Tales Freire, Bradesco: Bom dia a todos. Eu sei que a Companhia é bastante criteriosa para definir algum tipo de despesa como não recorrente, mas observando o resultado, vimos que outras despesas operacionais totalizaram R$28 milhões no 4T. Vocês citaram que teve um evento que impactou em R$7 milhões, mas mesmo fazendo esse ajuste, a conta outras despesas operacionais ficaria próxima de R$20 milhões, que é um patamar ainda bem acima do nível apresentado nos trimestres anteriores. Teria algum tipo de despesa que seria pontual e que, dependendo, poderia até ser considerada como não recorrente? Essa é minha primeira pergunta. Bom dia, Tales. Primeiro, eu peço desculpas, estava com a qualidade do meu áudio um pouco ruim, nós trocamos de aparelho. Como você colocou, nós somos muito criteriosos nessa questão. Eu evito chamar de não recorrente. Na questão do longo prazo, obviamente que temos que considerar qualquer ajuste que porventura surja. Nós realmente chamamos a atenção desses R$7 milhões, que foram relevantes, foram ajustes de contingência, principalmente no ativo, no sentido de depósitos judiciais que se referem a bastante tempo no passado. Ajustando esse número, fizemos um pouco acima de R$100 milhões de EBITDA, que era bastante próximo do que imaginávamos. Vínhamos sinalizando que o EBITDA que tínhamos performado no 3T não é recorrente, nós não veremos 13%, 14% de margem de uma forma sustentável quando olhamos, por exemplo, o resultado anual. Mas eu concordo com você que, mesmo fazendo essa correção dos R$7 milhões, nós teríamos feito 11,3%, e eu acredito que é o que veremos ao longo de 2013, por volta de 11%, 12%, é o EBITDA recorrente da Empresa. Há coisas nesse trimestre? Sim. Sempre tem um ajuste, foi um trimestre que nós começamos a fazer alguns investimentos de treinamento de gente para crescer no 3T, coisa que nós não havíamos feito muito no 3T12. Vimos um aquecimento no final de ano, tanto em clientes na área de telecom como clientes na área de finanças, isso acabou impactando. Mas o mais importante é que veremos, talvez, um EBITDA talvez um pouco mais flat em 2013. Não terá aquelas grandes oscilações que aconteceram em 2012, quando teve aumento do mínimo, um período longo até ter o reajuste dos clientes. Acho que veremos alguma coisa um pouco mais flat em 2013. Quando você fala flat, seria no patamar de margem EBITDA ao longo do ano, não terá tanta oscilação. Seria referente a trimestre? 1
Exatamente. A grande diferença é que vimos em relação a 2012 neste início de ano foi que no ano passado houve um aumento do salário mínimo de 14% e grandes clientes acabaram tendo reajuste em maio, agosto. Da mesma forma, quando tinha um reajuste no 3T, nós performamos 13%, e fizemos 7% no 1T12. Neste ano, o reajuste já foi menor, foi na faixa de 8% do salário mínimo, e em boa parte dos nossos contratos, o reajuste agora está casado no mesmo mês de aumento do mínimo. Em janeiro nós reajustamos acima de metade dos nossos contratos. Ainda terá um impacto, mas muito menor do que foi 2012. O EBITDA não vai oscilar tanto em termos percentuais ao longo do ano como foi 2012. Mas o meu ponto seria o seguinte: essas outras despesas operacionais, mesmo fazendo esse ajuste de R$7 milhões, estão rodando em um patamar ainda muito acima dos trimestres anteriores. Há coisas que podem não acontecer. Teve uma contingência um pouco mais elevada, que pode continuar ou não, essa questão que estamos enfrentando sobre questionamentos de terceirização; ali também é impactado por algumas rescisões de contrato, multas, por exemplo, de performance em relação aos clientes, que podem se repetir, mas concordo com você que não é usual. Nós podemos ver em alguns trimestres ao longo do ano que vem, essa despesa em especial, com certeza mais baixa do que vimos no 4T. Entendi. Perfeito. Minha segunda pergunta seria em relação à operação de trade marketing e de TI, o crescimento no trimestre foi fraco, mas principalmente porque a base comparativa era muito forte. Eu gostaria de saber de vocês o que podemos esperar para 2013. Seria um crescimento de dois dígitos? Qual seria a taxa de crescimento que vocês esperam para essas duas operações? Contax: Bom dia, Tales. Obrigado pela pergunta. Simples e direto na resposta, as duas atividades, TI e trade marketing, têm apresentado taxas de crescimento superiores à média do Grupo Contax, e em nossa análise, para os próximos dois anos a tendência é a mesma, é manter, como você já sugeriu, taxas de crescimento de dois dígitos nessas atividades, puxando a média de crescimento do Grupo para cima. 2
