MARCEL GUSTAVO CURIONI ESTUDO DO PROCESSO DE INCORPORAÇÃO DOS SERVIÇOS DE OPERADOR LOGÍSTICO POR UM TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE CARGAS

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Transcrição:

MARCEL GUSTAVO CURIONI ESTUDO DO PROCESSO DE INCORPORAÇÃO DOS SERVIÇOS DE OPERADOR LOGÍSTICO POR UM TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE CARGAS JOINVILLE SC 2006

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS MARCEL GUSTAVO CURIONI ESTUDO DO PROCESSO DE INCORPORAÇÃO DOS SERVIÇOS DE OPERADOR LOGÍSTICO POR UM TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE CARGAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção e Sistemas. Orientador: Leandro Zvirtes JOINVILLE SC 2006

MARCEL GUSTAVO CURIONI ESTUDO DO PROCESSO DE INCORPORAÇÃO DOS SERVIÇOS DE OPERADOR LOGÍSTICO POR UM TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE CARGAS Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito para obtenção do título de Bacharel no curso de Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC. BANCA EXAMINADORA Orientador: Msc. Leandro Zvirtes Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Membro: Esp. Nilson Campos Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Msc. Rogério Simões Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Joinville, 28/11/2006

AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse trabalho, em especial: A todos os meus colegas de faculdade, por esses anos de convivência, por estarmos sempre juntos nas discussões e aprendizados dessa jornada. À Maria Patrícia, Roseméri Rosa, Bruno Machado e Leonardo Meinert pela colaboração e força para o desenvolvimento desse estudo. Ao meu orientador, Leandro Zvirtes, por sempre mostrar com calma e sabedoria o caminho a ser seguido. A equipe Transjoi, em especial a Alceu João de Souza e Nádia Ferreira, que me ofereceram todo suporte necessário para o término dos meus estudos. Ao Sr. Pipo, por me dar a oportunidade de fazer parte da família Transjoi, e ao Sr. Sérgio Siqueira, pela presteza e informações transmitidas. Ao Sr. Marcelo Pujol pela orientação e visão do sistema logístico. Aos meus amigos mais próximos, pelos incentivos recebidos. E aos amigos mais distantes, pelos ensinamentos e carinho sempre presentes. A Deus pelo dom da vida. E a toda minha família, em especial aos meus pais e irmãos, por estarem sempre ao meu lado incentivando a superar os obstáculos da vida.

RESUMO A crescente busca por vantagens competitivas, frente a um mercado cada vez mais acirrado, tem feito com que as empresas busquem se concentrar em suas competências centrais, terceirizando as demais atividades existentes, entre elas a logística. Os prestadores de serviços logísticos vêm observando essa tendência e vislumbrando a oportunidade de aprimorar seus serviços, aumentando a sua participação no mercado e agregando valor as suas atividades. O estudo destaca que os transportadores tradicionais, levados por essa oportunidade, e até mesmo pela necessidade de adaptação, tendem a incorporar serviços de operadores logísticos. Essa mudança tem como principal motivo a criação de um diferencial competitivo, oferecendo soluções personalizadas em armazenagem, gestão de fretes e controle de estoques. Dessa forma, abrem o leque de serviços oferecidos, responsabilizando-se por todo o gerenciamento logístico da cadeia de suprimentos do seu cliente. Conceituando as principais diferenças entre transportador e operador logístico, o presente estudo relata o caso da Transjoi Transportes e o processo de evolução para a Izolog Operações Logísticas. Através de uma pesquisa exploratória, são listadas dificuldades na atuação da Izolog durante a etapa de transição, e por meio de um estudo de caso, são propostas ações de melhorias e uma estratégia de atividades operacionais a fim de minimizar as dificuldades encontradas. Essas ações visam à consolidação da Izolog como operador logístico de qualidade no mercado, e demonstra a constante busca da empresa na integração e evolução de suas atividades. Palavras-chave: Logística. Transportador tradicional. Operador logístico.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 - Fluxo na cadeia de suprimentos... 20 Figura 02 - Classificação das atividades logísticas... 39 Figura 03 - Fatores de complexidade logística... 41 Figura 04 - Principais atividades com tendência a terceirização... 48 Figura 05 - Principais benefícios esperados na utilização de operadores logísticos... 48

LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Diferenças entre Transportadora de Serviços Tradicionais vs. Operador Logístico... 37 Tabela 02 - Proposta de adequações da Izolog frente às dificuldades... 67 Tabela 03 - Proposta de roteiro para atividades da Izolog... 69

LISTA DE ABREVIATURAS 3PL 4PL ABML CLM ERP JIT OL PSL - Third-Party Logistics(Operador logístico) - Fourth-Party Logistics (Integrador logístico) - Associação Brasileira de Movimentação e Logística - Council of Logistics Management - Enterprise Resource Planning (Planejamento dos recursos da empresa) - Just in time - Operador logístico - Prestador de serviços logísticos SCM - Supply Chain Management (Gerenciamento da cadeia de suprimentos) TI TMS - Tecnologia de informação - Transportation Management System(Sistema de gerenciamento de transporte)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA... 10 1.2 OBJETIVO GERAL... 11 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 11 1.4 JUSTIFICATIVA... 12 1.5 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO... 12 1.6 METODOLOGIA... 13 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO... 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 15 2.1 LOGÍSTICA... 15 2.1.1 Histórico da Logística... 15 2.1.2 Definição de logística... 16 2.1.3 Atividades da Logística... 18 2.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS... 19 2.3 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS... 20 2.4 ARMAZENAGEM... 23 2.4.1 Funcionalidade da Armazenagem... 24 2.4.2 Estoques: a Distribuição Física dos Materiais... 26 2.4.2.1 Funções dos Estoques... 27 2.4.2.2 Custos de Estocagem... 28 2.4.2.3 Precisão do registro de estoque... 28 2.5 ESTRATÉGIA COMPETITIVA... 30 2.6 CORE COMPETENCE... 32 2.7 TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO DE CARGAS... 33 2.7.1 Tendência de evolução de um Transportador de Cargas Tradicional... 34 2.8 OPERADOR LOGÍSTICO... 35 2.8.1 Definição de Operador Logístico... 35 2.8.2 Diferença entre Transportadora e Operador Logístico... 37 2.8.3 Funções do Operador Logístico... 38 2.8.4 Fatores que influenciam a contratação de Operadores Logísticos... 40 2.9 TERCEIRIZAÇÃO... 42

2.9.1 Definição de Terceirização... 42 2.9.2 Terceirização Logística... 43 2.9.2.1 Vantagens da Terceirização... 45 2.9.2.2 Desvantagens da Terceirização... 46 2.9.2.3 Tendência da Terceirização no Brasil... 47 3 METODOLOGIA DA PESQUISA... 50 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA... 50 3.2 PESQUISA... 50 3.3 METODOLOGIA UTILIZADA... 51 3.3.1 Etapas da pesquisa... 52 4 ESTUDO DE CASO NA EMPRESA TRANSJOI E A CRIAÇÃO DE UM O OPERADOR LOGÍSTICO... 54 4.1 HISTÓRICO... 54 4.2 OPERACIONABILIDADE... 55 4.3 CARACTERÍSTICA DA EMPRESA... 57 4.4 IZOLOG - A NOVA EMPRESA... 58 4.4.1 Porque criar a Izolog?... 59 4.4.2 Atividades da Izolog... 60 4.4.3 Premissas da Izolog... 61 5 ATUAÇÃO DA IZOLOG... 63 5.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS NA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES EM PROJETOS LOGÍSTICOS DURANTE INCORPORAÇÃO DOS SERVIÇOS DE OL... 63 5.2 PROPOSTAS DA IZOLOG PARA A REDUÇÃO DAS BARREIRAS NAS ATIVIDADES DOS PROJETOS LOGÍSTICOS... 66 5.3 ESTRATÉGIA DE ATIVIDADES PARA PROJETOS LOGÍSTICOS... 69 5.3.1 Acompanhamento das atividades... 70 5.4 PERSPECTIVAS FUTURAS... 71 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 72 6.1 CONCLUSÕES... 72 6.1.1 Validação dos objetivos... 74 6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS... 75 REFERÊNCIAS... 77

10 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA O tema abordado nesse trabalho trata da incorporação de serviços de operador logístico por um transportador rodoviário de cargas. A escolha desse tema acompanha a realidade existente no cenário global atual, uma vez que o transportador de cargas tende a ser cada vez mais exigido e pressionado para oferecer soluções completas a seus clientes. Dessa forma, a escolha por um operador logístico é de grande importância, uma vez que é delegado a este toda gestão logística disponível, tornando-se uma decisão estratégica para o futuro da empresa.

