Que a referida Nota Técnica é composta por seis anexos, totalizando 271 páginas de denso conteúdo técnico;



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São Paulo, 25 de Julho de 2003. Ilmo. Sr. José Mario Miranda Abdo MD Comissário Geral da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL Brasília - DF Senhor Comissário, O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas, entidade de primeiro grau representativa dos trabalhadores energéticos do estado de São Paulo, e o Sindicato dos Energéticos do Estado de São Paulo-Sinergia CUT, localizados à Rua Dr. Quirino 1511, Centro, Campinas, telefone (19) 3739-4600, endereço eletrônicosecretariageral@sinergiaspcut.org.br, site Considerando: Que o setor elétrico brasileiro vive um momento conjuntural de grande turbulência diante: do elevado endividamento das empresas; da necessidade de intervenção do governo federal em algumas empresas; da queda do consumo de energia elétrica; do anúncio por parte do Ministério de Minas e Energia, de um novo modelo do setor. Que a referida Nota Técnica é composta por seis anexos, totalizando 271 páginas de denso conteúdo técnico; Que o prazo limite para apresentação de contribuições é o dia 25 de Julho, ou seja, um prazo muito curto para que a sociedade, através de seus interessados, analise e proponham mudanças visando sua melhoria; Que o sindicato, representando os trabalhadores do setor elétrico, é um importante ator social do complexo modelo energético brasileiro;

Onde o Sinergia CUT conclui: Estamos diante de uma tarefa quase impossível diante da complexidade do assunto e do pouco tempo para se manifestar, apesar de ser um dos maiores interessados nessa discussão, Mesmo assim, fruto de num grande esforço do seu coletivo de dirigentes, apresenta as seguintes Contribuições: A referida Nota Técnica se traduz num documento rico em informações, em conceitos e resgata, de forma pontual, o arcabouço legal vigente referente ao setor elétrico. O que nos chama atenção é a complexidade do conjunto de Leis, Decretos, Resoluções, Portarias e Medidas Provisórias implementados no decorrer dos últimos anos para disciplinar tal política no país. A Aneel a todo o momento procura preservar a sua área de competência. Porém não mantém essa mesma fidelidade quando estabelece o Risco País na composição da tarifa. : A tarifa é composta pela parcela A e Parcela B. Aneel descreve que os custos não gerenciáveis da Parcela A são aqueles cujo montante escapam à vontade ou influência da concessionária, como a energia adquirida, os custos de transmissão e os encargos setoriais. Alega, também, que esses custos são determinados pela política de governo, não podendo nada fazer para que os mesmos sejam revistos. Os custos relacionados aos encargos setoriais são: Conta de Consumo de Combustível CCC (Valor definido - Resolução Aneel 039/30/01/2003); Reserva Global de Reversão RGR ( Valor definido no Despacho SFF/Aneel 172/26/03/2002); Reserva Global de Reversão RGR Ajuste; Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica TFSEE (o que a Aneel recebe para desenvolver sua atividade reguladora); Operador Nacional do Sistema ONS; Rede Básica -; Conexão; Transporte Itaipu (Valor da tarifa de transporte de Itaipu definido - Resolução Aneel 358 28/06/2002 e sobre montantes de potência definidos pelo Fax SRG/Aneel 005 22/01/2002);

