VOZ SAÚDE. Prosus: benefícios e riscos para as entidades que aderirem ao programa PÁGS. 4 E 5



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Transcrição:

VOZ SAÚDE HOSPITAIS HUMANITÁRIOS DO PARANÁ MAIO JUNHO 2014. N. 79 Prosus: benefícios e riscos para as entidades que aderirem ao programa PÁGS. 4 E 5 PÁG. 6 PÁG. 3 Conselho Estadual de Saúde comemora 20 anos de conquistas e reconhecimento Em entrevista ao VOZ SAÚDE, o presidente da CMB, Edson Rogatti, fala sobre as ações previstas pela nova gestão

CURTAS EDITORIAL Esta edição do jornal VOZ SAÚDE tenta esclarecer muitas dúvidas que estão permeando o Prosus, Programa de fortalecimento das entidades privadas, filantrópicas e sem fins lucrativos que complementam o Sistema Único de Saúde (SUS). O assunto ganha destaque com orientações do assessor jurídico da Femipa e do diretor da CMB. Vale a leitura e a discussão internamente nas instituições avaliando os prós e contras de aderir ao Programa. Além disso, uma entrevista com o novo presidente da CMB, Edson Rogatti, apresenta as principais linhas de atuação da entidade em questões como reajuste da tabela SUS, Incentivo à Contratualização e projetos em trâmite no Congresso Nacional, entre outros. Para marcar os 20 anos de criação do Conselho Estadual de Saúde trazemos o depoimento de quatro ex-presidentes que contam momentos importantes dessa história e as expectativas para o futuro. Em tempo: vale aqui o registro do trabalho que vem sendo realizado pela Femipa para discutir propostas que serão apresentadas aos candidatos a governador. Uma comissão criada por representantes dos afiliados está compilando as demandas do setor para produzir um documento final. Uma forma séria e objetiva de sermos ouvidos por aquele que será nosso representante nos próximos quatro anos. Na próxima edição do jornal, devemos ter novidades quanto a esse trabalho. Boa leitura! Luiz Soares Koury Presidente Femipa O Jornal VOZ Saúde é uma publicação bimestral da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná - FEMIPA Produção: INTERACT Conteúdo www.interactcomunicacao.com.br Jornalista responsável: Juliane Ferreira - MTb 04881 DRT/PR Redação: Maureen Bertol e Vanda Ramos Diagramação: Pedro Vieira Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da Femipa. Endereço: Rua Padre Anchieta, 1691 - sala 505 Champagnat Cep 80.730-000 - Curitiba - Paraná Fone: 41 3027.5036 - Fax: 41 3027.5684 www.femipa.org.br femipa@terra.com.br Presidente: Luiz Soares Koury Debate Nacional 24 Vote certo e venha eleger nossos próximos passos De 20 a 24 de agosto será realizada mais uma edição do Congresso Nacional das Santas Casas, promovido pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), em Brasília (DF). Com o tema central Indispensáveis para a Saúde, indispensáveis para o Brasil, a CMB pretende colocar em debate este ano a importância das filantrópicas para a sobrevivência do Sistema Único de Saúde (SUS). O evento irá tratar de temas como segurança do paciente, política nacional de resíduos sólidos, política nacional de atenção hospitalar, contratualização, gestão, governança corporativa, logística, entre outros. Além disso, está prevista a participação dos futuros candidatos à presidência da República para que eles apresentem seus programas de governo para a saúde. Paralelo ao Congresso acontece no dia 20 de agosto a Jornada Nacional de Saúde Suplementar para Hospitais e Operadoras. As inscrições já podem ser feitas pelo site: congresso.cmb.org.br. Treinamento Nos meses de abril e maio, a Femipa promoveu cursos de capacitação e atualização voltados para profissionais de hospitais afiliados. Uma das temáticas foi Faturamento SUS, com o treinamento ministrado pela gerente de faturamento da Santa Casa de Votuporanga, Sueli Friosi Lopes. Já o curso sobre a ferramenta Tabwin contou com duas turmas em Curitiba, com a participação de profissionais do DATASUS. O objetivo foi subsidiar profissionais de saúde em suas atividades, na extração de informações e na elaboração de relatórios de saída dos diversos sistemas de informação em saúde, tendo como objetivo principal a utilização do Tabwinn Tab para Windows. Para a diretora geral do Hospital Nossa Senhora das Graças-Maternidade Mater Dei, Ir. Geovana Aparecida Ramos, o curso foi ótimo. Agradeço o empenho da Femipa em promover este curso, afirmou a diretora, que espera poder treinar mais profissionais da instituição em uma próxima edição. Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos 2 FEMIPA

ESPECIAL Cerimônia homenageou ex-presidentes do conselho, ex-secretários estaduais de saúde e ex-secretários executivos Conselho Estadual de Saúde comemora 20 anos de conquistas e reconhecimento Foto: Venilton Kuchler Órgão é a ponte entre a população e os gestores para melhorar a saúde do Paraná Este ano, o Conselho Estadual de Saúde (CES/PR) comemora 20 anos de existência. Por meio dele, os cidadãos paranaenses exercem o controle social e têm uma ferramenta para participar ativamente da gestão pública, sugerindo melhorias e monitorando as ações que afetam diretamente o atendimento da saúde no Estado. Confira depoimentos de quatro ex-presidentes do Conselho sobre os marcos e conquistas dessas duas décadas. Joelma de Souza Carvalho, advogada, representante dos usuários e dos movimentos populares, presidente em 2004, 2010, 2012 e 2013 O principal desafio das minhas gestões foi deixar claro que o Conselho tinha autonomia em relação à gestão. Trabalhamos em parceria com os gestores, mostrando que não adiantava somente reivindicar; precisávamos propor melhorias. Uma grande conquista foi conseguir, em 2012, fazer o planejamento estratégico até 2016. Outro marco foi o Plano Estadual de Saúde. Nas outras gestões, o governo trazia o plano pronto. Desta vez, foram mais de 28 horas de debate e conseguimos construí-lo, em parceria com a Sesa. Também mudamos a capacitação dos conselheiros por meio de um projeto com a Sesa e a Escola de Saúde Pública, que viabilizou aulas de informática, política de saúde, instrumentos de gestão, entre outros. Hoje temos um Conselho mais forte, técnico, propositivo e respeitado. Espero que o Conselho nunca deixe de cumprir o seu papel: articular, mobilizar, deliberar, fiscalizar, sempre usando a ética e moral e, acima de tudo, pensando no usuário do sistema. Maria Goretti David Lopes, enfermeira da Sesa/PR, representante dos profissionais da saúde, presidente em 2005 Na minha gestão, confeccionamos o Informativo do CES, com periodicidade mensal, e distribuímos a todos os municípios paranaenses. Também ampliamos o Cadastro de Conselhos Municipais de Saúde e organizamos a 7ª Conferência Estadual de Saúde. As principais conquistas foram a formalização do Pacto pela Vida, focando na redução da mortalidade materna e infantil no Paraná, e a promoção dos Encontros Regionais de Saúde Mental. Para mim, o Conselho deve ser o efetivo controle social das políticas da saúde. Vejo que o CES fez e faz muito, mas precisa manter a capacidade de renovar seus representantes e mobilizar ainda mais a sociedade paranaense para compreender e defender o SUS. Rosita Marcia Wilner, representante dos prestadores de serviço e da Femipa, presidente em 2011 O grande desafio da minha gestão foi mostrar à sociedade e ao Conselho que os prestadores de serviços são parceiros na melhoria das condições do atendimento à saúde da população. A grande conquista foi termos conseguido realizar 394 Conferências Municipais de Saúde, em 399 municípios do Estado. Na Conferência Estadual de Saúde, tivemos mil delegados em 2011. Além disso, conseguimos discutir e aprovar mais de 600 propostas. Nesses 20 anos, acredito que o CES se tornou mais representativo. Conseguimos um Conselho mais eficaz no controle social. Hoje, vejo o Conselho