E o fato de o volume de eliminações ter caído sugere que a parte de TI, os serviços prestados fora do Grupo Contax, apesar dessa queda de 16,5% ano a ano, pode ter crescido? Contax: Nós podemos te antecipar que essa geração de receita fora do Grupo realmente ainda cresce acima da média da própria TI. Nós realmente estamos criando um stream de serviços para fora do Grupo no braço de TI cada dia mais relevante no nosso mix. Entendi. Tem como vocês falarem um breakdown de TI, o que seria fora do Grupo e dentro do Grupo, só para termos uma ideia? Você pode extrapolar que a eliminação que nós reportamos em nosso press é praticamente toda de TI. Perfeito. Obrigado. Daniel Federle, Banco Credit Suisse: Bom dia a todos. Minha primeira pergunta é com relação à margem. Se fizermos uma conta simples, excluindo os benefícios do Brasil Maior, chegaríamos a uma margem em 2012 que não seria melhor do que a margem de 2011. Temos visto que vocês têm anunciado ganho de produtividade. Então, poderíamos considerar que vocês tiveram ganho de produtividade durante o ano de 2012, porém não conseguiram repassar todo o aumento do salário mínimo que ocorreu no começo do ano? Se isso é verdade, qual é o grau de confiança de conseguir repassar o salário mínimo daqui para frente, com os novos contratos que vocês fizeram? A segunda pergunta é com relação a crescimento de contact center Brasil. Eu entendo que o nível do 3T realmente foi bem elevado, porém, quando nós comparamos mesmo com o 2T12, vemos que não teve crescimento nessa linha de contact center. O contact center Brasil está crescendo, é esperado que cresça? O que vocês veem para essa linha de receita? Obrigado. Obrigado, Daniel. Eu relação ao seu primeiro ponto, não temos dúvida dos ganhos de produtividade que estamos obtendo. Um sinal disso foi o crescimento da receita que conseguimos ver em 2012, quase 16%, e uma redução no número de colaboradores, de 3
116.000 107.000, a ponta contra ponta do ano. É claro que não é número médio, mas já dá um pouco dessa questão. Nós estamos fazendo os investimentos na parte de NGR, achamos que isso é importante não só para ganhar produtividade, mas principalmente qualidade no atendimento, no sentido de a pessoa que está ligando ter a informação mais rápida e mais assertiva. A questão que você coloca, do Brasil Maior, nós sabemos que dinheiro não é carimbado, essa questão do Brasil Maior obviamente impacta a questão do reajuste de preço, principalmente quando estamos falando de 2012, que teve aquele aumento muito substancial de 14% em janeiro e ficou algum período sem reajuste. Vínhamos de uma margem comprimida em 2011; ou seja, o Brasil Maior ajudou a recompor, junto com negociações de preço. Em 2013, o que nós vimos até agora em janeiro, e acho que vale para o nosso setor, mas mesmo outros que tiveram desoneração, é que as pessoas entenderam que 2012 foi um cenário de ajuste, tanto pelo aumento como pela desoneração, e verão agora repasses. O que estamos buscando, e até agora tendo êxito, é repassar em nossos preços o aumento de custo. Não quer dizer que um pedaço do ganho de produtividade não será dividido com o cliente, é natural que dividamos, mas nós passamos e vamos ver isso em 2013, até na questão que mudamos data base de contrato etc. Isso impactou o call center Brasil no ano de 2011 em termos de crescimento, sim. Vocês se lembram que descontinuamos algumas operações que nós acreditávamos que não tinham rentabilidade; que mesmo fazendo um trabalho correto e bem feito, não atingiam a rentabilidade econômica necessária, então limpamos a carteira. Nós achamos que esse cenário pode ser um pouco diferente em 2013. Como eu comentei, começamos a ver no final do ano crescimento, tanto na parte de Telecom, talvez por demanda de telefonia móvel, banda larga, mais de um cliente aumentando volumes que tinha contratado conosco, e mesmo no setor financeiro vemos possibilidade de conquista de novos clientes. Então, vemos em 2013 um potencial de crescimento no call center Brasil que sem dúvida alguma é muito importante. O ano de 2012 foi muito mais de rentabilizar. Nós fizemos os freios de arrumação necessários, a limpeza de carteira; foi um clean up que fizemos, efetivamente, mas para 2013 é importante voltarmos a colocar crescimento no nosso negócio, com rentabilidade, e é isso que nós estamos buscando. Daniel Federle: Obrigado. Operadora: Não havendo mais perguntas, eu gostaria de passar a palavra ao Sr. Marco Schroeder para as suas considerações finais. Por favor, Sr. Marco, pode prosseguir. 4
Mais uma vez, queria agradecer a participação dos senhores em nossa audioconferência. Eu aproveito para reiterar que toda a nossa equipe de Relações com Investidores se encontra à disposição para esclarecer qualquer dúvida adicional. Não hesite em nos contatar, e um bom dia a todos. Abraços. Operadora: Obrigada. A audioconferência da Contax está encerrada. Agradecemos a participação de todos e tenham um bom dia. Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de Relações com Investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição. 5