MUDANÇAS NO REGULAMENTO DO SERVIÇO MÓVEL PESSOAL VÃO A CONSULTA PÚBLICA
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- Maria Júlia Neves Medina
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1 Brasília, 15 de julho de 2002 MUDANÇAS NO REGULAMENTO DO SERVIÇO MÓVEL PESSOAL VÃO A CONSULTA PÚBLICA O conselheiro José Leite Pereira Filho, da Agência Nacional de Telecomunicações Anatel, anunciou na manhã desta segunda-feira, dia 15, em entrevista coletiva à imprensa, as alterações no Regulamento do Serviço Móvel Pessoal (SMP) que estarão sob Consulta Pública entre os dias 19 de julho e 12 de agosto. O conselheiro esclareceu que as alterações se destinam a favorecer a migração das atuais prestadoras do Serviço Móvel Celular (SMC) para o novo serviço, cuja operação foi inaugurada mês passado, com a entrada em atividade da Oi (TNL PCS S/A), subsidiária da Telemar Norte Leste no SMP (Banda D ). Depois de um ano e meio da edição do regulamento, sem que tivesse ocorrido nenhuma migração, entendemos que havia um sinal para que alguma coisa fosse feita, justificou o conselheiro. A Consulta Pública se destina a coletar manifestações (sugestões e críticas) do público em geral sobre a proposta de alterações aprovada pelo Conselho Diretor da Agência. As principais mudanças no Regulamento do SMP dizem respeito às regras relativas à inadimplência do usuário, à remuneração de redes e à introdução do Código de Seleção de Prestadora (CSP) para realização de chamadas de Longa Distância Nacional (LDN). Foi atendida boa parte dos pleitos das prestadoras, mas o SMP ainda traz ganhos enormes para o usuário (em relação ao SMC), pois ele poderá selecionar a prestadora de longa distância mais barata, por meio do CSP, e terá metas de qualidade a cobrar. Sem migração, não haveria esses direitos, ressaltou Leite.
2 SELEÇÃO DE PRESTADORA A realização de ligação de Longa Distância Nacional (LDN) no SMP será feita com a marcação (ou digitação) do Código de Seleção da Prestadora (CSP) antes do código de área e do número do telefone desejado, exatamente como é feito no Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) ou telefonia convencional. Mas o uso do CSP só será necessário quando a ligação for entre diferentes áreas de prestação primárias, ou seja, quando o primeiro dígito de uma área for diferente do primeiro dígito de outra. Exemplo: de Brasília (61) para o Rio de Janeiro (21) ou São Paulo (11), o uso do CSP será obrigatório. Mas de Brasília (61) para Goiânia (62) ou do Rio de Janeiro (21) para o interior daquele Estado (22, 23 ou 24) onde o primeiro dígito da área é o mesmo não haverá necessidade de selecionar a prestadora de Longa Distância. Essa foi uma solução intermediária adotada pela Anatel, pois as prestadoras queriam que não houvesse seleção de prestadora pelo usuário, esclareceu Leite. No Regulamento original do SMP, a obrigatoriedade do CSP era mais ampla, podendo ocorrer toda vez que houvesse ligação entre áreas de numeração secundárias, como, por exemplo (caso citado acima), entre Brasília e Goiânia, ou, ainda, Rio de Janeiro e Campos. Com a solução híbrida, reduz-se de 67 para 9 as diferentes áreas com marcação obrigatória do CSP, mas mantém-se o modelo original, criado para promover a competição entre as prestadoras de longa distância. Outro avanço, segundo Leite, diz respeito ao roaming, cuja execução, nos moldes do regulamento original, criava dificuldades operacionais para as prestadoras do SMP, pois o usuário podia comunicar, mensalmente, qual seria a sua opção de prestadora de LDN.
