A INCLUSÃO DE SUJEITOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL- CONCEPÇÃO E APLICAÇÃO DO CONTEÚDO DE FUNÇÃO DO 1 o GRAU ACESSÍVEL OU INACESSÍVEL?



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Transcrição:

1 A INCLUSÃO DE SUJEITOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL- CONCEPÇÃO E APLICAÇÃO DO CONTEÚDO DE FUNÇÃO DO 1 o GRAU ACESSÍVEL OU INACESSÍVEL? Arilise Moraes de Almeida Lopes arilise@iff.edu.br Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense IF Fluminense Campus Campos-Centro Núcleo de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância NTEAD Doutoranda em Informática na Educação Campos dos Goytacazes, 30 de abril de 2010 Rio de Janeiro - Brasil Liliana Maria Passerino liliana@cinted.ufrgs.br Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação (PPGIE) e Programa de Pós-Graduação em Educação (PGEDU) Doutora em Informática na Educação Porto Alegre, 30 de abril de 2010 Rio Grande do Sul Brasil Rosa Maria Viccari rosa@inf.ufrgs.br Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação (PPGIE) Doutorado em Engenharia Electrotécnica e Computadores Porto Alegre, 30 de abril de 2010 Rio Grande do Sul Brasil RESUMO Este trabalho apresenta a concepção de um Objeto de Aprendizagem, relativo ao estudo de função polinomial do 1 o grau e os procedimentos para acessibilizá-lo, utilizando o leitor de tela JAWS, sendo aplicado em uma turma do 1 o ano do Ensino Médio, com a presença dois alunos deficientes visuais, buscando apresentar como o aluno com deficiência visual interage com um OA acessibilizado em duas versões (Flash e HTML), uma vez que o processo de construção do conhecimento normalmente ocorre quando utiliza materiais

2 concretos, devido as suas percepções táteis, o que foi comprovado em uma aplicação do OA no laboratório de Informática. PALAVRAS-CHAVES: Acessibilidade, OAs, Deficiência Visual, Matemática. 1. INTRODUÇÃO Diante das possibilidades oferecidas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) é urgente que a escola desempenhe o seu papel de educar para a cidadania e o desafio de integrá-las no cotidiano do universo escolar de forma crítica e consciente. Nesse sentido, Silva et al. (2008), Schwarzelmüller & Ornellas (2006), Ritla (2007) colocam que ter acesso ao uso das TICs não é suficiente para que haja um sistema educacional de qualidade. Há de se refletir sobre formas de vivenciar a construção do conhecimento, apoiada pelo uso das mesmas. Na medida em que materiais pedagógicos digitais podem vir a favorecer os percursos da aprendizagem dos alunos, os Objetos de Aprendizagem (OAs) vêm sendo discutidos por pesquisadores de diversas áreas de ensino (Fernandes et al., 2008; Macedo et al., 2008) como uma alternativa no processo de ensino-aprendizagem em qualquer nível de ensino, possibilitando autonomia, desenvolvimento do pensamento crítico, quando adequadamente trabalhados. No cenário educacional brasileiro, a produção de materiais pedagógicos digitais na forma de OAs tem sido uma boa opção para a apresentação de conceitos e conteúdos de forma mais dinâmica e interativa (Behar et al., 2009, p. 66) e vem sendo promovida pelo governo federal através de políticas púbicas na última década com projeto para a produção de OAs, como: (i) RIVED Rede Interativa Virtual de Educação, que é um

