Seminário A Mulher e a Mídia



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Transcrição:

Para analisar o papel da mulher como produtora de notícia e o tratamento dispensado pela mídia às mulheres, quando elas são a notícia, realizou-se na cidade no Rio de Janeiro, em junho de 2004, o seminário A Mulher e a Mídia. Promovido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), da Presidência da República, com o apoio do Sindicato de Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, o encontro reuniu jornalistas de diversos meios de Comunicação do país e da sociedade civil organizada. Hoje, no Brasil, as mulheres somam mais de 50% da população do país, representam quase a metade da população economicamente ativa, são chefes de 1/3 das famílias e contribuem, significativamente, para o desenvolvimento nacional. No entanto, o seu perfil projetado na mídia ainda não reflete a sua importância no contexto social, cultural e econômico brasileiro. Encontros como A Mulher e a Mídia contribuem para a construção de um outro olhar sobre as desigualdades de gênero.

Fotos: Paulo Azevedo A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e as jornalistas Myriam Leitão, Mônica Waldwogel e Mariza Tavares em entrevista, antes do início do encontro. Fotos: Paulo Azevedo Foto:Paulo Azevedo Realização: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Rio de Janeiro 26 e 27 de junho de 2004 Apoio: Nova Sociedade e Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro

Abertura Fotos: Paulo Azevedo Mesa de Abertura Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República Ministra Nilcéa Freire Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estatégica da Presidência da República Secretário Adjunto Marcus Flora Senado Federal Senadora Serys Slhessarenko Federação Nacional de Jornalistas Presidenta Beth Costa Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro Presidente Nacif Elias

Painel 1: A Mulher e o Fato a mulher como produtora de notícia. A percepção e o reconhecimento de seu papel como definidora de conteúdo de informação. Por Laura Grenhalgh, Mariza Tavares, Mônica Waldwogel e Myriam Leitão. Laura Greenhalgh O Estado de S. Paulo Nunca é pouco relembrar a importância que a mulher teve no processo de redemocratização no Brasil. Isso é fato e isso é história. Acho que na questão a mulher e a mídia a diferença faz a diferença. Eu não sou contra o discurso da igualdade, mas sou muito a favor do discurso do respeito às diferenças. As mulheres comunicadoras podem exercer papel fundamental na construção de novas identidades culturais, promovendo uma revolução das mentalidades.

Mariza Tavares Sistema Globo de Rádio A mulher é capaz de compor e de costurar porque está acostumada a isso desde pequena. Não é à toa que os especialistas em administração acham que a mulher é o grande trunfo das empresas, de agora em diante. Por causa dessa capacidade de ouvir, de costurar, de fazer conexões. Vou gostar muito do dia em que a gente não tiver que noticiar que foi a primeira mulher a chefiar alguma coisa. Vou ficar muito feliz quando não formos mais exceção e sim a regra. Mônica Waldwogel GNT / SBT A grande dificuldade que as mulheres têm para lidar com os novos postos que assume é que, lá no fundo, é como se elas não tivessem certeza de que os merecem. A estrutura das empresas, das corporações, não dão às mulheres um espaço de segurança e tranqüilidade para que elas digam: eu mereço, estou aqui e vou exercer este posto com as qualidades que eu tenho.

Myriam Leitão O Globo / Multimídia A mulher puxa a sociedade como um todo... todos os bons indicadores de uma sociedade nascem da educação da mulher. A educação da mulher é fundamental. Quando você tem mudança na educação e não a tem na renda, é porque você está diante de uma desigualdade durável. As mulheres brasileiras têm maior escolaridade, menor salário, menor poder em toda a estrutura de comando e sofrem mais barreira para a ascensão profissional. A idéia de que esse problema já foi superado é uma das formas de manter o problema.

Painel 2: A Mulher é o Fato a representação que a mídia e a publicidade imprimem à imagem da mulher. A urgência em romper preconceitos e estereótipos. Por Fátima Jordão, Angélica Basthi, Daniela Chiaretti e Fátima Bernardes. Foto Moara Menezes Angélica Basthi Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro A mídia está, infelizmente, ainda estimulando os estereótipos e preconceitos em relação à imagem da mulher. Há 500 anos, mulheres negras são duplamente discriminadas: por serem mulheres e por serem negras. A mesma problemática pode ser pontuada para a mulher indígena. O novo desafio da mulher na mídia é manter a prática do rompimento diário dos estereótipos de gênero, sem perder a perspectiva da diversidade racial e cultural brasileira.

