3º Seminário Internacional de Renda Fixa Andima e Cetip Novos Caminhos Pós-Crise da Regulação e Autorregulação São Paulo 19 de março de 2009



Documentos relacionados
Brasília, 11 de setembro de 2014.

Discurso do Presidente do Banco Central do Brasil, Ministro Alexandre Tombini, na cerimônia de lançamento do Programa Otimiza BC.

O Sr. ÁTILA LIRA (PSB-OI) pronuncia o seguinte. discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores. Deputados, estamos no período em que se comemoram os

Sumário. 1 Introdução. Demonstrações Contábeis Decifradas. Aprendendo Teoria

2. Referencial Prático 2.1 Setor das Telecomunicações

ACORDO PARA A PROMOÇÃO E A PROTEÇÃO RECÍPROCA DE INVESTIMENTOS ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA DA CORÉIA

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

POLÍTICA DE INVESTIMENTO RESPONSÁVEL E DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

CETIP. Segundo o BACEN - CETIP

SECURITIZAÇÃO DE RECEBÍVEIS

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Julho 2012

Direito a inclusão digital Nelson Joaquim

DOCUMENTO DE CONSULTA REGULAMENTO DO BCE RELATIVO ÀS TAXAS DE SUPERVISÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS

MANUAL DE OPERAÇÕES DA RODA DE DÓLAR PRONTO

Investimentos de Family Office

MINISTÉRIO DA FAZENDA GABINETE DO MINISTRO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 21/12/2015

Fundos de Investimento

São Paulo, 04 de setembro de Bom dia, Senhoras e Senhores:

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 3º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

Porque estudar Gestão de Projetos?

Banco ABC Brasil Relações com Investidores Transcrição da Teleconferência de Resultados do 1T13 03 de maio de 2013

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO TURMA ANO INTRODUÇÃO

Palestra. CPC 01 e IAS 36 Redução ao valor recuperável de ativos

Conferência Internacional do Trabalho Convenção 159

Título Economia de baixo carbono, desafios e oportunidades para o setor elétrico Veículo Canal Energia Data 16 dezembro 2015 Autor Claudio J. D.

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA INTERNA

1 Introdução. futuras, que são as relevantes para descontar os fluxos de caixa.

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS

FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES FUNDO DE INVESTIMENTO CAIXA BRASIL IDkA IPCA 2A TÍTULOS PÚBLICOS RENDA FIXA LONGO PRAZO

GUIA DE BOAS PRÁTICAS

Uma conceituação estratégica de "Terceiro Setor"

RELATÓRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS CONGLOMERADO FINANCEIRO PETRA 1º Tri 2014 gr

PERGUNTAS E RESPOSTAS

CONSELHO DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO DELIBERAÇÃO Nº 68

Health Innovation. 54 HEALTHCARE Management 36 julho agosto 2015 healthcaremanagement.com.br

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

CAPÍTULO 25 COERÊNCIA REGULATÓRIA

Gestão dos Pequenos Negócios

24 de maio de 2002 OBJETO DA ANÁLISE NO ÂMBITO DA PRIMEIRA RODADA

Aula 1. Introdução à Avaliação Econômica de Projetos Sociais


COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO

Copyright Proibida Reprodução. Prof. Éder Clementino dos Santos

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCO E CONTROLES INTERNOS CAPITAL GESTÃO E INVESTIMENTOS LTDA

Razões para Investir em Fundos de Fundos de Private Equity

Risco operacional Revisão das abordagens mais simplificadas. Documento consultivo Basel Committe on Banking Supervision

O mercado monetário. Mercado Financeiro - Prof. Marco Arbex. Os mercados financeiros são subdivididos em quatro categorias (ASSAF NETO, 2012):

ENSINO SUPERIOR: PRIORIDADES, METAS, ESTRATÉGIAS E AÇÕES

CURSO. Master in Business Economics 1. vire aqui

Relatório de Pesquisa. Março 2013

EXTRATO DA POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE

REGULAÇÃO MÍNIMA DO MERCADO DE CAPITAIS

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso

Unidade III FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

6. Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Carta ao Cotista Outubro Ambiente Macroeconômico. Internacional