Conta de Desenvolvimento Energético CDE (Valor definido/resolução Aneel 042 31/01/2003). Apesar de compor a parcela B, as despesas de PIS e Cofins também escapam à vontade ou influência da concessionária Estamos diante de uma situação complexa. A Aneel se intitula defensora do consumidor mas nada pode fazer para reduzir a carga desses encargos na composição tarifária, pois isso não é da sua alçada. Observem que, ao contrário do que diz, a Aneel determina que se adote para o custo de capital próprio o método CAPM Capital Assets Pricing Model - que busca identificar a percepção do mercado sobre os verdadeiros riscos do setor conforme descrito na página 24 (parágrafo 84) da Nota Técnica. O prêmio de risco país para a Elektro foi calculado em 4,08%. De repente, a Aneel passa a ter o poder de gerir sobre indicadores que a princípio nos parece ser da alçada da política de governo, extrapolando seu papel de reguladora. Observem que o Índice Risco País é quase o mesmo que a Elektro gasta com pessoal, com o trabalhador, o maior responsável pela qualidade e manutenção da atividade fim da empresa que é a de distribuir energia elétrica em sua área de concessão. Por outro lado o custo com pessoal é baixo comparados aos demais custos que compõe a tarifa, considerando a complexidade da atividade de uma concessionária de distribuição de energia, o estado de São Paulo geograficamente extenso e populoso e o compromisso de oferecer energia com qualidade e segurança para um consumidor cativo. Por isso somos contra a adoção do Risco País para o custo de capital próprio para esta Revisão Tarifária, já que estamos vivendo um momento de controle de inflação, arrocho, recessão, com queda acentuada no consumo de energia Outra novidade constatada nesta Revisão Tarifária diz respeito a Empresa de Referência. Ao desenvolver seu método para desenhar essa empresa de referência, nos parece que novamente a Aneel extrapola seu papel de reguladora intervindo na gestão das empresas, embora negue está propondo terceirizações que afrontam diretamente a qualidade dos serviços, a saúde e segurança dos trabalhadores e dos consumidores.

A Aneel demonstrou profunda ignorância com relação às questões que envolvem as relações capitais e trabalho ao desconsiderar: Que a Elektro foi constituída me um momento de pré-privatização portanto já nasceu como empresa de referencia. A história da classe trabalhadora e suas conquistas no decorrer dos anos; Os Acordos Coletivos de Trabalho; As ações judiciais referentes aos processos de trabalho utilizados nas empresas de energia elétrica; Preferiu tratar essas questões como heranças do passado ignorando, na Empresa de Referência, as relações sindicais e inerentes da relação Capital x Trabalho. Dessa forma, extrapolou seu papel de reguladora avançando em direção a outras esferas institucionais e legais como por exemplo: Constituição Federal 1988, CLT Consolidação das Leis do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho. Não podemos concorda com esse desencontro de orientações dentro do governo Lula pois: Se o governo se prima em afirmar que cumprirá todos os contratos, não pode uma Agência Reguladora desconsiderar os contratos de trabalho anteriormente estabelecidos entre as partes e, muito menos, transgredir a legislação trabalhista, Normas Técnicas de Medicina e Segurança, dentre outras. Também está na contramão da história a Agência Reguladora que propõe como solução para redução de custos, a terceirização. Flagrante desrespeito aos programas do governo de geração de emprego e melhor distribuição de renda. A terceirização se apresenta como redutor de custos por remunerar mal seus trabalhadores, não investir em treinamentos e equipamentos de segurança, utilizar-se de alta rotatividade de mão de obra, etc. A metodologia adotada pela Aneel parte do pressuposto que a Elektro deve ser incentivada a competir com uma Empresa Distribuidora de Referência (ER), hipotùtica e atraente. Ao se esforçar para construir essa empresa a Aneel comete equívoco. A Empresa de Referência é projetada como um operador entrante no mercado, ou seja, parte do zero para se constituir. Não trazendo consigo compromissos, estruturas e instalações adquiridas no processo de privatização, por exemplo. Essa Empresa (virtual) não corresponde à empresa real existente, que desde que foi privatizada já reduziu postos de trabalho e vendeu imóveis;

