45 anos no Brasil. Com atuação em todas as regiões, a Cargill contribui para o desenvolvimento econômico e social do País ANO 30 - JUL. AGO. SET.



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REVISTACARGILL ANO 30 - JUL. AGO. SET. 2010 22 45 anos no Brasil Com atuação em todas as regiões, a Cargill contribui para o desenvolvimento econômico e social do País

A construção de uma história m e n s a g e m 3 s u m á r i o Impactos das Olimpíadas na economia brasileira e n t r e v i s t a A sustentabilidade do setor sucroalcooleiro r e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l Cargill comemora 45 anos de parceria com o Brasil e s p e c i a l 4 6 8 A N O 3 0 - N º - 2 2 J U L. / A G O. / S E T. 2 0 1 0 Como aproveitar o bônus demográfico v i s ã o g l o b a l Delverde: a nova marca de produto Cargill c o n s u m o Vale a pena ser sustentável d i r e c t i o n s Notícias Cargill d e s t a q u e s O valor dos veteranos p e r s o n a g e n s Revista Cargill é uma publicação trimestral editada pelo Departamento de Assuntos Corporativos e dirigida aos clientes, fornecedores e funcionários da Cargill Av. Morumbi, 8.234 CEP 04703-002 São Paulo Tel.: (11) 5099-3311 www.cargill.com.br Direção Editorial: Afonso Champi Coordenação Editorial e Jornalista Responsável: Ana Caiasso (MTb 27.583) Comitê Editorial: Alessandra Cher, Andrea Fioravante, Antônio Carlos Santos, César Neres, Débora Sesti, Francisco Gomes, Gerson Beraldo, José Cardoso, Luciane Reis, Marcello Moreira, Natália Teruya, Neusa Duarte, Regiane Peres, Shirley Lobo, Sônia Matangrano, Tatiany Soletti, Vagner Rodrigues, Valmir Tambelini e Yanah Abreu Colaboração: Katia Sala Projeto Gráfico: Oz Design www.ozdesign.com.br - Editoração e Direção de Arte: Arco W Comunicação & Design www.arcow.com.br Elaboração de Conteúdo: Quintal 22 Edição de Textos: Anna Costa e Letícia Tavares Reportagem: Aline Rodrigues, Denise Bobadilha, Raquel Casselli, Renata Nogueira e Renata Rossi Foto Capa: Palani Mohan/Arquivo Cargill. A Revista Cargill não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em entrevistas. A Revista Cargill adota o novo acordo ortográfico da língua portuguesa. 12 14 15 16 19 Para comentários ou sugestões sobre a Revista, envie seu e-mail para assuntos_corporativos@cargill.com ou telefone para (11) 5099-3220.

Há 45 anos, quando completava cem anos de existência, a Cargill chegava ao Brasil. Foi o segundo país da América Latina a receber investimentos da empresa, que intensificava seu processo de internacionalização. Entendemos que a nossa experiência no agronegócio contribuiu para o desenvolvimento do País, seja na ampliação do acesso do produto agrícola brasileiro a diversos mercados no mundo, seja em soluções logísticas, em todo o setor alimentício ou mesmo nos segmentos industrial e financeiro. Sempre acreditamos no potencial do Brasil e na criatividade do nosso povo. Há exatos 45 anos, éramos um armazém de sementes no interior de São Paulo. Hoje, somos uma das mais importantes e maiores empresas de alimentos e agronegócios do mundo, produzindo e comercializando internacionalmente produtos e serviços alimentícios, agrícolas, financeiros e industriais. Firmamos parcerias, conquistamos novos clientes e consumidores, entramos na vida dos brasileiros, direta ou indiretamente, sempre pautados na responsabilidade corporativa, seguindo rigorosamente os compromissos firmados pela empresa para os negócios, o meio ambiente, as pessoas e a comunidade. Hoje, somos um time de mais de 6 mil funcionários distribuídos em 13 Estados brasileiros, por meio de fábricas, escritórios, armazéns, transbordos e terminais portuários. Não faltam resultados positivos nesse caminho. No último ano, comercializamos 9,1 milhões de toneladas de grãos. Investimos cerca de R$ 400 milhões no Brasil nos últimos três anos e vamos continuar investindo pois acreditamos que este já é o país do presente. Nas próximas páginas, a reportagem especial traça os principais eventos e ações desses 45 anos. Em Visão Global, o foco é a nova geração e como prepará-la para os próximos anos. Na seção Personagem, o relato de um veterano que ajudou a construir a empresa no Brasil. Esta edição é especial e dedico a cada um dos nossos funcionários, clientes e parceiros que diariamente escrevem a história de sucesso da Cargill. Boa leitura! Marcelo Martins Presidente m e n s a g e m d o p r e s i d e n t e Foto: Sergio Zacchi 3

e n t r e v i s t a l e o n a r d o g r y n e r Foto: Sergio Huoliver Olimpíadas: incentivo ao esporte e à economia Com a preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016, se aquece o debate sobre os impactos sociais e econômicos que o evento trará ao País Sediar os Jogos Olímpicos é motivo de orgulho nacional, sem dúvida. Mas, antes de receber delegações de outros países e torcer para que os atletas nacionais levem o maior número de medalhas, há muito o que fazer. As decisões, quando bem articuladas, resultam em planejamento rigoroso capaz de transformar custos elevados em dividendos políticos, econômicos e sociais. E, com isso, diversos setores da economia ficam mais aquecidos, inclusive o de alimentação. Desde a década de 80, o Comitê Olímpico Internacional (COI) promoveu uma virada que alavancou os Jogos Olímpicos. De uma posição enfraquecida, o COI consolidou sua imagem a partir de um plano de marketing para promover a competição e também a instituição. Graças ao então presidente, Juan Samaranch, e sua equipe, os Jogos Olímpicos passaram a ter organização de primeira linha e destaque. Atletas de elite passaram a fazer parte das delegações e alavancaram ainda mais a qualidade das competições e a visibilidade dos patrocinadores, engrossando a cobrança dos direitos de transmissão pela TV. Com essa nova mobilização, mais recursos foram levantados para investir em infraestrutura. Como resultado, as regiões-sede se desenvolveram. Um bom exemplo dessa virada é a cidade de Barcelona, que sediou os Jogos em 1992. A economia que se vê atualmente seria pouco provável antes das Olimpíadas. Várias iniciativas, como a remodelação urbana, são responsáveis pelo renascimento de toda a região de Barcelona. Sydney e Pequim, que sediaram os Jogos em 2000 e 2008, respectivamente, também ilustram essa virada. Segundo o estudo Leitura Econômica dos Jogos Olímpicos: Financiamento, Organização e Resultados, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os impactos de sediar os Jogos têm sido positivos. Entre os benefícios, são apontados crescimento do PIB, impulso ao turismo, aumento das oportunidades de emprego e reestruturação urbana. Em entrevista à Revista Cargill, Leonardo Gryner, diretor-geral do Comitê Rio 2016, fala sobre esses impactos e as expectativas para as Olimpíadas no Brasil. Revista Cargill Que impactos os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro podem trazer para a economia do País? Gryner A transformação que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos trazem para uma cidade vai muito além do esporte. Os Jogos vão gerar empregos em inúmeras outras áreas, como hotelaria, turismo, serviços, transporte e informática. Em cidades como Barcelona, Sydney e Pequim, as Olimpíadas representaram uma grande força transformadora. Entre outros fatores, permitiram o incremento do trabalho social, a modernização do sistema de transportes e a aceleração de programas voltados para o ambiente. Também estimularam o setor turístico, atraindo visitantes de todo o mundo. Revista Cargill Como são medidos esses impactos? Gryner O Comitê Olímpico Internacional exige que cada cidade-sede realize um estudo denominado Impacto dos Jogos Olímpicos. O estudo inclui a avaliação de mais de 30 itens que englobam três áreas fundamentais: econômica, sociocultural e ambiental. O Rio de Janeiro terá que apresentar relatórios periódicos sobre esses itens, o que garante o monitoramento do legado 4

