INTEGRAÇÃO LAVOURA/ PECUÁRIA. Wilson José Rosa Coordenador Técnico Estadual de Culturas DEPARTAMENTO TÉCNICO - EMATER-MG

Documentos relacionados
PLANTIO DE MILHO COM BRAQUIÁRIA. INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA - ILP

Integração Lavoura Pecuária

Culturas anuais para produção de volumoso em áreas de sequeiro

Manuel Cláudio Motta Macedo Ademir Hugo Zimmer

Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) de Corte da Embrapa Milho e Sorgo

Adaptação à mudança do clima*

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

Produção sustentável de grãos e carne bovina na região do Bolsão-Sul-Mato-Grossense

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA ALYSSON PAOLINELLI

A necessidade do profissional em projetos de recuperação de áreas degradadas

PROGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES PARA O PERÍODO OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2011

SISTEMA PLANTIO DIRETO, EM CONSTANTE EVOLUÇÃO

IRRIGAÇÃO DO ALGODOEIRO NO CERRADO BAIANO. (ALGODÃO IRRIGADO NO CERRADO BAIANO) (ALGODÃO COM IRRIGAÇÃO COMPLEMENTAR NO CERRADO BAIANO) Pedro Brugnera*

Embasamento técnico de projetos de conservação do solo para atendimento da legislação. Isabella Clerici De Maria Instituto Agronômico

Estudo de Caso: Fazenda Santa Brígida

Técnicas Aplicadas à Produção Intensiva de Leite no Projeto Balde Cheio Formação e Manejo de Pastagens

Vantagens da integração lavoura-pecuária na recuperação de pastagens degradadas

Mitigação e Adaptação da Agricultura às Mudanças Climáticas

USO DO SOLO EM SISTEMAS CONSERVACIONISTAS PARA O CULTIVO DE PERENES

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Índices Zootécnicos Taxa de mortalidade 1,0% Idade de abate do boi gordo ou venda do animal Taxa de desfrute 38,34%

Aplicação de Nitrogênio em Cobertura no Feijoeiro Irrigado*

GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 15 AGROPECUÁRIA E MEIO AMBIENTE

RENOVAÇÃO DE PASTAGENS COM PLANTIO DIRETO

FAZENDA SANTA LUZIA. Maurício Silveira Coelho HISTÓRICO

Índices Zootécnicos Taxa de mortalidade 1,0% Idade de abate do boi gordo ou venda do animal Taxa de desfrute 45,81%

Contexto e importância da diversificação de culturas em sistemas de produção de soja no Brasil

CUSTO DE PRODUÇÃO DE BOVINOCULTURA DE CORTE EM LONDRINA/PR

Diferimento de pastagens para animais desmamados

MANEJO DE BOVINOS DE CORTE Confinamento. Prof : Ricardo Alexandre Silva Pessoa

Recomendação de Adubação N, P e K....para os estados do RS e SC

Aimportância do trigo pode ser aquilatada pela

artigos 92 Revista UFG / Dezembro 2012 / Ano XIII nº 13

Projeto Agrisus

Tabela 01 Mundo Soja Área, produção e produtividade Safra 2009/10 a 2013/14

Olericultura. A Cultura do Morango. Nome Cultura do Morango Produto Informação Tecnológica Data Janeiro Preço - Linha Olericultura Resenha

Mercado. Cana-de-açúcar: Prospecção para a safra 2013/2014

LIMPEZA DA ÁREA LIMPEZA DA ÁREA LIMPEZA DA ÁREA MATA CILIAR. Áreas de Preservação Permanente RESERVA LEGAL

Nematóides: Manejo e Controle a Nível de Grandes Áreas do Cerrado no Sistema Algodão-Soja- Milho

Parecer sobre a Salinidade do Rio Araranguá e suas Implicações para a Cultura do Arroz Irrigado

