A GINÁSTICA LABORAL EM FRIGORÍFICOS: REVISÃO DA LITERATURA



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Transcrição:

A GINÁSTICA LABORAL EM FRIGORÍFICOS: REVISÃO DA LITERATURA João Antonio Mesquita Médico do Trabalho e Cirurgião Geral. Especialista em Perícias Médicas e em Ergonomia em Programas de Promoção da Saúde do Trabalhador. Instituto Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão ISEPE Faculdade do Litoral Paranaense. E-mail: jameskyta@yahoo.com.br Clarissa Stefani Teixeira Doutoranda em Engenharia de Produção - UFSC. Professora. Instituto Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão ISEPE Faculdade do Litoral Paranaense. Pós-Graduação em Ergonomia em Programas de Promoção da Saúde do Trabalhador. E-mail: clastefani@gmail.com RESUMO A ginástica laboral tem a facilidade de aproximar trabalho e saúde, procurou-se, nesta revisão de literatura, mostrar sua importância como terapêutica, socializadora e como preventiva aos riscos de lesões e doenças ocupacionais. O objetivo foi identificar os estudos que tratam dos programas de ginástica laboral para trabalhadores de frigoríficos. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica na literatura nacional. Os resultados demonstram que são poucos os estudos que tratam do tema. No entanto, pode-se dizer que os estudos existentes são esclarecedores quanto aos fatores contributivos à prevenção dos problemas de saúde como a diminuição das queixas sobre Lesões por Esforços Repetitivos (LERs) e, Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). A conclusão aponta para dois pontos importantes: nenhum dos relatos indicam aspectos negativos do exercício de Ginástica Laboral, ao contrário, só foram encontrados benefícios à saúde; as atividades de ginástica laboral por si, não eliminam os riscos à saúde, é necessário que o ambiente de trabalho seja planejado com base nos princípios ergonômicos. Palavras-chave: Frigoríficos. Ginástica Laboral. LER/DORT. Saúde do Trabalhador. LABOR GYMNASTICS IN SLAUGHTERHOUSES: LITERATURE REVIEW ABSTRACT Understanding that gymnastics has the facility of approaching work and health, it was in this literature review, show their importance as therapeutic and preventive and socializing the risks of occupational injuries and illnesses. The objective of this research was to identify studies dealing with the exercises in the workplace for workers in slaughterhouses. To this end, we performed a literature search in the national literature. The results show that there are few studies addressing this issue. However, it can be said that the existing studies are illuminating as to the factors contributing to the prevention of health problems such as decrease in complaints about Repetitive Strain Injury (LERS), and Work-Related Musculoskeletal Disorders (MSDs). The finding points to two important points: none of the reports indicates the negative aspects of the exercise of Labor Gymnastics, by contrast, were only found health benefits, the activities of gymnastics per se and does not address health risks. It is necessary that the work environment is designed based on ergonomic principles. Keywords: Refrigerators. Labor Gymnastics. LER / DORT. Occupational Health. Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 67

1 INTRODUÇÃO O conjunto de atividades físicas realizadas no ambiente de trabalho é denominado Ginástica Laboral. Normalmente, as práticas de Ginástica Laboral dentro das empresas são realizadas com a formação de uma equipe de trabalhadores, que se preparam, por meio de exercícios físicos, para iniciar suas tarefas do trabalho diário. No entanto, as atividades laborais de ginástica vêm sendo realizadas não apenas no início, mas também no meio e no final do turno de trabalho, evidenciando benefícios e finalidades diferentes àqueles que aderem às práticas. As primeiras manifestações de atividades físicas em empresas datam de mais de 100 anos. Mesmo assim, a Ginástica Laboral vem sendo considerada um ramo relativamente novo para a maioria das empresas. Mesmo que algumas evidências positivas venham sendo identificadas poucas ainda são as empresas que aderem aos programas de Ginástica Laboral (MACIEL; ALBUQUERQUE; MELZER, 2005). Aos poucos, pode-se dizer que a cultura das empresas vem sendo modificada e neste contexto, além das práticas em ergonomia, há também a necessidade de atividades em Ginástica Laboral visando à promoção da saúde. Assim, esta atividade começa a ser compreendida como um instrumento na melhoria da saúde física do trabalhador, reduzindo e prevenindo problemas ocupacionais, por meio de exercícios específicos que são realizados no próprio local de trabalho, durante o horário de expediente, com o objetivo geral de promover a saúde dos funcionários e evitar lesões de esforços repetitivos e doenças ocupacionais. De forma geral, as empresas contratam profissionais para criar um programa exclusivo para os tipos de atividades laborais, e estes procuram usar técnicas importantes para a qualidade dos movimentos que serão empregados no trabalho. Entre os tipos de exercícios evidenciados no dia a dia das atividades em Ginástica Laboral estão principalmente, os alongamentos dos membros, tronco, cabeça, relaxamento muscular e flexibilidade das articulações. Entretanto, vale salientar que apesar da prática destes exercícios ser coletiva, estes devem ser moldados de acordo com a função exercida pelo trabalhador. Assim, a investigação dos postos de trabalho, do fluxo de atividades, das condições de trabalho e das atividades reais desenvolvidas pelos trabalhadores, é ponto chave para o sucesso da Ginástica Laboral. Neste contexto, um dos problemas apontados pela literatura tangencia as atividades realizadas em frigoríficos, principalmente, relacionadas às condições de trabalho nas quais os profissionais estão inseridos. Além disso, o trabalho em frigoríficos vem ganhando atenção principalmente pela legislação brasileira que, ainda em 2011, estuda a regulamentação da área Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 68