muito mais amadurecido, pronto para encarar novos desafios, numa política mais comprometida com o bem-estar da população. Não existe volta nesse espaço conquistado. Não existe como recuar na importância de controle social, no espaço que o cidadão conquistou para buscar aquilo que ele entende como melhor para sua saúde. Minha expectativa é de que o Conselho seja cada vez mais ouvido e que as suas deliberações sejam respeitadas. Armando Raggio, atual secretário de Saúde de Sorocaba (SP), representante dos gestores da saúde, presidente entre os anos de 1995 e 2001 Inicialmente, o principal desafio foi instalar o novo Conselho, criado por lei aprovada ao fim da legislatura anterior (1994). Depois, estabelecer uma agenda com as comissões de acompanhamento e iniciar o Sistema de Informações do Orçamento Público da Saúde. Uma das grandes conquistas das minhas gestões foi a sistematização da memória do CES. O Conselho Estadual e os Conselhos Municipais são instâncias muito importantes de diálogo e negociação dos interesses legítimos da sociedade, mas eles não devem restringir a participação geral dos cidadãos. Ainda que as condições nacionais, regionais ou locais soem desfavoráveis, há muito o que comemorar em organização, atenção à saúde e à doença e em participação e controle social. Maio Junho, 2014 3

CAPA Prosus: benefícios e riscos para as entidades que aderirem ao programa Lei aprovada em 2013 estabelece moratória e remissão de dívidas para entidades de saúde ligadas ao SUS Para tentar ajudar as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos na área da saúde, a presidente Dilma Rousseff sancionou, no dia 24 de outubro de 2013, a Lei 12.873, que institui o Prosus, Programa de fortalecimento das entidades privadas, filantrópicas e sem fins lucrativos que complementam o Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo da Lei é conceder moratória de 180 meses e remissão de dívidas tributárias federais às entidades que tenham débitos tributários, previdenciários e com o Fundo Nacional da Saúde. O assunto ainda gera muitas dúvidas por conta das exigências do programa como abrir mão dos processos judiciais ou aumentar em 5% o atendimento ao SUS. Para o assessor jurídico da Femipa, Lincoln Magalhães, o Prosus deve ser avaliado individualmente por cada entidade, porque cada uma tem peculiaridades jurídicas e administrativas diferentes. Existem entidades em que o programa se encaixa como uma luva, resolvendo problemas tributários e questões técnicas. Já para outras ele não compensa, porque a instituição não tem tributos vencidos e ações judiciais, ou, se tem, a possibilidade de êxito nessas ações é grande. Por isso, as entidades devem avaliar todas as questões em conjunto com os departamentos jurídico, contábil, administrativo e financeiro. Vale ressaltar que, para fazer o pedido de adesão, o hospital terá que abrir mão de qualquer discussão judicial. Trata-se de uma questão técnica muito séria, adianta o assessor. O diretor geral da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), José Luiz Spigolon, também sugere cautela às entidades na hora de aderir ao programa e diz que o primeiro ponto a ser avaliado pela instituição é quanto ao aumento de 5% no atendimento ao SUS. Em muitos casos, não há demanda para isso e o gestor não tem mais recursos para refazer um contrato com esse valor a mais. É preciso entender se o hospital tem profissionais para atender esse aumento, se os equipamentos disponíveis dão conta de atender mais pacientes, se a entidade não terá um custo extra muito alto, explica. Outro ponto que gera bastante dúvida é com relação às dívidas da entidade e aos processos judiciais. Segundo Magalhães, o Ministério da Saúde fala que a dívida vai ser reajustada conforme a taxa Selic, considerada alta, acima da inflação. Aquele valor que a instituição vai confessar é reajustado pela Selic em 12 meses e gera um valor alto. Acaba abatendo um valor que 12 4 FEMIPA