11 1.2 OBJETIVO GERAL Apresentar o processo de incorporação dos serviços de operador logístico por um transportador rodoviário de cargas através de um estudo de caso na Transjoi Transportes Ltda. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Listar as dificuldades de atuação da Izolog durante o processo de incorporação dos serviços de operador logístico; Elaborar uma estratégia/roteiro de atividades para um projeto logístico; Identificar as principais funções de um transportador tradicional de cargas; Identificar as principais funções de um operador logístico.

12 1.4 JUSTIFICATIVA No cenário atual a evolução logística é fator cada vez mais importante para o sucesso de uma organização. Desta forma, a complexidade e a exigência pelo serviço logístico vêm sofrendo grande aumento e tende a continuar nesse crescimento nos próximos anos. Os atuais transportadores de cargas estão se deparando com essa forte exigência do mercado e buscando a evolução/crescimento de seus serviços através da mudança para um prestador de serviços logísticos (PSL) conhecido como operador logístico (OL), de forma que venha a atender e a projetar melhores soluções para seus clientes. Este estudo destaca a importância da tendência de terceirização das atividades logísticas nas empresas, e busca incentivar o meio acadêmico a interagir e realizar estudos mais aprofundados sobre o tema. 1.5 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO O presente estudo está direcionado para o segmento de transporte rodoviário de cargas, tendo como área de abrangência a empresa Transjoi

13 Transportes Ltda. e a incorporação dos serviços de operador logístico, originando a Izolog Operações Logísticas. Essa mudança e as dificuldades encontradas neste novo segmento de atuação são de natureza real da empresa. 1.6 METODOLOGIA Este trabalho utilizou-se do método de estudo de caso para descrever as condições atuais do segmento de transporte rodoviário de cargas, especificamente com a empresa definida na área de abrangência, os fatores competitivos aliados à cadeia de suprimentos, as tendências e os resultados da evolução da empresa transportadora de cargas para um operador logístico (OL). Através deste estudo procurou-se reunir informações para o entendimento do tema e apresentar o resultado da pesquisa obtido através da análise de situações concretas. A pesquisa realizada foi de característica exploratória, pois visou desenvolver, esclarecer e modificar idéias e conceitos para as abordagens posteriores do estudo de caso.

14 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho foi organizado sob a forma de capítulos, estruturados da seguinte forma: Primeiro capítulo apresenta os objetivos do estudo, geral e específicos, a justificativa, delimitação e metodologia aplicada ao estudo, assim como a estrutura do trabalho. Segundo capítulo apresenta a revisão bibliográfica dos assuntos que serão abordados nesse estudo, desde a conceituação de logística, atividades de movimentação, armazenagem, o processo de terceirização, transportadores e operadores logísticos, de forma a oferecer embasamento para o entendimento do estudo de evolução de uma transportadora para um OL. Terceiro capítulo trata da metodologia aplicada para o estudo, a definição do problema e as etapas da pesquisa realizada. Quarto capítulo caracteriza a empresa Transjoi Transportes, histórico, características, forma de atuação, a criação do OL (Izolog), destacando as premissas desse processo. No quinto capítulo estão relacionadas as dificuldades de realização das atividades da Izolog durante o processo de incorporação dos serviços de OL, as diretrizes definidas para minimizar essas dificuldades e as precauções frente a um projeto logístico, através da utilização de uma estratégia de atividades. Nos capítulos seguintes são apresentadas as conclusões, a validação dos objetivos propostos, as recomendações para futuros estudos, e as referências utilizadas nesse trabalho.