e prevê a criação, pelo Ministério do Trabalho, de uma norma regulamentadora específica para a cadeia frigorífica (REVISTA PROTEÇÃO, 2011). Assim, a investigação das contribuições da Ginástica Laboral para os trabalhadores de frigoríficos, pode auxiliar as determinações a serem estabelecidas para a área. Desta forma, o presente estudo objetivou identificar os estudos de programas de Ginástica Laboral aplicados em trabalhadores de frigoríficos, evidenciando os principais envolvimentos das atividades com as doenças ocupacionais e os benefícios desta prática para a qualidade de vida e consequentemente para a produtividade. A justificativa deste estudo considerou a evolução do processo de trabalho, as novas técnicas de produção, a tecnologia cada vez mais aperfeiçoada e a busca, cada vez maior, de produtividade para gerar lucro, que vêm evidenciando o aporte da engrenagem da produção, fazendo com que o trabalhador atue com movimentos e agilidades que nem sempre correspondem ao seu potencial biofísico. Neste contexto, se encontra um trabalhador que, na maioria das vezes, se esforça para apresentar suas tarefas e que, no entanto, muitas vezes, sofre com essa exigência, causando problemas de saúde e prejuízos tanto financeiros quanto sociais, à empresa e consequentemente ao próprio trabalhador. Assim, a justificativa para a escolha do tema também considerou as informações pautadas nos estudos científicos da área e na própria legislação que indica a necessidade de se encontrar ferramentas que busquem melhoria das condições de trabalho dos indivíduos. 2 A INTERVENÇÃO DA ERGONOMIA NAS ATIVIDADES DE TRABALHO: A INSERÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL No Brasil, a síndrome de origem ocupacional, composta de afecções que atingem os membros superiores, região escapular e pescoço, foi reconhecida pelo Ministério da Previdência Social como Lesões por Esforços Repetitivos (LER), por meio da Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade (1991). Em 1997, com a revisão dessa norma, foi introduzida a expressão Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) (RODRIGO, 2008). A instrução normativa do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) usa a expressão LER/DORT para estabelecer o conceito da síndrome e declara que estas lesões não são fruto exclusivo de movimentos repetitivos, mas podem ocorrer pela permanência de segmentos do corpo em determinadas posições, por tempo prolongado. A necessidade de concentração e atenção do trabalhador para realizar suas atividades, e a pressão imposta pela Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 69

