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Transcrição:

CONSELHEIRO RELATOR ANÁLISE NÚMERO E ORIGEM: 20/2015-GCIF DATA: 20/2/2015 IGOR VILAS BOAS DE FREITAS 1. ASSUNTO Pedido de Reconsideração, cumulado com pedido de efeito suspensivo, apresentado por TIM CELULAR S.A., em face das alíneas c e d do Acórdão n 288/2014-CD, de 28/8/2014, que tratam, respectivamente, do deferimento parcial do pedido da TELEFÔNICA BRASIL S.A. para descaracterizá-la como detentora de Poder de Mercado Significativo ( PMS ) no mercado relevante descrito no Ato nº 6.619, de 8/11/2012, e da determinação do Conselho Diretor ao Grupo de Implementação da Entidade Supervisora de Ofertas de Atacado e das Bases de Dados de Atacado ( GIESB ) para adoção de medidas necessárias para criação do módulo de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no âmbito do Sistema de Negociação de Ofertas de Atacado ( SNOA ), cujo custo de desenvolvimento desse ser arcado pelos atuais PMS. Pedido de Anulação apresentado pela TELEMAR NORTE LESTE S.A., Oi S.A. e OI MÓVEL S.A. em face do referido Acórdão. 2. REFERÊNCIAS 2.1. Informe nº 104/2014/CPOE/SCP, de 12/2/2014 (fls. 1886-1897); 2.2. Análise nº 091/2014-GCRZ, de 17/7/2014 (fls. 2079-2088); 2.3. Acórdão nº 288/2014-CD, de 28/8/2014; 2.4. Processo nº 53500.011450/2013. 3. EMENTA PEDIDO DE REAVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO DE GRUPO COM PODER DE MERCADO SIGNIFICATIVO. MERCADO DE OFERTA ATACADISTA DE INFRAESTRUTURA DE REDE FIXA DE TRANSPORTE LOCAL E DE LONGA DISTÂNCIA PARA TRANSMISSÃO DE DADOS EM TAXAS DE TRANSMISSÃO IGUAIS OU INFERIORES A 34 MBPS. DEFERIMENTO PARCIAL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO. PEDIDO DE ANULAÇÃO. CONVERSÃO EM DILIGÊNCIA À PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA DA ANATEL. 1. Pedido de reavaliação interposto pela TELEFÔNICA BRASIL S.A. para sua descaracterização como Grupo detentor de Poder de Mercado Significativo apresentado nos termos do art. 2º do Ato nº 6.619, de 8/11/2012. 2. Deferimento parcial quanto ao pleito objeto do Ato nº 6.619/2012, com condicionalidades. 201590027246

3. Determinação ao GIESB para adotar medidas necessárias para criação de módulo de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no SNOA. 4. Pedido de Reconsideração com pedido de efeito suspensivo em face das alíneas c e d do Acórdão n 288/2014-CD, de 28/8/2014. 5. Pedido de Anulação do Acórdão n 288/2014-CD, especificamente no que se refere à determinação constante do item d. 6. Conversão em diligência à Procuradoria Federal Especializada da Anatel (PFE) com o fim de dirimir as dúvidas suscitadas. 4. RELATÓRIO 4.1. DOS FATOS 4.1.1. Trata-se de Pedido de Reconsideração, cumulado com Pedido de Efeito Suspensivo, interposto pela TIM CELULAR S.A. em face da decisão do Conselho Diretor, consubstanciada no Acórdão n 288/2014-CD, de 28/8/2014, em particular sobre as decisões indicadas nas alíneas c, que conheceu e deferiu parcialmente pedido de reavaliação interposto pela TELEFÔNICA BRASIL S.A. ( TELEFÔNICA ) em face do Ato n 6.619, de 8/11/2012, para descaracterizá-la como agente detentor de PMS em algumas regiões no Mercado Relevante de Oferta Atacadista de Infraestrutura de Rede Fixa de Transporte Local e de Longa Distância para Transmissão de Dados em Taxas de Transmissão Iguais ou Inferiores a 34 Mbps; e d, que determinou ao GIESB a adoção de medidas necessárias à criação do módulo de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no âmbito do SNOA. 4.1.2. Contempla igualmente Pedido de Anulação interposto pelas prestadoras TELEMAR NORTE LESTE S.A., Oi S.A. e Oi MÓVEL S.A. contra o Acórdão nº 288/2014- CD, especificamente no que se refere à determinação constante do item d. 4.1.3. A decisão a que se refere as impetrantes ocorreu ao fim de extensiva série de estudos conduzidos pela TELEFÔNICA, sob o escrutínio da Superintendência de Competição ( SCP ). 4.1.4. A manifestação da SCP ocorreu nos termos do Informe n 104/2014/CPOE/SCP, de 12/2/2014, concluindo no sentido de corroborar com a descaracterização da condição de PMS da TELEFÔNICA para alguns setores abrangidos no Ato n 6.619, de 8/11/2012. 4.1.5. Em 21/2/2014, o processo foi encaminhado para deliberação do Conselho Diretor, por meio da MACD nº 001/2014/CPOE/SCP. 4.1.6. Sorteado para relatoria do Conselheiro Rodrigo Zerbone Loureiro, o processo foi objeto da Análise nº 091/2014-GCRZ, de 17/7/2014. 4.1.7. A proposição do Conselheiro Relator foi feita na Reunião do Conselho Diretor n 751, em 24/7/2014, e aprovada por unanimidade. Os termos da decisão foram publicados no Acórdão nº 262/2014-CD, de 28/7/2014. Página 2 de 8 da Análise n o 20/2015-GCIF, de 20/2/2015.

