar, em virtude da VIOLAÇÃO DO DEVER GERAL DE SEGURANÇA, inerente a sua atuação no mercado de consumo. 1º - PRODUTO DEFEITUOSO = não oferece a segurança que se espera = OBRIGAÇÃO DE RESULTADO.

2º - NÃO SERÁ CONSIDERADO DEFEITUOSO, porque outro produto mais moderno e com mais funções é colocado no mercado. 3º - EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE, quando restar provado que: - o produto não foi colocado no mercado - o defeito inexiste - culpa exclusiva do consumidor ou de 3º - EXEMPLO: consumidor que pluga os fios erroneamente e sofre lesões.

RESPONSABILIDADE CIVIL - Pressupostos: - colocação do produto no mercado. - nexo causal = o dano deve ser resultado do fato do produto ou serviço (relação de causa/consequência). - dano ou potencialidade danosa. - INDEPENDE de dolo ou culpa = OBJETIVA. ART. 27 PRESCRIÇÃO = 05 ANOS - prazo para ingressar com ação de reparação/indenização de danos por acidente de consumo. - a contar do conhecimento do dano e de sua autoria.

*EXCEÇÃO ART. 14, 4º = FORNECEDOR DE SERVIÇOS: - Profissional liberal = SUBJETIVA. - Obrigação de meio e não de resultado. - Só responde se for comprovado que agiu com DOLO ou CULPA. - EXEMPLOS: médico, dentista, advogado, engenheiro.

ART. 13 - RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO ou SERVIÇO: - COMERCIANTE = SUBSIDIÁRIA, QUANDO: - os demais não puderem ser identificados; - produto sem identificação clara do fabricante, produtor, construtor ou importador; - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. ÚNICO: Aquele que reparar o dano tem AÇÃO DE REGRESSO contra os demais, segundo a participação no evento danoso.

ART. 14 RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE SERVIÇOS = OBJETIVA. - DEFEITOS na prestação do serviço e informações INSUFICIENTES ou INADEQUADAS sobre sua fruição e riscos. - SERVIÇO DEFEITUOSO = não oferece segurança esperada pelo consumidor. - O serviço não será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. - APLICAÇÃO AOS BANCOS!

RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO ou SERVIÇO: TIPOS DE VÍCIO = DEFEITO - QUALIDADE DO PRODUTO ART. 18: - impróprios ou inadequados ao consumo - diminuição do valor - disparidade com as indicações - QUANTIDADE DO PRODUTO ART. 19 - conteúdo líquido inferior ao que foi pago - QUALIDADE DO SERVIÇO ART. 20: - impróprio - diminuição do valor - disparidade com a oferta - EXEMPLO: serviço de pintura.

INDENIZAÇÃO = ALTERNATIVAS DO CONSUMIDOR - NÃO SENDO SANADO EM 30 DIAS (REGRA): - trocar o produto - restituição imediata do valor corrigido - abatimento proporcional - trocar o produto - restituição imediata do valor pago - abatimento proporcional do preço - complementação do peso ou medida - reexecução do serviço, inclusive por 3º, por conta e risco do prestador inicial - restituição da quantia paga - abatimento proporcional do preço

ART. 18, 2º - REDUÇÃO OU AMPLIAÇÃO POR ESCRITO DO PRAZO DE 30 DIAS = 07 a 180 DIAS. ART. 18, 3º - O CONSUMIDOR PODE PULAR A FASE DO CONSERTO = USO IMEDIATO DAS ALTERNATIVAS DO 1º: - quando a substituição das peças comprometer as características do produto; OU - diminuir o valor; OU - tratar-se de produto essencial (bem de alto valor; necessidade). EXEMPLO: geladeira.

ART. 18, 4º - NÃO SENDO POSSÍVEL A SUBSTITUIÇÃO DO BEM, O CONSUMIDOR PODE: - receber produto de outra espécie, marca ou modelo, - com complementação ou restituição de eventual diferença de valor, corrigido.

ART. 21 SERVIÇO DE REPARAÇÃO DE PRODUTOS - Teoria da Vida Útil = devem ser empregados componentes/peças novas (originais, adequados e novos). - A substituição por peças usadas, sem a anuência do consumidor É CRIME. - SALVO autorização do consumidor. ART. 32 RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR = estoque de peças de reposição - Enquanto o produto estiver sendo fabricado. - Quando o produto deixar de ser fabricado, por tempo razoável = vida útil.