3 Caso não houvesse essa comunicação pelo usuário, caberia à prestadora escolher a LDN mais barata, situação que se complicaria à medida que as freqüentes promoções de cada uma delas teriam de ser consideradas. Simplificamos: em roaming, quem escolhe é a própria prestadora do SMP, informou o conselheiro. INADIMPLÊNCIA Os usuários que estiverem inadimplentes com terceiros, e cujos nomes constarem em cadastros de proteção ao crédito, não ficarão sem atendimento pelas prestadoras de serviços de telecomunicações. De acordo com Leite, a nova proposta de Regulamento estabelece a possibilidade de a prestadora prover o atendimento ao inadimplente por meio de planos pré-pagos. Até agora, os regulamentos (STFC e SMC) prevêem que após passados 30 dias do vencimento da conta, o usuário está sujeito a apenas receber chamadas; contados mais 30 dias, também fica impossibilitado de realizar chamadas; e, depois de mais 30 dias somando um total de 90 dias tem o contrato rescindido e a linha cancelada. Pelo novo critério, após 15 dias de inadimplência o usuário poderá apenas receber chamadas; após outros 15 dias terá suspenso o direito de obter qualquer serviço (nem receber e nem realizar ligações). Com mais 45 dias, o contrato estará suspenso. O prazo final para a rescisão do contrato cai, portanto, de 90 dias para 75 dias. A permissão para a prestadora proceder o encaminhamento do nome do usuário inadimplente aos sistemas de proteção ao crédito passará a ocorrer após a suspensão integral dos serviços (30 dias). Os novos procedimentos prevêem que o usuário poderá ser avisado da inadimplência não apenas por meio da conta telefônica, mas também por meio de short message (mensagem curta, no próprio aparelho) ou por telefone.
4 Tivemos de atacar o problema da inadimplência, pois não queremos que o usuário fique usando o serviço sem pagar sob o risco de também a prestadora ficar em dificuldade, disse Leite. O Conselho também aprovou alteração na meta de resposta solicitações do usuário, que passou para 95% dos casos, ao invés dos 100% previstos no regulamento anterior. Estamos adotando para esse caso uma tolerância de 5%, à semelhança de outros indicadores, justificou Leite. Também é previsto, por proposta incluída no regulamento, que estará assegurado o pagamento parcial da conta, desde que haja contestação formal - do usuário à prestadora - ao item ou itens dos quais discorda. Foram estabelecidos ainda novos prazos de adequação às regras do SMP, de acordo com Leite. Para as prestadoras que migrarem do SMC para o SMP, a data de adequação ao Plano Geral de Metas de Qualidade (PGMQ) será 31/12/2002, mesmo prazo concedido para a adequação dos planos de serviço. O novo prazo para o encaminhamento do tráfego com escolha de CSP será até 31/01/2003. (A introdução do CSP) não vai ser tão crítica quanto foi o da telefonia fixa (em julho de 1999), pois a introdução do CSP pelas prestadoras poderá ser feita progressivamente, informou o conselheiro. Outra data definida no novo regulamento é 31/12/2003, que servirá como limite para que as prestadoras do STFC tenham acesso às plataformas de pré-pagos e também para a viabilização das chamadas terminadas a cobrar no pré-pago. REMUNERAÇÃO DE REDES A remuneração às redes das prestadoras de SMP será definida por uma tarifa denominada Valor de Uso Móvel (VU-M), que terá, de acordo com o conselheiro Leite, o mesmo valor máximo atual da Tarifa de Uso Móvel (TU-M) das prestadoras do SMC.
5 Também está definido que a homologação desses valores máximo de VU-M será feita pela Anatel até 30 de junho de 2005, com periodicidade, índice de reajuste e produtividade semelhantes à regulamentação do SMC. A partir daí, passa a vigorar o critério de negociação, com base nos estudos que serão desenvolvidos pela Agência sobre interconexão. Até que esses estudos fiquem prontos, criamos uma espécie de período de transição", observou Leite. Fica criado também o critério do bill and keep para remunerar chamadas originadas de uma rede de SMP para outra. Há um critério no SMP que estabelece que, sempre que as chamadas originadas de uma rede para outra superar 55% do tráfego, a prestadora pagará à outra. Essa remuneração acaba, disse Leite. Documento relacionado: apresentação do conselheiro José Pereira Leite sobre alterações no Regulamento do SMP. Anatel
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