15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 LOGÍSTICA 2.1.1 Histórico da Logística O conceito de logística, existente desde a década de 1940, foi utilizado pelas forças armadas norte-americanas; relacionava-se com todo o processo de aquisição e fornecimento de materiais durante a segunda guerra mundial, sendo utilizado por militares americanos para atender a todos os objetivos de combate da época, além de prover a organização dos suprimentos. Conforme Ching (1999), com o passar dos anos, esse conceito foi evoluindo e uma nova concepção entrou em vigor, deixando de ter uma função meramente acessória e passando a atuar como estratégia fundamental na organização. Para Ching (1999) passou a existir a integração das diversas áreas envolvidas na produção, dimensionamento e layout de armazéns, alocação de produtos em depósitos, transportes, incluindo a roteirização, dimensionamento da frota de veículos, e ainda a distribuição, seleção de fornecedores e clientes

16 externos, surgindo um novo conceito que é conhecido como supply chain ou logística integrada. 2.1.2 Definição de logística Logística é uma operação integrada que cuida desde o suprimento até a distribuição de produtos de forma racionalizada, ou seja, planejar, coordenar e executar o processo, sempre visando a redução de custos e o aumento da competitividade da empresa (VIANA, 2002). Em 1998, o Council of Logistics Management - CLM definiu a logística como: A parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla o fluxo e a armazenagem de produtos, serviços e informações associadas de maneira eficiente e eficaz do ponto de origem ao ponto de consumo a fim de satisfazer às necessidades dos clientes. Ballou (1993) define a logística empresarial como o estudo da administração de bens e serviços, de forma a promover maior nível de rentabilidade através de planejamento, organização e controle das atividades de movimentação e armazenagem. Para o autor, a logística empresarial trata: De todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.

17 De acordo com Ballou (1993) a logística, atuando de modo sincronizado pode fazer com que as empresas agreguem valor aos serviços oferecidos aos clientes e também obtenham um diferencial competitivo perante a concorrência. Para Harrison e Hoek (2003), logística é uma tarefa responsável por fornecer o fluxo de materiais e informações. Os referidos autores ainda complementam dizendo que a tarefa logística de gerenciamento dos fluxos de materiais e informações é parte importante da tarefa de gestão da cadeia de suprimento. Essa gestão é a administração de todo o processo de suprimento de matérias-primas, fabricação, embalagem e distribuição para o consumidor final. Segundo Christopher (1997) em sua obra Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, logística é definida como: O processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e o fluxo de informações correlatadas) através da organização e seus canais de distribuição, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo. Lambert (1998) utiliza a definição mais geral para a logística, que pode ser utilizada em diversas óticas além da empresarial, identificando as atividades logísticas como: O processo de planejamento, implantação e controle da eficiência, custo efetivo, armazenamento e estocagem de matérias-primas, em processo de inventário, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de conformação com as necessidades do cliente.

18 Ainda conforme Christopher (1997), a função logística agrega valor ao produto por reduzir tempos, diminuir custos financeiros e de capital referentes a estoques e ao manuseio de produtos, e que é percebido pelo cliente pelos benefícios que incorpora ao produto, como a entrega no prazo, tempo de ciclos menores e resposta flexível. 2.1.3 Atividades da Logística Ballou (1993) considera três atividades de importância primária para atingir os objetivos logísticos, pois elas representam a maior parcela ou são de importância fundamental para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística. São elas: a) Transportes: refere-se aos métodos de movimentar os produtos aos clientes: via rodoviário, ferroviário, aeroviário, marítimo, entre outros. De grande importância, em virtude do peso deste custo em relação ao total do custo de logística; b) Gestão de estoques: dependendo do setor em que a empresa atua e da sazonalidade temporal, é necessário um nível mínimo de estoque que aja como amortecedor entre oferta e demanda, o que também resulta num importante peso para o custo logístico; c) Processamento de pedidos: determina o tempo necessário para a entrega de bens e serviços aos clientes. Segundo Ballou (1993), é a atividade primária que inicializa a movimentação de produtos e serviços. Ainda, há uma série de atividades

19 adicionais, chamadas de secundárias, que exercem função de apoio as atividades primárias e auxiliam na obtenção dos níveis de bens e serviços requisitados pelos clientes. Ballou (1993) define dessa forma: a) Armazenagem: administração do espaço necessário para estocar os produtos; b) Manuseio de materiais: movimentação dos insumos/produtos no local de armazenagem; c) Embalagem: tem por função proteger e facilitar a movimentação do produto; d) Programação de insumos/produtos: programação da necessidade de produção e seus respectivos itens da lista de materiais; e) Manutenção de informação: fornecer uma base de dados para o planejamento e controle logístico. 2.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS A cadeia de suprimentos inclui as organizações e processos para aquisição, estocagem e venda de matérias-primas, produtos intermediários e produtos acabados. O fluxo de produtos na cadeia de suprimentos é ligado por fluxos físicos, monetários e de informações (MOURA, 1998).