e de sua utilização, desde a fase de candidatura até três anos após a realização dos Jogos Olímpicos. O estudo permite uma análise do impacto e da importância de cada ação, construção e investimento realizado. Revista Cargill Os impactos se estenderiam a outras regiões brasileiras ou ficariam restritos apenas ao Estado do Rio? Gryner Os benefícios dos Jogos Olímpicos não se restringem à cidade-sede ou àquelas que receberão as partidas de futebol. Empresas de todas as regiões do Brasil poderão aproveitar as oportunidades geradas pela demanda de fornecimento de produtos e serviços para os Jogos. O legado do evento será nacional. Revista Cargill Os investimentos na organização do evento são de que ordem e durante que período? O montante vem dos governos federal e estaduais? Empresas também entram com parcerias público-privadas? Gryner Seguindo as orientações do Comitê Olímpico Internacional, foram elaborados dois orçamentos: o que se refere ao Comitê Organizador dos Jogos e o dos governos federal, estaduais e municipais. O primeiro trata dos custos de planejamento e operação do Comitê Organizador, para montagem de instalações temporárias e de estruturas de apoio em todos os locais dos Jogos. Esse valor será de R$ 5,6 bilhões, dos quais 24% virão dos três níveis de governo, 31% de aporte do Comitê Olímpico Internacional e 45% de capital privado que inclui marketing, venda de ingressos e licenciamento. O orçamento que fica a cargo do governo se refere ao investimento de capital público e privado para a construção de novas instalações esportivas e obras de infraestrutura, como reforma de aeroportos e sistemas de transporte. Esse orçamento é responsável pelos principais legados de longo prazo dos Jogos Olímpicos. O valor será de R$ 23,2 bilhões, sendo 34% destinados às obras já em andamento, 35% às já planejadas e 31% às adicionais. Revista Cargill A infraestrutura tende a ser melhorada ou modificada para acolher os visitantes? Gryner Com o legado de infraestrutura dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, serão necessárias apenas duas instalações esportivas permanentes para as Olimpíadas: o X Park e o Centro Olímpico de Treinamento. Dois pontos importantes do projeto são a revitalização da área portuária da cidade e a melhoria no sistema de transporte público, com implantação do BRT Bus Rapid Transit, ou Sistema Rápido de Ônibus. O sistema terá corredores expressos para ônibus, com estações tubulares semelhantes às do metrô, garantindo transporte rápido e de alta capacidade. Também serão construídas a Vila Olímpica e Vilas de Mídia e de Árbitros, com restaurantes, cafés, centro comercial, banco, agência dos Correios e outras facilidades. Revista Cargill Quantas pessoas espera-se receber, entre delegações internacionais, organizadores e espectadores? E a mão de obra para atender esse público? Gryner O Comitê Rio 2016 prevê comercializar um total de 7 milhões de ingressos. O número de atletas será de cerca de 11 mil. Durante os Jogos, estamos prevendo mão de obra de 3.794 profissionais contratados e 883 temporários, além de 48 mil voluntários. Em cidades como Barcelona, Sydney e Pequim, as Olimpíadas representaram uma grande força transformadora, permitindo novos caminhos para a comunidade. Revista Cargill Depois de terminado o evento, qual o destino da infraestrutura montada? A ideia é que tudo seja absorvido pelas cidades-sede? Gryner O projeto de todas as instalações dos Jogos Rio 2016 incluiu um estudo de viabilidade para analisar seu uso posterior. Por isso, algumas instalações serão temporárias, e outras, permanentes. Revista Cargill Quais os desafios para a concretização das Olimpíadas no Rio? Gryner Teremos muito trabalho pela frente, mas tenho certeza de que será uma etapa recompensadora. Os Jogos Olímpicos darão um novo impulso para o desenvolvimento do esporte no Brasil. Além disso, haverá o benefício do incremento de programas sociais. Nosso desafio nos próximos sete anos é preparar o Rio de Janeiro para receber os atletas e realizar Jogos Olímpicos inesquecíveis. 5

r e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l Rumo à sustentabilidade Ações colocam o setor sucroalcooleiro como um dos mais responsáveis pelo meio ambiente e pela sociedade Asustentabilidade é tema em pauta nos mais diversos setores. Das universidades à produção industrial, a preocupação com atitudes responsáveis envolve pesquisadores, empresas e governo. O setor sucroalcooleiro é um exemplo de boas práticas e no Brasil tem dado passos largos. A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) foi a primeira associação de agronegócio no mundo e a primeira associação brasileira a realizar um relatório de sustentabilidade com base nos parâmetros da Global Reporting Initiative (GRI), organização não governamental reconhecida mundialmente por seus parâmetros completos e respeitados para esse tipo de documento. O tema é amplamente discutido e é grande a conscientização dos produtores, diz Geraldine Kutas, assessora sênior para assuntos internacionais da Unica. Embora cada um ainda faça do jeito que acha melhor, esse cenário está mudando. Por se tratar de um processo de melhoria contínua, para atingir a produção sustentável é preciso aliar pesquisa e desenvolvimento a iniciativas empresariais e governamentais. Os primeiros passos já foram dados Do plantio da cana ao seu transporte até a usina, o ciclo produtivo do setor sucroalcooleiro dá lições de sustentabilidade com a criação do Protocolo Agroambiental. De adesão voluntária, o acordo foi firmado entre a Unica e o governo de São Paulo em 2007. Entre os diversos princípios e diretrizes técnicas de caráter ambiental, o protocolo destaca o compromisso de antecipar em sete anos (de 2021 para 2014) o prazo legal para o fim da chamada queima controlada da palha da cana nas áreas mecanizáveis e 14 anos nas áreas não mecanizáveis. Em fevereiro de 2008, a Secretaria 6