3 programa da Secretaria de Educação a Distância SEED e que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de OAs, (ii) Banco Internacional de Objetos Educacionais que é um repositório criado pelo Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, Rede Latinoamericana de Portais Educacionais - RELPE, Organização dos Estados Ibero-americanos - OEI e que tem o propósito de manter e compartilhar recursos educacionais digitais de livre acesso em diferentes formatos e (iii) InterRed - um repositório de OAs, também de livre acesso, para a educação profissional e tecnológica, tanto presencial quanto à distância interligando bases de conteúdos educacionais de diversas instituições. Além do desafio, em relação ao uso de OAs em projetos educacionais cresce a cada ano o número de pessoas com necessidades especiais (PPNES) incluídas nas escolas e com direitos a uma formação educacional de qualidade e ao uso das TICs. Para Vygotsky (1995, p.161), a educação dos PPNES, em particular deficientes visuais (DV) não deveria se diferenciar da educação em geral, uma vez que os alunos DV, objeto desse estudo, podem atingir o mesmo grau de desenvolvimento que alunos com visão normal, contudo por outros caminhos. Em Campos dos Goytacazes, município do Estado do Rio de Janeiro, o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Fluminense (IF Fluminense) tem em seu quadro de alunos que cursam o Ensino Médio, alunos com deficiência visual. Estes alunos, em sua maioria, chegam ao Ensino Médio, provenientes de escolas públicas, apresentando dificuldade muito grande em conteúdos de Matemática. Este tem sido o desafio que professores de Matemática precisam enfrentar, pois na sua maioria ao receberem na sala de aula regular, alunos deficientes visuais sentem-se despreparados para lidar com a situação de inclusão

4 Em particular, quando o professor de Matemática planeja conteúdos que envolvem o estudo de Funções necessita que os alunos possuam alguns pré-requisitos, especialmente sobre o conceito de retas, curvas, planos, tabelas de pares ordenados. Uma estratégia educacional utilizada neste tipo de conteúdo é o uso de gráficos que podem ser obtidos através softwares educacionais, OAs e de material concreto, entre outros. Lamentavelmente, na maioria deste tipo de recurso não há uma preocupação com alunos deficientes visuais, pois são pensados justamente para visualização. Esta falta de acessibilidade torna-se um obstáculo para a inclusão escolar destes alunos. Em estudos anteriores discutimos estes conceitos apontando a importância do desenvolvimento de recursos acessíveis especialmente quando se trata de TICs (Pasqualotti, Passerino, 2006; Santarosa, Passerino, Dias, Basso, 2007; Passerino, Montardo, 2007; Dias, Passerino, 2009; Lopes, Passerino, Rodrigues, 2009). Este trabalho apresenta a concepção e aplicação de forma acessível de um OA sobre a função polinomial do 1 o grau numa turma do 1 o ano do Ensino Médio com dois alunos deficientes visuais incluídos. 2. OBJETOS DE APRENDIZAGEM (OAS) E ACESSIBILIDADE Segundo Wiley, (2000) um Objeto de Aprendizagem é qualquer recurso digital que possa ser reutilizado no processo para assistir à aprendizagem. Para Learning Object Metadata Working Group - IEEE (2005), um OA é qualquer entidade digital ou não digital que possa ser usada, reutilizada ou referenciada durante o uso de tecnologias que suportem o ensino.

5 Até pouco tempo atrás o desenvolvimento da acessibilidade em tecnologias era restrito apenas a Internet. De acordo com o W3C 1, organização não-governamental responsável pela definição de padrões de várias tecnologias relativas à internet, freqüentemente estão associados ao compromisso de propiciar a melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas e pessoas com deficiências, entendidas enquanto: motora, físicas e sensoriais, decorrente das barreiras que se apresentam nos espaços físicos, serviços e produtos que utilizam. A acessibilidade não se aplica somente a pessoas com essas deficiências, mas, se levarmos em conta o Design Universal, pode ser entendido como facilidade de aproximação e a utilização sem discriminação de ambientes e produtos em sua totalidade (Connell et al., 1997). Design Universal no sentido de um design adaptável as diversas necessidades da população (Passerino et al., 2008). A aplicação do conceito de acessibilidade também para OA surge há pouco tempo e em forma paralela com dois grupos de pesquisa. Um que desenvolve a acessibilidade de Ambientes Virtuais de Aprendizagem no Instituto Federal de Bento Gonçalves e que atuou em parceria com o IFFluminense para acessibilizar OAs com conteúdos matemáticos e outro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que iniciou um processo de definição metodológica para a construção de OAs acessíveis e a incorporação de metadados de acessibilidade (Dias, Passerino, 2009) através do Projeto OBAA 2. 1 <http://www.w3.org/tr/mathml2/overview.html> 2 PROJETO OBAA: visa desenvolver um padrão para objetos de aprendizagem multimídia interativos a operar em múltiplas plataformas de hardware como Web, TV Digital e Dispositivos Móveis e com suporte a requisitos de acessibilidade especiais.

