PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA MATERIAL DIDÁTICO



Documentos relacionados
Colégio Social Madre Clélia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

INTERPRETANDO A GEOMETRIA DE RODAS DE UM CARRO: UMA EXPERIÊNCIA COM MODELAGEM MATEMÁTICA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

II MOSTRA CULTURAL E CIENTÍFICA LÉO KOHLER 50 ANOS CONSTRUINDO HISTÓRIA

A IMPORTÂNCIA DO USO DO LABORATÓRIO DE GEOMETRIA NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES

9 Como o aluno (pré)adolescente vê o livro didático de inglês

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

PLANO DE TRABALHO TÍTULO: PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA DAS CRIANÇAS

MODELANDO O TAMANHO DO LIXO

METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS DE CASOS

ÁLBUM DE FOTOGRAFIA: A PRÁTICA DO LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 59. Elaine Leal Fernandes elfleal@ig.com.br. Apresentação

DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL

5 Considerações finais

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NUMA ESCOLA DO CAMPO

Narrativa reflexiva sobre planejamento de aulas

O uso de jogos no ensino da Matemática

Reproduzir vocábulos e frases simples em língua inglesa exercitando

ensino encontra-se no próprio discurso dos alunos, que, no início do ano, quando se resolve adotar determinado livro, perguntam: Professor, tem

A ÁLGEBRA NO ENSINO FUNDAMENTAL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE INTERVENÇÃO

O mundo lá fora oficinas de sensibilização para línguas estrangeiras

Você sabe fazer perguntas em Inglês? Em primeiro lugar observe as frases abaixo: Afirmativo: Ele é estudante Interrogativo: Ele é estudante?

PRAZER NA LEITURA: UMA QUESTÃO DE APRESENTAÇÃO / DESPERTANDO O PRAZER NA LEITURA EM JOVENS DO ENSINO MÉDIO

A ORALIZAÇÃO COMO MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA EM SALA DE AULA

UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS MATEMÁTICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL I

O professor que ensina matemática no 5º ano do Ensino Fundamental e a organização do ensino

O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA E DE UM OLHAR SENSÍVEL DO PROFESSOR

PLANO DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ESPANHOL 2 Área: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Disciplina: Língua Espanhola carga horária: 60 horas

TIPOS DE REUNIÕES. Mariangela de Paiva Oliveira. As pessoas se encontram em diferentes âmbitos:

VII E P A E M Encontro Paraense de Educação Matemática Cultura e Educação Matemática na Amazônia

Travel guides: apresentando Porto Alegre através da língua inglesa

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

TALKING ABOUT THE PRESENT TIME

O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA A PARTIR DO GÊNERO TEXTUAL PROPAGANDA

GUIA DE BOAS PRÁTICAS

Trabalho de Compensação de Ausência - 1º Bimestre

JOGOS MATEMÁTICOS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

Recursos para Estudo / Atividades

Ano: 2012 Turma: 7.1 e 7.2

ESCOLA PIRLILIM /ANO 2015 PLANO DE UNIDADE PLANO DA I UNIDADE

SUPERVISOR DARLAN B. OLIVEIRA

O USO DO TANGRAM EM SALA DE AULA: DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO

PREPRAÇÃO DE SORO CASEIRO: UMA SITUAÇÃO PROBLEMA NA CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE SOLUÇÕES QUÍMICAS

ENSINO E APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, COM A UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Resolução SE 53, de

ESCOLA ESPECIAL RENASCER- APAE PROFESSORA: JULIANA ULIANA DA SILVA

EDUCAÇÃO INFANTIL E LEGISLAÇÃO: UM CONVITE AO DIÁLOGO

AS CONTRIBUIÇÕES DO SUJEITO PESQUISADOR NAS AULAS DE LEITURA: CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS ATRAVÉS DAS IMAGENS

DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES E ALUNOS DA EJA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

RECURSOS DIDÁTICOS E SUA UTILIZAÇÃO NO ENSINO DE MATEMÁTICA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ATRAVÉS DO LUDICO

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

1 Um guia para este livro

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DOS GRADUANDOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: ORALIDADE

OS SENTIDOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CONTEMPORANEIDADE Amanda Sampaio França