Estadual do Meio Ambiente já contabilizava a adesão de 141 indústrias de açúcar e etanol mais de 90% dos responsáveis pela produção no Estado de São Paulo. A mão de obra é outro ponto delicado no setor. Para atender aos critérios do Protocolo Agroambiental, a mecanização da colheita tem se intensificado. Assim, o perfil dos trabalhadores do setor vem se modificando. Agora é preciso pessoal qualificado para operar as máquinas ou atuar nos serviços de apoio. Nesse contexto, surgiu o Projeto RenovAção, da Unica, desenvolvido com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com patrocínio das empresas John Deere, Grupo Case e Syngenta. O programa vai requalificar cerca de 7 mil trabalhadores por ano, funcionários e ex-funcionários do corte de cana. Iniciativas como essa dão ao setor o status de um dos mais sustentáveis no Brasil e no mundo. Do ponto de vista econômico, sem dúvida, porque é a única produção economicamente viável sem subsídios. Do ponto de vista ambiental, grande parte dos princípios das agendas da sustentabilidade da União Europeia e dos Estados Unidos já é atendida. Do ponto de vista social, houve muitos avanços e boa parte da produção está associada ao respeito à lei, defende Arnaldo Walter, professor do departamento de energia da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e pesquisador do Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol. Exemplo de produção responsável Uma das indústrias que aderiram ao protocolo é a Central Energética Vale do Sapucaí (Cevasa), de Patrocínio Paulista (SP), em que a Cargill detém 63% de participação desde 2006. As práticas de responsabilidade socioambiental da usina, que já eram significativas, melhoraram ainda mais. O trabalho que se iniciou há quatro anos na área de segurança resultou em excelente indicador: são mais de 1.300 dias sem acidentes com afastamento. Eu desafio alguém a trazer resultado melhor no setor, afirma Catarina Pezzo, engenheira de projetos de sustentabilidade da Unidade de Negócio Açúcar & Etanol. princípios: 1- cumprimento da legislação, 2- respeito aos direitos humanos e a padrões de trabalho, 3- controle de eficiência da produção para aumento da sustentabilidade, 4- ativa administração da biodiversidade e 5- melhoria contínua em áreas-chave do negócio. Em fase de pré-auditoria, a usina pôde identificar quais são as demandas do padrão, explica Catarina. Além da responsabilidade ambiental, a preocupação com a comunidade do entorno está na agenda da usina. Em 2009, foi firmada uma parceria com a Fundação Cargill para que o Programa Fura-Bolo atuasse em três escolas de dois municípios da região, atendendo 1.600 crianças. A Cevasa já mantinha relacionamento com a comunidade por meio de doações e parcerias com a prefeitura e outras instituições, lembra a engenheira de projetos. Entretanto, com o apoio do programa e dos voluntários, a expectativa é que as ações comunitárias se tornem mais abrangentes. A representação do setor feita pela Unica promove ações efetivas e transparentes para a adequação a normas e padrões socioambientais corretos, nos âmbitos nacional e internacional. Entretanto, ainda há entraves para a produção e o processamento sustentáveis da cana-deaçúcar. Um dos principais é a burocracia. Existem hoje, em todo o mundo, cerca de 60 sistemas de certificação, disponíveis ou em desenvolvimento, para a área de bioenergia e biocombustíveis. Como nem sempre estão alinhados, acabam dificultando muito o cumprimento pelas empresas, explica Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, coordenadora do Grupo de Estudo do Mercado de Trabalho (GEMT) e professora da Esalq/USP. A participação da Cargill e da Cevasa na constituição do padrão BSI visa exatamente criar um padrão claro e amplamente aceito, que ajude a transpor a barreira citada. Fotos: Arquivo Cargill A Cevasa utiliza os indicadores do Instituto Ethos e os do Balanço Social Ibase para a tomada de decisões e a medição de desempenho. Assim como a Cargill, também é membro da Better Sugar Cane Initiative (BSI), instituição formada por grandes produtores e consumidores de açúcar e álcool, além de ONGs que têm o objetivo de garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. O padrão BSI, em desenvolvimento, é composto de cinco Grupo da Cevasa se reúne para ações voluntárias junto à comunidade: benefício para quem pratica e alegria para quem recebe a ajuda 7

e s p e c i a l Cargill: 45 anos de parceria com o Brasil Linha do tempo 1965 Assinatura do contrato social de constituição da Cargill Agrícola Ltda. 1967 Início das operações no Porto de Paranaguá (PR) 1968 Expansão da comercialização de cereais com a inauguração da filial em Cascavel (PR) 1970 Início da produção do óleo Veleiro em São Paulo (SP) e início de processamento de cacau em Ilhéus (BA) 1973 Inauguração da Unidade de Processamento de Óleo e Soja em Ponta Grossa (PR) e criação da Fundação Cargill 8

Receita de sucesso combina inovação, foco no cliente e uma equipe experiente e engajada, entre outros ingredientes Quando a Cargill aportou no Brasil, em 1965, chegou pequena: era uma usina de beneficiamento e produção de sementes híbridas de milho em Avaré, no interior de São Paulo. Ao longo dos anos, a empresa ampliou sua atuação significativamente: aumentou sua estrutura, passou a atuar em novos setores, construiu unidades em vários Estados brasileiros e adquiriu outras empresas. Neste ano, no mês de maio, a Cargill completou 45 anos e tem muito a comemorar: é uma das 15 maiores empresas do agronegócio no País e referência na área de alimentos, com marcas consagradas. Os bons resultados não param por aí: a empresa é a principal exportadora de soja do Brasil e a maior processadora de cacau da América Latina. Com escritório central em São Paulo (SP), a operação brasileira conta com 19 unidades industriais, cem armazéns e nove terminais portuários, além de transbordos e escritórios em mais de 60 outros municípios. Assim, a Cargill está presente em mais de 120 municípios de 14 Estados brasileiros, onde trabalham 6 mil funcionários. Esses 45 anos da empresa representam, mais do que números positivos, o retrato da evolução em gestão de pessoas e em engajamento de equipes. A história da Cargill não foi construída apenas com grandes conquistas, foi desenhada também com as pequenas atitudes, a confiança dos clientes e, principalmente, o esforço dos nossos profissionais, afirma Marcelo Martins, presidente da empresa no Brasil. O trabalho em equipe é reconhecido por uma das mais respeitadas publicações brasileiras: nos últimos dez anos, a Cargill foi indicada pelo Guia Você S/A Exame como uma das melhores empresas para trabalhar. Isso constata um amadurecimento tanto da área de Recursos Humanos como dos nossos profissionais. Há maior desenvolvimento da liderança, fruto do investimento feito pela empresa, e da participação e do engajamento de nossos líderes, explica Solange Ferreira, controller financeira para Brasil da Cargill. Segundo Marco Macia, diretor de Recursos Humanos da Cargill, são as pessoas que há 45 anos fazem a diferença e o sucesso da empresa. Reconhecemos o valor de quem deu início a essa história, cada um em seu tempo contribuiu para o crescimento da organização. Hoje, o ritmo e a intensidade do trabalho são diferentes, mas o nosso compromisso é o mesmo: ser O agronegócio e o setor financeiro andam lado a lado. Financiar e fomentar nossa cadeia produtiva faz parte do DNA da Cargill. Luiz Pretti, diretor financeiro da Cargill no Brasil 1975 Lançamento do óleo Liza 1976 Inauguração da Unidade de Processamento de Soja em Mairinque (SP) 1980 Início do processamento e da comercialização de cacau em Ilhéus (BA) 1990 Conclusão do Complexo Industrial de Uberlândia (MG) 1993 Criação do Centro de Distribuição Cargill (CDC) 1998 Unidade de Processamento de Cacau em Ilhéus (BA) torna-se a maior processadora de cacau da América Latina; arrendamento da fábrica em Barreiras (BA); inauguração do terminal para transporte de açúcar em Santos (SP) Fotos: Arquivo Cargill 9