organização do trabalho, são fatores que interferem significativamente para a ocorrência da síndrome (AUGUSTO et al., 2008). Além disso, fatores como o aumento do ritmo de trabalho, alta velocidade de produção, movimentos repetitivos, estresse, pressão de chefias, entre outros, faz com que o trabalhador, a cada jornada de trabalho, padeça de algias em diversos segmentos corporais (MOREIRA; CIRELLI; SANTOS, 2005). A Ginástica Laboral (GL) tem sido entendida, de maneira geral, como a realização de exercícios no local de trabalho com enfoque preventivo e terapêutico. É recomendada, na maioria dos casos, nos processos de enfrentamento das LERs e dos DORT. Configura-se também, como um valoroso recurso de socialização, mecanismo de enfrentamento das pressões profissionais, como também, atua no resgate da autoestima e da qualidade de vida do trabalhador (FERNANDES; ASSUNÇÃO; CARVALHO, 2010). Pode-se dizer também que, a Ginástica Laboral vem sendo considerada uma das medidas para o enfrentamento de distúrbios físicos e emocionais na saúde do trabalhador (FREITAS; SWERTS; ROBAZZI, 2009; PAIVA; TEIXEIRA; CARVALHO, 2008). A saúde do trabalhador vem recebendo atenção principalmente pelos estabelecimentos das Normas Regulamentadoras. Atualmente no Brasil, as indicações para as práticas ergonômicas nas empresas, vêm sendo enfocada pelo Ministério do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora NR 17 (Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978; DOU: 06/07/78, com última atualização pela Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007; DOU: 26/06/07). As consequências de não serem cumpridas as normas ergonômicas no trabalho, representa problemas judiciais, de qualidade e de produtividade para as empresas e também para os trabalhadores que sofrem com as inadequadas condições de trabalho. Neste sentido, um dos problemas mais citados na literatura é associado ao absenteísmo por dores musculares, que causam a ausência do trabalhador no trabalho, interferindo na produtividade e levando à diminuição dos lucros da empresa (RODRIGO, 2008). Além disso, vale salientar que, quanto maior o número de trabalhadores que se ausentarem do trabalho, maiores serão os problemas para as empresas que deverão despender mais recursos para a adaptação das situações problemas. Dentre os fatores de doenças, segundo Couto (1995), os acidentes externos ao trabalho ocupam um dos primeiros postos, principalmente no Brasil, onde grande parte da força de trabalho tem entre 18 e 25 anos. Os acidentes de trabalho também têm grande importância como causas de ausências ao trabalho. Dentre as doenças, a gripe, resfriados e infecções das vias aéreas superiores merecem maior destaque. As tendinites, sinovites e lombalgias em trabalhadores que Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 70

executam trabalhos pesados, também são comuns e se associam, na maioria das vezes, com as condições do ambiente de trabalho. Barbosa (1998) ressalta que, a percepção dos trabalhares acerca de sua saúde pode ser mais importante que os muitos, assim chamados, índices objetivos de doença. A mesma opinião é compartilhada por Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), em trabalho onde avalia os méritos relativos da aplicação de questionários e outros métodos de coleta de dados: um levantamento realizado por questionários, ainda que menos objetivo que os registros de saúde e segurança ou um estudo médico, é uma maneira eficiente e rápida de levantar uma quantidade grande e detalhada coleção de dados, acerca das consequências psicológicas, sociais e de saúde do trabalho. Estes dados geralmente não constam em registros mantidos nas empresas indo de encontro à legislação vigente. Miller e Myers (1996) comentam que, em numerosas aplicações da psicologia industrial e organizacional, o conhecimento de como o trabalhador percebe os problemas, pode ser tão importante quanto à análise de fatos objetivos. Em trabalho conjunto publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o reconhecimento e controle de fatores psicossociais adversos no trabalho foram discutidas as formas de coletas de dados: objetivas, por análises do trabalho por meio de técnicas de observação, de medidas dos agravos à saúde utilizando instrumentos e estatísticas, e, o conhecimento da percepção dos trabalhadores sobre as suas condições de trabalho, por meio de entrevistas e questionários. Após considerarem os aspectos positivos de ambos os métodos, ambas as organizações concluem que a avaliação objetiva é necessária, mas os aspectos percebidos pelo trabalhador, de seu ambiente, deveriam receber primeira atenção (ILO/WHO, 1994, p. 233). 2.1 Considerações sobre a ginástica laboral Segundo a história da Ginástica Laboral, as primeiras anotações sobre essa modalidade datam de 1925, na Polônia, motivada pelos exercícios que os operários faziam nas pausas de seus trabalhos particulares. Em seguida, a Holanda e a Rússia passaram a adotar a sistemática, vendo nela aspectos positivos quanto à socialização e a destreza (OLIVEIRA, 2007). Figueiredo e Alvão (2005) afirmam que a Ginástica Laboral, na forma de programas, como existe atualmente, se originou no Japão, em meados de 1928. Daí em diante, foi sendo aprimorada e, a partir de 1960, a Alemanha, a Suécia, a Bélgica e o Japão introduziram exercícios físicos em algumas fábricas, o que se alastrou como importante meio de cuidar da Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 71