NOME DO ALUNO(A): DISCIPLINA: INGLÊS ANO: 6º ANO TURMA: DATA: / / ESTUDO DIRIGIDO 6º ANO

OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS E MATERIAIS MANIPULÁVEIS

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

ATIVIDADES DESENVOVLIDAS PELO LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA LEM- FOZ

FAQ PROGRAMA BILÍNGUE

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE METODOLOGIAS FACILITADORAS PARA O PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

A TRANSVERSALIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Módulo 14 Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas Treinamento é investimento

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

ESCOLA ESTADUAL DR. JOSÉ MARQUES DE OLIVEIRA - ANO 2013 TRABALHO ESTUDOS INDEPENDENTES

Breve histórico da profissão de tradutor e intérprete de Libras-Português

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS CAICÓ

X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador BA, 7 a 9 de Julho de 2010

Andrew is an engineer and he works in a big company. Sujeito Predicado (e) Suj. Predicado

Contexto. Rosana Jorge Monteiro Magni

Education Program. Rodrigo Santana Expansion Director (62)

20 Anos de Tradição Carinho, Amor e Educação.

A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.

Práxis, Pré-vestibular Popular: Constante luta pela Educação Popular

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

Copos e trava-línguas: materiais sonoros para a composição na aula de música

O TRABALHO COM TEXTOS MULTIMODAIS COMO MOTIVAÇÃO PARA APRENDER LE: UM ESTUDO DE CASO NA REDE ESTADUAL PAULISTA

INTERVENÇÕES ESPECÍFICAS DE MATEMÁTICA PARA ALUNOS DO PROEJA: DESCOBRINDO E SE REDESCOBRINDO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Guia do Professor. Fazer o estudante perceber a semelhança gráfica e pronúncia das palavras e seus significados diferenciados.

Orientações para Secretarias de Educação

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

Fanor - Faculdade Nordeste

Avaliação-Pibid-Metas

Colégio Estadual Vicente Tomazini - Ensino Fundamental, Médio e Normal Francisco Alves - Paraná

O ensino de Ciências e Biologia nas turmas de eja: experiências no município de Sorriso-MT 1

Profa. Ma. Adriana Rosa

Roteiro de Recuperação Língua Inglesa 6º ano

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E A RECONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Formulário de Aprovação de Curso e Autorização da Oferta PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO. Formação Continuada em Inglês para professores de Inglês

NOVOS CAMINHOS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

O JOGO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NO ENSINO DA MATEMÁTICA

E GE HARIA SOCIAL: UMA OVA DIME SÃO PARA A FORMAÇÃO DO E GE HEIRO. Santos, D. C.

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

(Eu) sempre escrito em letra maiúscula, em qualquer posição na frase. (Tu, você)

08/05/2009. Cursos Superiores de. Prof.: Fernando Hadad Zaidan. Disciplina: PIP - Projeto Integrador de Pesquisa. Objetivos gerais e específicos

PROFISSÃO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UM ESTUDO SOBRE O PERFIL DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA UEPB MONTEIRO PB.

Investimento a serviço da transformação social

Transcrição:

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA MATERIAL DIDÁTICO A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professor PDE: Cleusa Kozlik de Almeida Área PDE: Língua Estrangeira Moderna - Inglês NRE: Paranaguá Professor Orientador IES: Luzmara Curcino Ferreira IES vinculada: FAFIPAR Escola de Implementação: Colégio Estadual Professor Vidal Vanhoni Público objeto da intervenção: Alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental B) TEMA Metodologia Comunicativa de Ensino/Aprendizado de Língua Inglesa no Ensino Fundamental. C) TÍTULO DIÁLOGOS COM MARINHEIROS: A importância do contato lingüístico para o aprendizado de língua estrangeira D) OBJETIVO Promover o interesse do aluno pelo aprendizado de Língua Inglesa por meio de uma atividade interativa e de uso efetivo da língua. E) APRESENTAÇÃO Como professora de Inglês de Escolas Públicas do Estado do Paraná, ao longo de mais de 20 anos, tenho observado a atitude dos alunos em relação ao aprendizado da Língua Inglesa, e constatei uma gradativa perda de interesse no que concerne à aquisição de língua estrangeira. Alunos motivados nas primeiras séries em que têm contato com a língua inglesa parecem, ao longo dos anos, diminuir seu