20 O autor coloca que o gerenciamento da cadeia de suprimentos inclui todo o fluxo de materiais, desde a aquisição de matérias-primas até a entrega de produtos acabados aos consumidores finais, assim como os contra-fluxos relacionados com informações que controlam e registram a movimentação de materiais. Na figura 01 são mostradas as etapas do fluxo de movimentação de materiais. Figura 01: Fluxo na cadeia de suprimentos Fonte: Arnold, 1999, p. 376. Para Christopher (1997), a expressão rede de suprimentos designa todas as unidades produtivas que estavam ligadas para prover o suprimento de bens e serviços para uma empresa e para gerar a demanda por esses bens e serviços até os clientes finais. 2.3 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS Para Gurgel (2000), a empresa é como um conjunto de fluxo de materiais dinâmicos, por isso enfoca na velocidade e intensidade dos fluxos,

21 delimitando uma distância entre recepção de matéria-prima e expedição de produtos. Moura (1998) define que a movimentação de materiais está relacionada com o deslocamento de matérias-primas e produtos acabados e com a armazenagem compreendendo a estocagem, a separação de pedidos, a embalagem e a expedição, seguida do suprimento das matérias-primas e a distribuição dos produtos acabados. As funções bem definidas da movimentação de materiais, de acordo com Moura (1998), seguindo a matéria-prima através da produção até o produto acabado, são as seguintes: a) embalagem (acondicionamento) no fornecedor; b) unitização (para transporte) no fornecedor; c) carregamento no fornecedor ou na fonte; d) transporte do fornecedor ao cliente; e) atividades de movimentação externas ao local da descarga (pesagem, pátio, etc.); f) recebimento físico e fiscal (descarga e conferência); g) armazenagem de suprimentos (entrada); h) distribuição interna dos materiais aos postos de trabalho; i) movimentação durante o processo; j) estocagem durante o processo; k) manuseio no local de trabalho; l) movimentação interna na fábrica; m) embalagem (para consumo); n) armazenagem de produtos acabados (saída);

22 o) embalagem para transporte; p) expedição, carregamento, despacho físico e fiscal; q) transporte até o cliente. Para obtenção do planejamento e gerenciamento das atividades e sistemas de movimentação, Moura (1998) desenhou um alicerce básico para fundamentar os princípios da movimentação. São eles: a) evitar colocar os materiais diretamente no chão; b) fazer uso da força da gravidade; c) movimentar os lotes de materiais em unidades de carga; d) mecanizar e/ou automatizar a movimentação quando economicamente justificado ou quando necessário para segurança dos operadores; e) combinar o movimento dos materiais com as operações produtivas; f) planejar a manutenção do equipamento em períodos nos quais não será utilizado; g) designar e marcar claramente os pontos de recepção e expedição de materiais; h) manter os corredores demarcados e desobstruídos; i) projetar compativelmente com a capacidade de carga do piso e outras limitações estruturais; j) combinar movimentação com outras funções, como embalagem, separação, identificação, contagem, etc.

23 De modo geral, convém eliminar todos os movimentos de material que não sejam absolutamente indispensáveis, ou seja, a melhor movimentação é aquela que não existe. 2.4 ARMAZENAGEM Conforme Ballou (1993), armazenagem é um componente essencial no conjunto de atividades logísticas, e seus custos representam grande parcela das despesas logísticas da empresa, sendo estes intimamente ligados a localização do local de armazenagem. Moura (1997) define armazenagem como sendo: Denominação genérica e ampla, que inclui todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e a distribuição de materiais (depósitos, almoxarifados, centros de distribuição, etc.), e estocagem, uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e ponto destinado à locação estática dos materiais. Dentro de um armazém, podem existir vários pontos de estocagem. O autor citado define armazenagem como receber materiais de um fornecedor, estocá-los até que sejam solicitados por um usuário, retirá-los do estoque quando solicitados e expedi-los ao usuário. O objetivo básico de armazenagem é atender as necessidades do usuário e maximizar os recursos disponíveis. Moura (1997) enfatiza que todos