e s p e c i a l O Brasil será o grande celeiro de grãos do mundo. E a responsabilidade de ser um provedor internacional nos incita a investir em melhores soluções logísticas e a permanecer ao lado do produtor. José Glaser, líder do Complexo de Soja sustentável e ampliar os negócios dentro da mesma conduta ética. O caminho para as próximas décadas se inicia com uma palavra-chave: conectividade. O objetivo é ampliar as sinergias entre as Unidades de Negócios uma das metas apontadas pela Intenção Estratégica de 2015 para a empresa se tornar mais competitiva e atender o cliente de maneira global. Marcos da empresa em Ilhéus (BA), em 1970, seguido da inauguração das Unidades de Ponta Grossa (PR), em 1973, e de Mairinque (SP), em 1976. Depois veio a expansão para o Sudeste e o Centro-Oeste, com as Unidades de Uberlândia (MG), em 1984, Rio Verde (GO), em 1999, e Primavera do Leste (MT), em 2009. A empresa também conquistou espaço no mercado de produtos de consumo com o lançamento de marcas consagradas, como Liza, em 1975. Nos últimos anos, o mercado brasileiro tem demonstrado aumento consistente no consumo de alimentos, e a Cargill está atenta a esse promissor cenário. Ampliamos nosso portfólio de produtos e, com isso, avançamos na cadeia de valor. Podemos mencionar também nossa atuação crescente no segmento de food service. Hoje, essa área é mais estruturada e temos profissionais apenas focados nesse mercado, explica Marcelo Martins. Um exemplo de ação forte no segmento de food service é visto na Unidade de Negócios de Cacau & Chocolate: Aumentamos nossa participação com o lançamento de chocolates para uso em panificadoras e docerias. Também estamos investindo em um Centro de Inovação em Campinas, cuja proposta é centralizar todas as atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos na América Latina, diz Saskia Korink, líder da Unidade Cacau & Chocolate. O crescimento da Cargill acompanhou o desenvolvimento econômico do País. E em muitos momentos contribuiu para ampliar segmentos, incrementar a logística de transporte e aquecer o mercado de trabalho. Entre os importantes marcos está o início das operações da Unidade de Processamento de Cacau Para os próximos 45 anos, o presidente da Cargill no Brasil afirma: A continuidade da empresa depende de cada um de nós e também do engajamento das equipes na missão da empresa. Assim, continuaremos construindo essa história de sucesso que herdamos e seremos a empresa preferida de cada um dos nossos clientes. 2000 Início das atividades do Banco Cargill no Brasil e das operações da Unidade de Negócio Óleos Industriais & Lubrificantes. Inauguração da fábrica de ácido cítrico em Uberlândia (MG) 2001 Inauguração da fábrica de processamento de fécula de mandioca em São Miguel do Iguaçu (PR) 2003 Inauguração do terminal portuário em Santarém (PA) e início da distribuição exclusiva do azeite Gallo no País 2004 Inauguração da fábrica de processamento de soja em Rio Verde (GO) 2005 Comemoração dos 30 anos da marca Liza 2006 Aquisição de 63% do capital da Central Energética 10

Muitos motivos para celebrar Coragem dos acionistas, condições favoráveis do mercado e esforço de mais de 6 mil funcionários. Essa é a receita para 45 anos de sucesso Em entrevista, Marcelo Martins, presidente da Cargill, fala sobre o sucesso da empresa durante mais de quatro décadas no Brasil e as expectativas para os próximos anos. Revista Cargill Fazer 45 anos não é um diferencial para qualquer empresa no Brasil. Como foi que a Cargill chegou aqui? Marcelo Martins A Cargill só chegou aqui por uma combinação de fatores. Primeiro, começou pela coragem dos acionistas e dos executivos da nossa matriz em estabelecer uma operação aqui no Brasil, em acreditar no potencial do País e na sua importância para a cadeia de commodities e de produção agrícola. Depois, pelas condições favoráveis, tanto em relação aos recursos naturais como na economia brasileira, que tem se mostrado sustentável ao longo dos anos. E finalmente, mas não menos importante, devido ao empenho, ao trabalho e ao esforço de todos os funcionários que fizeram parte dessa história de sucesso da Cargill. Vale do Sapucaí Ltda. (Cevasa), localizada em Patrocínio Paulista (SP) 2007 Início da produção de chocolate e compound na fábrica de Porto Ferreira (SP) 2008 Fundação Cargill comemora 35 anos Revista Cargill Para onde a Cargill irá daqui a 45 anos? Marcelo Martins Acredito que a resposta esteja em cada funcionário da Cargill, em seu empreendedorismo, na vontade de fazer acontecer e gerar impacto positivo na empresa, na sociedade e nos clientes. O compromisso da corporação com o Brasil é grande, e caberá a nós identificar as oportunidades, trabalhar para que se concretizem e, dessa forma, dar continuidade a essa história de crescimento. A responsabilidade de todos que estão aqui hoje é enorme, porque quem nos antecedeu construiu uma história de sucesso. E não se espera de nós nada menos do que a continuidade dessa construção em um ritmo ainda mais intenso. Revista Cargill Quais são as ações para a empresa alcançar sua Intenção Estratégica 2015? Marcelo Martins Continuamos fiéis aos principais pilares da nossa Intenção Estratégica 2015, esforçandonos para crescer por meio da criação de valores diferenciados, com base em alta performance, foco no cliente e inovação nossos três pilares. Certamente, fizemos avanços expressivos nessas dimensões, mas ainda há muito que ser feito. As oportunidades são enormes e os desafios também. Revista Cargill Qual é a receita para a Cargill se tornar a empresa preferida? Marcelo Martins Na medida em que a Cargill executar os três pilares de maneira consistente, seremos preferidos pelos nossos parceiros. É um desafio que envolve toda a organização. À primeira vista, pode parecer que os funcionários que têm contato direto com os clientes são os únicos envolvidos, mas não é verdade, pois o trabalho depende de toda a empresa. Nossos clientes estão cada vez mais exigentes e nossos concorrentes cada vez mais competentes. Então, nos diferenciarmos é um desafio diário, mas estamos melhores a cada dia e podemos ir além, principalmente se formos consistentes na nossa abordagem junto aos clientes e aos consumidores. 2009 Inauguração da Unidade Primavera do Leste (MT) 2010 Ampliação da fábrica de Amidos & Adoçantes em Uberlândia (MG) p a l a v r a d o p r e s i d e n t e 11 Fotos: Arquivo Cargill