saúde. A partir de 1968, os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral diariamente (OLIVEIRA, 2007). As primeiras manifestações de atividades físicas entre trabalhadores, no Brasil, surgiram em 1901, em São Paulo, quando algumas empresas decidiram investir no lazer e no esporte para seus funcionários, implantando a Ginástica Laboral. Seguiram-se novas iniciativas, como explica Oliveira (2007), como a Escola de Educação Física da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo/RS (FEEVALE), considerada como sendo a primeira a planejar detalhadamente um projeto educacional de Ginástica Laboral (o Projeto Educação Física Compensatória Recreação ), baseada em análises biomecânicas. O mesmo projeto foi aplicado, também, pela mesma FEEVALE, em Betin/MG, na fábrica Fiat de Automóveis. Em termos conceituais, a Ginástica Laboral é programada com exercícios específicos de alongamento, de fortalecimento muscular, de coordenação motora e de relaxamento, tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os casos de LER/DORT (OLIVEIRA, 2007). Portanto, pela sua especificidade, age de forma preventiva e terapêutica, nos casos de LER/DORT, fazendo o adequado alongamento e a compensação das estruturas musculares usadas na realização das tarefas ocupacionais diárias (CAÑETE et al., 2001). Picoli e Guastelli (2002) concordam com esse conceito, indicando que a Ginástica Laboral se trata de atividade física, orientada por especialista, no próprio local de trabalho, com o objetivo de compensar e prevenir os efeitos negativos da LER/DORT, das dores na coluna, dos desvios de postura e de outros problemas. Lima (2004, p. 57) conceitua a Ginástica Laboral como: [...] a prática de exercícios, realizada coletivamente, durante a jornada de trabalho, prescrita de acordo com a função exercida pelo trabalhador, tendo como finalidade a prevenção de doenças ocupacionais, promovendo o bemestar individual, por intermédio da consciência corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular o seu próprio corpo. De acordo com Dias (1994) a Ginástica Laboral pode ser classificada em quatro tipos: preparatória, compensatória, de relaxamento e corretiva, assim como indica a Figura 1. Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 72

Figura 1 Classificação da Ginástica Laboral. Fonte: Os autores. Ginástica Laboral Preparatória - Atividade realizada antes de se iniciar o trabalho, aquecendo e despertando o funcionário, com objetivo de prevenir acidentes de trabalho, distensões musculares e doenças ocupacionais (DIAS, 1994). Ginástica Laboral Compensatória - Tem por objetivo fazer trabalhar os músculos correspondentes e relaxar os músculos que estão em contração durante a maior parte da jornada de trabalho. Ginástica Laboral de Relaxamento - É de grande importância, principalmente em trabalhos com excesso de carga horária ou em serviços de cunho intelectual. Nesse sentido, Mendes (2004) confirma que a Ginástica Laboral de Relaxamento, praticada ao final do expediente, tem como objetivo relaxar o corpo e, especificamente, extravasar tensões das regiões que acumulam mais tensão. Assim, as atividades deste tipo de ginástica proporcionam relaxamento muscular e mental aos trabalhadores (OLIVEIRA, 2007). Ginástica Laboral Corretiva - Vem estabelecer o antagonismo muscular, utilizando exercícios que visam fortalecer os músculos fracos e alongar os músculos encurtados, destinando-se ao indivíduo portador de deficiência morfológica, não patológica, sendo aplicada a um grupo reduzido de pessoas. Segundo Pimentel (1999) a Ginástica Laboral Corretiva visa combater e, principalmente, atenuar as consequências decorrentes de aspectos ecológicos ergonômicos inadequados ao ambiente de trabalho. A Ginástica Laboral vem tendo sua importância demonstrada na prevenção de doenças ocupacionais, tais como LER/DORT, na redução dos acidentes de trabalho, na redução das Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 73