CAPA meses depois é reajustado. A dívida pode ficar impagável, por isso é preciso avaliar cada ponto comenta. Para Spigolon, existem várias opções de parcelamento de dívida tributária e muitas instituições já optaram por alguma dessas modalidades, como o Refis. Todo parcelamento tem regra e a principal é manter o pagamento das parcelas em dia. Caso isso não aconteça, a entidade perde o parcelamento e volta a dever o saldo da dívida total, com encargos. Muitos hospitais vêm conseguindo manter os pagamentos mensais regularmente, mas estão fazendo outras dívidas. Para aderir ao Prosus, os hospitais terão que incluir esses parcelamentos na moratória e, por isso, deixarão de pagar As entidades devem avaliar todas as questões em conjunto com os departamentos jurídico, contábil, administrativo e financeiro. Vale ressaltar que, para fazer o pedido de adesão, o hospital terá que abrir mão de qualquer discussão judicial. Trata-se de uma questão técnica muito séria, Lincoln Magalhães, assessor jurídico da Femipa a parcela que estão pagando. Se mantiverem daqui para frente uma regularidade total, atendendo todos os requistos da lei, ao final dos 15 anos terão a dívida perdoada. Mas se tiverem qualquer problema no meio do caminho, inclusive atraso do repasse do SUS, e se deixarem de pagar os impostos correntes nos vencimentos, eles correm risco de perder tudo e ficar numa situação complicada. O mesmo acontece nas ações judiciais. Às vezes, os processos estão quase ganhos, os advogados têm certeza que vão reduzir a dívida e, para participar do Prosus, deve-se abrir mão de tudo isso, revela o diretor. Planejamento estratégico Outra exigência do Prosus é que cada entidade realize, para os próximos três anos, um projeto econômico e financeiro, demonstrando como a instituição irá arcar com a vida útil do hospital durante o período de remissão mesmo com todas as dívidas. Quem avaliar todos os anexos da Lei verá que a entidade terá uma grande responsabilidade a partir da adesão ao Prosus: vai abrir mão de todos os processos, vai ter que realizar um planejamento financeiro e cumprir esse planejamento. Se, no meio do caminho, a instituição tiver algum problema, infelizmente ela será desligada do Prosus e todos os débitos que ela tinha serão executados diretamente pela Receita Federal do Brasil e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Os hospitais precisarão de traquejo técnico para não sufocar, declara o diretor da CMB. Spigolon também reforça que a decisão da diretoria dos hospitais deve ser tomada em conjunto com a assembleia da entidade, porque é de muito risco. A CMB não pode ter uma posição de dizer se é bom ou não aderir ao programa, porque cada entidade deve olhar com muito cuidado a sua situação, verificar se tem toda segurança de executar um plano de recuperação e equilíbrio econômico e financeiro, diz. O assessor jurídico da Femipa completa: os hospitais estão se tornando, cada vez mais, grandes empresas. Por isso, grandes empresas trabalham com prevenção. É preciso ter cautela na tomada de decisão, tanto jurídica, como administrativa, que é muito importante para a vida financeira da empresa. Com todas essas questões ainda sem respostas, a indicação aos hospitais é que leiam cada portaria da legislação. A decisão deve ser muito bem avaliada. Adequação na Lei do Prosus Enquanto a edição do jornal Voz Saúde estava sendo produzida, a Câmara dos Deputados aprovou, no dia 21 de maio, uma proposta do deputado Antonio Brito (PTB/BA), presidente da Frente Parlamentar das Santas Casas, que altera a Lei do Prosus. De acordo com matéria veiculada no informativo da Frente, a iniciativa visa garantir às entidades que aderirem ao Prosus e à Moratória, que o montante da dívida não sofra juros nem correção de qualquer natureza, além de extinguir o hiato entre a edição da Lei 12.873/2013 e a publicação da regulamentação pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria nº 535, de 09 de abril de 2014, data a partir da qual as entidades puderam aderir ao Programa. Com essas alterações fica garantido que o montante da dívida assinada no ato da moratória fique congelado pelos 15 anos previstos na norma, bem como a inclusão dos débitos referentes ao período em que a Lei foi editada e a sua regulamentação, ou seja, de setembro de 2013 até março de 2014. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados e segue para apreciação do Senado Federal. Depois, a proposta deverá ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Maio Junho, 2014 5

ENTREVISTA Edson Rogatti Presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (FEHOSP), presidente da Santa Casa de Misericórdia de Palmital, pós-graduado em Administração Hospitalar, ex-secretário e vereador da Câmara Municipal de Palmital, ex-chefe de gabinete da Prefeitura Municipal de Palmital. VOZ SAÚDE: Quais serão as principais linhas de atuação da nova diretoria? EDSON ROGATTI: A CMB já possui um planejamento estratégico e nossa prioridade é convocar os hospitais para um trabalho conjunto, para uma agenda propositiva periódica e o enfrentamento das políticas e do sub financiamento de todo o sistema de saúde. Vamos trabalhar para estimular o fortalecimento do segmento a partir da base associativa, aperfei çoar as relações interinstitucionais, com ênfase em sustentação política, implementar a gestão executiva profissional, aprimorar a infraestrutura técnica e administrativa e assegurar a sustentabilidade financeira da CMB. VOZ SAÚDE: Estão previstas ações da Confederação nos Estados em conjunto com as Federações? EDSON ROGATTI: Sem dúvida, a participação de todas as Federações será essencial em todas as iniciativas da CMB. A CMB vai trabalhar como uma matriz de informação, mas as principais atividades e ações serão desenvolvidas pelas Federações junto aos seus hospitais. Vamos estar à frente organizando, estimulando e veiculando as ações, mas tudo depende da adesão das Federações e seus associados. VOZ SAÚDE: A defasagem da tabela SUS é um dos grandes gargalos apontado pelos hospitais. De que forma a CMB tem trabalhado para tentar encontrar uma solução junto ao governo federal? EDSON ROGATTI: Temos tentado manter o diálogo e uma agenda de compromissos com o Ministério da Saúde. A CMB apresentou uma agenda ao gestor federal em dezembro de 2013, que a princípio foi bem acolhida e previa as ações imprescindíveis para a manutenção do atendimento das filantrópicas em 2014. Estamos cobrando a continuidade das ações que foram insuficientes, bem como a agilidade nos processos. Acabamos de protocolar uma carta pública reivindicando o andamento desta agenda e estamos aguardando a confirmação de uma audiência com o Ministro para os próximos dias. VOZ SAÚDE: Que outras medidas, além de uma recomposição da tabela, seriam necessárias para garantir o equilíbrio financeiro das instituições? EDSON ROGATTI: Sem dúvida a ampliação do custeio da média complexidade estabelecer nova recomposição do IAC (Incentivo à Contratualização) correspondente a 100% do valor contratado com o SUS, para todos os hospitais do segmento, nos moldes da Portaria GM/MS nº 2.035/2013, com aperfeiçoamentos a serem condensados e garantindo a continuidade do fluxo dos recursos como política de Estado. Também a ampliação do IAC cumulativo para os Hospitais de Ensino para 20%, tal como previsto na Portaria GM/MS nº 2.035/2013, bem como, destinação de recursos para pagamento da integralidade de bolsas de residências médicas, hoje sob responsabilidade destas instituições; a extensão do PROSUS e/ou criação de alternativa para soluções de dívidas com o sistema financeiro, alcançando juros máximos de 4% ao ano e prazos mínimos de 120 meses, com carência de dois anos, tendo como parâmetro políticas atinentes ao setor da agricultura e/ou setores da indústria brasileira; e a criação de linha de recursos de investimentos, a fundo perdido, aos moldes do REFORSUS, tanto para tecnologias como para adequações físicas. 6 FEMIPA