24 os armazéns têm três recursos escassos: (1) espaço; (2) equipamentos; (3) pessoas. Partindo-se desses três recursos o objetivo de armazenagem é assegurar que o produto certo esteja disponível no lugar certo e no tempo certo e que o mesmo esteja em condições de uso conforme necessidade do seu consumidor, seja ele cliente ou linha de produção (MOURA, 1997). Para Lambert (1998), a armazenagem pode ser definida como a parte do sistema logístico que estoca produtos, desde matérias-primas até produtos acabados, entre o ponto de origem e o ponto de consumo, fornecendo informações sobre a situação, condição e disposição dos itens estocados. 2.4.1 Funcionalidade da Armazenagem A atividade de armazenagem é responsável pelo recebimento até o envio dos materiais para o destino final. Moura (1997) lembra que entre o recebimento e a expedição esta atividade deve conferir a quantidade e o estado das embalagens, providenciar a estocagem, separar os pedidos, administrar os estoques, conferir e providenciar a documentação para expedição (nota fiscal, etiquetas de identificação de embarque, conhecimentos de embarque, minutas). As etapas da armazenagem são assim definidas: a) Recebimento de materiais:

25 Todo material que chega na empresa deve ser recebido, conferido qualitativamente e quantitativamente, identificado e caso necessário deve ser submetido a testes de recebimento (MOURA, 1997). b) Estocagem de materiais: Após o recebimento do material, e sua aceitação pela empresa, ocorre a atividade de estocagem, que conduz o material recebido, até então na área de recebimento ao seu local definitivo. A atividade de estocagem proporciona a movimentação planejada dos materiais pelas áreas dos armazéns, visando garantir a maximização dos espaços, a facilidade de separação, a integridade física e a acuracidade dos dados de quantidade e local (MOURA, 1997). c) Separação de pedidos de materiais: Seja para a separação de componentes para abastecer uma ordem de produção ou atender um pedido de venda de um cliente externo, a atividade de separação de materiais necessita dos dados da quantidade e local corretos, para não desperdiçar tempo, ou mesmo deixar de atender uma solicitação (MOURA, 1997). d) Administração de estoques: Dias (2005) menciona que : dimensionar e controlar estoques é um tema importante e preocupante. Descobrir fórmulas para reduzir estoques sem afetar o processo produtivo e sem o crescimento dos custos é um dos maiores desafios que os empresários encontram em época de escassez de recursos. e) Distribuição de materiais:

26 Moura (1997) diz que a última fase do ciclo de estocagem é o embarque dos produtos, seja ele para o consumidor ou a entrega no ponto onde será utilizado na fábrica. 2.4.2 Estoques: a Distribuição Física dos Materiais Tido como ambivalente pelos administradores e gerentes de produção, os estoques são ao mesmo tempo considerados custosos, em razão de que imobilizam capital, espaço físico, mão de obra, e arriscados, porque estão expostos à deterioração, perda ou mesmo ao envelhecimento, embora, proporcionem segurança no fluxo dos processos produtivos, evitando a interrupção das atividades caso ocorra uma contingência (CAMPOS, 2002). A função da estocagem é guardar, proteger e preservar o material até seu efetivo uso, a partir de então pode-se dizer que planejamento do layout da área de estocagem é uma premissa importante para se obter uma boa condição de estocagem (MOURA, 1997). O autor supracitado atenta para a existência de dois fatores importantes a serem considerados na estocagem. São eles: a) Características do material: Explora possibilidades de agrupamentos por tipo, tamanho, freqüência de movimentação, ou mesmo até a estocagem por tipo de material que seja usado em um departamento específico. b) Característica do espaço: Forma com que se pretende utilizar este espaço, considerando o tamanho, características da construção (paredes, pisos, pátios, etc.),