ART. 23 INADEQUAÇÃO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS: - Desconhecimento dos vícios de qualidade pelo fornecedor = NÃO O EXIME DA RESPONSABILIDADE. ART. 22 FORNECIMENTO DE SERVIÇOS PÚBLICOS = APLICAÇÃO DO CDC - Art. 6º, X = DIREITO BÁSICO do consumidor (serviço adequado, eficiente e de qualidade). - SERVIÇOS ESSENCIAIS DEVEM SER CONTÍNUOS. EXEMPLOS: fornecimento de água, esgoto, energia elétrica.

ART. 26 PRAZO PARA RECLAMAR POR VÍCIO DO PRODUTO ou SERVIÇO = GARANTIA LEGAL: PRODUTOS DURÁVEIS = 90 DIAS PRODUTOS NÃO DURÁVEIS = 30 DIAS - MESMOS PRAZOS para fornecimento de serviços. *PRAZO DECADENCIAL: - 1º - VÍCIO APARENTE: a contar da entrega do produto ou término da execução do serviço. - 3º - VÍCIO OCULTO: a contar da data da revelação do defeito.

ART. 26, 2º - SUSPENDEM OS PRAZOS = obstam a decadência: - reclamação comprovada do consumidor ao fornecedor, até a resposta. - reclamação ao PROCON ou outro órgão de proteção ao consumidor, até a resposta. - instauração de inquérito civil, até o encerramento.

GARANTIA LEGAL - ART. 26 - equivale ao prazo para reclamar. - INDEPENDE de termo expresso. - PRAZOS: - 30 dias = produtos não duráveis - 90 dias = produtos duráveis GARANTIA CONTRATUAL - ART. 50 - soma-se à garantia legal. - COMPLEMENTAR à garantia legal. - PRAZO = do fornecedor *Deve vir sempre preenchida, ou será CRIME de consumo.

ART. 28 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 5º - DEFERIDA EM JUÍZO SEMPRE QUE a personalidade jurídica for obstáculo para o ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO: aplicada aos consumidores e ao meio ambiente, a partir da mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.

ART. 28, 2º ao 4º - RESPONSABILIDADE DAS SOCIEDADES SUBSIDIÁRIA - grupos societários - sociedades controladas SOLIDÁRIA - sociedades consorciadas *PPPs = parcerias público/privadas - Exemplo: conservação de rodovias SUBJETIVA - sociedades coligadas *comprovação de culpa

PRÁTICAS COMERCIAIS: ART. 30 OFERTA: - Qualquer declaração de vontade do FORNECEDOR em relação a um produto/serviço, veiculada por qualquer meio de comunicação. - É, NEGÓCIO JURÍDICO = elemento inicial do contrato. - É IRREVOGÁVEL = uma vez criada a oferta, terá efeitos, pelo menos quanto à vinculação do fornecedor.

CONSEQUÊNCIAS DA OFERTA: - integra o contrato - obriga o fornecedor ao fiel cumprimento - EXEMPLOS: informação de preço de produto em vitrine vincula o fornecedor; anúncio de plano de saúde prevendo ambulância e atendimento domiciliar. *SALVO se for erro grosseiro do fornecedor.

ART. 31 REQUISITOS DA OFERTA: - Aplicável à oferta e apresentação dos produtos ou serviços. - Informações claras, corretas e precisas, inclusive sobre riscos à saúde e segurança. - Quanto às características do produto: qualidade, quantidade, preço, garantia, prazo de validade, etc.

ART. 33 OFERTA ou VENDA POR TELEFONE: - PERMITIDA A PUBLICIDADE SOMENTE quando for gratuito para o consumidor. *É PROIBIDO fazer publicidade quando o consumidor entra em contato com o fornecedor = onerosidade. - EXEMPLOS: catálogos; reembolso postal ou por correspondência; compra pela TV, telefone e internet.