CARTILHA PERFIS DE INVESTIMENTOS

Boletim de Proteção do Consumidor/Investidor CVM/Senacon

Bolsa Auxílio à Iniciação Científica - Regulamento

O processo envolve quatro questões básicas:

ADMINISTRAÇÃO GERAL GESTÃO DO DESEMPENHO

Dúvidas e Sugestões Sobre a Regulação do Capital Adicional de Risco de Crédito

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE I

OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

ANEXO 5 ESCOPO DO ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E JURÍDICA

Abordagem do TCU sobre atuação das auditorias em suas sessões

FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS NO BRASIL: UMA PROPOSTA

CONTRATOS DERIVATIVOS. Futuro de Cupom de IGP-M

Sistema de Pagamentos Brasileiro SPB

(MAPAS VIVOS DA UFCG) PPA-UFCG RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UFCG CICLO ANEXO (PARTE 2) DIAGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A RESOLUÇÃO N o 1010/05

Profª Dr a Valéria Valls Agosto de 2012

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO Vigência: 30/06/2016

AS OPERAÇÕES DE DERIVATIVOS NO MERCADO DE BALCÃO

ACORDO DE PARIS: A RECEITA PARA UM BOM RESULTADO

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS PARA 2010

FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

MANUAL DE CONTROLES INTERNOS

(iii) Ofereçam opção de resgate nos próximos 30 dias (Art. 14, 2º);

Diretrizes para determinação de intervalos de comprovação para equipamentos de medição.

Sumário 1 APRESENTAÇÃO LINHAS GERAIS Diretrizes Básicas Objetivos Público-Alvo... 4

Gerenciamento de Riscos Pilar 3

Módulo 9 A Avaliação de Desempenho faz parte do subsistema de aplicação de recursos humanos.

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ROBERTO CAVALCANTI

Tema: evasão escolar no ensino superior brasileiro

Renda Fixa Debêntures. Renda Fixa. Debênture

1. O Contexto do SBTVD

EMPRESAS CONTRATADAS Como manter com elas um relacionamento efetivo

Brasília, 06 de maio de 2013.

5 Considerações finais

Transcrição:

3º Seminário Internacional de Renda Fixa Andima e Cetip Novos Caminhos Pós-Crise da Regulação e Autorregulação São Paulo 19 de março de 2009 Alexandre A. Tombini Diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro Banco Central do Brasil Boa tarde a todos. Agradeço o convite formulado pela Andima e pela Cetip para participar deste 3º Seminário Internacional de Renda Fixa. O tema proposto Novos Caminhos Pós-Crise da Regulação e Autorregulação é mais do que atual. Ele é parte do amplo debate de que temos participado em diversos fóruns nacionais e internacionais sobre os rumos da regulação. 2. Isto fica evidente na exposição do Consultor John Carson. Diversos pontos por ele enfocados dizem respeito a questões que gostaria de destacar e que revelam nosso pensamento no Banco Central do Brasil. 3. Como mencionado, temos debatido intensamente acerca das implicações da crise internacional no sistema financeiro. Recentemente, o Presidente Henrique Meirelles, em pronunciamento na Reunião Extraordinária de Ministros Ibero- Americanos de Finanças, realizado na cidade do Porto no dia 2 deste mês, apresentou diagnóstico preciso sobre a situação e apontou algumas linhas de ação.

4. Fundamentalmente, foi destacado que a instabilidade se deu em decorrência de um cenário de baixas taxas de juros e expressivo crescimento internacional, combinado com a reduzida volatilidade financeira, o que levou a uma busca por alternativas para obtenção de retorno financeiro cada vez mais crescente, normalmente de curto prazo. Para tanto, foram criados instrumentos e inovações que, ao final, resultaram em maior alavancagem. 5. Como muitos desses instrumentos eram pouco transparentes e mascaravam a extensão da própria alavancagem que geravam, sem falar na diversidade de agentes e mercados, regulados e não regulados, que os manuseavam, ficou claro que o risco foi subestimado, gerando perdas inevitáveis e de grandes proporções. 6. Esse diagnóstico aponta para algumas fragilidades regulatórias, tais como a falta de supervisão dos riscos sistêmicos, a presença de entidades insuficientemente supervisionadas, o baixo desempenho das agências de risco de crédito, as tendências prócíclicas alimentadas pelo próprio arcabouço regulatório, as falhas na gestão de riscos, os novos produtos e práticas financeiras sem regulação e, por fim, a falta de transparência. 7. Algumas respostas a essas questões já estão sendo pensadas, mas, evidentemente, o reforço da regulação e da supervisão é inevitável, o que inclui preocupações macroprudenciais na determinação do capital regulatório, a