Fátima Jordão Instituto Patrícia Galvão A família não é aquela família composta com os membros tradicionais. Hoje, as famílias têm vários formatos e no Caderno da Família aparece, ainda, aquela que praticamente não se configura mais em uma parcela importante dos lares. Nas organizações de bairros, nas associações de mulheres, nas organizações não-governamentais, nas associações de meio ambiente predominam as mulheres. Vamos nos perguntar se essa cobertura de poder é uma cobertura igualitária e simétrica entre homens e mulheres. Não, não é. E acrescente-se o número das reclamações com relação à configuração e à forma como as mulheres são tratadas na publicidade.

Fátima Bernardes TV Globo Quando ela vai procurar aquela notícia, ela não está querendo ver uma briga de poder. Ela está querendo ver de que forma aquilo vai afetar a vida dela, de que forma a vida dela muda com aquela notícia....porque essa mulher não quer mais isso de oferta, o que ela quer é se informar, se capacitar, quer se sentir inserida socialmente, mesmo que ela esteja em casa à tarde. A gente tem que se apresentar mais, aparecer mais, sugerir mais, estar mais à frente. A gente ainda tem receio de dar esse passo, de se expor, de se apresentar.

Daniele Chiaretti Revista Marie Claire Tem um retorno interessante quando você tenta quebrar tabus, quebrar paradigmas. Nem sempre dá certo, mas acho que esse espaço está sendo conquistado cada vez mais, com toda as dificuldades que possam existir. Das pessoas preocupadas com o consumo consciente, com preocupações ambientais, com justiça social, com espiritualidade, com tudo de bom, 65% são mulheres. Embora seja muito difícil, embora sistemas concorram com temas mais medíocres ou mais fúteis e que as matérias de comportamento de revistas femininas, dificilmente, consigam quebrar os tabus, eu acho que devagar as coisas estão mudando.

Painel 3: Re-formando a Opinião. A qualidade da informação e a construção de uma abordagem com pluralidade de gênero. Por Laura Capriglione, Márcia Flausino, Cristina Carvalho Pinto e Nilza Iraci. Foto Moara Menezes Márcia Flausino Universidade de Brasília A mídia está todo o tempo construindo a nossa identidade. Existe, na verdade, um verdadeiro loteamento mercadológico do corpo feminino. Você está imbuído de um espírito ou de uma autoimagem que não é necessariamente a sua.... a gente tem que sair daqui e na frente da primeira banca que passar, olhar essas revistas com olhar mais crítico, de quem pode produzir uma imagem diferente da mulher que é o que todas nós merecemos.

Laura Capriglione Folha de S. Paulo Essa coisa da norma da beleza, de culto do corpo, do corpo obrigatório, de não sei o que lá, é um discurso. Existe mesmo e precisa ser criticado, deve ser criticado. Está na hora da gente pensar se nós estamos nos comunicando corretamente.

Rosane Borges Geledés... eu não desconsidero que o jornalismo seja revestido de um poder. O grande poder do jornalismo está no nomear. Você não forma opinião se você não manipula os códigos e as leis internas, próprias da mídia, do jornal. É possível falar de mulher de outra forma, é possível falar de mulher negra de outra forma, é possível falar de criança e de adolescente de outra forma.

Painel 4: Agenda Mulher. Por Daniela Falcão, Joseti Marques, Jacira Melo, e Alzira Rufino. Foto Paulo Azevedo Daniela Falcão Revista TPM O mercado publicitário tinha uma falsa premissa - que persiste até os dias de hoje - de que a mulher não compra revista que tem homem. De que a mulher quer se ver na capa e então compra revista que tem mulher. Acho que as revistas femininas, em geral, podem ajudar a construir essa imagem da mulher de uma forma melhor.