Substituir este slide pelo slide de título escolhido

AGROECONÔMICA CONSULTORIA MEIO AMBIENTE E PECUÁRIA

RELATÓRIO TÈCNICO. Técnico: João Adolfo Kasper. Período de Viagem:19/06/2005 á 25/06/2005

Tecnologias para uma agricultura de baixa emissão de carbono Contextualização do Plano e Programa ABC

TAXA DE LOTAÇÃO EM PASTAGEM DE TIFTON 85 SOB MANEJO DE IRRIGAÇÃO E SEQUEIRO NO PERÍODO DA SECA*

A SOJA NO BRASIL. Engº Agrº Amélio Dall Agnol Embrapa Soja, Londrina, PR

Aregião de Cerrados no Brasil Central, ao longo

MILHO TRANSCÊNICO: CADA VEZ MAIS PRESE

CIRCULAR TÉCNICA N o 159 JUNHO 1988 PREPARO DE SOLOS EM ÁREAS ACIDENTADAS

tecnologia Engenharia Agrícola y

Variedades de Cana-de-Açúcar Pragas e Doenças: Eng. Agr. Gustavo de Almeida Nogueira Canaoeste

TRATAMENTO QUÍMICO DE RESÍDUOS AGRÍCOLAS COM SOLUÇÃO DE URÉIA NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES

DESSECAÇÃO DE BRAQUIÁRIA COM GLYPHOSATE SOB DIFERENTES VOLUMES DE CALDA RESUMO

Soja: elevação dos preços da convencional/transgênica deve dificultar incremento da orgânica

Sistemas de manejo do solo

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE EVENTO


XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Pesquisas em Andamento pelas Fundações e Embrapa sobre os Temas Indicados pelo Fórum do Ano Passado

Janeiro de 2013 Volume 01

ALGODÃO EM MATO GROSSO AGOSTO/15

Avaliação da qualidade do solo sob diferentes arranjos estruturais do eucalipto no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta

(67) / (67) agro.neri@hotmail.com

PLANTAS DE COBERTURA NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO E COOPERATIVISMO SDC. Agricultura do Século XXI Agropecuária, Meio Ambiente, Sustentabilidade e Inovação.

Caracterização das Principais Modalidades de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária na Região Centro-Sul de Mato Grosso do Sul

Aplicação de dejetos líquidos de suínos no sulco: maior rendimento de grãos e menor impacto ambiental. Comunicado Técnico

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

FOTO1-Preparo do solo inadequado na recuperação de pastagem, ocasionando erosão em sulcos.

de inverno que viraram opção para o pecuarista da região para conseguir ter pasto na época da seca.

FERTILIZANTES, ESCOLHA DE FÓRMULAS E TIPOS DE ADUBOS

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: SUSTENTABILIDADE DA AGROPECUÁRIA

Universidade Federal de Uberlândia

Há sempre resposta à adubação de manutenção do eucalipto? Um estudo de caso em Porto Velho (RO)

PRÁTICAS MECÂNICAS DE CONTROLE DA EROSÃO

EUCALIPTO. plantio. Projeção de Receitas e Resultados. Fomento. Como suprir tamanha demanda preservando as florestas nativas?

Adubaçã. ção o potássica em sistemas intensivos de manejo de pastagens. (Potash Fertilization in Intensive Pastures Management Systems)

3. AMOSTRAGEM DO SOLO

AULA 1 EROSÃO HÍDRICA E EÓLICA PARTE 2. Profᵃ. Drᵃ. Carolina Riviera Duarte Maluche Barettta carolmaluche@unochapeco.edu.br

RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 10/2011

REGIONAL CENTRO-OESTE

Página Rural. Página Inicial Notícias Artigos Entrevistas Feiras e Eventos Indicadores Leilões Multimídia Publicações Reportagens.