6 A seguir descreve-se o processo de desenvolvimento do OA Estudo de Função Polinomial do 1 o Grau, que foi inicialmente elaborado sem critérios de acessibilidade para deficientes visuais e posteriormente reformulados com critérios de acessibilidade pelo grupo do IF Fluminense. 3. OBJETO: ESTUDO DA FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1 O GRAU O desenvolvimento de um OA pode ser pensado em quatro etapas principais: concepção do projeto, planificação, implementação e avaliação (Amante & Morgado, 2001). Para esta etapa inicial foram seguidos os estudos de Falkembach (2005) que propõe o uso de storyboards para representação inicial do objeto. A etapa de Planificação inicia com a construção de um mapa conceitual 3 (Figura 1). Neste mapa conceitual pode-se verificar o exemplo deste objeto em que se definiu um conjunto de telas base para o desenvolvimento (tela inicial de apresentação, telas de estudos e tela final) com a descrição dos recursos que comporiam o OA em cada tela. Figura 1 - Mapa Conceitual do OA Função Polinomial do 1 o Grau 3 MAPA CONCEITUAL: são representações de relações significativas que apresentam a estrutura conceitual de uma fonte de conhecimentos.

7 O objetivo da construção deste mapa conceitual foi buscar descrever os recursos que seriam desenvolvidos no OA a ser construído, na qual se definiu que na tela inicial deveria ser descrito o título do objeto vinculado ao conteúdo a ser estudado, a apresentação do objetivo, uma proposta metodológica, o público alvo a que se destina e como pano de fundo uma ilustração do contexto. Botões e links foram pensados para uma navegação não linear. Telas de estudos com teoria do conteúdo elaborado e atividades a partir de uma situação do cotidiano são propostas, bem como, uma tela com feedback das atividades estudadas. Personagens fazem parte dessas telas a partir de um contexto elaborado. Finalizando o mapa, uma tela de créditos compostos de toda a equipe desenvolvedora é apresentada no objeto. Na etapa de implementação, o objeto foi implementado no ambiente Macromedia Flash 8.0, utilizando-se da linguagem Action Script 2.0 e finalizando a etapa de avaliação. Nesta etapa, a equipe fez um chek-list de suas características técnicas, funcionais e didáticas que foram testadas e algumas modificações feitas em relação a botões de navegação e o layout de alguns gráficos que necessitaram ser readequados ao espaço da tela. Depois da construção do OA, a equipe dispôs-se a acessibilizar este objeto, ou seja, torná-lo acessíveis para alunos deficientes visuais. 3.1. Tornando O estudo de Função Polinomial do 1 o Grau acessível Um importante passo para acessibilizar um arquivo em Flash é definir seu título e descrição. No campo Title (Figura 2) deve-se definir um título para o documento de forma que o usuário saiba o nome do arquivo que está acessando e no campo Description (Figura 3), uma pequena síntese informará ao usuário seu propósito.

8 Normalmente é a primeira informação fornecida ao deficiente visual sobre a natureza do conteúdo que ele está na iminência de acessar. Antes que ele tenha acesso ao OA em si, ele ouvirá sobre o que ele trata e terá a oportunidade de julgar se o interessa ou não sem que tenha a obrigação de navegar até seu título e objetivo na primeira tela. Para um usuário vidente isso não representa problema, pois basta que ele leia o título convencional e saberá sobre que o OA aborda. É com o painel Accessibility que conseguimos gerar conteúdos acessíveis no Flash, permitindo-nos vincular equivalente textuais a eles. Figura 2 - Painel para Acessibilidade de um documento em Flash Figura 3 - Painel de Acessibilidade Geral do Flash Os botões, textos ou elementos gráficos que o desenvolvedor julgar importantes para serem mostrados ao usuário deficiente visual devem ter a opção Make object accessible marcada para que se tornem legíveis aos leitores de tela. O segundo passo é definir um nome ao elemento acessibilizado, bem como, se necessário, uma breve descrição para o usuário ter conhecimento do que o leitor estará lendo. Para os elementos mais importantes, define-se um atalho no teclado para que o usuário localize rapidamente caso necessite.