ART. 34 RESPONSABILIDADE POR ATOS DE PREPOSTOS = SOLIDÁRIA - Teoria da Aparência: a aparência de fornecedor acarreta a responsabilidade solidária. ART. 35 RECUSA DO FORNECEDOR AO CUMPRIMENTO DA OFERTA - O CONSUMIDOR PODE, ALTERNATIVAMENTE e à sua LIVRE ESCOLHA: I exigir o cumprimento forçado = ação de execução de oferta (medida judicial, através da prova da oferta);

II aceitar produto equivalente ao da oferta; III rescindir o contrato, com restituição do valor já pago corrigido + perdas e danos. ART. 36 PUBLICIDADE - OBRIGATORIEDADE: veiculada de forma que o consumidor identifique o fornecedor. - Meios para que o consumidor identifique IMEDIATAMENTE que se trata de propaganda.

ARTs. 31, 36 e 37 PRINCÍPIOS VERACIDADE (art. 31) - informação clara e ostensiva (aparente) - proibição de publicidade enganosa - EXEMPLOS: ilustrado em tamanho natural ; animado para comercial. NÃO-ABUSIVIDADE (art. 37) - não incitar comportamento antiético, ilegal, perigoso ou prejudicial ao consumidor; não pode atentar contra o bom senso e a boa-fé. - EXEMPLO: proibição da propaganda de cigarro.

OBRIGATORIEDADE DO CUMPRIMENTO - a publicidade e a oferta vinculam o fornecedor. - o consumidor tem as opções do ART. 35 = execução forçada. ART. 37, 1º e 3º - PUBLICIDADE ENGANOSA: - FALSA = suscetível de induzir o consumidor em erro. - ATO ILÍCITO = danos a direitos difusos. - PUBLICIDADE ENGANOSA POR OMISSÃO = sobre dado essencial do produto/serviço.

ART. 37, 2º - PUBLICIDADE ABUSIVA: - incitação à violência, desrespeito ao meio ambiente e à valores morais e sociais. A propaganda pode ser, CUMULATIVAMENTE, ENGANOSA e ABUSIVA. SANÇÃO ADMINISTRATIVA - ART. 56, XII - CONTRAPROPAGANDA - SEM PREJUÍZO da indenização ao consumidor. - ART. 35 execução forçada

ART. 39 PRÁTICAS ABUSIVAS: - VEDAÇÕES AO FORNECEDOR = rol exemplificativo. - Durante toda a relação de consumo. I. VENDA CASADA ou CONDICIONADA: - condicionar o fornecimento de um produto ao fornecimento de outro. - condicionar o fornecimento de produto, sem justa causa, a limites quantitativos. - EXEMPLO: exigência de contratação de seguro de vida, para a concessão de empréstimo.

II. RECUSA DE FORNECIMENTO DE ESTOQUE DISPONÍVEL III. REMETER AO CONSUMIDOR QUALQUER PRODUTO/SERVIÇO SEM PRÉVIA SOLICITAÇÃO - ART. 39, ÚNICO = equivale a amostra grátis e não obriga ao pagamento. *Diferente de receber cartão de crédito e utilizá-lo, pois não exonera do pagamento. IV. PREVALECER-SE DA FRAQUEZA ou IGNORÂNCIA DO CONSUMIDOR, PARA FORÇAR-LHE A ADQUIRIR PRODUTOS ou SERVIÇOS

V. EXIGIR VANTAGEM MANIFESTAMENTE EXCESSIVA VI. EXECUÇÃO DE SERVIÇO SEM PRÉVIO ORÇAMENTO DISCRIMINADO - ART. 40 ORÇAMENTO: todo orçamento deve ser discriminado e deve conter validade = se não for estipulado pelas partes, será válido por 10 dias. VII. REPASSE DE INFORMAÇÃO DEPRECIATIVA SOBRE CONSUMIDOR E SEUS DIREITOS

VIII. DESCUMPRIMENTO DE NORMAS EXPEDIDAS POR ÓRGÃOS OFICIAIS DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR IX. RECUSA DE VENDA DE PRODUTO/SERVIÇO A QUEM OFERECE PAGAMENTO À VISTA X. ELEVAÇÃO DE PREÇOS SEM JUSTA CAUSA XII. DEIXAR DE ESTIPULAR PRAZOS PARA CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES

XIII. APLICAR FÓRMULA OU ÍNDICE DE REAJUSTE ILEGAL OU CONTRÁRIO AO CONTRATO - EXEMPLO: medicamentos têm índices oficiais determinados pelo órgão responsável.