Rotação milho e soja para aumento do rendimento

MANUAL DE VENDAS SEGURO COLHEITA GARANTIDA

RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE EVENTO

ESTRATÉGIAS DE MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO DO PASTO SOBRE CARACTERÍSTICAS DO DOSSEL E DESEMPENHO BIOECONOMICO DE BOVINOS EM RECRIA NA SECA

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL - MI AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA - ADA

INSTITUTO AGRONÔMICO DE PERNAMBUCO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO CLIPPING ELETRÔNICO

Utilização do óleo vegetal em motores diesel

TITULO DO TRABALHO DEFINITIVO: PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NA REPRESA DO FAXINAL

ÁGUA FLORESTAS E CLIMA: RUMO À COP 21

Influência do Espaçamento de Plantio de Milho na Produtividade de Silagem.

Você atingiu o estágio: Recomendações. NOME: MUNICIPIO: Ipiranga Data de preenchimento do guia: Data de devolução do relatório:

136) Na figura observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES EM REFLORESTAMENTO. EWERTON PEREIRA ROHM AND HAAS BRASIL LTDA Caixa Postal BARUERI-SP.


Sistemas de Produção em Pecuária de Corte Análise Crítica. Lívio Ribeiro Molina MSc;DSc. Escola de Veterinária - UFMG

CONTEXTO linha do tempo

Márcio Santos Diretor Estratégia & Produtos Brasilia/DF, 08/08/2013

Transcrição:

INTEGRAÇÃO LAVOURA/ PECUÁRIA Wilson José Rosa Coordenador Técnico Estadual de Culturas DEPARTAMENTO TÉCNICO - EMATER-MG

- No Brasil o Sistema de Integração Lavoura Pecuária, sempre foi bastante utilizado, principalmente na abertura de áreas - O que é novo é a aplicação deste Sistema com Plantio Direto

Embora haja muitos paradigmas a respeito da entrada de animais em áreas de lavoura, principalmente em áreas de Plantio Direto, há um forte crescimento na adoção da tecnologia, principalmente no Centro Sul do País e é uma prática comum entre os Agricultores Familiares

No Sul do Pais, o enfoque tem sido na rotação de cultura, na diversificação de atividades, mas principalmente como alternativa de renda e utilização no período de entre safra

Já no cerrado, o enfoque da Integração Lavoura Pecuária tem sido na rotação de culturas e de recuperação de pastagens degradadas.

Não importa os diferentes enfoques, no contexto mundial, nacional e ou regional a Integração Lavoura Pecuária tem sido associada sempre a:

-redução de custos -intensificação do uso da terra -melhoria dos atributos do solo -redução de pragas e doenças -consequentemente aumento da renda do produtor -excelente ação mitigadora contra o aquecimento global

Por isto há um grande interesse nos Sistemas de Produção Integrada, devido capacidade deste conceito de produção, em mudar positivamente a imagem da exploração agrícola, cuja a intensificação, associada a especialização de atividades, utilizada nos últimos 40 anos, provocou uma perda de Biodiversidade e Poluição Ambiental nos sistemas intensivos de exploração vegetal e animal

PLANTIO CONVENCIONAL Consiste na utilização de operações de preparo de solo que envolvem: Arado de disco Arado de aiveca Grade aradora Grade niveladora, uma duas ou mais vezes

CARACTERÍSTICAS - Grande eficiência no controle de plantas daninhas - Revolvimento do solo - Exposição do solo à radiação solar - Decomposição rápida da matéria orgânica - Aumento da erosão - Degradação do solo ao longo do tempo, com exigência de doses crescentes de fertilizantes

PLANTIO DIRETO HISTÓRICO: - Iniciado no Brasil na década de setenta em decorrência de trabalhos Americanos e Ingleses, com o surgimento do primeiro herbicida de contato, o Paraquat, no início dos anos sessenta. - Quando o Brasil começou o Plantio Direto, os EUA já tinha 2 milhões de hectares com Plantio Direto - Hoje o Brasil tem mais de 23 milhões de hectares com Plantio Direto

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA

CARACTERÍSTICAS - Plantio sobre a palhada - Rotação de culturas - Menor intensidade dos raios solares incidindo sobre o solo - Melhoria das características físicas e químicas do solo: - adição de matéria orgânica - elevação da CTC