faltas, no aumento da produtividade, na diminuição dos gastos com assistência médica e, consequentemente, em um maior retorno financeiro para as empresas. Porém, especificamente tratando da LER/DORT, pode-se dizer que há um grande número de trabalhadores com incidência destes problemas, mas em muitos casos, não há ainda os investimentos necessários para o exercício da Ginástica Laboral no sentido da prevenção dos quadros formalizados de doenças ocupacionais. Dessa forma, essa atividade é um recurso para fazer frente ao problema, pois é considerado um exercício físico eficaz na prevenção de doenças relacionadas ao trabalho que, pode promover a saúde e melhorar a qualidade de vida do trabalhador. Entretanto, é interessante notar que a ginástica, por si só, não terá resultados significativos se não houver uma elaborada política de benefícios sociais, além de estudos ergonômicos, da colaboração de encarregados setoriais, técnicos de segurança do trabalho, dos médicos ocupacionais e dos profissionais de recursos humanos (SAMAPIO e OLIVEIRA, 2008). Deve-se entender a prática de exercícios físicos como benéfica quando realizada pela livre vontade dos indivíduos, em situações de sua escolha, sem constrangimentos. Os programas propõem atividades por períodos de curta duração (10 a 12 minutos cada sessão), que na verdade dependem da disponibilidade determinada pela empresa. E ainda, vale salientar que as propostas dentro das empresas não podem ser encaradas como sendo obrigatórias. Além disso, a prática dos exercícios na empresa não substitui, em hipótese alguma, a realização de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET). A Ginástica Laboral deve contemplar, para a correta prescrição, as recomendações ergonômicas já evidenciadas por profissionais capacitados para tal fim. Mesmo que a proposta desta atividade física seja a promoção da saúde, Monteiro (2010) indica que, esta prática não é capaz de atuar com eficácia sobre a má postura ocasionada por um mobiliário em desconformidade ergonômica, ou ainda, frente a tarefas deficientemente prescritas. Desta forma, observa-se que a Ergonomia e a Ginástica Laboral, no contexto produtivo, devem ser complementares. 2.2 Relatos de pesquisas sobre Ginástica Laboral A Ginástica Laboral surgiu da necessidade de metodizar programas de atividades físicas que atuem, direta e especificamente na prevenção de doenças nos sistemas muscular e nervoso dos trabalhadores. No entanto, ainda são poucos os estudos nacionais que se aprofundam apresentando dados sistematizados, com programação periódica, tipos de exercícios realizados e resultados da eficácia/eficácia da Ginástica Laboral de forma a Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 74

diminuir os riscos à saúde ocupacional em trabalhadores de frigoríficos. Por outro lado, é possível que exista falta divulgação e que as estratégias fiquem apenas na prática das empresas. A partir de uma busca na literatura nacional, o Quadro 1 ilustra os estudos associados aos trabalhadores de frigoríficos do Brasil. Silva et al (2010) indicam que a Ginástica Laboral é uma ferramenta disponível dentro da ergonomia, no sentido de prevenir as doenças ocupacionais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos funcionários. Com o objetivo de verificar o impacto da Ginástica Laboral sobre os fatores que afetam a saúde dos trabalhadores de frigorífico, os autores organizaram metodologicamente grupos de pesquisadores que entrevistaram 100 funcionários de um frigorífico da cidade de Cajuru/SP, que desempenham as seguintes funções: - descarregamento de matéria-prima; - desossa; - preparação de massas; - embutimento; - embalagem; - limpeza e expedição de produto acabado. Esses funcionários participaram de um programa de Ginástica Laboral durante dois anos, realizando exercícios de alongamento e relaxamento para os membros superiores e inferiores às 6h40min, com duração de 12 a 15 minutos, às 10h00min e às 15h00min, com duração de 10 minutos. Quadro 1 Estudos realizados em frigoríficos. Autor e ano Núm. de indivíduos avaliados Cidade do frigorífico Pesquisa aplicada Silva et al. (2010) 100 Cajuru/SP O estudo tratou da influência da Ginástica Laboral na qualidade de vida de trabalhadores de frigoríficos. Silva (2002) 605 Bauru/ SP Investigação da incidência de LER/DORT como medida de Resultados A Ginástica Laboral tem impacto significante na vida do trabalhador contribuindo para a melhora da saúde do mesmo e, consequentemente, melhoria na qualidade de vida de trabalhadores de frigoríficos praticantes de GL. 64% de trabalhadores apresentam sintomas de Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 75