ART. 42 COBRANÇA DE DÍVIDAS: - COBRANÇA = exercício regular de direito do credor; deve se abster de praticar abuso de direito. O CONSUMIDOR NÃO SERÁ EXPOSTO AO RIDÍCULO. ÚNICO REPETIÇÃO DE INDÉBITO - cobrança de quantia indevida - DIREITO DO CONSUMIDOR = dobro do valor que já pagou + correção monetária. - SALVO engano justificável do fornecedor.

ART. 43 BANCO DE DADOS e CADASTROS DO CONSUMIDOR = CARÁTER PÚBLICO - CONSUMIDOR = acesso às informações e suas fontes (quem efetuou o cadastro referente à dívida). - os cadastros NÃO CONTERÃO informações negativas por prazo maior que 05 ANOS. - todo e qualquer registro ou cadastro deve ser comunicado por escrito ao consumidor.

BANCOS DE DADOS = cadastro de devedores; de inadimplentes. INEXATIDÃO DE DADOS e CADASTROS *EXCLUSÃO do cadastro: - retificação (alteração) de informação incorreta, OU - se já cumpriu a obrigação. - PRAZO = 05 DIAS.

ART. 44 CADASTROS DE FORNECEDORES: - Órgãos de proteção ao consumidor manterão cadastro de reclamações contra fornecedores = DIVULGAÇÃO PÚBLICA e ANUAL. - A divulgação conterá a indicação se a reclamação foi ou não atendida pelo fornecedor.

ART. 46 PROTEÇÃO CONTRATUAL: - A grande maioria dos contratos de consumo não exige instrumento. - EXEMPLO: compra em lancheria. SE FOR POR ESCRITO deve apresentar linguagem clara e de fácil compreensão. - O consumidor deve ter conhecimento prévio do conteúdo. - FORNECEDOR = deve oportunizar a leitura e prestar informações sobre as disposições contratuais.

CLÁUSULAS CLARAS e ACESSÍVEIS, evitando redação puramente técnica = equilíbrio da relação de consumo e liberdade de escolha do consumidor. *PROIBIÇÃO de cláusulas obscuras = entendimento do homem médio. ART. 47 INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS - Cláusulas com redação dúbia = de forma mais favorável ao consumidor. - SEMPRE, não preferencialmente.

ART. 49 DIREITO DE ARREPENDIMENTO = PRAZO DE REFLEXÃO - SEMPRE que o fornecimento se der FORA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL. - EXEMPLOS: venda porta-a-porta; por telefone; comércio eletrônico; catálogos. DESISTÊNCIA DO CONTRATO = PRAZO DE 07 DIAS, da data da assinatura OU do recebimento do produto/serviço. CONSEQUÊNCIA = devolução imediata do valor já pago + correção monetária.

ART. 51 CLÁUSULAS ABUSIVAS: - Rol exemplificativo - Matéria específica dos contratos de consumo. - EXEMPLOS: exigência de pagamento somente mediante boleto bancário; cláusula limitativa de tempo de internação em planos de saúde.

CONTRATO PREJUDICIAL AO CONSUMIDOR: - Gera onerosidade excessiva, - Restringe direitos e provoca desequilíbrio na relação de consumo, - Ofensa a direitos fundamentais e ao sistema jurídico como um todo. CLÁUSULAS NULAS DE PLENO DIREITO: - A nulidade de uma cláusula não torna todo o contrato nulo, EXCETO quando for essencial. - EXEMPLOS: contrato de empréstimo, em que é nula a cláusula de juros.

CLÁUSULAS ABUSIVAS: I. Minoração (exoneração) da responsabilidade do fornecedor por vícios, ainda que a indenização possa ser limitada em alguns casos. II. Subtração do direito de reembolso de quantia paga. III. Transferência de responsabilidade para terceiro. IV. Estipulação de obrigações desproporcionais = desvantagem ao consumidor. Exemplo: juros abusivos.

VI. Estipulação de inversão do ônus da prova em prejuízo ao consumidor. VII. Determinação de utilização compulsória de arbitragem = obrigação de dirimir conflitos através do Tribunal de Mediação e Arbitragem. VIII. Imposição de representante ao consumidor, como a extinta cláusula mandato, para renegociação de dívidas. IX. Confiram a opção de concluir ou não o contrato ao fornecedor, mantendo a obrigação do consumidor.

