ANÁLISE COMPARATIVA DA ADUBAÇÃO DE COBERTURA PELOS MÉTODOS SUPERFICIAL E COVETA LATERAL EM UM PLANTIO DE Eucalyptus urograndis - GARÇA, SP



Documentos relacionados
Biomassa Microbiana em Cultivo de Alface sob Diferentes Adubações Orgânicas e Manejo da Adubação Verde

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NOS ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM NEOSSOLO QUARTZARÊNICO CULTIVADO COM EUCALIPTO.

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Há sempre resposta à adubação de manutenção do eucalipto? Um estudo de caso em Porto Velho (RO)

INFLUÊNCIA DO USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA E DOSES DE FÓSFORO NA ÁREA FOLIAR DO PINHÃO MANSO

AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE MILHO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBO

VIII Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG- campus Bambuí VIII Jornada Científica

Desempenho de cultivares e populações de cenoura em cultivo orgânico no Distrito Federal.

DESSECAÇÃO DE BRAQUIÁRIA COM GLYPHOSATE SOB DIFERENTES VOLUMES DE CALDA RESUMO

RESUMO SUMMARY 1. INTRODUÇÃO

PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATEIRO EM DIFERENTES SUBSTRATOS À BASE DE MATERIAIS REGIONAIS SOB ADUBAÇÃO FOLIAR 1 INTRODUÇÃO

DESEMPENHO PRODUTIVO DE MIRTILEIRO (Vaccinium corymbosum) EM FUNÇÃO DO USO DE TORTA DE MAMONA

Aplicação de Nitrogênio em Cobertura no Feijoeiro Irrigado*

V Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS DE CAFEEIRO SOB DOSES DE CAMA DE FRANGO E ESTERCO BOVINO CURTIDO

Referências Bibliográficas

PRODUÇÃO DE MUDAS PRÉ BROTADAS (MPB) DE CANA-DE-AÇUCAR EM DIFERENTE ESTRATÉGIAS DE IRRIGAÇÃO

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ATRAVÉS DE HERBICIDAS EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Influência do Espaçamento de Plantio de Milho na Produtividade de Silagem.

ANÁLISE TERMOPLUVIOMÉTRICA E BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DOS DADOS DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO PEIXE TO

Avaliação da influência de coberturas mortas sobre o desenvolvimento da cultura da alface na região de Fernandópolis- SP.

PRODUÇÃO DE PORTA-ENXERTO DE MANGUEIRA EM SUBSTRATO COMPOSTO POR RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA

MATERIAIS E METODOLOGIA

APLICAÇÃO FOLIAR DE ZINCO NO FEIJOEIRO COM EMPREGO DE DIFERENTES FONTES E DOSES

ESTUDO DA ESPACIALIDADE DO LIMITE DE PLASTICIDADE E DA MASSA ESPECIFICA APARENTE SECA EM UM SOLO MANEJADO SOB PLANTIO DIRETO RESUMO

Avaliação dos Parâmetros Morfológicos de Mudas de Eucalipto Utilizando Zeolita na Composição de Substrato.

EFEITOS DO USO DE CAMA DE FRANGO ASSOCIADA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NO ACÚMULO DE MATÉRIA SECA EM BRACHIARIA BRIZANTHA CV.

AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM SOLO SOB FLORESTA ATLÂNTICA NA FAZENDA SANTA RITA, FARIA LEMOS, MG

EUCALIPTO. plantio. Projeção de Receitas e Resultados. Fomento. Como suprir tamanha demanda preservando as florestas nativas?

