Orientação de estudantes de enfermagem: Desafios e estratégias das tecnologias de informação



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Transcrição:

Opción, Año 31, No. Especial 6 (2015): 644-651 ISSN 1012-1587 Orientação de estudantes de enfermagem: Desafios e estratégias das tecnologias de informação João Neves-Amado Universidade Católica Portuguesa - Instituto de Ciências da Saúde Porto (Portugal) jamado@porto.ucp.pt Resumo Os ensinos clínicos no ensino de enfermagem e na intervenção comunitária têm cada vez mais a necessidade de se adaptar às novas exigências e oportunidades das tecnologias de informação. Através deste estudo de caso pretende-se dar a conhecer as potencialidades e experiência resultante da utilização continuada de uma plataforma de e-learning (BlackBoard ) e de um sistema de sala de aula virtual (Adobe Connect ). Os resultados demonstram uma clara associação entre o maior desenvolvimento / interação com os sistemas e a liderança e excelência nos grupos de estudantes de enfermagem inseridos no ensino clínico em estudo. Palavras-chave: Enfermagem, elearning, saúde comunitária, saúde escolar. Recibido: 30-10-2015 Aceptado: 30-11-2015

SEO: Clave para el crecimiento de las Pymes 645 Nursing Student Orientation: Information Techology Challenges and Strategies Abstract Clinical Internships in nursing education and community intervention are increasingly the need to adapt to new demands and opportunities of information technology. This case study intends to make known the potential and experience from the continued use of a platform of e-learning (Blackboard ) and a virtual classroom system (Adobe Connect ). The results show a clear association between greater development / interaction with the systems and leadership and excellence in groups of nursing students in clinical internship inserted in this study. Keywords: Nursing, community health, school health. 0. INTRODUÇÃO A lecionação em contexto de prática clínica constitui cinquenta por cento do ensino da licenciatura de enfermagem. A cada ano que passa os locais de ensino clínico onde os professores se encontram ou interagem com os estudantes de enfermagem tornam-se cada vez mais complexos e requerentes de atenção. Importa salientar que esta complexidade se manifesta pela cada vez maior presença de tecnologias que apoiam a informação prévia dos nossos clientes e aumentam exponencialmente a necessidade de assertividade da informação prestada pelos estudantes de enfermagem / professores e demais elementos das equipas de saúde. Emerge assim cada vez mais necessário usar novas e mais eficazes estratégias de ensino-aprendizagem face às exigências do público-alvo com vista a motivar os alunos de enfermagem na procura de mais sólido e abrangente conhecimento. 1. OBJETIVOS Identificar os recursos usados para agilizar e aumentar a adesão dos alunos às orientações dos docentes de enfermagem; Identificar e descrever as estratégias mais propiciadoras da aprendizagem dos alunos de enfermagem;

João Neves-Amado 646 Opción, Año 31, No. Especial 6 (2015): 644-651 Associar a classificação (nota) final do aluno à participação/motivação demonstrada individualmente e em grupo. 2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS O Ensino de Enfermagem, enquadrado na área de ciências da saúde, tem necessidades muito específicas no que respeita às horas estipuladas de prática clínica a que os seus estudantes devem ser sujeitos. O curso de enfermagem tem a duração de 4 anos sendo que a componente de ensino clínico não pode ter duração inferior a metade da carga horária do curso (Portugal. Resolução do Conselho de Ministros n.º 140/98, de 4 de Dezembro). O ensino clínico componente prática de prestação direta de cuidados propicia e avalia os estudantes na aquisição de competências para a prática da profissão em diferentes áreas de atuação. Neste documento a área privilegiada de estudo é a intervenção comunitária. Associando o acompanhamento direto efetuado pelos professores aos estudantes no local da prática clínica de ensino clínico e a Orientação Tutorial realizada em sala de aula, as tecnologias de informação têm vindo a adquirir um papel cada vez mais relevante na proximidade que conseguem propiciar. Através de recursos como a Plataforma de e-learning BlackBoard eoadobe Connect a experiência de orientação de estudantes de enfermagem vê-se acrescida com grandes benefícios. 3. MATERIAIS E MÉTODO Estudo de caso de unidade curricular do ano letivo 2013/2014 com componente de Intervenção na Comunidade e intervenção em grupo. Informação recolhida junto do professor orientador e dos sistemas por ele usados com base na utilização e tipo de recurso. 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS Com vista à consecução dos objetivos foi escolhida a Unidade Curricular (UC) Ensino Clínico V Intervenção na Comunidade em dois semestres diferentes, dada a sua intensa intervenção comunitária e utilização de tecnologias de informação. Posteriormente foram identificadas junto do professor / orientador as tecnologias de informação que mais foram utilizadas para dinamizar a referida UC. Há a destacar, então, como