Joseti Marques Associação Brasileira de Imprensa É no discurso que se concretiza a ideologia seja ela qual for e, principalmente, as ideologias de uma elite que marcam a sua presença, consolidam seu lugar e o processo de exclusão. Partindo da idéia de que a materialidade específica da ideologia é o discurso, a observação crítica do discurso jornalístico sobre a mulher e da mulher jornalista sobre seu contexto poderá representar um importante passo na possibilidade de mudança. Considero necessária a permanente reflexão sobre a produção jornalística, sobre a formação dos jornalistas e, ainda, a permanente mobilização em torno de questões que afetam a nossa condição no mundo como seres humanos.

Jacira Melo Instituto Patrícia Galvão Nós somos muito importantes para o Jornal Nacional continuar sendo campeão de audiência.quando se pensa nessa audiência, significa dizer que essa participação relevante coloca as mulheres como preocupação estratégica desses meios. A publicidade é um meio que tem usado e abusado da imagem da mulher. O nosso tema está pautado em todas as tardes. Se nós ligarmos a televisão, todo o dia à tarde, ele está lá. Mas, pautado de forma a reforçar os estereótipos e os preconceitos. É muito importante sabermos que a população tem uma visão crítica da programação de TV e tem uma visão crítica da imagem que é transmitida da mulher.

Alzira Rufino Revista Eparrêi Como estamos nós, mulheres negras, nesse papel de mulheres que fazem a notícia e de mulheres que fazem os fatos? Não estamos mais aqui para criar os fatos nos três dias de carnaval. Nós estamos aqui para fazer os fatos como mulheres que pensam, como mulheres que produzem e como mulheres que querem contar a sua real história e a história de suas antepassadas. A imprensa é racista, machista, preconceituosa e desrespeitosa com as mulheres. Nós estamos em meio a um processo que não aceitamos mais como mulheres negras, como mulheres, que é o processo do bundalismo. Eu acho que está na hora de nós, mulheres negras, contarmos a nossa história, contarmos as nossas diferenças, contarmos aquilo que nos machuca dentro desse processo e dentro deste planeta. Acreditamos que informar é ferramenta fundamental para construir.

Encerramento Fotos: Paulo Azevedo Mesa de Encerramento Secretária Adjunta da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Maria Laura Sales Pinheiro Subsecretária de Planejamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Ângela Fontes Coordenadora de Comunicação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - Lourdinha Antonioli Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro - Yara Cruz Finalização dos trabalhos. Oficina Além de 4 painéis de debates, aconteceu uma Oficina que elaborou propostas no sentido de estimular a mídia a pautar as desigualdades sociais e as questões de gênero sem preconceito ou estereótipos. Propostas do grupo: Promover seminários regulares sobre A Mulher e a Mídia; Produzir uma cartilha para ser distribuída nas redações. Ela deverá conter datas relevantes da agenda feminista, conceitos que traduzam as especificidades das questões de gênero e a relação de ONGs e órgãos que trabalham com tais temáticas; Explorar o potencial de mobilização das redes de informação, como a internet, para divulgar as atividades e reivindicações dos movimentos feministas e de mulheres;

Estimular a sociedade civil a provocar a atenção da mídia para as pautas da mulher. Incentivar a criação de espaços para discussões sobre gênero, raça e etnia nos cursos de graduação de Comunicação Social. Estratégias de Comunicação e Marketing de Gênero: Capacitar as equipes das ONGs para o trabalho de assessoria de imprensa no sentido de melhor identificar a notícia relevante e atraente para mídia; Promover ações que incentivem a cobertura da mídia em questões de gênero. Essa estratégia deve ser realizada por meio da articulação entre o movimento feminista e de mulheres, as organizações não-governamentais e a sociedade civil. Foi apontada como exemplo a articulação do movimento de gays, lésbicas e transgêneros, que ganhou visibilidade mundial pela luta contra o preconceito e em defesa de seus direitos; Criar uma rede de notícias/informações especializada nas questões de gênero. Um exemplo de sucesso citado foi o da ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância); Estreitar a relação com os Sindicatos e com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Mobilizar as mulheres jornalistas para a compreensão das questões de gênero; Apoiar e comprar publicações que abordam as questões de gênero de forma ética e não preconceituosa, bem como repudiar aquelas que têm abordagem equivocada e preconceituosa, por meio do envio de cartas, e-mails e telefonemas para as redações.