Defani e Xavier (2006) Defani e Francisco (2006) Defani, Pilatti e Francisco (2007) 1 empresa com 3800 funcionários 110 funcionários no setor de abates de suínos Região de Campos Gerais Paraná análise ergonômica em frigorífico avícola Avaliar os resultados de uma ferramenta criada para fazer a manutenção do programa de ginástica laboral, dentro de uma agroindústria no setor de abatedouros e frigoríficos. Programa de 10 meses de GL, com frequência de seis vezes por semana, no setor de abates de suíno em uma empresa alimentícia, com ênfase nos membros superiores. 180 Paraná Apresentar a importância de uma ferramenta utilizada para controle do Programa de Ginástica Laboral com finalidade de identificar o aumento da produtividade. Rocha e Oliveira (2007) Não consta Não consta Avaliação da eficiência dos postos de trabalho Defani e Pilatti (s/d) 600 funcionários Não consta Identificar em que momento da jornada de trabalho, a fadiga generalizada se estabelece em trabalhadores de uma linha de produção que atuam no espostejamento de aves. Fonte: Quadro organizado pelos autores do estudo. LER/DORT. Não há programa de Ginástica Laboral nessa empresa. O setor administrativo foi o que menos efetuação ações corretivas enquanto que a área de perus e manutenção, apresentaram maiores oscilações, necessitando de intervenções para manutenção corretiva do programa. A prática da Ginástica Laboral no setor de abates de suíno da empresa estudada evidenciou a redução de afastamento de funcionários, devido ao DORT. Os resultados demonstraram a diminuição das DORT e em consequência o aumento da produtividade. Inadequação dos postos de trabalho. Especificamente tratando da ginástica laboral, encontraram sua prática em um período de 5 minutos durante as atividades de trabalho. Propuseram um modelo de pausas para a realização da ginástica laboral com vistas para minimizar nível de fadiga nos três turnos A avaliação dos resultados, proporcionados pela Ginástica Laboral, usou questionário criado por Lima (2004). Os autores realizaram a análise estatística por meio de um teste de normalidade e em seguida o teste t, conforme ilustrações que aparecem na Figura 2. Figura 2 Resultados do estudo de Silva et al. (2010) influência da Ginástica Laboral na qualidade de vida dos trabalhadores. Fonte: Silva et al. (2010). Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 76

Silva (2002) demonstrou a importância da investigação da incidência de LER/DORT, em trabalhadores de frigorífico avícola. Todos os setores do frigorífico foram sistematicamente observados. A análise percorreu o ambiente, as posturas e movimentos predominantes na execução das tarefas. 655 funcionários do setor de produção foram participantes da pesquisa, os quais foram submetidos a testes ortopédicos específicos para detecção de sinas e sintomas de LER/DORT, de acordo com a Norma Técnica para Avaliação de Incapacidades, do Instituto Nacional de Seguridade Social INSS. Em alguns setores não foi encontrada nenhuma casuística, no entanto, naqueles em que predominam atividades que exigem movimentos repetitivos e segmento corporal em contração estática, foram encontrados elevados índices de sintomas de lesões, estando nos setores de corte, frango inteiro, evisceração e serviço de inspeção federal a maior incidência, em torno de 64% de trabalhadores com sintomas de LER/DORT. Além disso, observou-se que não há programa de Ginástica Laboral nessa empresa. Estes resultados podem estar associados a inexistência de estratégias preventivas, como por exemplo, a prática laboral dentro do ambientes de trabalho. Especialmente em frigoríficos estas fragilidades que se amparam na inexistência de oportunidades para a manutenção da saúde já foi reportada por outros estudos como o de Sarda, Ruiz e Kirtschig (2009). Devido a estas inexistências alguns estudos apresentam tentativas de implementar ferramentas para o controle e condução das atividades dentro da empresa. Neste sentido, associa-se o estudo de Defani e Xavier (2006) que desenvolveram uma ferramenta para a manutenção do programa de ginástica em abatedouro e frigorífico de carnes. Segundo os autores, os itens que compõe tal ferramenta são aplicáveis dentro o contexto da ginástica laboral, sendo de grande utilidade não tão somente para efetuar a manutenção do programa, como também para criar indicadores comparativos entre as áreas do frigorífico. A importância de se ter ginástica laboral nas empresas se associam a prevenção da saúde do trabalhador que, segundo Defani e Francisco (2006) é mais importante que a prevenção do maquinário das empresas, pois é o trabalhador que irá atuar de forma direta contribuindo para a produtividade da empresa. Desta forma, os autores como Defani e Xavier (2006); Defani e Francisco (2006); Defani, Pilatti e Francisco (2007) encontraram benefícios associados às melhorias de queixas e diminuição dos afastamentos do trabalho com a realização da ginástica laboral. O estudo de Defani, Pilatti e Francisco (2007), por exemplo, apontou que após a intervenção do programa de ginástica laboral no período de um ano houve Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 77