Desconsidera os Acordos Coletivos vigentes na empresa real; Ignora a Constituição Federal ao estabelecer a jornada de 48hs, sendo que a praticada pela empresa real é de 40hs semanais; Desconsidera os turnos praticados de 6hs e 4hs no Call Center; Na empresa real a utilização dos veículos é ininterrupta, havendo revezamento dos trabalhadores que os utilizam; Acordo Coletivo de Trabalho A Aneel não considerou o Acordo assinado em 17/07/02, com vigência até 31/05/05, nos seguintes termos: Piso salarial proposto pela Aoeel R$ 471 quando o ACT estabelece R$ 570. Sugerimos ser aplicado Plano de Cargos e Salários (PCS) elaborado pela Elektro em julho de 2002. Gratificação de Férias: a adotada pela Aneel é de um terço do salário previsto em lei (CLT). O ACT prevê um valor de R$ 928,72 mais 40% da resultante da diferença deste valor e o salário do trabalhador. PLR: está previsto na cláusula 4ª do ACT, o pagamento da PLR. A lei 10.101, de 19/12/01, prevê a concessão da PLR negociada entre as partes (empresa e sindicato). Fica evidente que a não consideração da Aneel a esse item sugere a exclusão automática do benefício, tendo em vista que a previsão nos balan os das empresas é de prejuízo pelos próximos anos. Adicional por Tempo de Servi o (ATS): para os trabalhadores da Elektro esse benefício foi congelado em 2000. A partir daí, não mais foi concedido aos novos contratados. Portanto, entende-se que se a Aneel não rever sua proposta, os trabalhadores perderão o benefício. Vale ressaltar também que mesmo tendo sido congelado em 2000 esse valor é considerado para todos os efeitos como remuneração do trabalhador. Eletricista Isolado O Sinergia CUT conquistou judicialmente a impossibilidade da CPFL utilizar um único trabalhador nas atividades em energia elétrica. (Processo TRT 15ª Região nº 33.044/2000 ROS - 4.) Na Empresa de Referência, para os escritórios de atendimento tipo 4 e 5, a Aneel sugere a utilização de apenas um eletricista, entendendo-se assim, que o mesmo trabalhará de forma isolada não cumprindo a decisão judicial.

Observa-se também na Empresa de Referência, a não inclusão de recursos para programas de saúde e segurança no trabalho praticado pela empresa, como também o treinamento de seus profissionais. Apesar da Empresa de Referência, como o próprio nome diz, ser apenas de referência, ao fazer parte de uma metodologia de custos ela e não expressar a real situação de uma empresa verdadeira, induz as concessionárias a aplicar esse modelo proposto pela Aneel, uma vez que custos extras com estrutura diferentes à essa, deverão ser arcados pelas próprias concessionária. Para contribuir com esse debate, sugerimos à Aneel a análise dos seguintes dados: Ano Elektro Reajuste Salarial x Piso Salarial 1998-2002 Reajustes Salariais (%) Reajustes Inflacionários (IGP-M) Piso Salarial (R$) 1998 3,12 4,95 515,60 1999 1,00 8,08 521,60 2000 6,00 13,88 530,00 2001 6,00 (1) 11,04 600,00 2002 6,60 (2) 8,88 650,00 Total 24,75 105,39 (3) 1.058,99 (4) Nota: (1) Reajuste de 6% até R$ 1.250,00; reajuste de R$ 75,00 para as seguintes faixas salariais: de R$ 1.250,00 a R$ 5.000,00 (2) 1 abono salarial de R$ 200,00 (3) A inflação foi acumulada até maio de 2.003; (4) Piso salarial de 1.998 reajustado pelo acumulado do IGP-M Fonte: Acordo Coletivo e Banco de Dados. Elaboração: Sinergia-CUT, Departamento de Novas Tecnologias Elektro Despesa com pessoal x Receita Operacional Bruta ELEKTRO 1998 1999 2000 2001 2002 Variação (%) N o de empregados 2.757 2.480 2.254 2.222 2.217-19,6 Despesas com Pessoal (R$ milhares) (68.021) (144.381) (110.930) (101.352) (98.410) 44,7 Resultado do Serviço (R$ milhares) 92.707 76.482 107.634 275.015 137.343 48,1 Receita Operacional Bruta (R$ milhares) 672.711 1.301.942 1.620.121 2.014.537 1.991.291 196,0 Fonte: Balanço Contábil Elaboração: Sinergia-CUT, Departamento de Novas Tecnologias

Diante do exposto propomos: Um amplo debate sobre a Empresa de Referência visando a real definição de atividade fim, quadro próprio, quadro mínimo, gasto com pessoal, com treinamento, etc. Um amplo debate sobre a composição tarifária, componentes que devem ser revistos da Parcela A; Que as relações capital-trabalho sejam respeitadas e seus contratos sejam honrados; Que a Aneel reveja a metodologia de Audiência Pública visando garantir a participação da sociedade e considerando suas contribuições para a melhoria dos serviços; Que o sindicato, enquanto órgão representativo da classe trabalhadora, seja consultado e tenha garantido seu direito de debater e opinar sobre a regulação do setor, desde a sua elaboração; Atenciosamente, Djalma de Oliveira Presidente do Sinergia CUT Wilson Marques de Almeida Presidente do Sindicato dos Eletricitários de Campinas