9 Por fim, deve se definir a ordem de tabulação no Tab Index, que se refere à ordem que o leitor localizará o elemento acessibilizado. Por exemplo: o elemento de Tab Index 1 será acessado primeiro, logo após será acessado o de número 2 e assim por diante, compondo uma estruturação lógica daquilo que o usuário deve ouvir primeiro. O símbolo Button (botão) apresenta todas as opções de acessibilidade vistas anteriormente, no entanto, é necessário identificá-lo textualmente, pois são elementos fechados. Mesmo que no Flash os leitores de tela possam acessar todos os tipos de texto, caso eles estejam inseridos em um símbolo como Button não serão acessados pelo leitor de tela. Para os botões de navegação como voltar e avançar, é de grande importância também definir corretamente o Shortcut (atalho no teclado) e o Tab index (ordem de foco). Como o OA desenvolvido apresenta uma grande carga visual foi feito um repasse a dois deficientes visuais para estudar seu comportamento e compreensão do conteúdo, bem como, relatassem os pontos onde não havia plena compreensão do que era proposto e dessem sugestões de como melhorar os textos, ordem de tabulação e descrição dos botões e elementos gráficos. Foram cerca de cinco a dez testes práticos com os dois deficientes visuais que tinham domínio do conteúdo para que o resultado final respondesse positivamente em relação ao entendimento dos usuários. Foi utilizado o leitor de tela JAWS 4. O JAWS é um leitor de tela que possui sintetizador de voz interno e placa de som, permitindo com o leitor de tela que o usuário tenha acesso as informações disponíveis na tela. 4 Embora o DOSVOX, que é um sistema para microcomputadores que se comunica com o usuário através de síntese de voz e seja um software livre, possuir limitações em relação à leitura de telas que apresentam figuras, gráficos e tabelas, o que dificulta para o deficiente visual compreender o que está sendo exibido na tela e nesse estudo o estudo de função polinomial do 1 o grau apresentava algumas tabelas e gráficos. Neste sentido, optou-se pelo leitor de telas JAWS.

10 A principal dificuldade apontada, no entanto, se encontrava na tabela do OA, pois num momento específico da animação, o usuário é remetido à visualização de um gráfico de uma função polinomial do 1º grau, no qual os pares ordenados são destacados na tela e uma reta é formada a partir destes pares ordenados (Figura 4). Este é um momento importante da animação, na qual o usuário poderia compreender o contexto em um gráfico, uma vez que ele atribui valores aos pares ordenados. Figura 4 Tabela e Gráfico Desenvolvido em Flash Além da problemática envolvida na acessibilização de um elemento tão exigente em termos visuais, há o dilema dos leitores de tela: nem todos os disponíveis são capazes de acessar o conteúdo do Flash. Isso se deve ao fato de a tecnologia assistiva do programa ser relativamente recente, em épocas em que os leitores não estavam preparados para essa multimídia. Esse fato implica na obrigatoriedade de um usuário em possuir determinados leitores de tela capazes de acessar o Flash, o que limita suas possibilidades. Os dois deficientes visuais que testaram o OA, alegaram inicialmente uma dificuldade em entender a tabela através do leitor de telas JAWS e colocaram que se o

11 conteúdo estivesse em uma versão alternativa sob a forma de páginas HTML, o entendimento da mensagem seria obtido mais facilmente, já que estava acostumado a lidar com as páginas HTML em sua experiência em navegar pela rede. Esta versão alternativa também seria acessada mais facilmente pelos leitores de tela sem nenhuma restrição. A partir destas constatações, e considerando que o uso do Flash da forma como foi acessibilizado não respondia aos resultados esperados de interação do aluno com a interface do objeto quando necessitava da leitura de tabelas e gráficos foi desenvolvida uma versão em HTML. A solução encontrada pela equipe que acessibilizou o OA foi descrever de forma seqüencial, todos os dados da tabela, para cada ponto do eixo x que aparece na tela, o leitor de tela o descreve e apresenta seu correspondente no eixo y (Figura 5). Além disso, ela não é atraente para os usuários videntes, sendo até desaconselhada para eles, visto que sua estruturação foi elaborada para os deficientes visuais. Figura 5 - Versão em HTML