interesse pelo conteúdo. Em face dessa realidade, nos propusemos, em nosso trabalho de pesquisa, buscar encontrar as razões que levam os alunos a diminuir sua motivação quanto ao aprendizado de Língua Inglesa e apresentar uma proposta de trabalho, cujo objetivo é resgatar e despertar o interesse pelo aprendizado de Língua Estrangeira por meio de uma atividade interativa, baseada no uso real, efetivo da língua alvo, como forma de permitir-lhes constatar a possibilidade concreta de se comunicarem na língua em questão. Valendo-nos de uma especificidade local, a saber, o fato de que Paranaguá, a cidade onde atuamos, conta com um fluxo interessante e permanente de estrangeiros, falantes nativos de inglês ou usuários dessa língua para fins de comunicação, vimos, já há alguns anos, promovendo encontros entre estrangeiros de todas as nacionalidades e nossos alunos do ensino fundamental, para que estes vivenciem o uso da língua, tenham oportunidade de exercitarem o que já sabem da língua e possam constatar o que é preciso ainda aprender para que possam se comunicar de fato. Pretendemos, com essa proposta de trabalho, motivar tanto professores de língua estrangeira quanto alunos, no ensino e aprendizado desta língua, por meio de uma atividade de interação, entre alunos e estrangeiros usuários desta língua, a qual passamos a descrever. Antes, porém, apresentamos a base teórica que sustenta essa nossa proposta de atividade didático-pedagógica. F) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em nosso trabalho partimos do pressuposto de que a língua não corresponde a uma estrutura autônoma cujas formas fonológicas, lexicais e sintáticas constituiriam o saber suficiente para se aprender uma língua, materna ou estrangeira. Para nós, além de uma estrutura, a língua é uma forma de manifestação intersubjetiva, ou seja, ela não se separa dos sujeitos, ela é por eles modificada e os modifica, porque é responsável por nossas representações culturais acerca do outro e de nós mesmos. Ela é uma forma que permite aos sujeitos interagir sócioculturalmente, e os sentidos que por meio dela produzimos ou desejamos produzir provém exatamente dessa sua condição de forma de manifestação histórica, social e cultural. Considerá-la segundo esse viés exige de nós compreendermos que a

língua é um meio histórico de inserção social e cultural dos indivíduos e que, portanto, não é aprendida por meio de regras, de exercícios artificiais em sala de aula. Essa concepção de língua sustenta-se numa perspectiva sócio-interacionista, que se ocupa, portanto, das relações entre sujeito, língua, história e sociedade responsáveis pelo modo como os sujeitos interpretam, produzem seus textos, relacionam-se entre si. No que concerne ao ensino/aprendizado de língua estrangeira, de uma segunda língua, adotamos a abordagem comunicativa, segundo a qual o ensino de L2 deve se sustentar não apenas em simulações muitas vezes artificiais de diálogos em situações muito limitadas do ponto de vista comunicativo, mas deve permitir aos alunos se comunicarem efetivamente na língua alvo. O objetivo central dessa abordagem é o de promover situações de interação, nas quais os sujeitos possam construir o conhecimento frente às suas necessidades, dificuldades, competências, que emergem no processo de comunicação. Segundo essa abordagem, o professor deve ser um viabilizador da comunicação e não aquele que corrige erros, de pronúncia, de escrita, etc. O professor, nessa perspectiva é aquele que estimula a produção do aluno, que lhes indica formas alternativas para que ele possa se manifestar diferentemente, ampliando assim seu domínio da língua alvo. Por isso, situações de comunicação reais, em que o aluno seja exposto a outro sujeito, de outra origem, com outros hábitos culturais, que faz uso de uma língua estrangeira como o inglês, de maneira fluente ou não, possibilita aos alunos empregar a língua, verificar e ampliar sua competência lingüística e refletir sobre sua prática. Assim, com base nos princípios sócio-interacionistas que regem o uso da língua pelo sujeitos e na abordagem comunicativa que subsidia o ensino de língua estrangeira, pretendemos descrever a seguir nossa proposta de atividade didáticopedagógica para o ensino de língua estrangeira. G) ATIVIDADE Ao longo dos dois últimos anos, vimos desenvolvendo uma atividade de ensino de língua baseada na interação entre meus alunos de 5ª a 8ª séries e falantes nativos ou não de língua inglesa. Esses falantes são marinheiros que, por um período de tempo variável, permanecem na cidade de Paranaguá até a liberação