v i s ã o g l o b a l No caminho do bônus demográfico A população ativa brasileira supera o número de crianças e aposentados. É hora de investir na formação dos jovens para essa vantagem favorecer o Brasil DPor Denise Bobadilha epois de atravessar décadas sendo apontado como o país do futuro e desmentir ano após ano esse prognóstico otimista, o Brasil finalmente parece ter engrenado em um sólido período de crescimento. Uma série de índices positivos demonstra isso. Uma variável decisiva, porém, nem sempre é lembrada pelos estudiosos: o bônus demográfico, que desde 2000 favorece a geração de riqueza pelos brasileiros. Trata-se de um evento auspicioso e extremamente raro, jamais vivido mais de uma vez por um mesmo país, que acontece quando a população economicamente ativa passa a ser mais numerosa do que a economicamente não ativa. Os Estados Unidos e o Japão, por exemplo, tiveram seu maior impulso de crescimento após a Segunda Guerra Mundial, quando viveram essa situação. O bônus demográfico representa um potencial de crescimento da produção, com consequências positivas no consumo e menores gastos nas estruturas físicas dos sistemas de benefício, como escolas e rede de saúde, explica o cientista político Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Mas o risco de deixar o momento passar sem aproveitar bem seus benefícios também existe. Investir na educação é uma maneira de evitar que o bônus demográfico seja desperdiçado. Esse salto de qualidade na formação educacional, que deve ser garantido por uma ação conjunta entre o Estado e a iniciativa privada, ainda não se configurou e precisa ser iniciado o quanto antes. O Brasil tem hoje dois terços da população (67,6%) em idade adulta (entre 15 e 60 anos) e produtiva, e apenas um terço (32,4%) de crianças e idosos. Em 2020, a proporção de adultos pode chegar a 70,4% do total. Mas desde já o País corre o risco de sofrer um apagão de mão de obra, pois muitas empresas não estão conseguindo encontrar profissionais na qualificação e na quantidade que desejam. Pesquisa da Fundação Getulio Vargas mostrou que o número de jovens em instituições formais de ensino vem caindo nos últimos anos eram 7,5 milhões em 2006 e passaram a ser 6,9 milhões em 2008. O mesmo estudo revelou que a renda média de quem tem algum tipo de qualificação é 57% maior do que aqueles sem formação. Para Fornazieri, um dos 12

pontos de estrangulamento é o ensino médio, pois, no fundamental, mesmo que com baixa qualidade, o País atingiu a universalização. A hora é de investir em qualidade da educação e em pesquisa científica para que o Brasil adquira maior competitividade mundial em tecnologia e produtos com alto valor agregado, alerta o cientista político. Fornazieri acredita que o papel de liderança global no século 21 caberá aos países que tenham pioneirismo em biotecnologia e revolução energética. Se o Brasil conseguir somar esse potencial com as vantagens do bônus demográfico, terá chances de um salto econômico sem precedentes. Formação de profissionais Na Cargill, a formação das futuras gerações, como capital humano ou força de trabalho, é pensada em diferentes planos. Uma das forças motrizes da empresa é a chamada formação on the job, na qual o funcionário é treinado constantemente e em diferentes funções dentro de sua área de atuação. No programa de estágios, a formação fornecida pela empresa acaba voltando para a sala de aula e beneficiando outros alunos. Procuramos passar para o estagiário como é o dia a dia de uma organização, e ele acaba levando isso de volta para a universidade, dividindo com colegas e professores a sua experiência, conta Marco Macia, diretor de Recursos Humanos da Cargill. Para os trainees, o programa de 18 meses é uma espécie de formação continuada, já que inclui cursos, passagens por diferentes áreas de atuação, encontro com outros trainees e até mesmo a elaboração de um projeto a ser apresentado no final do programa. O diretor ressalta que a formação individualizada não é exclusiva dessas duas modalidades de ingresso na empresa, mas se estende a todos os funcionários. A Cargill se preocupa com o desenvolvimento das pessoas e faz o treinamento reforçando o que é mais importante para a sua área de atuação, diz. Para fornecer essa formação, as Unidades da empresa têm parcerias com escolas e centros de formação locais. Dentro da empresa, cada novo funcionário é acompanhado por alguém que conhece todos os detalhes da função, até que esteja apto a cumprir suas tarefas. Atuação social Para a Fundação Cargill, a formação de jovens não passa diretamente pelo quadro de funcionários, a ideia é desenvolver ações educativas em comunidades de diferentes pontos do Brasil, apesar de um grupo muito especial de funcionários que são voluntários dedicar parte de seu tempo às questões sociais com essa temática. No próximo ano, aliás, a Fundação deve dar um passo além dessa formação. O Projeto Geração do Futuro, que está sendo desenvolvido em Primavera do Leste (MT), reunirá em uma área construída de mil metros quadrados, cedida pela prefeitura, espaços para oficinas de formação profissional (com possibilidades de contemplar algumas iniciativas do Sistema S Sesi, Senai, Senac e Sebrae), orientação jurídica e apoio psicológico e pedagógico, inclusão digital e manifestações artísticas, entre outros serviços. Jovens com mais de 13 anos poderão frequentar o espaço a partir do início do ano que vem. O Projeto Geração do Futuro irá se somar aos programas pedagógicos que hoje beneficiam mais de 40 mil crianças. Estamos preparando as novas gerações para o futuro, diz a gerente da Fundação, Denise Cantarelli. Os dois principais programas são o Fura- Bolo e o de grão em grão. Implantado há dez anos e presente atualmente em 15 cidades de oito estados brasileiros, o Fura-Bolo é um programa de apoio ao ensino fundamental voltado para a literatura, incentivando a leitura e o resgate da cultura popular. No projeto de grão em grão, prestes a completar seis anos, o foco está na educação alimentar dos pequenos. Além do apoio de nutricionistas, o programa mostra as relações do alimento, de maneira pedagógica, com as ciências, a matemática e o dia a dia do aluno. Trabalhamos na formação continuada de professores, merendeiras e voluntários que participam desses e de outros projetos da Fundação, explica Denise. Todas essas ações reforçam a missão da Fundação Cargill: preparar as próximas gerações para ser bem-sucedidas na educação, no trabalho e na vida. Os programas já mostram resultados de longo prazo. Houve casos de crianças atendidas pelos programas da Fundação Cargill que, ao se tornarem adultas, ingressaram na própria empresa e tornaram-se voluntárias do programa que frequentaram. O desenvolvimento econômico e o desenvolvimento social não podem ser pensados separadamente, até porque o alto padrão tecnológico requer uma boa capacitação de mão de obra, diz o cientista político Fornazieri. Ganhar com o bônus demográfico no futuro exige comprometimento no presente. 13