12 Após todas estas validações e testes com usuários, foi iniciada a última etapa desta pesquisa que consistiu na observação do uso e aplicação deste OA em sala de aula inclusiva. 4. ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO NA SALA DE AULA PRESENCIAL No IF Fluminense fez-se um convite a uma professora de Matemática do primeiro ano do Ensino Médio, que iria fazer uma revisão do conteúdo de função polinomial do 1 o Grau e têm em sua sala de aula dois alunos deficientes visuais, que testasse o OA acessibilizado (em Flash e com versão em HTML) com eles e ao mesmo tempo utilizasse o OA desenvolvido em Flash com os alunos videntes. Esta professora já tinha ministrado este conteúdo na sala de aula e os dois alunos deficientes visuais tinham estudado o conteúdo gráfico através de material concreto, que consiste de um quadrado feito de borracha, quadriculado com cordões de linha e com os eixos feitos de canudinhos. Canudinhos e tachinhas são oferecidos para o aluno construir o gráfico a partir de uma lei da função, pares ordenados e outros conceitos. Entende-se que a escola deve se preparar, adequar e se adaptar para receber alunos com deficiência. Neste sentido, segundo Profeta (2007), não é mais o aluno que tem que se adequar à escola, a sua metodologia, seus espaços físicos, bem como aos recursos materiais e humanos e sim a escola e toda às suas condições estruturais, sociais e pedagógicas a ele. Neste sentido, o desafio foi levar os dois alunos deficientes visuais junto com os demais alunos da turma, para uma sala de aula informatizada com 16 computadores, sendo cada computador utilizado por dois alunos e os dois deficientes visuais levaram

13 seus notebooks com o software JAWS instalado, de maneira que estes tivessem oportunidades iguais e ajustando-os em suas necessidades específicas. Um bolsista ficou responsável por acompanhar os dois alunos com deficiência visual nas atividades. Nesta parte da atividade, como o OA acessibilizado em Flash consistia de navegar pelas telas sem atividades que envolvesse gráficos e tabelas, os dois alunos deficientes visuais conseguiram cumprir com os objetivos propostos, embora se constatasse que apresentaram uma pequena dificuldade em navegar pelo OA por meio de setas, uma vez que a acessibilização foi elaborada a partir de ações pré-estabelecidas, fazendo o software JAWS uma leitura seqüencial dos elementos da tela. Na sequência, o OA apresentava atividades que envolviam os alunos na construção de tabelas e entendimento de gráficos. Os alunos iam completando a tabela, digitando os pares ordenados de acordo com contexto da situação descrita e uma animação ia mostrando a partir dos pares ordenados por eles determinados, o ponto correspondente no gráfico e em seguida uma reta ia sendo formada a partir destes pontos (Figura 6) apresentada anteriormente. Para os deficientes visuais, foi desenvolvida uma versão em HTML, conforme já descrito anteriormente, diante das dificuldades de leitura de tabelas e gráficos. Embora o leitor de tela JAWS lesse a tabela (Figura 5) descrita anteriormente, necessitou-se de material concreto, no qual o gráfico foi apresentado pronto em alto relevo, já que o apelo visual do gráfico plotado na tela para os deficientes visuais não fazia sentido. Quando a professora levantava questões relativas ao gráfico, os dois alunos com deficiência visual demoravam mais tempo em suas respostas, que os demais colegas, devido ao fato de necessitarem usar do tato para entender conceitos de inclinação da reta, raiz da função, coeficiente angular e linear da reta plotada.