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

IRRIGAÇÃO COM ÁGUA RESIDUÁRIA E DE ABASTECIMENTO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO FOSFATADA EM PLANTAS DE PINHÃO MANSO

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

EFICIENCIA DE SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE VINHAÇA VISANDO ECONOMIA E CONSCIENCIA AMBIENTAL

COMPARAÇÃO DE SONDAS DE AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE DA CANA EM DUAS SAFRAS SAMPLES PROBES COMPARISON FOR SUGARCANE ANALYSIS ON TWO SEASON

DESENVOLVIMENTO DE MELOEIRO CANTALOUPE ORGÂNICO SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM DIFERENTES ÁREAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA 1

CALAGEM PARA O FEIJÃO-CAUPI [Vigna unguiculata (L.) WALP], CV. BR3 TRACUATEUA, EM SOLO ÁCIDO DE SALVATERRA, MARAJÓ, PARÁ

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A PRECIPITAÇÃO REGISTRADA NOS PLUVIÔMETROS VILLE DE PARIS E MODELO DNAEE. Alice Silva de Castilho 1

10 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA

FUNÇÃO DE RESPOSTA DO MELOEIRO À APLICAÇÃO DE DOSES DE ADUBAÇÃO NITROGENADA PARA DOIS NÍVEIS DE IRRIGAÇÃO

Jornal Brasileiro de Indústrias da Biomassa Biomassa Florestal no Estado de Goiás

Cultivando o Saber. Resposta de rúcula Folha Larga à aplicação de potássio sob diferentes parcelamentos

CADUB 2.1. Tutorial de auxílio ao usuário

Palavras-Chave: Tratamento de resíduos sólidos orgânicos; adubo orgânico, sustentabilidade.

CARACTERIZAÇÃO PLUVIOMETRICA POR QUINQUÍDIOS DA CIDADE DE PIRENOPOLIS - GO

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DEGRADADA POR EFLUENTE INDUSTRIAL

Levantamento Inicial do Consumo de Energias Térmica e Elétrica na Indústria Brasileira de Revestimentos Cerâmicos

ABSORÇÃO DE MICRONUTRIENTES APÓS APLICAÇÃO DE BIOSSÓLIDO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE EUCALIPTO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJETO

Ficha de Divulgação n.º 15 /2013. ENSAIO DE PRODUÇÃO DE Sterlitzia reginae PARA FLOR DE CORTE AO AR LIVRE NO ALGARVE

Avaliação agronômica de variedades de cana-de-açúcar, cultivadas na região de Bambuí em Minas Gerais

RESPONSE FUNCTION OF MELON TO APPLICATION OF WATER DEPTHS FOR SOIL AND CLIMATIC CONDITIONS OF TERESINA-PI

CARACTERIZAÇÃO DE DOIS MODELOS DE GOTEJADORES QUANTO A OCORRÊNCIA DE HISTERESE

3. AMOSTRAGEM DO SOLO

EFEITO DA ADUBAÇÃO FOSFATADA SOBRE O RENDIMENTO DE FORRAGEM E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE PASPALUM ATRATUM BRA

Sistema Laminar Médio. Ecotelhado

Inclusão de bagaço de cana de açúcar na alimentação de cabras lactantes: desempenho produtivo

PLANTIO DIRETO. Definição JFMELO / AGRUFBA 1

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA DE PLANTIO DIRETO NA CULTURA DA SOJA

VALIDAÇÃO DO MODELO DE ELETROCOAGULAÇÃO FLOTAÇÃO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL VISANDO À REMOÇÃO DE DQO, UTILIZANDO REATOR EM BATELADA.

Palavras-Chave: Adubação nitrogenada, massa fresca, área foliar. Nitrogen in Cotton

DENSIDADE DE SEMEADURA DE CULTIVARES DE MAMONA EM PELOTAS, RS 1

OCORRÊNCIA DE CAJAZEIRAS ANÃS NO MUNICÍPIO DE TERESINA, PIAUÍ.

Disciplina procedimento para autorização de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados.