4.1.8. Em 28/7/2014, foi emitido o Despacho Ordinatório nº 138/2014-CD, determinando a adoção das medidas contidas na decisão do Conselho Diretor. 4.1.9. Em 28/8/2014, foi publicado o Acórdão nº 288/2014-CD, fazendo alusão ao conteúdo do já mencionado Fórum Deliberativo. No novo Acórdão ficou registrado, em adição ao conteúdo do Acórdão nº 262/2014-CD/2014, a necessidade de assegurar ampla publicidade à decisão do Conselho Diretor que trata da descaracterização de PMS para a TELEFÔNICA para algumas regiões abrangidas no Ato n 6.619/2012, bem como a determinação, já referida no Despacho Ordinatório nº 138/2014-CD, para criação do módulo específico de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no SNOA. Consta ainda a determinação pelo apensamento do presente Processo ao Processo n 53500.010769/2010, cujos autos instruíram a edição do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), aprovado pela Resolução nº 600, de 8/11/2012. Os prazos processuais foram devolvidos aos interessados, nos termos do 2 do art. 126 do Regimento Interno da Anatel. 4.1.10. Em 3/10/2014, a EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S.A. ( EMBRATEL ) peticionou Manifestação sobre sua discordância acerca da obrigação de custeio do módulo sistêmico de que trata a alínea d do Acórdão nº 288/2014-CD. 4.1.11. Em 6/10/2014, a TELEMAR NORTE LESTE S.A., a Oi S.A. e a Oi MÓVEL S.A. ( GRUPO Oi ) protocolaram Pedido de Anulação do Acórdão nº 288/2014-CD, especificamente no que se refere à determinação constante do item d, já referido. 4.1.12. Na mesma data, a TIM CELULAR S.A. protocolou Pedido de Reconsideração com Pedido de Efeito Suspensivo em face das alíneas c e d do Acórdão nº 288/2014-CD. 4.1.13. Em 21/10/2014, o Presidente do Conselho Diretor da Anatel, com fulcro nos pressupostos previstos no 2 do art. 122 do Regimento Interno da Anatel resolveu denegar o pedido de efeito suspensivo postulado pela TIM CELULAR S.A.. 4.1.14. É sobre o conteúdo das petições referidas que profiro minha análise. 4.2. DA ANÁLISE 4.2.1. Trata a presente Análise de exame de Pedido de Reconsideração com Pedido de Efeito Suspensivo, interposto pela TIM CELULAR S.A. em face da decisão do Conselho Diretor indicada no Acórdão n 288/2014-CD, de 28/8/2014, em particular sobre a decisão indicada na alínea c, que conheceu e deferiu parcialmente pedido de reavaliação interposto pela TELEFÔNICA em face do Ato n 6.619, de 8/11/2012, para descaracterizá-la como agente detentor de PMS em algumas regiões no Mercado Relevante de Oferta Atacadista de Infraestrutura de Rede Fixa de Transporte Local e de Longa Distância para Transmissão de Dados em Taxas de Transmissão Iguais ou Inferiores a 34 Mbps e da decisão contida na alínea d que determinou ao Grupo de implementação da Entidade Supervisora de Ofertas de Atacado e das Bases de Dados de Atacado a adoção de medidas necessárias à criação do módulo de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no âmbito do SNOA. Página 3 de 8 da Análise n o 20/2015-GCIF, de 20/2/2015.