Orientação de estudantes de enfermagem: Desafios e estratégias das tecnologias de informação 647 tecnologias ou recursos mais utilizados, o email, a plataforma e-learning BlackBoard (BB) e o AdobeConnect virtual classroom system. 4.1. BlackBoard (BB) Podemos referir que, no que concerne à BB, as funcionalidades mais vezes identificadas como tendo sido usadas para dinamizar as diversas matérias foram: 4.1.1. Partilha de conteúdos Através deste recurso tornou-se simples disponibilizar a todos os inscritos na unidade curricular os conteúdos que a equipa docente considera importante divulgar para apoiar o desenvolvimento das competências dos estudantes. A versatilidade do sistema é grande ao ponto de não só facultar a disponibilização de documentos nos formatos mais conhecidos e usados (texto, folha de cálculo, diapositivos, pdf...), ficheiros ou pastas compactadas, ficheiros vídeo, hiperligações (entre outros formatos) mas também permitir a criação de exercícios de entrega de trabalhos e testes formativos/avaliativos diretamente através da plataforma. 4.1.2. Entrega de documentos / exercícios online Através deste recurso tornou-se possível ao professor criar, gerir, corrigir e dar feedback individualizado (a cada entrega e por estudante) dos trabalhos de avaliação solicitados. Nos testes o professor tem ao seu dispor ferramentas que automatizam a construção (perguntas de escolha múltipla, relacionamento, associação, texto curto, texto livre, preenchimento de espaços) e avaliação dos vários testes (podendo nas respostas fechadas o sistema corrigir de imediato as respostas dos alunos e possibilitar também o feedback imediato de qual a resposta correta e, por exemplo, qual a matéria que o estudante deve ainda estudar melhor). Este recurso permite, também, que todos os itens criados sejam disponibilizados e/ou ocultados ao estudante numa determinada hora de um determinado dia, programada previamente facilitando a gestão do tempo em que o exercício ou teste está ativo para preenchimento. Através desta funcionalidade quem entrega tem a confirmação do referido ato e pode comprovar que documentos ficaram associados a essa entrega. O professor já não tem, assim, necessidade de emitir qualquer declaração

João Neves-Amado 648 Opción, Año 31, No. Especial 6 (2015): 644-651 em como recebeu uma determinada entrega de documentos pois o sistema antecipa-se-lhe. Para o professor existe, também, a vantagem de visualizar o(s) documento(s) entregue(s) diretamente através do sistema ou fazendo descarga dele(s) para o seu computador. Aquando da emissão de parecer correção -, o mesmo fica registado internamente na BB e torna-se visível, relativamente ao mesmo, o feedback do professor para o estudante (e só para o autor do trabalho). Associado ao feedback do professor é usual o lançamento de uma classificação do respetivo trabalho. Neste domínio a BB automaticamente transfere para uma pauta de notas as classificações atribuídas. Paralelamente a este processo todo, pode ainda o professor escrever considerações internas (só para uso do docente) que apesar de associadas também ao documento só estão disponíveis para consulta por parte dos docentes (não acessíveis ao aluno). 4.1.3. Criação de fóruns e zonas de partilha A utilização e dinamização de fóruns ou diários para favorecer a reflexão sobre um determinado tema é referido pelos estudantes como uma ferramenta útil e propiciadora de uma reflexão partilhada pelos temas (que podem ser lançados e comentados por qualquer utilizador da UC - professor ou aluno) 4.2. AdobeConnect (AC) O recurso AC em associação com todas as anteriores funcionalidades da BB torna-se interessante na medida em que cria as condições para efetuar qualquer tipo de reunião com vários intervenientes. Os atores da reunião podem ser desde professores, estudantes, utentes ou alunos de escolas que podem estar em diferentes locais ao mesmo tempo sendo que apenas se necessita de uma ligação estável (e moderadamente rápida) à internet. O recurso é controlado pelo professor a partir de um vulgar computador e tem à sua disposição a capacidade de ativar permissões de uso de microfone e câmara a qualquer um dos participantes da reunião e ainda ativar ou desativar os recursos internos que a sala virtual oferece. A sala oferece recursos variados que vão desde a partilha de vídeo ou áudio até à formulação de inquéritos, gestão de perguntas e respostas dos participantes ou até mesmo a partilha de documentos ou a tela do computador. Todas estas possibilidades (entre outras menos usadas pelos docentes)