Avaliação da Qualidade da Água do Rio Sergipe no Município de Laranjeiras, Sergipe- Brasil

Aplicação de dejetos líquidos de suínos no sulco: maior rendimento de grãos e menor impacto ambiental. Comunicado Técnico

DIFERENTES DOSES DE ADUBAÇÃO DE COBERTURA EM MILHO (Zea mays L.) COM SULFATO DE AMÔNIO FARELADO

CIRCULAR TÉCNICA N o 159 JUNHO 1988 PREPARO DE SOLOS EM ÁREAS ACIDENTADAS

VARIAÇÃO DA AMPLITUDE TÉRMICA EM ÁREAS DE CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE, ESTUDO DO CASO DE ESPIRITO SANTO DO PINHAL, SP E SÃO PAULO, SP

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO 1

Utilização do óleo vegetal em motores diesel

CALAGEM, GESSAGEM E AO MANEJO DA ADUBAÇÃO (SAFRAS 2011 E

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA E DA UMIDADE RELATIVA DO AR EM DIFERENTES LOCAIS DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN.

CARACTERIZAÇÃO DE FRAGMENTOS FLORESTAIS EM PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO PARANÁ RESULTADOS PARCIAIS.

Elementos e fatores climáticos

ANEXO 4 SONDAGEM (ORIGINAL)

REMOÇÃO DE NITROGÊNIO DE UM EFLUENTE ANAERÓBIO DE ORIGEM DOMÉSTICA POR MÉTODO DE IRRIGAÇÃO EM SULCOS RASOS

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS COMO SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATEIRO

XVI CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 22 a 26 de outubro de 2007 DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS NA CULTURA DA ALFACE CRESPA ROXA

Uso de húmus sólido e diferentes concentrações de húmus líquido em características agronômicas da alface

III Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí III Jornada Científica 19 a 23 de Outubro de 2010

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 455

Escola Secundária Dom Manuel Martins

DESENVOLVIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE Jatropha curcas L. PROVENIENTES DE SEMENTES SUBMETIDAS A DIFERENTES AMBIENTES E TEMPO DE ARMAZENAMENTO

FUENTE DE VIDA PROJETO AGUA VIDA NATURALEZA [ PROJETO ÁGUA VIDA NATUREZA ] RELATÓRIO CHOCOLATERA INTRODUÇÃO.

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES FONTES DE CÁLCIO EM SOJA

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE VÁCUO NA DESSALINIZAÇÃO DE ÁGUAS SALOBRAS E SALINAS POR MEIO DE DESTILAÇÃO TÉRMICA

AVALIAÇÃO DE MICROALGAS NA ADUBAÇÃO DE MUDAS DE RÚCULA (Eruca sativa, MILLER)

B4-271 Construção participativa de sistemas individuais de esgotamento sanitário em comunidades rurais.

EFEITO DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA DO SUBMÉDIO DO VALE SÃO FRANCISCO

ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)

Sistema Modular Alveolar Leve. Ecotelhado

COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS EXPERIMENTAIS DE MILHO EM CONDIÇÕES DE ESTRESSES DE SECA

VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE ANÉIS CONCÊNTRICOS EM LATOSSOLO VERMELHO DE CERRADO

IRRIGAÇÃO SUBSUPERFICIAL

ANEXO 2 MEMORIAL DE PLANTIO. Grupo de Arborização. Abril SVMA / PMSP

RESISTÊNCIA MECÂNICA DE UM SOLO CULTIVADO COM ALGODOEIRO EM SISTEMA DE PREPARO CONVENCIONAL EM IPAMERI, GO (*)

Transcrição:

ANÁLISE COMPARATIVA DA ADUBAÇÃO DE COBERTURA PELOS MÉTODOS SUPERFICIAL E COVETA LATERAL EM UM PLANTIO DE Eucalyptus urograndis - GARÇA, SP FERREIRA, Renato de Araújo renato_a_f@hotmail.com GIACOMETTI, Vinícius Guilhem SOUZA, Gustavo de Oliveira TOSTA, William Felipe Gomes SILVA, José Mauro Santana da Docente do curso de Engenharia Florestal Universidade Federal de São Carlos/UFSCar, Sorocaba, SP RESUMO (ANÁLISE COMPARATIVA DA ADUBAÇÃO DE COBERTURA PELOS MÉTODOS SUPERFICIAL E COVETA LATERAL EM UM PLANTIO DE Eucalyptus urograndis - GARÇA, SP) O presente trabalho teve como objetivo efetuar uma análise comparativa da adubação de cobertura pelos métodos superficial e coveta, em um plantio de Eucalyptus urograndis (H13), no município de Garça, SP, implantado em março de 2007, cujo espaçamento utilizado foi de 2 x 2 m, adubado com 100 g/planta de NPK, 8-28-16 e Br e Zn, na proporção de 0,5%. Na primeira adubação de cobertura utilizou-se NPK na proporção 20-05-20 e Br e Zn, na proporção de 0,5 %, 150 g./planta. Conclui-se que não ocorreram diferenças estatísticas entre os métodos adubação em coveta e adubação superficial. Já analisando entre os blocos para cada variável, observou-se diferença estatística, tendo o bloco localizado na região inferior da área melhores valores em todas as variáveis analisadas, fato esse que pode ser justificado pela declividade acentuada, a disponibilidade hídrica e de elementos minerais acumulados no perfil do solo. PALAVRAS-CHAVE: fertilização, métodos de adubação. ABSTRACT (COMPARATIVE ANALYSIS OF THE FERTILIZATION OF SURFACE COVERAGE BY THE METHOD AND COVET, THE CULTURE OF Eucalyptus urograndis - GARÇA, SP) This study aimed to perform a comparative analysis of the fertilization of surface coverage by the methods and covet, in a plantation of Eucalyptus urograndis (H13) in the municipality of Garça, SP, established in March 2007, the spacing used was 2X2 m, fertilized with 100 g / plant NPK, 8-28-16 and Br and Zn, in the proportion of 0.5%. The first fertilization of coverage used in proportion 20-05-20 NPK and Zn and Br in proportion of 0.5%, 150 g / plant. It is concluded that there were no statistical differences between the methods in fertilizer and manure surface covet. Already looking between the blocks for each variable, there was statistical difference, the block located in the lower area of the best values in all variables, a fact that can be justified by the steep slope in place, water availability and features minerals accumulated in the soil profile. KEY WORDS: fertilization, methods of fertilization. 1

1. INTRODUÇÃO Segundo Malavolta et al. (2002), adubação tem como objetivo corrigir a diferença entre o que a planta necessita e o que o solo disponibiliza, ou seja, quando a necessidade da planta supera o que o solo pode fornecer é necessário utilizar-se do adubo para suprir essa exigência. No entanto, aplicar o adubo no lugar certo é tão importante quanto a sua composição química e a quantidade aplicada, pois o adubo deve causar o mínimo de dano à germinação e desenvolvimento da muda e estar disponível do melhor modo em que a cultura possa absorver os nutrientes (Collings, 1947). Existem vários métodos para a aplicação de fertilizantes, que segundo Malavolta (1981) podem ser a lanço, onde é feito a aplicação superficial de forma localizada ou uniforme na área, e a aplicação em furos, que é indicada para culturas perenes e consiste na abertura de furos ou covetas ao redor da planta para atingir o sistema radicular. O objetivo desse estudo foi efetuar uma análise comparativa da adubação de cobertura pelos métodos superficial e coveta, em um plantio de Eucalyptus urograndis. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Caracterização do local O experimento foi instalado em um plantio clonal de Eucalyptus urograndis (H13), implantado em 20 de março de 2007 (espaçamento 2 x 2 m), sendo composto por 2082 árvores. Esse plantio localiza-se no Campus Experimental Vulcano II, pertencente à Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal FAEF, Garça, SP, cujas coordenadas geográficas são 22º13 23 S; 49º40 10 W e altitude de aproximadamente de 620 metros. O clima da região segundo classificação de Koeppen é do tipo Cwa, caracterizado por apresentar chuvas no verão e seca no inverno, com a temperatura média anual de 23,8ºC e precipitação média anual de 1.387,1 mm (CEPAGRI, 2008). O plantio ocupa uma área de 8,75 ha, com declividade acentuada (cerca de 30%) e solo do tipo argissolo vermelho amarelo - textura arenosa. A adubação utilizada durante o plantio foi de NPK, na proporção 8-28-16, e Br e Zn, na proporção de 0,5 %, 2