4.2.2. Contempla ainda pedido interposto pelas prestadoras TELEMAR NORTE LESTE S.A., Oi S.A. e Oi MÓVEL S.A. contra o Acórdão nº 288/2014-CD, especificamente sobre a determinação constante do item d. 4.2.3. Quanto à admissibilidade, observo que ambas as petições atendem o requisito de legitimidade, uma vez que são subscritas por representantes legais devidamente habilitados, de tempestividade, já que apresentadas dentro do prazo regimental, e de interesse em recorrer, haja vista que a decisão combatida contraria pretensão da parte, razões pelas quais proponho que sejam conhecidas. 4.2.4. Verifico que a motivação dos Pedidos origina da decisão do Conselho Diretor da Anatel proferida no curso do processo nº 53500.011450/2013, cujo objeto é o pedido de revisão da condição de PMS apresentado pela TELEFÔNICA para os mercados definidos no Ato nº 6.617/2012, Ato nº 6.619/2012 e pelo Ato nº 6.620/2012. 4.2.5. Na decisão, consubstanciada no Acórdão n 288/2014-CD, restou comprovado que os pedidos que fazem referência ao Ato nº 6.617/2012 e Ato nº 6.620/2012 não estavam acompanhados de respaldo metodológico e regulatório suficientes, sendo negado a eles provimento. 4.2.6. Sobre o pedido que trata o Ato nº 6.619/2012, que designa os Grupos detentores de PMS no mercado de oferta atacadista de infraestrutura de rede fixa de transporte local e de longa distância para transmissão de dados em taxas de transmissão iguais ou inferiores a 34 Mbps, o Conselho Diretor, amparado em farta documentação apresentada pela proponente, nas declarações de terceiros interessados e nos argumentos trazidos à baila pela SCP, entendeu que havia condições suficientes para revisão da condição de PMS da TELEFÔNICA. 4.2.7. Com destaque, a SCP ratificou a robustez da metodologia subscrita pela TELEFÔNICA, resolvendo que: 5.2.4.26. Por todos esses motivos, não vemos necessidade de invalidar a metodologia utilizada pelo GRUPO TELEFÔNICA até aqui, considerando que seja muito razoável supor que os cabos identificados sejam parte de uma rede de transmissão capaz de rivalizar com o grupo ao qual foi atribuído a condição de PMS. 4.2.8. Ainda, cuidou de ponderar sobre o efeito do pleito sobre a competição propondo um quadro alternativo à proposta requerida. Sugeriu então a descaracterização de PMS apenas para 23 dos municípios constantes da Tabela 2, anexa ao Ato n 6.619/2012. 4.2.9. Uma vez no Conselho Diretor, novas ponderações foram incorporadas ao exame do pedido da TELEFÔNICA. Nessa instância, optou-se por acolher parcialmente os fundamentos contidos no Informe nº 104/2014/CPOE/SCP, de 12/2/2014. Ao cabo, propôs uma composição mais restritiva frente à proposta da SCP, acatando o pedido de descaracterização da condição de PMS da TELEFÔNICA apenas para o mercado de EILD atendido com circuitos inteiramente configurados em fibra ótica, independentemente da velocidade de atendimento. 4.2.10. Na ocasião ponderou o conselheiro relator que o mercado de oferta atacadista de infraestrutura de rede fixa de transporte local e de longa distância para transmissão de dados em taxas de transmissão iguais ou inferiores a 34 Mbps, de que trata o Ato nº 6.619/2012, não compreende unicamente o mercado de EILD, uma vez que outros produtos de atacado também o Página 4 de 8 da Análise n o 20/2015-GCIF, de 20/2/2015.