27 localização em relação às demais áreas de empresa que se relacionam, critérios de disponibilidade. 2.4.2.1 Funções dos Estoques Segundo Ballou (1993) os estoques exercem grande influência na rentabilidade da empresa, uma vez que absorvem capital para sua manutenção. Para Arnold (1999), o propósito básico dos estoques é um armazenamento intermediário entre: a) Oferta e demanda; b) Demanda dos clientes e produtos acabados; c) Produtos acabados e a disponibilidade dos componentes; d) Exigências de uma operação e resultado da operação anterior; e) Peças e materiais necessários ao início da produção e fornecedores de materiais. Assim, a função do estoque é conseguir que a produção mantenha seu ciclo de produtividade, dentro dos limites econômicos convenientes, além de buscar um aproveitamento mais eficaz dos meios físicos e humanos controlando as contínuas variações da demanda (MOURA, 1997).

28 2.4.2.2 Custos de Estocagem Os custos de estoque decorrem de todas as despesas que a empresa tem em função do estoque mantido. Segundo Arnold (1999), esses custos podem ser subdivididos em três categorias: a) Custos de capital: o dinheiro investido em estoques não está disponível para outras utilizações, ou seja, isso representa no mínimo uma oportunidade perdida de lucratividade numa aplicação financeira; b) Custos de armazenamento: são recursos relacionados ao espaço ocupado, equipamentos disponibilizados e mão de obra empregada; c) Custos de risco: a manutenção de estoque representa os seguintes riscos: i. Obsolescência perda do valor do produto resultante de uma mudança no modelo, estilo, ou na tecnologia. ii. Danos riscos de avarias no manuseio do material. iii. Faltas mercadorias perdidas ou furtadas. iv. Deterioração materiais cujo ciclo de vida é limitado e se deterioram com o tempo. Normalmente é empregado o método FIFO (first in, first out) para conter esse risco. 2.4.2.3 Precisão do registro de estoque O correto registro de estoque está diretamente ligado com a eficiência que este representará para a empresa.

29 Com base no registro os setores poderão acessar as informações e manter o maior controle dos materiais disponíveis no estoque, bem como programar compras, identificar atrasos e excesso de estoque, entre outras. As três informações primordiais para o registro devem ser: a descrição da peça, a quantidade e a localização (ARNOLD, 1999). O autor supracitado ainda define que os registros de estoque permitem a empresa: a) Operar um sistema eficaz de administração de materiais; b) Manter o nível satisfatório de atendimento aos clientes; c) Operar com eficácia e eficiência; d) Analisar o estoque. Arnold (1999) ainda alerta que os registros imprecisos, no entanto, representam custos e podem ocasionar: a) Vendas perdidas; b) Falta de material e programas perturbados; c) Excesso de estoque (dos itens errados); d) Baixa produtividade; e) Baixo desempenho nas entregas; f) Expedição conturbada (situações em que as informações erradas geram desgaste na expedição). Conforme Ballou (1993), o controle apropriado para os níveis e registros de estoque devem ser cuidadosamente desenvolvidos a partir das características particulares que cada produto apresenta.

30 2.5 ESTRATÉGIA COMPETITIVA Os avanços contínuos em tecnologia de informação, a crescente tendência de diminuição das barreiras ao comércio com blocos econômicos comerciais, a diminuição dos custos de transportes e o surgimento de mercados com alto crescimento, ocasionaram o processo de globalização, que acirrou a concorrência de mercado (LIMA, 2004). A reformulação das estratégias empresariais em função das condições de mercado representada pela globalização da economia, a fusão de empresas, a terceirização de atividades, a busca por retornos financeiros maiores e a racionalização de custos, entre outras, tem sido apoiada e se reflete nos conceitos de vantagem competitiva, core competence (competência central) e outsourcing (terceirização). Porter (1989) define o conceito de vantagem competitiva como: A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores que excede o custo que ela tem ao criá-lo. O valor é aquilo que os compradores estão dispostos a pagar e o valor superior provém da oferta, a preços mais baixos do que os da concorrência, de benefícios equivalentes, ou da oferta de benefícios singulares que mais que compensam um preço mais alto. Segundo a idéia do autor, vantagem competitiva é o valor criado por uma empresa para seus clientes, que claramente a distingue da concorrência e fornece aos seus clientes uma razão para permanecerem fiéis.