Orientação de estudantes de enfermagem: Desafios e estratégias das tecnologias de informação 649 podem ser pré-preparadas pelos docentes em formatos de sala virtual que, durante a reunião propriamente dita, podem ser alternados para melhor responder às necessidades do momento (num formato de maior área ocupado pelas camaras, passar para um onde a partilha de tela é o essencial a ser visionado). 4.3. Análise da utilização destes recursos no ensino Refletindo, podemos associar seja a motivação seja o efeito conseguido com estas plataformas à utilização que o aluno fez das mesmas: alunos mais envolvidos nas atividades nomeadamente com função de líder no grupo apresentam mais recursos consultados no sistema e mais tempo despendido no mesmo (exemplo do estudantes A3 e A4 Gráfico 1 - Atividade por utilizadores - com nota final - por dia no EC V 2013/2014); Gráfico 1. Atividade por utilizadores - com nota final - por dia no EC V 2013/2014. alunos com menor envolvimento nas ações apresentam entradas no sistema com maiores picos nos dias de presença na faculdade eventualmente pela necessidade de consulta dos documentos analisados ou referidos pelos orientadores (relevo para segunda e terça do estudante A1 Gráfico 1 - Atividade por utilizadores - com nota final - por dia no EC V 2013/2014);

João Neves-Amado 650 Opción, Año 31, No. Especial 6 (2015): 644-651 nos relatórios de utilização do sistema verifica-se ainda que existe um notório aumento de acessos ao sistema de e-learning nos dias posteriores à Orientação Tutorial presencial, aspeto este facilmente relacionável com a explicação em sala de aula de conteúdos novos colocados na plataforma ou com a necessidade de dinamização de novos conteúdos iniciados pelos orientadores (atender a que as OT Gerais ser realizaram às segundas-feiras tanto no 1.º como no 2.º Semestre Gráfico 2 - Atividade total dos utilizadores por dia no EC V 2013/2014); Gráfico 2. Atividade total dos utilizadores por dia no EC V 2013/2014. durante o fim de semana nota-se um número de acessos também elevado equivalente aos dias após a Orientação Tutorial possivelmente decorrente da necessidade de preparação de documentos para a sessão de partilha conjunta, em colaboração com os demais elementos do grupo presentes à distância (atender ao dia de Domingo que antecede a partilha na OT Geral de segunda-feira Gráfico 2 - Atividade total dos utilizadores por dia no EC V 2013/2014); o uso de sistemas de reunião online com recurso a vídeo, áudio e partilha de documentos via Adobe Connect demonstrou ser uma experiência valorizada tanto pelos estudantes dada a possibilidade de reunir mais vezes sem deslocação à universidade como pelo professor que facilmente podia reunir com os alunos onde quer que estivessem;

Orientação de estudantes de enfermagem: Desafios e estratégias das tecnologias de informação 651 o uso destes recursos favoreceu indiretamente a criatividade dos alunos nas estratégias que se propunham a usar nas intervenções comunitárias do seu público-alvo. CONCLUSÃO As tecnologias de informação têm vindo a aumentar de intensidade (frequência) e complexidade tanto nos estudantes de enfermagem como nas comunidades com que interagimos no dia-a-dia da intervenção em saúde. Os recursos acima identificados foram assumidos como favorecedores de todas as intervenções comunitárias previstas e propiciaram experiências muito positivas nos docentes e nos alunos, nas mesmas envolvidos. Estas estratégias são apontadas como grande auxílio para uma adequada resposta académica junto dos alunos e comunidades que, cada vez mais, utilizam as novas tecnologias de informação.