de seus navios. Eles são então contactados para virem até a escola e participarem dessa atividade com os estudantes. O objetivo desse encontro é proporcionar aos alunos a oportunidade de conversarem com falantes nativos, e também falantes que empregam o inglês como língua de contato. Essa oportunidade, além de permitir um contato efetivo com a língua em sua materialidade, ou seja, sonoridade, velocidade de dizer, vocabulário, também permite aos alunos trocarem experiências em relação à cultura de outros povos. De modo relativamente informal e não sistematizado esses encontros vêm sendo realizados graças a nossa parceria com o CAM (Centro de Apoio aos Marinheiros), instituição que tem livre acesso ao Porto da cidade, e que oferece aos marinheiros hospedagem, auxílio jurídico, auxílio médico, etc. essa instituição entra em contato com os marinheiros, oferecendo os seus serviços e convidando-os a participar dessa atividade de interação com estudantes, nas escolas da cidade. Os alunos recebem os marinheiros com grande expectativa e curiosidade. O contato é sempre uma conversa informal com troca de informações sobre os países de origem dos marinheiros. Os alunos fazem perguntas em inglês e português a respeito de certas curiosidades do país de origem, cultura, família, funções no navio, etc. Embora a grande maioria empregue normalmente o português, contando com a tradução simultânea dos professores, alguns, no entanto, formulam perguntas a partir do vocabulário e das estruturas lingüísticas do inglês que já conhecem. Esse encontro provoca nos alunos uma reação positiva para o aprendizado da língua inglesa, pois desperta a curiosidade e o desejo de se comunicarem em inglês. Essa atividade vem sendo desenvolvida fortuitamente, sem objetivos bem definidos e sem uma preocupação maior em sistematizar os conhecimentos exigidos e produzidos nesses encontros. Com a verificação dos resultados interessantes desses encontros como o aumento no interesse dos alunos pelas aulas de língua, o incentivo à sua curiosidade, a emergência de dúvidas sobre a língua, decidimos potencializar esses efeitos por meio de uma compreensão mais fundamentada teórica e metodologicamente desses encontros, com vistas a propor uma seqüência pedagógica que permita explorar didaticamente e de modo mais eficaz essa atividade. Para isso, refletimos e definimos melhor os objetivos que devem nortear esses encontros, redimensionando-os com vistas a uma ação mais participativa e proveitosa por parte dos alunos no que tange ao aprendizado da língua inglesa.

Descrevemos a seguir algumas etapas essenciais para tornar mais produtiva essa atividade. OBS: Nessa seqüência didática pressupomos como interlocutores dos alunos os marinheiros aos quais temos acesso, por ser Paranaguá uma cidade portuária. Em outras regiões do Paraná, essa atividade pode ser desenvolvida pelos professores com falantes nativos ou não nativos, mas usuários da língua inglesa que habitam nessas regiões. H) ETAPAS DE REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE 1) Preparar previamente os alunos, garantindo-lhes um certo domínio de vocabulário e de estruturas da língua alvo, como aquelas referentes a perguntas básicas, em conformidade com o nível de cada série, que possam permitir-lhes estabelecer contato com falantes nativos e não nativos da língua alvo; 2) Explorar ao máximo as possibilidades de emprego dessas questões, bem como as diferentes formas de se valer de uma mesma estrutura, testando formas vocabulares, em atividades práticas de simulação de diálogo, para provê-los para o encontro; 3) Garantir um ambiente favorável para a aplicação da atividade, na escola; 4) Agendar as visitas com os marinheiros; 5) Trabalhar em conjunto com os professores de outras disciplinas informações e curiosidades do país ou países que poderão ser representados pelos marinheiros; 6) Envolver todos esses professores de outras disciplinas para que explorem o tema, anteriormente e posteriormente ao encontro, promovendo assim uma interdisciplinaridade importante para a promoção dos saberes; 7) Realizar o encontro garantindo descontração, atenção e incentivando os alunos a intervirem, de modo a promover o diálogo; 8) Filmar o encontro para, nas aulas seguintes, passar o vídeo em sala, retomar o diálogo e explorar ao máximo as circunstâncias de interlocução, os eventuais problemas de comunicação, os novos termos aprendidos e empregados, as estruturas lingüísticas que mais oferecem dificuldade; as curiosidades que mais lhes intrigaram e as semelhanças culturais identificadas; 9) Solicitar a elaboração de pequenos textos sobre o encontro.