Cargill entra no mercado c o n s u m o de massas A empresa traz para o Brasil a marca Delverde e abre portas a novos desafios no mercado de alimentos Alinhada à Intenção Estratégica da Cargill de 2015 ser líder global em alimentos, a Unidade de Negócio Foods investe na expansão das marcas já existentes, como Liza, Maria e Gallo, e na entrada de outras categorias que contribuam para a ampliação do setor. para a divulgação da Delverde ao consumidor foi o site www.delverde.com. Também foram promovidas ações de ponto de venda e demonstração e degustação dos produtos, além de material de divulgação. Pretendemos alcançar uma posição de destaque no mercado de trigo durum, diz Renato. Tradição e qualidade As massas Delverde são fabricadas em Abruzzo, região localizada no centro-leste da Itália. O nome da marca faz referência ao Rio Verde, fonte de água utilizada durante o processo produtivo do alimento. E não é apenas esse diferencial que a designa como premium. A Delverde faz parte do segmento de massas denominadas trigo durum, proporcionando mais sabor ao prato e qualidade nutricional. Assim, em maio deste ano, partiu para mais um desafio: deu início à importação e à distribuição, com exclusividade, da linha de massas premium Delverde em todo o País. Ao todo, são comercializados 14 tipos, desde o tradicional espaguete até o lumaconi, ideal para receitas no forno. A oportunidade surgiu com o interesse da empresa argentina Molinos, proprietária da marca, em comercializá-la em larga escala no Brasil, ampliando, assim, o sucesso já obtido em âmbito internacional. Embora o Brasil esteja na 12 a posição no ranking das Américas de consumo per capita de massas, com 6,6 quilos por habitante/ano, o segmento de trigo durum tem crescido muito no País e apresenta potencial para crescer muito mais, uma vez que 90% das massas vendidas são populares e caseiras, fabricadas com farinha de trigo convencional. O mercado ainda é bem restrito se comparado com a quantidade, a variedade e a qualidade de qualquer outro país, diz Renato. A expertise da Cargill abriu portas para introduzir essa novidade no portfólio da empresa. Pela primeira vez, a área de Foods entra em um segmento totalmente diferente dos produtos feitos à base de óleo. É um mundo novo para nós, com muitas oportunidades e desafios, um setor com uma dinâmica de mercado diferente, mas grande potencial de negócios, afirma Renato Freire, gerente de produto da Cargill. Estamos abrindo uma nova frente de oportunidades. O processo de treinamento e transição com a Molinos, na Argentina, teve início em janeiro de 2010, com a presença de representantes de marketing, SAC, logística, pesquisa e desenvolvimento, qualidade e trade marketing. Foram três dias dedicados ao conhecimento das estratégias e dos aspectos da marca, com espaço para os profissionais tirarem dúvidas sobre os produtos. A Delverde é uma das marcas mais antigas da Itália. Para a Cargill, esse é um ponto importante, uma vez que o produto tem qualidade, tradição e espírito italiano. Criada em 1970, a marca hoje está presente em mais de 40 países. Isso se deve ao reconhecimento de sua variedade e de seus diferenciais, que dão sabor às deliciosas massas. Para divulgar a marca para os brasileiros, a Cargill traçou estratégias direcionadas. O ponto de partida Foto: Arquivo Cargill 14

Sustentabilidade é um negócio sério Avelha ideia de que sustentabilidade ambiental é, de alguma forma, antinegócios é totalmente errada. Eficiência energética, conservação de recursos hídricos e redução da pegada de carbono passaram a ser importantes mecanismos de controle de custos para as empresas, inclusive a Cargill. Sustentabilidade é vantagem competitiva. No último trimestre, a Cargill alcançou um total de US$ 58 milhões poupados graças a seus esforços de conservação de energia nos últimos oito anos. Esse é um montante que chamaria a atenção de qualquer diretor financeiro. Na verdade, para as empresas, a sustentabilidade ambiental representa mais em termos de oportunidades do que em corte de custos. Recentemente visitei a Índia integrando uma missão do Conselho de Negócios EUA-Índia para tratar de alimentos e desenvolvimento rural. Muhtar Kent, CEO da Coca-Cola, também fazia parte da delegação. Kent acredita que, sem dúvida, o diferenciador entre cliente e consumidor é a sustentabilidade. Conservação energética, novas embalagens, agricultura sustentável e inovações ao longo de toda a cadeia de produção são apenas algumas das maneiras com que a Coca-Cola busca controlar seu impacto ambiental. A sustentabilidade é essencial para a continuidade e a sobrevivência do nosso negócio, afirmou Kent neste ano na Reunião de Cúpula de Sustentabilidade de Fornecedores Globais da Coca-Cola. Foto: Arquivo Cargill * Paul Conway é vice-presidente sênior Paul Conway* Começamos a encarar a sustentabilidade ambiental como uma oportunidade de forjar laços mais fortes com clientes, oferecer produtos valiosos e criar vantagem competitiva para a Cargill Fornecedores como a Cargill desempenham um papel fundamental no sucesso da sustentabilidade de seus clientes e parceiros. A preocupação com a sustentabilidade marca uma evolução na forma com que a Cargill encara seus esforços ambientais. Há 20 anos, víamos o meio ambiente como uma questão de obediência cumprimento de leis sobre poluição. Em 2000, já havíamos firmado metas de eficiência energética e diminuição de resíduos. Hoje, estamos começando a encarar a sustentabilidade ambiental como uma oportunidade de forjar laços mais fortes com clientes, oferecer produtos mais valiosos e criar uma vantagem competitiva para a Cargill. Penso que todos nós desempenhamos um papel na criação de um meio ambiente mais sustentável não apenas como funcionários, mas como seres humanos. Em sua própria vida, o que você faz para estimular a eficiência energética? O que tem feito para estimular seus filhos a pensar sobre esse assunto? Eu realmente acho que, uma a uma, as pessoas podem fazer a diferença. E a diferença que fizermos para o meio ambiente poderá ajudar nosso negócio, nossas famílias, nossos clientes e nosso mundo. A seção Directions traz artigos escritos pela Equipe de Liderança Mundial da Cargill, dirigidos aos funcionários da companhia em todo o mundo. d i r e c t i o n s 15