uma redução de acidentes passando de 18 para 5, sendo que nestes não houveram necessidade de afastar o trabalhador das atividades laborais. Da mesma forma, os autores encontraram redução de patologias, assim como ilustra a Figura 3. Figura 3 Patologias observadas nos trabalhadores antes e depois da implantação da ginástica laboral. Fonte: Defani, Pilatti e Francisco (2007). De forma geral é importante salientar que, a maioria dos estudos não apresenta especificamente os exercícios realizados com os trabalhadores. Da mesma forma, não é possível identificar com clareza as relações feitas pelos profissionais que trabalham com Ginástica Laboral no que tange a Análise Ergonômica do Trabalho e a própria adequação da Ginástica Laboral. Nos estudos, não são mencionadas as principais limitações encontradas para as práticas, o que poderia facilitar a replicação das atividades. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE GINÁSTICA LABORAL Enquanto que outros seguimentos laborais já evidenciam propostas de Ginástica Laboral evidenciando as potencialidades das práticas, o setor de frigoríficos parece que não entende que as práticas em Ginástica Laboral podem contribuir positivamente para as fragilidades dos quadros de saúde-doença dos trabalhadores. A exemplo destas questões cita-se o estudo, desenvolvido por Luchese (2011), no Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul), empresa com 8.450 colaboradores de 232 Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 78

agências, onde as atividades são realizadas durante a jornada de trabalho, no período de 2003 a 2006, foi registrada uma redução de 44% dos novos casos de LER/DORT, após a implantação da Ginástica Laboral (E.F., 2005). Outro estudo com 42 trabalhadores, desenvolvido por Mendes (2005), analisou a repercussão de um programa de Ginástica Laboral na qualidade de vida de trabalhadores de escritório, verificando que estes programas repercutiram positivamente na qualidade de vida dos trabalhadores, influenciando, inclusive, em suas comunidades (MENDES, 2005). Rocha e Fritsch (2002) relatam que os fatores físicos ambientais, como os efeitos de temperatura, o ruído, a vibração, a iluminação, os aerodispersóides, etc., são também veículos de sofrimento, se não estiverem bem adaptados às necessidades do trabalhador. Isso pode ainda ser constatado em termos fisiológicos, psicológicos e sociais. Segundo Mendes (2005) um programa planejado em conformidade com as necessidades dos trabalhadores e com as possibilidades da empresa pode provocar o aumento da circulação sanguínea em nível da estrutura muscular, melhorando a oxigenação dos músculos e tendões e diminuindo o acúmulo do ácido lático, melhorar a mobilidade e flexibilidade músculo-articular, diminuir as inflamações e traumas, melhorar a postura, diminuir a tensão muscular desnecessária, diminuir o esforço na execução das tarefas diárias, facilitar a adaptação ao posto de trabalho, melhorar a condição do estado de saúde geral, diminuir o risco de acidentes no trabalho, prevenir a LER e DORT, melhorar a produtividade com menor desgaste físico e reduzir a sensação de fadiga no final da jornada. Entre os benefícios psicológicos, esse tipo de ginástica tem as seguintes propriedades: favorece a mudança da rotina, reforça a autoestima, mostra a preocupação da empresa com seus funcionários, melhora a capacidade de concentração no trabalho e desenvolve o conhecimento corporal. Em termos sociais, um programa de Ginástica Laboral: desperta o surgimento de novas lideranças, favorece o contato pessoal, promove a integração social, favorece o sentido de grupo - se sentem parte de um todo e melhora o relacionamento. Estudos divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que a Ginástica Laboral influencia o rendimento do trabalho, uma vez que as pessoas se mostram mais dispostas e mais saudáveis. Dados do Ministério (REVISTA ÂMBITO, 2005) apontam os seguintes resultados: aumento da produtividade (de 2 a 5%); redução de acidentes (de 20 a 25%); redução do turn over (de 10 a 15%); redução de faltas ao serviço (de 10 a 15%). Mesmo que diferentes benefícios venham sendo apontados com as práticas em Ginástica Laboral, poucos os estudos, conforme já foi comentado, vem demonstrando casos de sucesso para a prevenção de LER/DORT (MACIEL, ALBUQUERQUE e MELZER, Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 79