I) SEQÜÊNCIA DIDÁTICA Unidade 01: (para ser trabalhada durante um mês de aula) First Class: 1) Introduzir a aula com a música: Sailing de Rod Stewart: I am sailing, I am sailing Home again across the sea I am sailing, stormy waters To be near you, to be free I am flying, I am flying Like a bird across the sky I am flying, passing high clouds To be near you, to be free... http://www.oyo.com.br/musicas/rod-stewart/sailing/ Dicas para o Professor Você pode escolher outra música com o mesmo tema, por exemplo: Yellow Submarine ou outras; Ouvir a música algumas vezes; Fazer breves comentários sobre a autoria dessa música, o estilo, a época de seu lançamento, etc.; Explorar o texto a partir de algumas perguntas dirigidas aos alunos. - Questions to the pupils: 1) Did you like this music? 2) Did you know this music? 3) Did you understand its theme? 4) What is its theme? 5) About its vocabulary, did you know all the words? 6) What s the meaning of these words?

Dicas para o Professor Solicite dos alunos transcreverem no quadro algumas palavras que eles reconheceram ao ouvir a canção; Escolha algumas palavras do texto que você acredita não serem conhecidas pelos alunos, trabalhe-as e sugira que eles produzam outras orações, empregando essas palavras; Depois de todo o trabalho com o vocabulário, com os sentidos desenvolvidos com a canção, reproduza ao final da aula, novamente, para que os alunos possam reinterpretá-la, confirmando ou alterando suas hipóteses iniciais a respeito da música Second Class: Dicas para o Professor Dando continuidade ao trabalho de interpretação da canção apresentada na aula anterior, aplique os exercícios 01 e 02, que têm como objetivo explorar as habilidades de listening e de writing. Exercise 01 - Listen to the music and choose the right word in the box below to complete the spaces: I am sailing, I am Home across the sea I am sailing, stormy To near you, to be I am, I am flying Like a across the I am flying, passing clouds To be near you, to be free...

Waters Bird Again Free Be Sky High Flying Sailing Exercise 02 - In pairs, listen to the music, put the sentences in the correct sequence and rewrite it: Like a bird across the sky I am flying, Iam flying, I am flying, passing high clouds To be near you, to be free. I am sailing, stormy waters Home again across the sea. I am sailing, I am sailing To be near you, to be free. Dicas para o Professor Apresentar o clip da música com Rod Stewart. Cantar a música num grande coral.

Third Class: Dicas para o Professor Nessa aula, o objetivo é reforçar o emprego dos adjetivos e dos substantivos em inglês e sua estruturação na frase. Solicite aos alunos, identificarem possíveis adjetivos na canção; Solicite que eles justifiquem oralmente como é possível identificar os adjetivos em frases em inglês; Sugira que produzam orações com os adjetivos encontrados nos textos; Relembre as regras de concordância (número e gênero) entre adjetivo e substantivo em língua inglesa, explorando as diferenças e semelhanças com o português; Aplique algumas atividades com vistas a fixar o conteúdo revisto. OBS: Abaixo há a indicação de alguns sites com atividades sobre adjetivos, pratique com seus alunos no laboratório de informática de sua escola. http://www.iescampanillas.org/ingles/myquizzes.htm http://www.iescampanillas.org/ingles/activities/personadject/personadject.htm http://www.solinguainglesa.com.br/exercicios2.php?id_materia=19 Activities: 1) Choose the correct alternative and explain about the wrong: ( ) They live in a house big; ( ) There are many girls talls in this room; ( ) we are intelligents boys; ( ) That old man is sad; ( ) Those womem are crazies.