CARACTERÍSTICAS - Não revolvimento do solo - Aumento dos microorganismos do solo - Maior infiltração da água no solo - Maior abastecimento do lençol freático - Menor arrastamento de solo para os mananciais - Melhora a qualidade da água

ÁREA DE LAVOURAS NO BRASIL CULTURA ALGODÃO ÁREA PLANTADA EM (1000 Ha) 1.086,00 ARROZ 2.891,60 FEIJÃO TOTAL 3.922,90 MILHO TOTAL 14.748,60 SOJA 21.222,70 TRIGO 1.818,90 DEMAIS PRODUTOS 1.487,80 TOTAL DE LAVOURAS 47.170,80 PASTAGEM TOTAL 180.000,00 PASTAGEM CERRADO 60.000,00 PASTAGEM CERRADO DEGRADADAS 45.000,00 TOAL PAST DEGRADADAS + LAVOURAS 92.170,80 Fonte CONAB- Levantamento out/2007

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA Sitema de Produção Integrada, entre lavoura e Pecuária, na mesma área Onde no período das águas planta-se lavoura junto co gramínea que na época da seca vira pastagem.

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA Nova visão de um sistema de exploração agrícola onde, dentro de um planejamento bem feito o produtor intensifica sua exploração.

A propriedade deve ser planejada de forma a recuperar as pastagens degradadas, utilizando lavouras, por talhões de forma que num curto espaço de tempo, toda a propriedade estará recuperada

A partir daí, inicia-se um uso intensivo destas áreas, podendo ser as mesmas glebas de forma a utilizar as pastagens para a cobertura morta para o plantio direto, sempre com utilização de uma gramínea forrageira, que servirá de pasto na entressafra da cultura ou se tornará uma pastagem cada vez mais rica por período de dois, três, ou quatro anos, mas sempre antes de se degradarem, são novamente cultivadas tendo como parceira a cultura, para diluição dos custos e produção de grãos e ou forragem conservada para o período seco do ano.

CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA - Utilização intensiva da terra - Melhoria sensível dascaracterística físicas e químicas do solo - Maior infiltração da água no solo - Integração das explorações agrícolas e pecuária - Benefícios para a lavoura - Benefício para a pastagem - Benefício para o agricultor

BENEFÍCIOS PARA A LAVOURA - Fornece palhada para o Plantio Direto - Melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo - Aumenta a Matéria Orgânica - Reduz pragas e doenças - Minimiza a erosão

BENEFÍCIOS PARA A PECUÁRA - A lavoura melhora a fertilidade do solo - A adubação de manutenção mantem este novo patamar de produção - Aumenta o período de pastejo e a disponibilidade de forragens - Produção de forragem para ser armazenada na forma de silagem

BENEFÍCIOS PARA O PRODUTOR - Produtividade - Aumento do rebanho - Lucro na atividade - Produção diversificada - Menor vulnerabilidade aos efeitos do clima - Aumento da produção de grãos - Valorização da propriedade

MODELO DE UM SISTEMA DE ILP Nº 1 1º ano Lavoura Pastagem leguminosa degradada Pastagem degradada Pastagem degradada Pastagem degradada 2º ano Pastagem Lavoura + Milho leguminosa Pastagem degradada Pastagem degradada Pastagem degradada 3º ano Pastagem de 1º ano 4º ano Pastagem de 2º ano 5º ano Pastagem de 3º ano 6º ano Pastagem de 4º ano 7º ano Lavoura leguminosa Pastagem + Lavoura leguminosa Milho Pastagem de Pastagem + Milho Pastagem Pastagem degradada degradada Lavoura leguminosa Pastagem degradada Pastagem de Pastagem de 1º ano 2º ano Pastagem de Pastagem de 2º ano 3º ano Pastagem de Pastagem de 3º ano 4º ano Pastagem + Milho Lavoura leguminosa Pastagem de 1º ano Pastagem + Milho Pastagem de 2º ano Pastagem de 1º ano