integram como as ofertas de transmissão em Backbone e Backhaul. Sustentou que a ênfase dada a EILD decorre do fato de este ser o principal produto comercializado e que possui maior impacto em termos competitivos. Feita essa delimitação, explicou que a destinação da EILD se presta a dois principais propósitos: atender clientes finais e realizar interligações de redes de telecomunicações. Nesta última modalidade, a EILD pode ser utilizada com a finalidade de permitir a interconexão de redes (interligação entre 2 redes distintas) ou como forma de composição da rede interna da prestadora contratante (interligações dentro de uma mesma rede). 4.2.11. Tal segregação serviu de base para distinguir a EILD de acesso, destinada a atender ao cliente final, da EILD de transporte, destinada a realizar a composição de redes de telecomunicações. Ao relatar a distinção entre as duas modalidade de EILD o Conselheiro Relator, em sua Análise nº 091/2014-GCRZ, de 17/7/2014, detalhou que: 4.2.13. As EILDs de transporte, dadas as suas características de grande volume de dados trafegados e alta velocidade contratada, são atendidas em grande parte por circuitos em fibra ótica. As EILDs de acesso também podem ser atendidas em fibra ótica, mas, em grande número de casos, são atendidas com a rede legada da prestadora PMS, isto é, por meio de par de cobre e outras tecnologias que não permitem grande volume de tráfego, sobretudo nos circuitos contratados em baixas velocidades, isto é, iguais ou inferiores a 2 Mbps. 4.2.14. Esta distinção é de fundamental importância pois uma possível descaracterização da condição de PMS possui impactos distintos conforme um ou outro caso: (i) no primeiro caso isto é, no caso da EILD de acesso uma possível descaracterização afetaria a competição sobretudo no mercado corporativo de telecomunicações, em que redes de acesso são extremamente relevantes para o atendimento ao cliente final; e (ii) no segundo caso isto é, no caso da EILD de transporte uma possível descaracterização afetaria os incentivos quanto à construção de redes próprias de transporte para interligação de centros de fios, ERBs, etc. pelas prestadores de serviços de telecomunicação. 4.2.15. Tendo em vista que aspectos concorrenciais de grande importância para identificação da existência de Poder Significativo de Mercado, tais como participações de mercado e controle de infraestrutura não duplicável, variam em cada um dos casos acima, uma análise concorrencial que não leve em consideração tais diferenças pode sobreestimar ou subestimar a condição de PMS. Uma eventual subestimação da condição de PMS pode permitir o exercício de poder de mercado, levando a prejuízos ao mercado, situação que será tratada com especial cuidado nesta Análise. 4.2.16. Como referido acima, dois aspectos concorrenciais devem ser analisados com cuidado em relação às EILDs de acesso e transporte: (i) as participações de mercado que, conforme o critério definido no PGMC para este parâmetro, é a presença de 4 ou mais redes (quantidade de redes no mercado) difere substancialmente em um ou outro caso; e (ii) o controle sobre infraestrutura cuja duplicação não seja economicamente viável também difere substancialmente em um ou outro caso. Ambos os critérios participação de mercado (quantidade de redes) e controle de infraestrutura não duplicável estão estabelecidos no PGMC como critérios que a Anatel levará em consideração para a identificação de Grupo com PMS em um determinado mercado relevante (art. 10, incisos I e IV). 4.2.17. Quanto à quantidade de redes no mercado, a Telefônica trouxe elementos nos autos de que um número não desprezível de empresas têm implantado redes de alta transmissão em fibra ótica nos centros de maior atratividade comercial. Tais redes foram justamente aquelas levadas em consideração pela Área Técnica para validação dos pontos de vistoria fornecidos pela Telefônica. Página 5 de 8 da Análise n o 20/2015-GCIF, de 20/2/2015.