extensão da supervisão para os entes não regulados, o monitoramento mais acurado daqueles mercados e instituições já supervisionados, inclusive com foco mais preciso nas instituições sistemicamente importantes, além de aprimorar os mecanismos de provisão de liquidez de emergência e resolução de crises. Comenta-se, inclusive, a possibilidade de os países disporem de um regulador central. Mais à frente vou detalhar um pouco mais essas e outras propostas. 8. Mais especificamente no que respeita ao tema objeto deste painel, entendo importante ressaltar, inicialmente, não ser mais adequada a menção isolada à regulação do mercado de capitais o que inclui a auto-regulação. O que a crise mostrou claramente foi a forte interseção dos mercados financeiros e de capitais e como a interconectividade das instituições e mercados regulamentados e não regulamentados contribuiu para o surgimento e para o agravamento dos problemas. 9. No momento, busca-se uma uniformidade regulatória. Os princípios que devem reger a regulação dos denominados mercados financeiros e de capitais tem que ser muito próximos, senão os mesmos. Estamos falando, portanto, que a regulação desses mercados deve convergir para um ponto comum, não sendo mais admissível que operações com pouco ou nenhum controle e pouca transparência venham a contaminar até mesmo mercados com normas prudenciais estabelecidas.

10. No caso brasileiro este contágio foi menor. Por termos executado políticas mais conservadoras e aprendido as lições com as diversas crises do passado, nossa postura sempre foi da busca por maior prudência. Apenas para citar um dado que ilustra o que estou falando, sob a supervisão do banco central existem 21 tipos diferentes de instituições, todas reguladas e com regras prudenciais e de alavancagem comuns. Além disso, todas as operações estão dentro do balanço, por conta das regras de consolidação contábil a que se sujeitam as entidades reguladas pelo Banco Central do Brasil. 11. Ademais, nosso mercado de securitização era proporcionalmente pequeno se comparado com o volume de crédito no País (menos de 10%), o que fez com que a interseção entre os dois mercados não trouxesse danos e disseminação de perdas. O caso mais grave talvez tenha sido identificado no mercado de derivativos, com as operações denominadas de hedges tóxicos. 12. Essa condição positiva interna fez com que o Brasil passasse de país criticado a referência nos fóruns internacionais. Por exemplo, o fato de os reguladores nacionais disporem de informações a partir do registro em sistemas de registro ou em clearings de todas as operações praticadas no mercado financeiro tem sido alvo de admiração e de referência em todo o mundo. 13. No entanto, isto não é suficiente. Precisamos enfrentar diversas questões internas para que nosso sistema financeiro

continue sólido e eficiente. Como uma primeira abordagem, entendo que a autorregulação deve integrar o debate que ora se trava sobre os rumos da regulação. A autorregulação não pode ser um fim em si mesma. Não que ela necessariamente o seja, especialmente no Brasil onde o modelo formal só recentemente foi implantado, mas ela não pode fugir, repito, do conceito que irá reger o funcionamento do sistema financeiro. 14. Mantendo o foco nos casos que envolvem a mencionada interseção dos mercados financeiros e de capitais, enxergo dois grandes tópicos para debate que dizem respeito aos temas deste seminário e que têm estreita relação com os mercados autorregulados, quais sejam: os fundos de investimento e o mercado de derivativos, com destaque para o mercado de balcão. 15. Alguns números revelam claramente a interconectividade desses mercados, começando pelos fundos de investimento:. do total do patrimônio dos fundos de investimento, algo em torno de R$ 1,14 trilhões, 80% dizem respeito à aplicações em renda fixa, sendo 19% em operações compromissadas, 13% em CDB/RDB emitidos por instituições financeiras e 41% em aplicações em títulos públicos, e apenas 4% em debêntures. No caso dos CDB/RDB, os fundos detêm 31% do total emitido;