MODELO DE UM SISTEMA DE ILP Nº 2 1º ano Milho + Pasto Pastagem Degradada Pastagem Degradada 2º ano Pastagem de 1º ano Milho + Pasto Pastagem Degradada 3º ano Pastagem de 2º ano Pastagem de 1º ano Milho + Pasto 4º ano Pastagem de 3º ano Pastagem de 2º ano Pastagem de 1º ano 5º ano Milho + Pasto Pastagem de 2º ano Pastagem de 3º ano

O aumento do teor de Matéria Orgânica no Solo (MOS), está associado à melhoria de diversos atributos do solo, sejam eles químicos, físicos ou biológicos, uma vez que vários processos que ocorrem no sistema solo e suas interfaces estão intimamente relacionados à sua dinâmica e teor no solo, servindo inclusive como indicador de qualidade do solo (Mielniczuk, 1999)

O acúmulo de Carbono no solo vai depender do sistema de manejo empregado no solo, desde o preparo do solo até as sequência das culturas. Diferença significativa foi observada na camada 0 a 5 cm, onde os sistema com presença de pastagem apresentaram valores superiores sistemas apenas com lavouras (Fabrício & Salton)

Diferenças significativas foram observadas na camada mais superficial em sistema com presença de pastagem e não foi observado alteração de estoque de carbono em camadas mais profundas. Isto pode fortalecer a importância da senescência de folhas da pastagem (Fabrício & Salton)

O pastejo excessivo, sem sobras de material em quantidade suficiente para suprir a necessidade de carbono no sistema o balanço de carbono fica negativo

Integração Lavoura Pecuária em Sistema de Plantio Direto(SPD): A experiência da Fazenda Boa Fé Grupo Ma Shou Tao Uberaba-MG 2006

Diversificação de cultura Verticalização Fazenda Boa Fé Integração lavoura + Profissionalização Integração Pecuária

SPD (Sistema de plantio direto) 1994 Rotação de culturas: Soja - Milho: 50%-50% (3,6 ton/há) (10 ton/há) 61%- 35% Desafio: Implantar ILP (Integração Lavoura Pecuária) por meio da cultura de milho sem que o alto nível de produtividade fosse afetado.

Plantio de Milho e Capim Plantio de milho. Nível de adubação (N-P-K) o mesmo do milho solteiro. Plantio Capim: 20 dias após plantio do milho, na entrelinha do milho, associada e segunda cobertura. Herbicida pós-emergência apenas suspensão, não eliminação. Controlar planta daninhas. Mesmo nível de produtividade do milho.

Experimentos com cinco tratamentos e três repetições Tratamento 1: Milho solteiro Tratamento 2: Milho e Brachiaria decumbens Tratamento 3: Milho e Brachiaria rizozhiensis Tratamento 4: Milho e Brachiaria brizantha Tratamento 5: Milho e Panicum maximum

1ª Fase: Plantio O plantio é feito 20 dias após o plantio do milho, associado a operação da segunda cobertura, evitando a competição na cultura principal. Em todos os tratamentos, o nível de adubação de base e de cobertura não foi alterado na cultura do milho, mantendo-se o padrão de N, P e K fornecido a cultura.

Melhores tratamentos Os melhores tratamentos foram o da Brachiaria brizantha e Brachiaria rizizhienses, que atingiram a mesma produtividade do tratamento padrão (em torno de 10 ton/ há), porem no período seco pós-colheita de maio a setembro, a brizantha se comportou melhor no que se diz respeito a adaptação e adequação para suporte de pastejo.

2ª Fase: Pastejo Esta fase se caracteriza pelo descanso pós- colheita da forragem em torno de 50 a 60 dias que teve a entrada de 400 animais da raça nelore entre machos e fêmeas com idade de 12 a 24 meses e peso médio de 9@ liquidas num período total de 150 dias.