2) Which of the alternatives are wrong? Why? ( ) I know that blond girl; ( ) The boys short are shies; ( ) These new cars are very expensive; ( ) She met her olds friends; ( ) Susan and Sarah are pretties girls. 3) In which sentence is the adjective used correctly? ( ) This new woman is happy; ( ) It is flying by tall clouds; ( ) The car blue is very pretty; ( ) That fat boy is an intelligent pupil; ( ) Carol is a handsome girl. Dicas para o Professor Leve dicionários de inglês para a sala de aula e incentive seus alunos à pesquisa e ao uso do mesmo. 4) In group, complete the box below, using the dictionary; ADJECTIVE TRANSLATION SYNONYM ANTONYM Beautiful Difícil Correct New Feliz / Alegre Large Fast Calm Cheio / Completo Tall

Fourth Class: Dicas para o Professor Introduza o tema marinheiro através de uma reflexão com os alunos, com algumas questões. Faça-as em inglês para incentivá-los ao uso da língua, ajudando-os na compreensão, mas eles podem responder em português. Talking about: 1) Do you know any sailor/seaman? 2) Is there any sailor in your family? 3) What do you know about their work? 4) How long do they stay on board in the ship? 5) What language do they speak among them in the ship? 6) Why is the english language so important to the communication nowadays? 7) Would you like to meet with these sailors of others countries and can talk with them in english? Dicas para o Professor Propor a atividade de encontro com eles, explicando que isso é possível através do CAM e falar a respeito mostrando fotos e jornais do mesmo; Explicar como o encontro acontecerá e que será filmado para uso posterior.

Obs: Fotos cedidas e autorizadas pelo CAM. Fifth Class:? Dicas para o Professor? O objetivo dessa aula é preparar os alunos para o encontro com os marinheiros. Revise com eles possíveis questões, o vocabulário e termos aprendidos, em conformidade com o nível de cada série; Forme pequenos grupos para praticarem essas estruturas lingüísticas que lhes permitirão estabelecer os primeiros contatos; Incentive essa prática, interagindo com eles e os corrigindo quando necessário; Reforce essa atividade com a proposição de exercícios de escrita de fixação do vocabulário e novos termos aprendidos.

Activity: Match the column and practice with your friend: ( 1 ) What s your name? ( ) Yes, I do. I have (nº) son/daughter ( 2 ) Where are you from? ( ) I am (nº) years old. ( 3 ) Where do you live? ( ) I am for (nº) weeks/months far from... ( 4 ) How old are you? ( ) My name is / I m ( 5 ) Are you married or single? ( ) Yes, I do. I like Brazil very much. It s a big/beautiful there are many cities/ beaches The people are nice/ ( 6 ) Do you have children? ( ) I am a/an (engineer/cook ) ( 7 ) What s his/her name? ( ) I live in ( 8 ) How many countries do you know? ( ) I am married/single. ( 9 ) How is the school/education in your ( ) I stay on board for (nº) months. country? ( 10 ) What kind of (music, sport, food, ( ) I am from. clothes...) do you like? ( 11 ) Do you like Brazil? ( ) Yes, I do. It s a good/beautiful/ hot/nice... city. ( 12 )Tell us about your country: ( ) I like rock/popular/samba/country localization, culture, typical food, sport, music. I like soccer/baseball/basketball music, dance, clothes, etc ( 13 ) What s your occupation in the ( ) My son/daughter s name is ship? ( 14 ) Do you like Paranaguá? ( ) I know (nº/many/some) countries. ( 15 ) How long are you far from your home? ( ) In my country is (the same/different) The classes are (by morning/afternoon/all the time) The schools are ( 16 ) How long do you stay on board? ( ) My country is: big/small /the typical food/sport/music is / It s near/far Activity: Interview a friend, write your answers and tell to the class about her/his: 1 - What s your name? - 2 - How old are you? - 3 Where are you from? - 4 Where do you live? -

