FERNÁNDEZ, Francisco Moreno. Qué español enseñar? Madrid: Arco/Libros, 2000. 95 p.



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Transcrição:

FERNÁNDEZ, Francisco Moreno. Qué español enseñar? Madrid: Arco/Libros, 2000. 95 p. Adja Balbino de Amorim BARBIERI DURÃO Universidade Estadual de Londrina O livro resenhado Qué español enseñar?, de Francisco Moreno Fernández, pretende constituir informação teórica dirigida a professores que atuam no campo do ensino de espanhol como língua estrangeira. O autor divide seu estudo em três partes: a Parte A, intitulada El español y su estudio, inclui dois sub-capítulos: El español: unidad y diversidad (p. 15-21) e Fuentes para el conocimiento de las variedades del español (p. 22-31); a Parte B, El español y sus variedades, também configura-se em sub-capítulos duais, os quais se intitulam Áreas geolectales del español (p. 35-50) e Variedades sociales y estilísticas del español (p. 51-59); a Parte C, que reflete sobre El modelo de lengua, assim como as anteriores, aborda a temática de forma dual: A la búsqueda de un modelo (p. 63-75) e Español de Almodóvar? - Español de mi tierra? - Español de Disneylandia? (p. 77-86), é seguida pela Conclusión (p. 87-89), por Propuestas de reflexión y ejercicios (p. 90), pelas Soluciones a los ejercicios (p. 91-93) e pela bibliografia que serviu de base para a elaboração da obra (p. 94-95). Na introdução, o autor chama a atenção o fato de que o que possibilita uma tomada de decisão coerente sobre qual modalidade de espanhol deve ser ensinada é uma formação adequada e o acesso a informações o mais abrangentes possíveis sobre o tema (p. 11). 343

No primeiro sub-capítulo da Parte A, El español: unidad y diversidad, o autor ressalta que apesar do espanhol ser uma língua empregada por falantes situados nos mais variados pontos do globo terrestre, revela-se relativamente homogêneo, apresentando um acentuado grau de nivelação e um risco mínimo ou moderado de fragmentação, ambos os fenômenos baseados na existência de um sistema vocálico simples (constituído por cinco elementos somente), um sistema consonântico com 17 unidades comuns a todos os falantes de espanhol, além de um elevado índice de vocábulos globais léxico geral e de uma sintaxe de variação relativa, especialmente em seus usos cultos (p. 15). Destaca o valor do idioma, tanto no que se refere a sua importância como veículo cultural, quanto no que se relaciona a seu uso oficial por organismos como a ONU, a OEA e o Mercosul, assim como ao lugar que ocupa entre as demais línguas de importância internacional: o espanhol, atualmente, é uma das três principais línguas de comunicação internacional, junto ao inglês e ao francês (p.16). No segundo sub-capítulo da parte A, Fuentes para el conocimiento de las variedades del español, o autor explicita aquelas que considera as principais fontes de informação sobre as variedades geográficas do espanhol com o fim de construir ou fomentar esse conhecimento imprescindível por parte do professor, que são manuais gerais de dialectologia, informes de pesquisas geolingüísticas e estudos monográficos sobre falas específicas. O livro continua com o primeiro sub-capítulo da Parte B: Áreas geolectales del español, no qual o autor chama a atenção para o fato de que a Espanha e a América compartilham não somente as características que determinam um espanhol geral, mas também fatos lingüísticos que manifestam-se como variáveis. Apresenta, também, um interessantíssimo conjunto de quadros nos quais reúne usos urbanos de falantes cultos característicos de cada área lingüística (Espanhol: 1. espanhol castelhano (p. 39); 2. espanhol da Andaluzia (p. 40); 3. espanhol das Canárias (p. 40); 344

América: 1. espanhol do Caribe (p. 41); 2. espanhol do México e da América Central (p. 42): 3. espanhol de Los Andes (p. 43-44), 4. espanhol de La Plata e El chaco (p. 44-45); 5. espanhol do Chile (p. 45). Apresenta, ainda, um quadro com exemplos de variação léxica por áreas geográficas (p. 47). No segundo sub-capítulo da Parte B, Variedades sociales y estilísticas del español, o autor expõe os diferentes usos sociais do idioma. Explica que, de modo convencional, costuma-se associar os socioletos ao estrato social. Os socioletos altos são aqueles os que dão forma à língua culta de uma comunidade, enquanto que os socioletos médios e baixos configuram o que se denomina de língua popular. A língua culta caracteriza a fala das pessoas mais intelectualizadas e resulta de processos de instrução formal, enquanto que a língua popular manifesta-se principalmente nos falantes de estratos sociais médios e baixos. Entre um tipo de fala e outro, há o entrelaçamento de muitos elementos, daí a dificuldade de estabelecer limites precisos. Além disso, em ambos os casos, manifestam-se dois tipos de registros: o formal, que caracteriza-se por ser planejado e solene, e o informal, que deriva da relação de familiaridade (apesar da existência de registros intermediários). Menciona que desde que o enfoque comunicativo propôs a incorporação de elementos lingüísticos contextualizados, o problema da escolha de modelos adequados para o ensino tornou-se uma preocupação constante de teóricos e docentes, de tal modo que uma escolha inadequada de modelos de ensino pode levar a que os materiais choquem con los contextos en los que la enseñanza-aprendizaje se produce ou que estes sejam insuficientes para las necesidades comunicativas de los estudiantes (p. 57). Expõe também a questão das linguagens setoriais. Explica que, hoje em dia, os usos lingüísticos procedentes de esferas profissionais específicas recebem o nome de linguagens setoriais ou linguagens de especialidade, apesar de que, tradicionalmente, vinham sendo denominadas, genericamente, como gírias, termo entendido como conjunto de caracteres lingüísticos específicos de um grupo de falantes dedicados a uma determinada atividade, 345