2005). Almeida e Lima (2008) indicam que embora os funcionários acreditem que sejam necessários e importantes os programas de Ginástica Laboral, na realidade, muitos dos empregados e empregadores ainda não têm dimensão sobre os reais benefícios desta prática. Os mesmos autores ainda indicam que, estas percepções se devem provavelmente pela desinformação sobre tais benefícios, ou por terem experiências anteriores conduzidas por profissionais não especializados no assunto, provocando como consequências, aversão a esta prática que é benéfica aos trabalhadores e pode gerar maiores lucros às empresas. As atividades preventivas vêm sendo consideradas como a melhor forma de combater os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Neste sentido, a prescrição de exercícios físicos, visando aumentar a força muscular, é uma tentativa de reforçar regiões específicas. Os reforços musculares associados a um trabalho ergonômico diminuem a possibilidade da presença de LER/DORT (HOEFEL et al., 2004; PONTES et al., 2004). 4 CONCLUSÃO A Ginástica Laboral para as empresas pode ser considerada como vantajosa, não apenas por aspectos econômicos, mas também pelos aspectos sociais e de saúde. O estudo de Sant Ana e Walger (2006) indicou que as práticas em Ginástica Laboral tem impacto significante na vida do trabalhador, contribuindo para a melhora da saúde do mesmo e, consequentemente, melhoria na qualidade de vida de trabalhadores de frigoríficos praticantes de Ginástica Laboral. Santos e Vadja (2007) indicam que cada vez mais empresas estão percebendo que a solução está no contrário do problema, ou seja, fazer com que o lazer e bem estar invadam a esfera profissional. Isto é alcançado, por exemplo, com o incentivo por parte das empresas à: prática de atividades físicas, pausas periódicas e ginástica laboral, adequação do ambiente de trabalho às características físicas dos funcionários, melhor alimentação e campanhas de conscientização. No entanto, ressalta-se que essas atividades não devem substituir o estabelecimento da necessidade de realização de uma Análise Ergonômica do Trabalho. Tendo em vista as indicações do laudo ergonômico que aponta graves fatores de risco à saúde dos trabalhadores, o estudo de Sarda, Ruiz e Kirtschig (2009) indicou que uma das medidas de proteção a saúde que devem ser adotadas pelas empresas frigoríficas é a implantação da Ginástica Laboral. De forma geral, evidencia-se que a Ginástica Laboral proporciona a prevenção de doenças ocupacionais, tais como: LER, DORT, estresse, entre outras, fazendo com que a Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 80

qualidade de vida de trabalhadores melhore e o rendimento dos mesmos na empresa, ou locais onde trabalham, seja maior. As práticas podem reduzir a incidência de doenças ocupacionais e lesões de esforços repetitivos. Além dos benefícios físicos, a prática voluntária da Ginástica Laboral proporciona ganhos psicológicos, diminuição do estresse e aumento no poder de concentração, motivação e moral dos trabalhadores. A Ginástica Laboral também pode trazer benefícios econômicos diretos para as empresas, ao diminuir os afastamentos e elevar a produtividade dos empregados. A idéia de chamar a atenção para um aspecto da prática de atividade física nas organizações, que não diz respeito apenas aos efeitos e transformações fisiológicas e de prevenção de doenças clínicas, mas refere-se também às relações sociais entre os sujeitos e sua interferência na capacidade de trabalho do funcionário (MARQUES, GUTIERREZ e ALMEIDA, 2006). A implantação de programas de Ginástica Laboral vem trazendo um efeito positivo sobre a saúde dos trabalhadores, evitando que a exposição aos riscos se amenize, principalmente quanto ao risco ergonômico. No entanto, embora considerada importante para a prevenção de lesões osteomusculares relacionadas ao desgaste e ao estresse no trabalho (PINTO, 2003), a literatura ainda é controversa. Autores como Pinto (2003) e Longen (2003) defendem que a Ginástica Laboral, quando adotada de forma isolada, não é suficiente para prevenir LER/DORT, e pode distorcer a visão sistêmica necessária para abordar esse complexo fenômeno. Desta forma, mais uma vez, se evidencia que no ambiente de trabalho as práticas em Ergonomia devem ser realizadas, e neste contexto as atividades em Ginástica Laboral não devem ser utilizadas de forma isolada, sem o suporte da Análise Ergonômica do Trabalho. Defani e Francisco (2006) salientam ainda que para as efetivas práticas são necessárias realizações de sensibilização para conscientização dos funcionários de modo que os mesmos venham a entender o porquê da implantação do programa, seus objetivos, meios e fins. REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. P. B.; LIMA, E. V. Percepção critica dos praticantes de ginástica laboral sobre seus benefícios. In: Anais... XI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação Universidade do Vale do Paraíba, 2008. Ativ. Fís., Lazer & Qual. Vida: R. Educ. Fís., Manaus, ISSN 2179-4677, v.2, n.2, p. 67-85, jul./dez., 2011. 81

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