X. Autorização de promover a variação de preços somente ao fornecedor. XI. Resilição (rescisão unilateral) autorizada apenas pelo fornecedor. XII. Imposição apenas ao consumidor de indenizar custos de cobrança. Exemplo: encargos de empresa de cobrança. XIII. Permissão de alteração unilateral do contrato somente ao fornecedor.

XIV. Violação de normas ambientais. XV. Cláusula em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor. XVI. Renúncia à indenização por benfeitorias necessárias.

ART. 52, 2º - LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA DO DÉBITO: - contratos de crédito ou concessão de financiamento DIREITO DO CONSUMIDOR: - liquidação PARCIAL ou TOTAL da dívida. - com desconto proporcional de juros e demais acréscimos. ART. 54 CONTRATOS DE ADESÃO: - Formulários, com conteúdo preestabelecido unilateralmente pelo fornecedor e pré-aprovado pelo órgão competente. - EXEMPLO: contrato de abertura de conta corrente.

A INSERÇÃO DE CLÁUSULA não desvirtua a natureza do contrato de adesão. PODE CONTER CLÁUSULA RESOLUTÓRIA = cláusula de resolução automática (rescisão) do contrato. - DESDE QUE SEJA OPORTUNIZADA ALTERNATIVA AO CONSUMIDOR. - EXEMPLO: o não pagamento do preço resolve o contrato automaticamente.

COMPREENSÃO = redação clara e legível, com fonte não inferior a tamanho 12. CLÁUSULA COM LIMITAÇÃO DE DIREITOS = deve ser redigida em destaque. *O fornecedor não pode se negar a fornecer produto/serviço inerente ao contrato.

ART. 55 PROTEÇÃO ADMINISTRATIVA DO CONSUMIDOR - Diferente da tutela jurisdicional - ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS de proteção e defesa do consumidor (Poder Executivo). - Competência concorrente da U, E, DF e M: criar/manter órgãos de proteção e defesa do consumidor. 3º e 4º - FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO - Orientação; encaminhamento de reclamações; estudos e pesquisas para aperfeiçoamento da legislação vigente.

- ÓRGÃOS OFICIAIS: podem expedir notificações aos fornecedores para prestar informações, fazer e cumprir acordos, sob pena de desobediência (crime). ART. 105 TUTELA ADMINISTRATIVA - Sistema Nacional de Defesa do Consumidor SNDC: integrado pelos órgãos federais, estaduais, do DF e municipais; e entidades privadas de defesa do consumidor. ART. 106 COORDENAÇÃO DO SNDC: - Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor DPDC, vinculado ao Ministério da Justiça.

ART. 56, INCISOS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS - INDEPENDENTEMENTE das sanções penais e civis, de COMPETÊNCIA dos órgãos administrativos. PODEM SER APLICADAS CUMULATIVAMENTE. - EXEMPLO: aplicação de multa E apreensão do produto. POR MEIO DE MEDIDA CAUTELAR ou INCIDENTAL = antes, durante ou ao final do processo administrativo. - EXEMPLO: incineração (inutilização) de produtos impróprios para consumo.

ART. 58 PROCESSO ADMINISTRATIVO = geralmente as sanções são aplicadas mediante procedimento próprio, garantida a ampla defesa. - A PUNIÇÃO É IMPERATIVA e AUTO- EXECUTÁVEL. - Algumas penas podem ser aplicadas na ocasião da fiscalização, ou seja, na lavratura do auto de infração. - EXEMPLO: interdição de refrigerador em supermercado - não interdita todo o estabelecimento.

ART. 57 MULTA ÚNICA PENA QUE NÃO É AUTO- EXECUTÁVEL, pois é sanção pecuniária. O NÃO-PAGAMENTO ACARRETA: -inscrição em dívida ativa E execução fiscal. VALOR DA MULTA Critérios de graduação: - gravidade do ato praticado pelo fornecedor, - vantagem econômica auferida pelo fornecedor, e - capacidade econômica do fornecedor.

OBSERVAÇÕES FINAIS: TAXA DE JUROS - ART. 406, CÓDIGO CIVIL: Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. - Juros Moratórios: juros legais, que visam punir o devedor inadimplente = LIMITE LEGAL.