d e s t a q u e s P ara todos os gostos. A linha Genuine, que oferece barras de 2,3 quilos de chocolate branco, ao leite e meio amargo, ganhou um delicioso reforço. Para agradar ainda mais aos diferentes paladares, começa a ser comercializado no mercado industrial e no canal food service o Genuine Blend uma mistura de chocolate ao leite com meio amargo que resultou em um sabor intermediário, nem tão doce nem tão amargo. A barra de 2,3 quilos deve ser lançada no mercado em agosto. Oportunidade de negócios. A Cargill marca presença na 38 a Expomac, entre os dias 12 e 15 de julho, em Juiz de Fora (MG). Profissionais das Unidades de Amidos & Adoçantes, Cacau & Chocolate, Foods, CTS e Aromas representarão a empresa em uma das principais feiras da indústria láctea nacional, voltada para profissionais do setor. O objetivo é divulgar os produtos que atendem às mais variadas necessidades do segmento. I novação. Mais uma vez a Cargill saiu na frente, agora com uma inovação no mercado lácteo: o Bianco Mix. O pré-lançamento do produto ocorreu no ano passado, na Feira de Juiz de Fora (MG), mas foi na Apas (evento voltado para o setor supermercadista do País) que chegou com força total, em maio. O Bianco Mix é uma novidade no mercado brasileiro porque, diferentemente da manteiga de cacau comercializada na forma sólida ou a granel, vem em estado pastoso de 20 ou 25 litros, proporcionando fácil manuseio às indústrias de lácteos. Desenvolvido a partir da conectividade entre diferentes Unidades de Negócio da empresa, como Amidos & Adoçantes, CTS (Cargill Texturizing Solutions) e Foods, o Bianco Mix é fabricado em São José do Rio Pardo (SP) e pode ser utilizado na produção de bebidas UHT, sobremesas refrigeradas, milk shakes, coberturas de bolo e doces. A pas 2010. Entre os dias 10 e 13 de maio, a Cargill apresentou seu portfólio de produtos em um dos mais importantes eventos destinados ao público do setor supermercadista do País. Ao lado das marcas Liza, Gallo, Maria, Purilev, Mazola, Olívia e La Española, a empresa expôs algumas novidades, como as azeitonas Gallo, em quatro versões, e a linha italiana de massas premium Delverde. Ambas as marcas passaram a ser importadas pela empresa, neste ano, com exclusividade. Para a Cargill, investir na diversidade de categorias, inovações e parcerias é uma boa oportunidade de atender às necessidades específicas de consumidores e clientes. 16

C ampanha de Responsabilidade Corporativa. Reafirmando seu compromisso com práticas sustentáveis, a Cargill realizou uma campanha em prol do meio ambiente, com o tema: Todo mundo fala de meio ambiente, eu faço! A campanha promoveu ações para conscientizar os funcionários sobre a importância de fazer a sua parte na proteção do meio ambiente. Um site, de acesso restrito a funcionários, mostrou propostas de práticas sustentáveis, banco de ideias e ainda promoveu um concurso de frases. As escolhidas serão premiadas com um kit especial de produtos Cargill e estamparão a próxima campanha de meio ambiente da empresa, que será realizada no segundo semestre de 2010. O site divulgou também outras ações da empresa, como a sensibilização ocorrida no Dia da Água (22/3) e a participação da Cargill na campanha Hora do Planeta (27/3), todas contando com o envolvimento e participação dos funcionários. No site da ação, os funcionários puderam conferir, ainda, um vídeo do presidente Marcelo Martins que convidava a todos a participar da ação. Campanhas como essa estão alinhadas aos compromissos da empresa de realizar suas operações com responsabilidade, reduzindo seu impacto ambiental e conservando os recursos naturais. Fotos: Arquivo Cargill E xecutivo de valor. Pelo segundo ano consecutivo, Marcelo Martins, presidente da Cargill no Brasil, recebeu o Prêmio Executivo de Valor, concedido pelo jornal Valor Econômico. Ao todo, são eleitos os 24 melhores executivos do País, um de cada setor de atividade, com base no desempenho pessoal e de suas empresas em 2009. A escolha foi feita por um júri formado por dez das principais empresas de seleção de executivos do Brasil. N ovos armazéns no Paraná. Com o objetivo de ampliar a estocagem e facilitar a logística dos produtores de soja da região dos Campos Gerais, a Unidade de Negócio GOSC de Ponta Grossa (PR) alugou um armazém, com capacidade de 200 mil toneladas, e 13 transbordos nos municípios de Caetano Mendes, Tibagi, Marabá, Otigueira, Reserva, Rebouças, Rio Azul, Ipiranga, Guarapuava, Palmeira e Arapoti para a entrega da matériaprima, encurtando o caminho do produtor, que antes precisava viajar até a Unidade para descarregar o insumo. A iniciativa gerou benefícios, como melhor posicionamento estratégico no mercado e aumento da capacidade de recebimento do produto, que passou de 530 mil toneladas em abril do ano passado para 874 mil toneladas no mesmo período em 2010. Isso demonstra o reconhecimento dos produtores para com a Cargill, que prioriza o foco no cliente a fim de atender às suas necessidades. N utrição animal. A Cargill lançou uma nova linha de produtos destinada à indústria de nutrição animal: a TopFeed Cargill. Com ingredientes tecnológicos que melhoram o desempenho do animal e aumentam a performance da indústria, três produtos já começaram a ser comercializados em embalagens de 25 quilos. O MaltoFeed é um ingrediente energético que pode ser utilizado como veículo e substituto de lactose. Pode ser adicionado às rações de aves e suínos debilitados, leitões e bezerros recém-desmamados ou cães e equinos atletas. O DexFeed, à base de dextrina de milho, aumenta a capacidade de adesão dos ingredientes do alimento animal, melhorando a qualidade do pellet de ração. Seu uso evita o desperdício de ração no cocho em até 70%. O AciFeed atua como agente antimicrobiano tanto na ração quanto no sistema digestivo do animal, estimulando o ganho de peso em frangos e leitões. 17