caracterizando a demarcação de uma identidade sociolingüística ou a vinculação a um grupo. Em estreita conexão com estas variedades setoriais, enquadram-se as linguagens técnico-científicas, formadas principalmente por nomenclaturas especializadas, além das linguagens que permitem identificar grupos sociais de acordo com a atividade que realizam: estudantes, esportistas, funcionários públicos, pescadores, etc. (p. 59). Além disso, o termo gíria também é entendido como um conjunto de itens lingüísticos empregados por grupos sociais cuja atividade delimita-se à margem das ações consideradas lícitas (língua dos baixos fundos, da delinqüência, etc.) (p. 58). Ressalta que, no campo do ensino de línguas, as formas que foram melhor entendidas até o momento, são aquelas características do âmbito jurídico e administrativo, a linguagem comercial ou dos negócios, a linguagem sanitária, a acadêmica, a técnico-científica, além de algumas formas mais restritas, como a linguagem turística (p. 58-59). No primeiro sub-capítulo da Parte C, A la búsqueda de um modelo, o autor explicita que para conseguir bons resultados no processo de ensino-aprendizagem é preciso que os professores levem em conta certos conceitos teóricos, tais como o de variação lingüística, função comunicativa e contexto sócio-situacional, o que implica em apresentar a língua em seu contexto social. Normalmente, o modelo (representação simplificada de uma série de fatos lingüísticos como referência) que os professores e aprendizes de espanhol procuram não se referem ao funcionamento dos mecanismos ocultos da língua, com seus princípios, parâmetros e regras, mas à aprendizagem dessa língua em si, extraída de contextos naturais de fala (p. 63-64). Escolher uma variedade que sirva como marco de referência passa por uma série de etapas. A primeira delas, a consciência, por parte do professor de que há variedades prestigiosas e variedades menos prestigiosas, mas para poder identificá-las, o professor precisa ter acesso a informações geolingüísticas, socialingüísticas e estilísticas (p. 63). 346

A necessidade de escolher um modelo leva Corder a propor a tentativa de delimitação de uma alternativa globalizante que concentre a maior parte dos usos de uma língua, complementando-os com as partes adequadas às diferentes situações (p. 67). Por um lado, cada vez é maior a autoridade reconhecida da Real Academia Espanhola de Língua, sustentada pela Associação de Academias da Língua Espanola, por outro, o ensino de línguas inclina-se para uma linha comunicativista e baseada no uso real (p. 72). No segundo sub-capítulo da Parte C, Español de Almodóvar? - Español de mi tierra? - Español de Disneylandia?, o autor expõe suas constatações sobre as três opções mais freqüentes de professores de espanhol. A primeira opção costuma ser pelo modelo castelhano, posto que goza de ascendência dentro e fora da Espanha (p. 79). Este modelo oferece a vantagem de concordar com a norma acadêmica tradicional e com os usos de boa parte das autoridades hispânicas. Essa opção costuma ser favorecida pelo emprego do vocabulário de textos contemporâneos, como por exemplo, Manolito gafotas, de Elvira Lindo, e de filmes de Almodóvar. A combinação Castela + Academia + modernidade cultural é uma fórmula irresistível para muitos professores (p. 80). A segunda opção costuma ser pela modalidade com a qual se tem maior contato, por exemplo, muitos norte-americanos optam pelo espanhol do México ou de qualquer país da América Central, assim como muitos brasileiros optam pela modalidade rio-platense. Também há professores que trabalham com um modelo específico de espanhol americano pelo valor social que representam grandes países como México, Cuba, Chile, Argentina, Colômbia (p. 81) A terceira opção costuma ser por um modelo de espanhol geral, cujo referente pode ser os filmes de Walt Disney o da CNN, devido ao alto grau de homogeneidade que costumam ter (p. 82) Pelos conteúdos expostos e pela maneira didática como o autor os abordou, o livro de Francisco Moreno Fernández Qué español enseñar? 347

constitui um instrumento de inestimável valor para professores de E/LE. Por outro lado, o livro é imprescindível, também, para aquelas pessoas que querem ter um fundamento sólido para a realização de estudos mais refinados na área da sociolingüística em geral. 348