ENTREVISTA Estado. Em Palmital, trabalhamos também uma receita simples e eficiente. Cada internação ou procedimento realizado, fazemos um apontamento dos custos e de quanto recebemos por aquele atendimento e enviamos ao paciente. É uma forma de conscientizar a população, dos pacientes compreenderem nossas dificuldades, darem apoio e também refletirem sobre as propostas dos candidatos para a saúde. Manter a imprensa e a população informada deve ser regra para nossos hospitais, além de manter os parlamentares da região informados. Se cada cidade e Estado fizer sua parte, podemos mobilizar todo o Brasil. VOZ SAÚDE: Quais projetos em debate no Congresso Nacional devem ser observados com atenção pelo setor? EDSON ROGATTI: Temos vários projetos que merecem nossa atenção, acompanhamento e posicionamento, como a regulamentação do PROSUS (Programa de Fortalecimento das entidades Privadas Filantrópicas e das Entidades Sem Fins Lucrativos que atuam na área da saúde e que participam de Forma Complementar do Sistema Único de Saúde), com o objetivo de promover a recuperação dos débitos tributários e não tributários devidos à União. Ainda há muitas dúvidas e precisamos acompanhar cada passo, principalmente, em relação às moratórias. Também nos preocupa os projetos de Lei que estabelecem impactos financeiros ao setor como os que dizem respeito à jornada de trabalho e piso salarial, especialmente o Projeto de Lei das 30 horas para a área de enfermagem. Consideramos um pleito justo, mas infelizmente os hospitais não têm como assumir esse impacto financeiro, bem como não há profissionais disponíveis no mercado para completarmos estas vagas. Só com o impacto deste Projeto de Lei podemos somar mais R$ 13 bi ao ano a nossa dívida já existente. VOZ SAÚDE: Como os gestores hospitalares podem atuar junto aos parlamentares de suas regiões para que eles se envolvam mais com as questões da Saúde e do SUS? EDSON ROGATTI: Temos argumentos suficientes. Não há quem avalie a realidade do financiamento e possa se colocar à margem desta discussão. É possível fazer um relatório simples, com os dados da situação da entidade, como um balanço, e enviar para legislativo e executivo do seu município e VOZ SAÚDE: Qual será o foco das discussões da edição deste ano do Congresso das Santas Casas? EDSON ROGATTI: O 24º Congresso será palco para reafirmarmos que a rede de atendimento filantrópico é indispensável para a sobrevivência do SUS. Pretendemos apresentar o programa de governo para a saúde dos candidatos à Presidência da República. O congresso será realizado durante o período pré-eleitoral e precisamos saber o programa de saúde que vamos eleger. Vamos também falar sobre Governança Corporativa, Logística como Ferramenta de Gestão, Prevenção de Crises, vamos promover salas temáticas sobre a experiência do Programa SUStentáveis de São Paulo, DCE- BAS/SAS/MS, PNHOSP, Contratualização e Índice de Gestão Hospitalar, Política de Resíduos Sólidos, Segurança do Paciente e Protocolos de Atendimento, além de uma Jornada Nacional de Saúde Suplementar para Hospitais e Operadoras. Será um congresso de muita informação prática. Não deixem de participar. VOZ SAÚDE: De que forma o setor pode se organizar para aproveitar o momento político de um ano eleitoral para ter voz e expor as necessidades dos hospitais filantrópicos? EDSON ROGATTI: O momento é importante. Precisamos estimular o debate sobre os programas de saúde dos candidatos, precisamos expor as dificuldades do financiamento do SUS para que o tema seja estimulado na grande imprensa e os candidatos sejam obrigados a se posicionar e firmar compromissos. Cada instituição pode promover suas ações, enviando informações para as bases eleitorais em seu município e Estado, além de estar atento e engajado nas ações nacionais que serão promovidas pela CMB. A participação no Congresso em agosto é essencial nesta mobilização. Precisamos somar força, representatividade e fazer barulho. Precisamos mais que promessas, vamos buscar compromissos. Maio Junho, 2014 7