d e s t a q u e s I ncentivo para venda. Nos meses de abril e maio, a Cargill realizou ações promocionais em parceria com grandes redes de varejo para divulgação do óleo Maria, líder em sua categoria, mas com um grande mercado ainda a conquistar. Segundo estudo realizado pela Research International, apenas 25% dos domicílios brasileiros utilizam óleos compostos. O objetivo da campanha foi estimular a compra do produto por meio da experimentação. No Magazine Luiza, os consumidores no Estado de São Paulo que utilizaram o cartão Luiza- Cred receberam como brinde uma lata de 200 mililitros do produto. Nas lojas Pernambucanas tanto em São Paulo como em Minas Gerais, N ovo negócio. No dia 1 o de março foram iniciadas as atividades da Cargill Comercializadora de Energia. Por meio dessa nova Unidade de Negócio, a empresa entra para o setor elétrico brasileiro como agente de comercialização (trader de energia), comprando e vendendo energia no Brasil sem intermediações. A primeira operação realizada foi a aquisição de L iza na TV e na net. A marca Liza, líder no segmento de óleos especiais há décadas, ganhou força com a campanha publicitária veiculada na TV nos meses de abril a setembro, com maior período de veiculação entre os dias 19 de abril e 31 de maio. Com o tema Encontros, o comercial trouxe pequenos momentos do cotidiano acompanhados por receitas preparadas com os produtos da marca. O conceito Liza e você, isso sempre dá certo mostra que Liza deixa todos os encontros mais saborosos. Dessa forma, a marca oferece soluções cada vez mais gostosas e práticas aos consumidores que procuram conciliar reuniões, entre familiares ou casais, e refeições elaboradas com a linha de óleos, maioneses e molhos para saladas de Liza. Para reforçar a presença de Liza, a Cargill também investiu em um website para a marca. A página traz receitas, informações sobre os produtos e dicas sobre saúde e alimentação. O site ainda resgata a história de Liza e outras campanhas notórias. Acesse: www.liza.com.br. Santa Catarina e Paraná, os clientes que gastaram pelo menos R$ 20,00 em compras entre os dias 9 e 30 de maio ganharam uma amostra do produto. Nas lojas do Walmart, do Carrefour e do Extra em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, Maria foi divulgada, em comerciais da marca, nos televisores espalhados por diferentes pontos dos estabelecimentos. um bloco de 1.860 megawatts-hora para suprir o consumo da Unidade de Mairinque (SP) durante o mês de março. Os contratos das Unidades da Cargill que estão no mercado serão migrados para esse novo negócio nos próximos meses, tornando-o o único agente que representará a Cargill no mercado, proporcionando, entre outros benefícios, a redução de custos. Fotos: Arquivo Cargill A Cargill assinou recentemente acordo para a construção de uma nova refinaria de óleo vegetal na Malásia. A um custo de US$ 50 milhões, a nova planta da Cargill irá dobrar a produção de gorduras especiais e aumentar a capacidade de produção na Malásia para 950 mil toneladas/ano. Esse investimento reforça o compromisso da empresa em investir em produtos que agreguem valor aos negócios alimentícios da empresa em nível mundial, visto que 90% da produção da nova planta será exportada para os mercados internacionais. A refinaria, localizada na zona franca de Port Klang, deverá entrar em operação em 2011. Nos últimos anos, a Cargill também investiu na construção de um tanque de óleo vegetal e em um Centro de Aplicação de Ingredientes Alimentícios na Malásia. A Cargill está expandindo sua capacidade de armazenagem de grãos com a aquisição de uma planta no Estado de Nebrasca (EUA), que será ampliada e utilizada como depósito para recebimento, pesagem, manuseio e armazenamento das colheitas de agricultores locais. A primeira fase da ampliação será completada a tempo de receber a produção do próximo outono. Localizado próximo ao complexo de grãos da Cargill em Carleton, o novo depósito irá beneficiar os clientes durante o ano todo e principalmente na época das colheitas. A empresa prevê a contratação de novos funcionários para a operação do depósito, denominado Cargill-Carleton West Elevator. A divisão de Cacau e Chocolate da Cargill entregou os primeiros certificados UTZ, juntamente com um prêmio de US$ 400 mil, a duas cooperativas agrícolas na Costa do Marfim pela produção sustentável de grãos de cacau. As duas cooperativas contam com aproximadamente 1.600 agricultores, que deverão receber mais da metade do prêmio. O programa de certificação de cacau UTZ é uma parceria entre a Cargill e a organização holandesa Solidaridad. A certificação é uma forma de aprimorar as práticas agrícolas, ambientais e sociais na produção do cacau e beneficiar pequenos agricultores. A certificação das cooperativas marfinenses se deu após dez meses de treinamento intensivo organizado pela Cargill. p e l o m u n d o 18

Entusiasmo e dedicação A história da Cargill é escrita essencialmente por seus funcionários, como o veterano Fábio Marin As empresas de sucesso sabem que seu bem mais precioso são seus profissionais. Por isso, a Cargill investe em funcionários interessados em se desenvolver na empresa e com a empresa. As histórias são comuns à companhia e aos funcionários que seguem a mesma direção. Quem aposta nessa parceria conquista a confiança e constrói uma carreira de sucesso. É o caso de Fábio Marin, 57 anos, há 43 na Cargill e com uma trajetória profissional admirável. Minha história na empresa é marcada pelo pioneirismo. Quando ingressei na Cargill, era apenas um menino, mas algo me dizia que aquela empresa recémchegada ao Brasil ficaria enorme. Um episódio que eu considero um exemplo disso é a expansão da área de açúcar. Antes com dois funcionários, eu e mais um, hoje tem quase 400. Sou um caso raro nos dias de hoje: o sexto funcionário registrado da Cargill no Brasil, meu primeiro e único emprego, desde 4 de setembro de 1967. Entrei aos 14 anos, como office-boy. Trabalhei em vários setores, como administrativo e RH, mas a área com que me identifiquei e na qual investi foi a controladoria. Acumulo 430 fechamentos contábeis (até o início de maio), atividade mensal comum à minha rotina. Com certeza isso é um recorde. Um momento marcante, que mistura certo humor à ousadia profissional e pessoal, foi quando, ainda novato na empresa, recebi um desafio aparentemente simples: buscar o primeiro presidente da Cargill, o americano Jim Wilson, no hotel onde se hospedara com a família, recém-chegados dos Estados Unidos. Detalhe, não fui nem de táxi nem de carro, muito menos de ônibus. Fui a pé. Coisas que só aconteciam naquela época. Mais de quatro décadas depois, posso afirmar que só permaneci na empresa porque me identifiquei com ela e ela comigo. Os valores são os mesmos, corremos sempre para a mesma direção. Não conseguiria ficar em um lugar que não defendesse as mesmas ideias de respeito e honestidade em que acredito. Atuo com uma palavrinha sempre presente entusiasmo. Literalmente, não consigo ficar parado, corro atrás dos resultados. Por isso, há 14 anos, quando o grêmio da empresa estimulou a formação de um grupo de caminhada, que depois virou um grupo de corredores, me apaixonei por essa modalidade. Costumo dizer que todo corredor é boa gente. A atividade integra todo tipo de pessoa, além de ser saudável. Na minha opinião, um dos melhores esportes do mundo. Já participei de 11 São Silvestres e mais de 200 competições entre maratonas e minimaratonas. Fábio Marin p e r s o n a g e n s Da mesma forma que no trabalho, em algumas viagens, em novos projetos ou mesmo em uma atividade rotineira na empresa, sempre me senti participando de uma corrida. Corrida contra o tempo, corrida para superar um obstáculo. E, agora que me preparo para traçar novos rumos, continuarei com essa força, esse entusiasmo. Decidi: vou cruzar a linha de chegada do meu trabalho na Cargill (aposento-me neste ano) e me dedicar à minha outra profissão, a de corredor. Pretendo experimentar maratonas internacionais. As mais desejadas são a de Berlim e a de Nova York. Quem sabe garanto novos pioneirismos para minha lista ou por que não até recordes? 19

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