- Diferente dos Juros Remuneratórios, que podem ser fixados acima do limite de 12% a.a nos contratos bancários = Súmula 382, STJ. QUER DIZER QUE: - Não há limitação à taxa de juros no Código Civil. - O CDC também não traz essa previsão. - Deve ser aplicada a taxa de juros legais. - Limite legal de 1% ao mês (ou 12% ao ano). - De acordo com a Taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01. (CESGRANRIO 2012 TÉCNICO BANCÁRIO) Caio realiza contrato de empréstimo bancário com a instituição financeira WW e torna-se inadimplente, sendo o seu nome inscrito em cadastro de proteção ao crédito. Dez anos após o evento, Caio dirige-se à instituição financeira YY para obter empréstimo bancário e é surpreendido pela informação de que seu nome estava inscrito como devedor pelo não pagamento do empréstimo à instituição financeira WW, realizado dez anos antes.

Consoante às normas do Código de Defesa do Consumidor, o tempo máximo de permanência de informações negativas do consumidor em cadastro de proteção ao crédito corresponde, em anos, a (A) dez (B) seis (C) cinco (D) quatro (E) três

02. (CESPE CAIXA/2010) Com relação ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) - Lei nº 8.078/1990, assinale a opção correta. (A) Em contratos de empréstimo bancário, tem amparo no referido código o uso de cláusula que estabeleça a arbitragem como forma compulsória de resolução de problemas entre as partes. (B) Em contratos de empréstimo bancário, cláusula que permita a rescisão unilateral pelo banco não é vedado pelo CDC, desde que desobrigue o cliente do pagamento dos juros devidos.

(C) O cliente de instituição bancária que possuir título de capitalização poderá, com amparo no CDC, ter seu nome inserido em cadastro de beneficiários e receber produtos ou serviços sem solicitação expressa do cliente. (D) A disponibilização do nome do cliente inadimplente em relação afixada em área comum de uma agência bancária, como forma de cobrança, tem amparo no CDC. (E) É vedado o condicionamento da celebração de um contrato de empréstimo bancário à aquisição de outro produto ou serviço, tal como título de capitalização.

03. (FCC BANCO DO BRASIL/2010) O art. 20, da Lei nº 8.078/90 dispõe que: O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I. A reexecução dos serviços, com custo adicional e quando cabível. II. A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.

III. O abatimento proporcional do preço. IV. A reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível, pode ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. V. A restituição imediata da quantia paga, isenta de atualização monetária, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) II, IV e V. (B) III e V. (C) I, II e III. (D) I e IV. (E) II, III e IV.

04. (FCC BANCO DO BRASIL/2010) Tratando-se da proteção contratual, o consumidor pode desistir do contrato sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio, a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, no prazo de (A) 7 dias. (B) 14 dias. (C) 21 dias. (D) 28 dias. (E) 56 dias.

05. (CESGRANRIO BANCO DO BRASIL/2010) José é correntista do Banco da Brasil há dois anos e tem crédito disponível para utilização no cheque especial. No mês de dezembro, José ultrapassou seu limite de crédito. Seu nome, após prévia notificação, foi inscrito em cadastro restritivo de crédito e seu contrato foi encaminhado ao Jurídico para a propositura de ação judicial, quando o advogado reparou que os juros eram superiores a 12% ao ano. Nesse caso, há alguma ilegalidade, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor?

(A) Não há ilegalidade alguma no caso descrito. (B) Os juros superam o valor máximo de 1% ao mês previsto na legislação, o que configura ilegalidade. (C) Os juros cobrados e a negativação são ilegais frente ao Código de Defesa do Consumidor.

(D) A inscrição em cadastro restritivo de crédito foi ilegal, pois há apenas o direito de cobrar o crédito, mas não o de negativar o nome do consumidor. (E) A cláusula de juros é abusiva e a notificação configura cobrança por meio indevido, sendo, portanto, ilegal.

06. (CESGRANRIO BANCO DO BRASIL/2010) Maria é poupadora do Banco Ypsilon e constatou o saque de valores em sua conta poupança. Procurou um funcionário do banco, afirmando que não havia sacado as referidas quantias e que, para ela, aquilo era um defeito na prestação do serviço, tendo direito ao ressarcimento em razão da responsabilidade do Banco. Nessa situação, a responsabilidade do Banco (A) é inexistente, pois as instituições financeiras são isentas do cumprimento do Código de Defesa do Consumidor.