14 O OA também apresentava uma atividade em que cada aluno podia elaborar uma função polinomial do 1 o grau qualquer e posteriormente foram solicitados alguns conceitos, como domínio, imagem, raiz, coeficiente angular e linear para serem respondidos. No caso dos dois alunos deficientes visuais, tal atividade não pode ser feita através de recursos digitais, complementando a atividade com material concreto. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO A importância deste trabalho decorre do fato de que, normalmente, os conteúdos escolares privilegiam a visualização em todas as áreas do conhecimento, através de símbolos, gráficos, imagens, letras e números. Quando se coloca esta proposta de acessibilizar um objeto digital voltado para o estudo de conteúdos matemáticos, busca-se oferecer aos portadores de deficiências, oportunidades iguais de acesso ao conhecimento que diante de dificuldades pré-existentes, muitas vezes leva ao desestímulo. A inclusão social e digital de alunos deficientes visuais ainda apresenta uma série de dificuldades tanto para a aprendizagem de conteúdos matemáticos, bem como da inexperiência de alguns professores em trabalharem com estes alunos na sala de aula e em salas de aula informatizadas. O resultado final deste estudo foi positivo, pois a experiência de ter alunos deficientes visuais na turma é que objetivou investigar se a acessibilidade de OAs em Flash era passível de uso pelos deficientes visuais, mesmo sabendo que as dificuldades em trabalhar com softwares de leitura de telas, encontram-se na área gráfica e que nem todos os conteúdos são passíveis de serem em sua totalidade acessibilizados seja com o uso da ferramenta Flash, seja em HTML.

15 6. CONCLUSÕES A necessidade da inclusão social de alunos deficientes visuais na sala de aula levou a acessibilizar o OA Estudo da função polinomial do 1 o Grau e no teste realizado no IF Bento Gonçalves foi possível discutir as dificuldades de acessibilizar OAs em Flash e testar caminhos alternativos como o encontrado em HTML. Com a aplicação de um OA sobre o estudo de função polinomial do 1 o grau, com uma turma de alunos do Ensino Médio, foi possível analisar o uso do OA pelos alunos e testar o processo de acessibilidade com os dois alunos deficientes visuais de uma turma. Observou-se que a maioria dos alunos videntes mostrava-se motivada em interagir com o OA, realizando as atividades propostas com entusiasmo. Os dois alunos deficientes visuais encontraram mais dificuldades em acompanhar a aula em função de o recurso digital apresentar-se como algo novo para eles utilizarem junto com o restante da turma e do próprio ritmo desenvolvido pelos alunos videntes. Comparando a atitude dos alunos videntes com os dois alunos deficientes visuais, pode-se observar que os alunos videntes foram separados por duplas e navegavam pelas telas, fazendo as atividades propostas com grande facilidade e os dois alunos deficientes visuais tinham o apoio do leitor de telas JAWS, mas encontraram dificuldades em navegar pela tela, uma vez que precisavam utilizar os comandos de setas para lerem os textos da tela, o que os levava a um ritmo mais lento em relação aos alunos videntes, mesmo com o apoio de uma professora ao lado deles. Além disso, houve a necessidade de material concreto para complementar a atividade digital, no entendimento de gráficos. Enquanto os alunos videntes podiam observar os gráficos na tela do OA e manipularem o gráfico na própria tela, os dois alunos deficientes visuais fizeram uso de material concreto.

16 No campo da acessibilidade para deficientes visuais, muito ainda há de ser pesquisado e estudado. OA concluir este trabalho buscou-se refletir como melhorar a inclusão dos alunos deficientes visuais em relação a conteúdos digitais de Matemática do Ensino Médio, respeitando suas diferenças. Vale ressaltar que as limitações que os leitores de tela têm em relação ao Flash não devem estimular inércia perante a sua acessibilização. Mesmo que não seja possível ainda atingir globalmente os usuários, é necessário manter a acessibilidade, pois as tecnologias estão em constante aprimoramento. Buscar novas alternativas para desenvolver OAs para o uso de alunos videntes e deficientes visuais é um desafio, uma vez que os estudos e esforços em produzir recursos digitais que atendam a ambos de forma a poderem utilizar esses recursos no mesmo espaço da sala de aula é que leva a estar de fato fazendo inclusão social. Como coloca Profeta (2007), o aluno com deficiência visual que está na escola regular necessita que suas diferenças individuais sejam observadas e não destacadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMANTE, L. & MORGADO, L. (2001). Metodologia de Concepção e Desenvolvimento de Aplicações Educativas: o caso dos materiais hipermedia. In: Revista Discursos: língua, cultura e sociedade. Portugal, Vol.3, n.especial, 27-44. BEHAR, P.A., DORNELLES, L.V., AMARALM C.B. e SOUZA, A.P.F.C. (2009). Objetos de Aprendizagem para professores da Ciberinfância. In: Novas Tecnologias na Educação. Vol.7, n.1, Porto Alegre: Cinted-UFRGS, Julho.

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