Assim, atendidos os critérios da metodologia debatida nos autos, é possível afirmar que existem 4 redes concorrentes em fibra ótica no perímetro identificado pelos estudos fornecidos pela Telefônica. 4.2.18. Quanto à duplicação de infraestrutura, no segmento de transporte, a replicação e construção de redes é mais fácil e simples, tendo em vista que a necessidade de capilaridade e o investimento requerido são menores (são poucos pontos a serem interligados, com alta relevância econômica para a empresa). Existem, também, mais opções quanto a redes alternativas, no caso da contratação de meios alugados com empresas não PMS. 4.2.19. Assim, quanto ao segmento de transporte, é mais provável que este apresente maior nível de competição, menores barreiras à entrada (uma vez que há maior atratividade para duplicação de redes) e, portanto, menor probabilidade de exercício de poder de mercado. 4.2.12. A descaracterização da condição de PMS da TELEFÔNICA foi sujeita a condicionantes. O mais relevante e que depois se tornaria objeto da contestação que agora examino foi aquela que trata da obrigação de registro por parte da TELEFÔNICA de EILDs em regiões não PMS no SNOA. Nos termos da Análise nº 091/2014-GCRZ ficou consignado que: 4.2.43.Entretanto, entendo que a descaracterização não deve abranger a obrigação de registro de EILDs contratadas em regiões não PMS no SNOA, e obrigações correlatas que lhe dêem suporte, as quais devem ser mantidas. É imprescindível que a Agência possa continuar contando com os dados fornecidos pelo SNOA para acompanhamento deste mercado, inclusive para fins de verificação de eventuais distorções que possam prejudicar a concorrência no setor.... 4.2.45. Assim, entendo que o SNOA deva ser adaptado, caso já não esteja, para que uma empresa não PMS possa cadastrar e manter atualizada sua base de EILDs. Considerando as competências do GIESB (Grupo de Implementação da Entidade Supervisora de Ofertas de Atacado e das Bases de Dados de Atacado) no âmbito do PGMC, proponho determinar ao GIESB que adote as medidas necessárias para que seja criado, no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da presente deliberação, um módulo de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no SNOA. Ademais, deve-se esclarecer que, conforme previsto no PGMC, o custo de desenvolvimento de tal módulo deve ser arcado pelos atuais PMS. 4.2.13. A proposta do Conselheiro Relator foi posta em votação culminando em aprovação unânime na Reunião do Conselho Diretor n 751, de 24/7/2014. Os termos da decisão foram sintetizados no Acórdão n 288/2014-CD, de 28/8/2014. 4.2.14. Quanto à decisão do Conselho Diretor pela descaracterização do mercado de PMS para a TELEFÔNICA, conforme registrado na alínea c do Acórdão n 288/2014-CD, a mesma foi objeto da primeira parte da contestação contida no Pedido de Reconsideração com Pedido de Efeito Suspensivo apresentado pela TIM CELULAR S.A., em 6/10/2014. 4.2.15. Para a prestadora, inexiste no Processo nº 53500.011450/2013, qualquer análise econômica ou previsão em regulamentação que permitisse à Anatel estabelecer a diferenciação entre EILD cobre e EILD fibra ótica que sustentasse a decisão do Conselho. Os trechos a seguir sumarizam a parte da contestação da TIM CELULAR S.A. que faz alusão à alínea c do Acórdão n 288/2014-CD. Página 6 de 8 da Análise n o 20/2015-GCIF, de 20/2/2015.

Primeiramente, não há qualquer análise aprofundada ou prevista em regulamentação que permita à ANATEL estabelecer essa diferenciação entre EILD cobre e EILD fibra ótica para descaracterizar uma incumbente como detentora de PMS. Com efeito, para fins regulatórios, inclusive para verificação dos níveis de concorrência e análise das medidas assimétricas aplicáveis em cada caso, a EILD deve ser tomada no exato sentido estabelecido na regulamentação da ANATEL, não havendo que se cogitar em qualquer segregação à vista dos diferentes usos que cada operadora contratante possa dar aos circuitos ou, ainda, de características da rede utilizada para fornecimento do serviço. Caso a ANATEL tenha a intenção de estabelecer uma nova definição de mercado relevante, diferenciando EILD cobre e EILD fibra ótica, deve seguir os trâmites regulamentares previstos pelo próprio PGMC, observando, inclusive, os critérios definidos no Anexo II à Resolução n 600/2012. É incabível a tentativa da Agência de estabelecer um novo mercado no âmbito de processo com escopo específico e limitado, é dizer, pedido de descaracterização da TELEFÔNICA como detentora de PMS. Além disso, qualquer segmentação do mercado de EILD demandaria uma revisão dos contratos de concessão das concessionárias, para fins de estabelecimento de direitos e obrigações equânimes, não se podendo conceber, absolutamente, do estabelecimento de procedimentos próprios e específicos para a TELEFÔNICA. 