EVENTO Palestrantes adiantam o que vão trazer de novidade para o 7º Seminário Femipa Raphael Simões vai falar sobre o papel do corpo clínico na melhoria dos processos; Luiz Fernando Lobo irá abordar a mudança de paradigma no setor da saúde organização do 7º Seminário Femipa A está a todo vapor e, neste ano, o tema será Novos Rumos para a Saúde! Financiamento, Custeio e Gestão. O encontro vai acontecer nos dias 13 e 14 de novembro, na sede da Associação Médica do Paraná (AMP), em Curitiba (PR). O Jornal Voz Saúde conversou com dois palestrantes já confirmados, Raphael Einsfeld Simões Ferreira e Luiz Fernando Lobo Leandro, para adiantar o que eles vão trazer para o Seminário. O diretor do Hospital Santa Paula, de São Paulo (SP), Raphael Simões, vai abordar o tema O Impacto da Equipe, Médicos, Gestores e Quadros em Organizações de Saúde. Segundo ele, a palestra abordará a área da saúde no âmbito financeiro, de custeio e gestão. Quero mostrar como conseguimos melhorar o retorno do hospital, seja em faturamento e redução de custo, envolvendo o time - médico, gestor, enfermeiro e administradores nesse processo. Espero conseguir passar um pouco da prática que fazemos no nosso hospital, revela. O diretor adianta, ainda, que vai tratar da acreditação hospitalar com foco na qualidade, mostrando como garantir a melhoria na performance, na viabillidade do negócio e no resultado final. Para ele, o Seminário traz os problemas enfrentados por grande parte das instituições de saúde do país. O evento aborda a efetividade, a eficiência, a gestão, a saúde financeira, o empreendedorismo, entre outros temas. São informações pertinentes ao que vivemos hoje, às nossas preocupações. Estou muito ansioso para assistir todas as palestras, porque os temas são muito abrangentes e extremamente atuais, garante. Outro nome já confirmado é Luiz Fernando Lobo Leandro, presidente da Associação Latino-Americana de Cirurgia Buco Maxilo Facial, que irá apresentar o tema Custo, Eficiência e Custo-Efetividade das Estratégias de Gestão de Saúde. Minha ideia principal é falar sobre a mudança de paradigma no setor da saúde. O segmento cresceu e alcançou uma visão mais empresarial. Por isso, é preciso colocar a visão do técnico da saúde Dr. Raphael Simões, diretor do Hospital Santa Paula, de São Paulo (SP) Dr. Luiz Fernando Lobo Leandro, presidente da Associação Latino-Americana de Cirurgia Buco Maxilo Facial neste universo. Precisamos mudar a forma de gestão da saúde, entendendo que o principal foco é o paciente e a segurança dele. Essa segurança passa pela visão financeira, econômica, de atendimento, de qualidade e da importância de cada pessoa no processo, explica. Lobo lembra também que vive no universo hospitalar há mais de 40 anos e, por isso, acompanhou toda a mudança da área da saúde, bem como do processo de tratamento. Isso reforça a importância deste Seminário, porque à medida que navegamos nesse novo universo, encontramos novas intenções, novos conceitos e novas situações. Precisamos de mais informações para criarmos planos para nossas ações. O evento é muito aguardado pelos profissionais justamente por ser uma oportunidade de trocar experiências. Desde a primeira edição, o interesse vem crescendo muito. O Seminário, sem dúvida, está sendo um divisor de águas nessa visão moderna da saúde, completa. A programação completa e a ficha de inscrição estarão disponíveis a partir do dia 1 de julho de 2014, no hotsite do evento: www.seminario.femipa.org.br. 8 FEMIPA