. entre os 40 maiores administradores de fundos, que detêm 98% da indústria de fundos, apenas um não é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central;. ou seja, tanto nos papéis negociados, quanto na administração desses recursos, estamos nos referindo a um produto tipicamente financeiro, gerido por instituições financeiras; 16. No caso dos mercados de derivativos essa condição também fica evidente: mais de 98% das operações praticadas na BM&FBovespa dizem respeito a transações envolvendo juros e câmbio. Na Cetip, os números são os mesmos, praticamente a totalidade das operações no mercado de balcão de derivativos também diz respeito ao mercado de renda fixa e câmbio. Se observamos as contrapartes tanto na BM&FBovespa quanto na Cetip, também fica claro que as instituições financeiras participam da maioria das operações. 17. Como pode ser observado, há uma fortíssima relação entre eles. No mínimo, sinaliza para um ainda maior estreitamento, que já é grande, entre os reguladores, de tal forma que se reduza ao mínimo a possibilidade da arbitragem regulatória. 18. Algumas propostas já foram lançadas ao debate, tais como:

. Dar maior atenção às operações praticadas nos mercados de balcão, aperfeiçoando as regras e procedimentos de negociação, formação de preços e transparência. Nesse sentido, o mercado de balcão deve sair desse processo fortalecido, mas sem perder de vista sua função principal de permitir que as partes possam realizar operações não disponíveis nos mercados padronizados. Além disso, esse mercado deve ter total visibilidade das operações nele cursadas, inclusive com possibilidade de acesso, pelos reguladores, de cláusulas contratuais específicas, como no caso dos derivativos de câmbio;. Adequar a exigência de capital para operações praticadas em sistemas que não ofereçam condições de efetiva mitigação de risco;. Estimular a criação e o aperfeiçoamento de mecanismos e instrumentos que efetivamente mitiguem o risco, a exemplo da iniciativa relatada no painel anterior de gestão de colaterais;. Aproveitar a tecnologia interna de registro para permitir melhor acompanhamento das operações praticadas no mercado financeiro, como, por exemplo, exigir o registro de operações de hedge praticadas por investidores nacionais no mercado externo;

. Avaliar a necessidade de requerer alocação de capital de instrumentos ou modalidades que atuam no mercado financeiro que apresentem risco de crédito;. Eliminar barreiras legais e regulamentares que eventualmente impeçam o amplo acesso de informação por parte dos órgãos reguladores, seja entre eles, seja diretamente nos agentes de mercado; 19. Para finalizar, entendo oportuno destacar que a crise econômica internacional que nos atinge acirra o debate sobre a política econômica brasileira, em particular sobre a política monetária e a fixação das taxas de juros. A propósito, é preciso lembrar que a taxa básica de juros chegou a 40% a.a. em 1998-1999, e em período relativamente recente, o ano de 2005, alcançou níveis em torno de 20% a.a. O nível atual de 11,25% representa, neste contexto histórico, um considerável avanço, trata-se do menor patamar já alcançado pela taxa básica da economia. 20. O ambiente de condições monetárias mais flexíveis implica em revisão do arcabouço institucional construído em época de inflação crônica. Do contrário, este novo ambiente de juros mais próximos dos praticados internacionalmente poderia ser prejudicial ao adequado equilíbrio entre os instrumentos de captação e de aplicação do sistema financeiro. 21. Em resumo, encerro com as seguintes as considerações:

. a crise evidenciou forte interseção entre os mercados financeiros e de capitais;. também revelou o quanto os mercados não regulados podem afetar os regulados;. não é mais cabível falar em autorregulação isoladamente, a não ser integrando um comando regulatório maior; prudencial;. as ações regulatórias buscam o macro e micro. as normas prudenciais, inclusive de capital, devem alcançar todo e qualquer instrumento financeiro ou instituição que ofereça riscos de crédito;. o mercado de balcão tem que sair fortalecido desse processo de revisão regulatória, de forma a desempenhar seu papel de permitir a realização de operações não ofertadas nos sistemas padronizados;. no Brasil, a interação dos mercados financeiros e de capitais, inclusive em termos regulatórios, é facilmente percebida nos mercados de fundos de investimento e de derivativos;

. esses mercados ostentam características tipicamente financeiras e são geridos por instituições financeiras;. não pode haver qualquer restrição ao acesso de informações por parte dos reguladores, seja entre eles, seja mediante o acesso aos ambientes de negócios; Muito obrigado.