100 g/planta, em covetas laterais (duas covetas), com em média, 10 cm de profundidade. Em seguida foram realizadas as atividades silviculturais, como combate a formigas e mato-competição, irrigação e replantio. 2.2. Caracterização do ensaio Em 30 de outubro de 2007 foi instalado o experimento em blocos casualizados (DBC) com três blocos, onde cada bloco totalizava 100 árvores, correspondente a cinco linhas de 20 árvores por bloco. Em seguida coletou-se os dados de altura total (HT), utilizando-se régua topográfica milimetrada (mira), e diâmetro na altura do coleto (DAC), utilizando-se paquímetro de precisão. A adubação foi seqüencial onde uma árvore recebeu adubação localizada superficial (S), em círculo, distante média de 40 cm do caule e árvore seguinte adubação localizada em covetas laterais (duas coveta) (C), com profundidade média de 10 cm. Em 13 de novembro de 2007 foi realizada a primeira adubação de cobertura com NPK, na proporção 20-05-20, e Br e Zn, na proporção de 0,5 %, 150 g/planta. Em 8 de abril de 2008 foi efetuada a segunda coleta de dados (HT e DAC) nos blocos, com a mesma metodologia utilizada na primeira coleta. Os valores obtidos pelas médias das variáveis DAC, HT e volume, foram submetidos ao programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2000), onde foi utilizado o procedimento de análise de variância e Teste de Tukey, a 5% de probabilidade para os efeitos significativos. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Adubações superficial e em coveta lateral Após o período de 147 dias, em relação a data de implantação do ensaio, caracterizada pela adubação de cobertura, pelos métodos superficial e coveta, e 161 dias entre a primeira e a segunda coleta de dados, não foi observado diferença estatística entre os tratamentos ao nível de 5% de probabilidade. Isso foi comprovado pela análise efetuada separadamente entre as variáveis: DAC, HT e volume do cilindro, conforme 3

pode ser observado respectivamente tabelas 1, 2 e 3, onde são apresentados os incrementos totais médios por bloco no período. Portanto em todas as variáveis os tratamentos não foram diferentes entre si (tabela 4). Tabela 1 Quadro da Análise de variância para a variável DAC (cm) Método 1 27,306667 27,306667 0,070 0,8045 Erro 4 1.561,666667 390,416667 - - CV (%) 26,5 - - - - Média geral 74,5666667 - - - - Tabela 2 Quadro da Analise de variância para a variável HT(m), Método 1 0,045067 0,045067 0,000 0,9912 Erro 4 1.309,220467 327,305117 - - CV (%) 31,25 - - - - Média geral 57,8966667 - - - - Tabela 3 Quadro da Analise de variância para a variável Volume (m³). Método 1 0,000683 0,000683 0,185 0,6891 Erro 4 0,014746 0,003687 - - CV (%) 43,92 - - - - Média geral 0,1382385 - - - - Tabela 4 Resumo do teste de Tukey para as variáveis DAC, HT e Volume. Método DAC (cm) HT (m) Volume (m³) 1 72,433333 a 57,810000 a 0,127572 a 2 76,700000 a 57,983333 a 0,148905 a Obs: 1corresponde ao Método Coveta e 2 corresponde ao Método Superficial. Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de Tukey. O fato de não ter ocorrido diferença estatística entre os tratamentos, pode ser explicada pelo fato de que na adubação pelo método coveta, as perdas de alguns nutrientes apresentam-se através da lixiviação, enquanto que pelo método superficial, as perdas se apresentam pela volatilização, ou seja, em ambos ocorrem perdas. 3.2. Repetições Efetuando o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade entre as repetições, observou-se diferença estatística. Vale ressaltar que o bloco 1 estava localizado na parte superior, o bloco 2 na parte média e o bloco 3 na parte inferior da área. A seguir são apresentados os resultados para as variáveis DAC, HT e volume do cilindro, 4