Resultados técnicos-econômicos Lotação media por hectare: 2 U.A. Ganho de peso diário médio: 780 g/dia Número de ciclos de pastejo: 3,33 ciclos Número de dias de pastejo por piquete: 11 Número de dias de descanso: 44 Custo total do projeto por hectare: R$ 228,76 Receita bruta/ha: R$ 519,68 Receita liquida/há: R$ 291,22

Percentagem de cobertura do solo em função do preparo do solo (1982/88). Preparo do solo A. Aiveca A. Disco P. Direto G. Pesada Esc. + Grade (CM1) Escarificador (CM2) FONTE: Oliveira et al; 1982/88 - OCEPAR * Rotação Trigo x Soja % Cobertura 10 10 90 35 70 80

EFEITO DE DIFERENTES QUNTIDADES DE RESÍDUOS CULTURAIS NO ESCORRIMENTO SUPERFICIAL DE ÁGUA, INFILTRAÇÃO E PERDA DESOLO, EM DECLIVE DE 5% Resíduos t ha-¹ Escorrimento % Infiltração % Perda de solo t ha-¹ 0,000 45,3 54,7 13,69 0,550 24,3 74,7 1,56 1,102 0,5 99,5 0,33 2,205 0,1 99,9 0,00 4,410 0,0 100,0 0,00

Cobertura da superfície do solo, em percentagem, em função da rotação de culturas e sistema de manejo do solo. Sistema de manejo Rotação Aiveca Escarificador Plantio Direto Milho contínuo 2,5 25,5 65,0 Milho após soja 2,0 34,5 62,0 Soja após milho 0,5 3,5 40,0 Soja contínua 0,5 3,0 39,5 FONTE: Cruz (1982)

Funções da cobertura morta Reduzir o impacto das gotas de chuvas protegendo o solo contra a desagregação de partículas e compactação Dificulta o escorrimento superficial, aumentando o tempo e a capacidade de infiltração da água de chuvas Como conseqüência, há uma redução nas perdas de solo e água pela erosão Protege a superfície do solo da ação direta de raios solares reduzindo a evaporação e conseqüentemente mantendo maior quantidade de água disponível no solo

Reduz a amplitude hídrica e térmica favorecendo alta atividade biológica Aumenta a matéria orgânica no perfil do solo, aumentando a disponibilidade de água para as plantas, a CTC do solo e melhorando suas características físicas Ajudar no controle de plantas daninhas, por supressão ou por ação alelopática.

Efeito da quantidade de palha na superfície do solo sobre a produtividade do milho. Palha t/ha 0 3 6 9 12 Rendimento kg/ha % 4110 100,0 4365 106,2 4603 112,0 4727 115,0 5710 124,3 FONTE: Embrapa Milho e Sorgo. Dados não publicados.

Efetividade de resíduos na redução de evaporação Superfície Cobertura (%) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 FONTE: D. R. Linden, et al. 1987 Evaporação-Potencial relativo 1,00 0,90 0,78 0,70 0,67 0,63 0,61 0,59 0,58

Efeito da palha de milho sobre o teor de umidade do solo (%) na profundidade de 0-5cm de um latossolo vermelho típico cultivado com milho em função do prolongamento do veranico. Tratamento Dias após última chuva 2 5 10 Palha (t/ha) 0 3 6 9 12 24,22 24,68 25,82 25,52 26,50 23,71 24,51 24,96 25,61 26,12 18,68 18,77 21,27 20,57 21,13 Época veranico 25,35 a 24,98 a 20,08 b FONTE: Andrade e Alvarenga (1997).

Temperatura do solo Em função da quantidade e durabilidade da cobertura morta na superfície do solo, o plantio direto apresenta menor temperatura do solo (1 a 10ºC) a menos

OBRIGADO Engº. Agrº. Wilson José Rosa Coordenador Técnico Estadual de Culturas Telefone (31) 3349 8170 E.mail wjrosa@emater.mg.gov.br DEPARTAMENTO TÉCNICO - EMATER-MG