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Nos últimos anos, a violência no Brasil tem atingido níveis assustadores, chegando a um verdadeiro confronto entre governo, polícia e bandido. O filme Tropa de elite, do cineasta José Padilha, por exemplo, parece refletir esse Brasil de hoje, na medida em que acentua o desrespeito à vida e à dignidade da pessoa. É recomendável que, na elaboração de seu texto, ou você argumente e defenda um ponto de vista, ou crie uma história em que estejam demarcados os elementos da narrativa: tempo, espaço, ação, foco narrativo e personagens. Com base nesse contexto, elabore um texto dissertativo que enfoque o tema: A desmistificação da figura do bandido: possibilidade de reinstauração da ordem no país? Para a elaboração do texto narrativo, crie uma história em que o personagem principal assume o perfil de um Robin Hood desmistificado para os dias atuais. Para isso você deve se apoiar, obrigatoriamente, nas idéias contidas na coletânea abaixo, bem como se valer de seus conhecimentos adquiridos ao longo da sua formação. Texto 1 Agora o bicho vai pegar!!! Tô chegando de bicho, Tô chegando e é de bicho Pode parar com essa história de se fazer de difícil Que eu tô chegando, tô chegando e é de bicho Pode parar com essa marra, pode parando tudo isso Num dá bobeira não Cê tá na minha mão, segunda - feira é só história pra contar Não vem cum idéia não Não quero confusão Mas vamo junto que hoje o bicho vai pegar (Refrão)2X Chegou a Tropa de Elite, osso duro de roer Pega um pega geral, e também vai pegar você Tropa de Elite, osso duro de roer Pega um pega geral, e também vai pegar você Chega pra lá, chega pra lá Tô chegando e vou passar Cheguei de repente, vai ser diferente Sai da minha frente Sai da minha frente meu irmão, não Não vem com isso não Tô chegando é de ladrão Porque quando eu pego eu levo na mão Não mando recado vou na contramão Num dá bobeira não Cê tá na minha mão, segunda - feira é só história pra contar Não vem cum idéia não Não quero confusão Mas vamo junto que hoje o bicho vai pegar Trecho da trilha sonora do filme Tropa de Elite Texto 2 O dever é de todos Um dos temas mais abordados pela mídia é a violência. Sabemos que esse não é um fato novo em nossa sociedade, mas talvez por estar ameaçando as classes média e baixa, como a alta. No Brasil, cuja distância entre o rico e o pobre é uma das mais altas do mundo, esse problema torna-se cada vez maior. Percebe-se que não existe uma só forma de violência nas múltiplas formas que devem ser contextualizadas, para não se afirmar de forma simplista que a pobreza aumenta a violência. Folha de S.Paulo, São Paulo, 20 fev. 2002. Fovest Texto 3 O filme é excelente. A abordagem de VEJA, idem. Mas preocupa-me o fato de que certas questões suscitadas pela obra sejam tratadas pela sociedade com tão forte maniqueísmo. Concordo que o tráfico existe porque há quem compre as drogas. Isso não impede, contudo, que se enxerguem no tratamento dos usuários e na descriminalização da venda de entorpecentes, se feita de forma gradual e cuidadosa, as alternativas mais viáveis para combater o crime organizado. Também não deslegitima a idéia de que, em parte, a criminalidade tem suas raízes em nossa forte desigualdade social (embora, frise-se, nada a justifique). A truculência policial, que não é apresentada de forma condescendente pelo filme, jamais pode ser vista como solução. Leandro Coelho de Carvalho Defensor público e professor em Minas Gerais Alfenas, MG Carta do leitor, Revista Veja edição 2031, ano 40 nº 42, de 24/10/2007. Página 1
Texto 4 In: DISCINI, Norma. Comunicação nos textos. São Paulo, Contexto, 2005. Texto 5 Refrão do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) Revista Superinteressante edição 245 nov./2007 Texto 6 Em Tropa de Elite, essa moral comum às utopias messiânicas dá lugar à mais desoladora desistência. Policiais corruptos ou justiceiros, marginais e estudantes usuários de drogas ilegais não sabem o que buscar, exceto sobreviver hoje e amanhã. Agem como sonâmbulos presos num pesadelo. Tudo que importa é abolir o tráfico ou manter o tráfico. Nenhum dos personagens parece sentir-se exilado, pois o deserto ético transformou-se no último horizonte de suas existências. No que dizem, palavras como violência e paz, justiça e injustiça, autoridade e obediência, soam vazias e apenas fazem eco a sentimentos de vingança, ressentimento, culpa ou autopunição. Criaturas supérfluas em um mundo supérfluo. Tropa de Elite poderia ser grafado no plural, sem perda de conteúdo. Na verdade, as supostas elites retratadas no filme são duas: a policial e a universitária. O detalhe nada tem de irrelevante. Nele se repete um dos mais lastimáveis fenômenos da cultura brasileira, qual seja, a recalcitrante incapacidade de nossa autodeclarada elite de agir, de fato, como uma legítima elite. Elite - faça-se justiça à tradição lingüística - é o conjunto dos melhores. E os melhores, no credo democrático-humanitário, são os que mais contribuem para fortalecer os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Ora, a pretensa elite nacional jamais se conduziu segundo esses princípios, donde a relação promíscua que sempre manteve com o que a polícia pode ter de mais abusivo e imoral. Jornal O Estado de São Paulo de 07/10/2007 Texto 7 Finalmente um filme que mostra um Brasil com a verdadeira cara do Brasil. Bandidos sem a mística de Robin Hood. Luíz Fernando Marques da Silva Recife, PE Revista Veja edição 2031, ano 40 nº 42, de 24/10/2007 Página 2
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Não assine nem escreva a lápis sua redação. Dê um título a sua redação. R E D A Ç Ã O Página 4