respectivamente nas tabelas 5, 6 e 7, onde são apresentados os incrementos totais médios por bloco. Na seqüência é apresentado um resumo do Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (tabela 8). Tabela 5 Relatório da Análise de variância para a variável DAC (cm) Repetição 2 1.541,343333 770,671667 48,541 0,0051 Erro 3 47,630000 15,876667 CV (%) 5,34 Média geral 74,5666667 Tabela 6 Relatório da Analise de variância para a variável HT(m) Repetição 2 1.304,072033 652,036017 376,645 0,0001 Erro 3 5,193500 1,731167 CV (%) 2,27 Média geral 57,8966667 Tabela 7 Relatório da Analise de variância para a variável Volume (m³) Repetição 2 0,013944 0,006972 14,083 0,0298 Erro 3 0,001485 0,000495 CV (%) 16,1 Média geral 0,1382385 Tabela 8 Resumo do teste de Tukey para as variáveis DAC, HT e Volume Bloco DAC HT Volume 1 59,100000 a 40,295000 a 0,079709 a 2 57,950000 a 57,020000 b 0,137228 ab 3 96,650000 b 76,375000 c 0,197779 b Obs: 1 corresponde ao Método Coveta e 2 corresponde ao Método Superficial. Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância de 5% pelo teste de Tukey. 5

Analisando a variável DAC observa-se igualdade do bloco 1 com o bloco 2 e diferença de ambos com o bloco 3. Para a variável HT observa-se que todos os blocos apresentaram diferença entre si. Já para a variável Volume, o bloco 1 teve igualdade com o bloco 2 e diferença com o bloco 3, o bloco 2 teve igualdade com o bloco 1 e 3 e o bloco 3 teve igualdade com o bloco 2 e diferença com o bloco 1. A declividade (30%) aparece como o principal fator das diferenças estatísticas entre os valores de cada variável comparando entre os blocos, ou seja, quanto mais íngreme, menor a quantidade nutrientes disponíveis para serem absorvidos e menor o desenvolvimento, conseqüentemente menor o volume de madeira por hectare. Isso reflete as condições de disponibilidade de nutrientes no solo, influenciada também pela disponibilidade hídrica, que é o veículo de transporte dos elementos minerais pelas raízes menores de 2 mm. 4. CONCLUSÕES Conclui-se que não ocorreram diferenças estatísticas entre os métodos adubação em coveta e adubação superficial. Já analisando entre os blocos para cada variável, observou-se diferença estatística, tendo o bloco localizado na região inferior da área melhores valores em todas as variáveis analisadas, fato esse que pode ser justificado pela declividade acentuada no local e a disponibilidade hídrica e de elementos minerais acumulados no perfil do solo. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEPAGRI Centro de Pesquisas Metereológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura. Disponível em: http://www.cpa.unicamp.br/outrasinformacoes/clima_muni_085.html. Acesso em: 09 Julho 2008. COLLINGS, G.H. Commercial Fertilizers. The Blakiston Co., Filadelfia, 1947, 448P. FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In...45 a Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade internacional de Biometria. UFSCar, São Carlos, SP, Julho de 2000. p.255-258. 6

MALAVOLTA, E. Manual de Química Agrícola: Adubos e Adubação. 3ª Ed. São Paulo. Editora Agronômica Ceres, 1981, 596p. MALAVOLTA, E.; PIMENTEL, F. G.; ALCARDE, J. C. Adubos e Adubações. São Paulo: Nobel, 2002, 200p. 7