4.2.16. A TIM CELULAR S.A. ainda se insurge contra a determinação contida na alínea d do Acórdão, designado no escopo da decisão do Conselho Diretor como condicionante para descaracterização da condição de PMS da TELEFÔNICA. Sobre esse item a prestadora alega que: Obrigação nos termos pretendidos pela ANATEL somente poderia ter sido imposta mediante resolução, editada de acordo com o processo normativo específico, precedido de Consulta Pública, nos termos dos artigos 62 e seguintes de seu Regimento Interno, e nunca no âmbito do presente processo.... Sendo assim, por não ter sido criada por norma de caráter geral e abstrato, tampouco encontrado fundamento na regulamentação já em vigor, trata-se de decisão claramente nula, que merece ser prontamente reconsiderada. 4.2.17. É sobre esse mesmo condicionante que o GRUPO Oi apresentou Pedido de Anulação. A alegação da prestadora se sustenta em suposta ilegalidade cometida pela Anatel na determinação para criação de um módulo de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no SNOA, cujo custo de desenvolvimento deve ser arcado pelos atuais PMS. Na manifestação do GRUPO Oi restou consignado que: 18. Ora, no caso concreto identifica-se caráter normativo no item d do Acórdão n 288/2014- CD e no item a do Despacho Ordinatório n 138/2014-CD, referentes à determinação do Conselho Diretor de que o GIESB adote as medidas necessárias para que seja criado, no prazo de 120 dias a contar da Reunião 751 do Conselho Diretor, um módulo de oferta de insumos de atacado por empresas não PMS no SNOA, cujo custo de desenvolvimento deve ser arcado pelos atuais PMS. 19. Ocorre que, conforme definições contidas nos incisos V e VI do artigo 40 do Regimento Interno da ANATEL, essa normatização, de criação de um módulo no SNOA para empresas não PMS, com ônus exclusivo das empresas PMS, não pode ocorrer por meio de Acórdão ou de Despacho Ordinatório. Página 7 de 8 da Análise n o 20/2015-GCIF, de 20/2/2015.

20. O artigo 62 sobredito é cristalino ao impor que essa normalização deve ser feita por meio de Resolução, o que não ocorreu no caso concreto. 21. E, não é demais lembrar, essa Resolução deve ser precedida de Consulta Pública e quiçá de Consulta Interna, nos termos dos artigos 59 e 60 do Regimento Interno da Agência, abaixo transcrito. 4.2.18. A Manifestação da EMBRATEL faz referência a condutas pretéritas de práticas anticompetitivas por parte da TELEFÔNICA na oferta e comercialização de EILD para sugerir máxima cautela e acompanhamento por parte da Anatel sobre os desdobramentos desse tema. Mostra-se mais incisiva em sua discordância acerca da obrigação de custeio do módulo sistêmico por empresas não detentoras de PMS no SNOA. 4.2.19. Do exposto, resta evidente que as alegações carreadas aos autos do presente processo abrangem questionamentos sobre a legalidade da decisão da Anatel. 4.2.20. Desse modo, visando à devida fixação de entendimento do Conselho Direito nos presentes autos e com base nos artigos 19 e 20 do Regimento Interno, proponho a remessa do presente à PFE para esclarecimento acerca da possibilidade e juridicidade afetas ao Pedido de Reconsideração interposto pela TIM CELULAR S.A. e para verificação sobre a admissibilidade e mérito do Pedido de Anulação peticionado pelo GRUPO Oi em face do Acórdão n 288/2014- CD, de 28/8/2014. 4.2.21. Por fim, resgato o conteúdo da alínea g do Acórdão n 288/2014-CD para registrar sobre o não apensamento do presente ao Processo n 53500.010769/2010, cujos autos instruíram a edição do PGMC. Sobre esse fato e considerando o encaminhamento proposto nesta Análise julgo ser conveniente suspender a determinação pelo apensamento referido até o definitivo julgamento dos pedidos objeto desta Análise. 5. CONCLUSÃO Diante do exposto, proponho converter o presente julgamento em diligência à PFE, para pronunciamento formal no prazo de 60 (sessenta) dias, de modo a manifestar-se sobre os questionamentos apresentados em face das decisões contidas nas alíneas c e d do Acórdão nº 288/2014-CD, de 28/8/2014, bem como sobre a admissibilidade do Pedido de Anulação apresentado pela TELEMAR NORTE LESTE S.A., Oi S.A. e OI MÓVEL S.A. em face do referido Acórdão. Após conclusão, proponho dar efetividade ao conteúdo da alínea g do Acórdão n 288/2014-CD para registrar sobre o não apensamento do presente ao Processo n 53500.010769/2010, cujos autos instruíram a edição do PGMC. É como considero. ASSINATURA DO CONSELHEIRO RELATOR IGOR VILAS BOAS DE FREITAS Página 8 de 8 da Análise n o 20/2015-GCIF, de 20/2/2015.