A INFORMÁTICA E O ENSINO DA MATEMÁTICA Nélia Caires da Silva Acadêmico de Matemática da FACITEC Andreia Júlio de Oliveira Rocha MSc. Em Ensino de Ciências Naturais e Matemática FACITEC Resumo Essa pesquisa é um estudo acerca da influência do computador no ensino da matemática. O objetivo da mesma é verificar se professores de escolas públicas utilizam o computador em suas aulas, e se conhecem os softwares educativos. Os resultados demonstram que é necessário o investimento em capacitação de professores nas escolas e a implantação de laboratórios de informática assim como compreender a importância dessa nova ferramenta dentro do processo de construção do conhecimento matemático. Palavras-chave: Capacitação. Informática. Matemática. Professor. A informática e o ensino da Matemática: Vivemos num tempo de modernidade, onde a tecnologia está presente em casa, ruas e escolas, e é nessa última que iremos abordar, pois está ligada ao futuro do país. E num país como o Brasil, de grandes proporções territoriais, culturais, é necessário integrar essas novas tecnologias no ensino das escolas e no ensino da matemática. O trabalho com o computador na sala de aula não significa centralizar a atividade escolar na máquina, mas nos processos do pensamento que através dela podem ser ativados. Ainda que use o computador para obter informação, sabe-se que ele é um instrumento para o processo de aquisição de conhecimento. Dessa forma, o estudante tem a responsabilidade de operá-lo juntamente com o auxílio do professor. Contudo, o computador é uma máquina de interação. O conteúdo a ser pesquisado é de responsabilidade do aluno pesquisador -, o computador, é a máquina que conduz às informações almejadas. Logo, o computador é fundamental no processo da educação e não o único elemento para educar, ou seja, é uma ferramenta que pode assessorar o processo de aprendizagem, neste caso, da matemática. Por isso o questionamento sobre de que forma essa tecnologia pode auxiliar o aluno no processo de ensino aprendizagem de matemática.
O objetivo do trabalho foi analisar se os professores de Matemática do ensino médio das escolas públicas utilizam o computador em suas aulas, assim se os mesmos conhecem os softwares matemáticos. As opiniões sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como é conhecida, é vista com muita desconfiança por alguns educadores, outros procuram delongar o seu uso o quanto possível. Muitos as utilizam em seu dia a dia, porém não sabem muito bem como integrá-la à sua vida profissional. Ou quando se arriscam a utilizá-las em sala de aula o fazem sem alterar à sua prática profissional. Apenas uma pequena minoria, empolgada pela nova tecnologia, se arrisca nesse novo caminho, procurando descobrir como essa tecnologia pode auxiliar na aprendizagem do seu aluno. O computador está presente na nossa vida diária, mas algumas pessoas ainda têm receio de usá-lo. Entre essas pessoas também estão incluídas os professores que temem o uso da tecnologia em sala. Para Valente (1995, p. 1) para a implantação do computador na educação são necessários basicamente quatro ingredientes: o computador, o software educativo e o professor capacitado para usar o computador como meio educacional e o aluno. O professor deve ser um bom estrategista em aprendizagem, descobrindo/investigando como o educando aprende, em poucas palavras o docente será responsável por esquemas que possam indicar caminhos para a aprendizagem do aluno. Esse profissional não poderá mais ser mero transmissor de conteúdos por meio de aulas expositivas e sim superar essa etapa e buscar junto à informática um ensino voltado para o mercado de trabalho. Segundo Candau (1991, p.22), os professores são os principais agentes de inovação. Sem eles nenhuma mudança persiste, nenhuma transformação é possível. O professor do século XXI precisa de esclarecimentos quando ao uso da informática em suas aulas, a tecnologia não vai dominar o professor, esse precisa superar essa insegurança e resistência, necessita interagir para melhor compreensão dos alunos de matemática. A formação dos professores no campo da informática assume características diferentes das tradicionais. O docente precisa esforçar-se para compreender como fazer de uso dessas ferramentas tecnológicas, e atentar também para o potencial