5 Do you like sports? - 6 What s your favorite sport? - 7 What kind of music do you like? - 8 How many cities do you know? - 9 What s your occupation? - 10 Do you like English Language? - Why? Dicas para o Professor Orientações anteriores ao encontro: Contactar professores de outras disciplinas para participarem dessa atividade, explorando, cada um em conformidade com o conteúdo de sua disciplina, dados dos países dos marinheiros, de sua cultura, de sua história, da relação de seus países com o Brasil, etc. promovendo assim a interdisciplinaridade. Pedir aos alunos que pesquisem dados relevantes dos países de origem dos marinheiros, para que isso os ajude a conversar com eles no encontro propriamente dito. Sixth Class: Para a realização do encontro, o contato prévio é feito pelo CAM, que também nos auxilia com o transporte dos marinheiros, do porto até a escola, além de orientá-los a respeito do encontro e dos possíveis assuntos que serão abordados. Ao chegarem na escola, os marinheiros são apresentados à direção e à professora e encaminhados à sala preparada para o encontro.

Dicas para o Professor Essa atividade pode ser realizada. Tendo em vista o nº de turmas de inglês e o nº de alunos por sala, com duas turmas de até 35 alunos. Agrupar essas duas turmas de alunos, acomodando-os confortavelmente na sala de aula; Fazer uma breve apresentação dos alunos aos convidados; Proceder o diálogo, incentivando os alunos a usar a língua inglesa, a fazer perguntas, a sanar dúvidas em relação às respostas; Criar e manter, durante todo o tempo do encontro, um ambiente tranqüilo e informal; Dar oportunidade aos professores de outras disciplinas para possíveis perguntas; A professora de Inglês e os representantes do CAM intermedeiam os contatos, quando necessário, realizando a tradução simultânea; Filmar as aulas para apresentação e exploração em aulas posteriores. Seventh Class: Dicas para o Professor Discutir com os alunos a importância do encontro; Avaliar o grau de compreensão obtido; Ver o vídeo com os alunos e debater principalmente sobre o uso e a compreensão da língua; Explicar ou rever termos usados e reforçar seu uso com atividades orais e escritas; Solicitar a produção de um texto, segundo o nível de cada série, ajudando-os com vocabulário e formação de sentenças.

Outras Atividades que podem ser exploradas para promover o contato dos alunos com os marinheiros 1) Promover visitas ao CAM, assim como ao Porto para outras circunstâncias de contato lingüístico; 2) Motivar a participação voluntária dos alunos na confecção de lembranças de Natal que possam ser oferecidas aos marinheiros, promovido pelo CAM; 3) Incentivar os alunos a escreverem cartas e/ou cartões com mensagens de fim de ano, para serem enviadas aos marinheiros; 4) Promover contato posterior dos alunos com marinheiros através de e-mail, previamente adquiridos com os mesmos, para reforço das estruturas aprendidas. Orientações finais: Realização de auto-avaliação com vistas a: 1) Analisar o encontro; 2) Refletir sobre o grau de participação dos alunos; 3) Observar o quanto se expressaram na Língua Inglesa; o seu interesse pela atividade; as dificuldades que encontraram no uso da língua; os problemas que provavelmente os inibiram nessa atividade; 4) Avaliar o nível de compreensão; observar o quanto a atividade os motivou para o aprendizado da língua; 5) Repensar certas etapas, implementando outras, alterando algumas com vistas aos objetivos visados. J) REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO, J.C.P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Ed. Pontes. Campinas, 1993. GARDNER, R.C. Social Psychology and Second Language Learning: The Role of Attitudes and Motivation. London: Edward Arnold Publishers, 1985. MOITA LOPES, L. P. (Org). Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Ed. Parábola Editorial, 2006. MOITA LOPES, L. P. Oficina de lingüística aplicada. Campinas: Ed. Pontes, 1996.

PARANÁ. Secretaria de estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba. 2008. POLATO, Amanda. Além da Gramática. Revista Nova Escola. Ed. Abril. Nº 214, p. 76-81. Ago/08 SOUZA, M. H. & MARTINS, M. A. M. Psicologia do Desenvolvimento. Ed. ISDE. Curitiba. 2005. WIDDOWSON, H. G. O ensino de línguas para a comunicação. 2ª ed. Campinas: Ed. Pontes, 2005. www.camparanagua.org.br www.iescampanillas.org/ingles/myquizzes.htm www.iescampanillas.org/ingles/activities/personadject/personadject.htm www.solinguainglesa.com.br/exercicios2.php?id_materia=19 www.sitededicas.uol.com.br/cliparts.htm