(B) é factível, desde que comprovada sua culpa ou negligência. (C) é integral e não há excludentes, por expressa disposição do Código de Defesa do Consumidor. (D) independe da existência de culpa. (E) pode ser afastada apenas na hipótese de prova de culpa exclusiva da vítima.

07. (CESGRANRIO/BB/Escriturário/2014) O superintendente de vendas do Banco A, submetido a regime de metas, determina a suas equipes que, em todos os contratos de empréstimos, vinculem o fechamento da operação à realização de contrato de seguro. Com tal determinação, as metas impostas são realizadas, com reflexo financeiro positivo na remuneração dos empregados. Nos termos do Código de Defesa e Proteção ao Consumidor, tal operação é:

(A) admitida, por ser inerente às relações de mercado. (B) permitida, por ser integrante de regime de remuneração por metas. (C) vedada, por caracterizar prática abusiva. (D) vedada, por não ser possível a conjugação prática das operações. (E) permitida, por configurar habitualidade das relações.

08. (CESNGRANRIO 2015 BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO) Uma cidadã, por dificuldades financeiras momentâneas, deixou de pagar em dia as suas dívidas, vindo, por força de sua mora e do seu inadimplemento, a ser inscrita em cadastro de devedores. Com o passar do tempo, a sua situação foi melhorando e, após muito sacrifício pessoal, conseguiu quitar as suas dívidas. Em determinado momento, no entanto, foi surpreendida com negativa de crédito, em estabelecimento comercial, por estar o seu nome inscrito no cadastro de devedores inadimplentes. A melhor interpretação do Código de Defesa do Consumidor indica que

(A) caberia à devedora buscar o cancelamento dos registros nos cadastros de inadimplentes. (B) é ônus do credor, após a constatação do pagamento efetivo da dívida, retirar o nome do devedor do cadastro de inadimplentes. (C) deve ocorrer a retirada do registro de inadimplente somente cinco anos após o ingresso, mesmo no caso de pagamento. (D) ocorrerá a manutenção do registro no cadastro de inadimplentes como forma de proteção ao comércio. (E) será retirada a inscrição do registro no cadastro de inadimplentes somente se houver medida judicial.

09. (CESNGRANRIO 2015 BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO) Um cliente de longa data do Banco X S/A emitiu cheque vinculado à sua conta-corrente no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Apesar da existência de provisão de fundos, o cheque não foi pago, por causa da não certificação da assinatura no referido título por preposto do Banco. Após reclamação formal, constatou-se que a assinatura conferia com as dos cadastros arquivados no Banco. Nesse caso, de acordo com as regras do Código de Defesa do Consumidor ocorreu

(A) prática abusiva (B) responsabilidade continuada (C) força maior (D) defeito do serviço (E) publicidade enganosa

10. (CESNGRANRIO 2015 BANCO DO BRASIL - ESCRITURÁRIO) Um gerente de um determinado banco tem, dentre a programação determinada pela alta direção do estabelecimento financeiro, a função de indicar aos clientes cartões de crédito administrados por sociedades empresárias parceiras. Um dos clientes do banco utiliza um cartão de crédito ilimitado, devidamente autorizado por esse banco e pela administradora de cartões. Em viagem de núpcias pela Itália, o cliente é surpreendido pela negativa de autorização para pagamento do hotel em que ele se hospedara.

Apesar das tentativas de contato para autorização das despesas, este ato inocorreu. Sendo pessoa de posses, esse cliente pagou as despesas em dinheiro. Retornando ao Brasil, requereu ao banco explicações, por escrito, do ocorrido ao que lhe foi respondido não ter o banco qualquer responsabilidade pelo evento, uma vez que a gerência do cartão de crédito seria exclusivamente da sociedade empresária que administra o cartão.

Nesse contexto, nos termos do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, a responsabilidade (A) é do fornecedor que prestou serviços defeituosos, excluindo, em qualquer caso, os demais fornecedores. (B) da instituição financeira é separada da dos demais fornecedores. (C) é subjetiva e exclusiva da administradora de cartões de crédito.

(D) é solidária e abrange a cadeia de fornecedores, o que inclui o Banco. (E) da sociedade empresária depende da prova de culpa de um dos seus prepostos.

GABARITO: 01. C 02. E 03. E 04. A 05. A 06. D 07. C 08. B 09. D 10. D