desses recursos, quais as conseqüências que as mesmas acarretarão em relação a sua atitude profissional. A utilização de recursos tecnológicos na escola e no ensino da matemática, assegurando a modernização da Matemática nas escolas e isso se tornou uma preocupação em todos os países, sobretudo em vista da entrada na era da alta tecnologia. Os trabalhadores e a população em geral, e sem dúvida técnicos e cientistas, necessitam de uma Matemática que possa abarcar suas necessidades. O professor deve fazer seu planejamento definindo objetivos e ter domínio sobre as atividades que estão sendo propostas, usando a metodologia escolhida por ele. O mesmo ocorre quando este decide utilizar o software, pois deve se atentar que o uso desta ferramenta exige um conhecimento prévio e fazer uma análise criteriosa, para verificar se atinge o objetivo proposto antes de colocá-lo em prática com seus alunos. Segundo o dicionário Luft (1998) software é um conjunto de programas, documentação e procedimento afins e software educativo é um programa aplicativo. Em outras palavras, software é uma seqüência de instruções a serem executadas por uma pessoa para determinado fim. Para Meirelles (1988), software é uma palavra universalmente adotada para designar as linguagens que o computador é capaz de entender, os processos a serem seguidos para que ele processe informação e os programas que é capaz de processar. Os softwares podem ser divididos em aplicativos e educativos. Os primeiros têm a função de realizar vários trabalhos, mas não são utilizados para fins educacionais. Por outro lado os segundos foram criados com a função de auxiliar no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, auxiliando no processo de construção do pensamento. O professor mediador do processo de ensino aprendizagem deve observar que uma quantidade razoável dos alunos está familiarizado com o uso do computador, pois já o utilizam em casa, e sempre haverá aqueles que não possuem devido às condições sócio econômicas. Cabe ao mesmo utilizar de estratégias que possam minimizar esse desnivelamento de forma que todos os educandos tenham a mesma oportunidade de uso e aprendizagem. Segundo Milani, O computador, símbolo e principal instrumento do avanço tecnológico, não pode mais ser ignorado pela escola (2001, p.175), o desafio e o
uso do potencial dessa tecnologia a serviço do aperfeiçoamento do processo educacional, aliando-a ao projeto da escola com o objetivo de preparar o futuro cidadão. E como afirma Meira, Mais importante que o software, em si, é o modo ele será utilizado, pois nenhum software é, em termos absolutos, um bom software. A escolha do software deve ser fundamentada em função do objetivo do ensino adotado pela escola e professores. A escolha do software depende de como ele será inserido na prática educativa, das dificuldades apresentadas pelos educando e cabe ao professor propor o uso dessa ferramenta capaz de criar situações favoráveis ao ensino e sua adequação ao objetivo da aula proposta. O fato de que não seja necessário que o professor seja um especialista em informática, ou mesmo que saiba manusear diversos softwares não garante uma aplicação didática correta. Para torná-la possível é necessário que o professor construa esse conhecimento junto aos alunos, de forma sistemática, com demonstrações, simulações, além do domínio do conteúdo. Existem vários softwares, que pode ajudar o professor em suas aulas de matemáticas, tornando-as mais dinâmicas. Estes podem ser freewares, ou seja, são softwares disponibilizados gratuitamente, mas não pode ser modificado, sharewares são softwares disponibilizados gratuitamente por um período de tempo ou com algumas funções abertas, mas que implica no posterior pagamento pela sua licença. E a versão demo são aqueles softwares que disponibilizados uma versão de demonstração, onde é possível usar o programa por um tempo ou com apenas algumas funções disponíveis, a seguir segue uma lista com alguns desses softwares divididos em: geometria, álgebra, funções e recreativo. Considerações Finais A escola não pode ficar longe das transformações na educação. Se ficar à margem poderá tornar-se obsoleta, ultrapassada, e será conhecida da mesma forma que muitos ainda a vêem: apenas como transmissora de conhecimentos. Conclui-se que o uso do computador no ensino da matemática ainda é novidade para muitos professores. Esse uso constitui um problema complexo que envolve o nosso sistema de educação superior que gradua os professores de
matemática com muita teoria e pouca prática. Do governo, que investe em equipar as escolas com laboratórios de informática, mas sem preparar os professores para utilizá-los, preocupados apenas em números de laboratórios, ou seja, preocupação com a quantidade e não com a qualidade. O professor precisa ser orientado para exercer o papel de facilitador da construção do conhecimento e deixar o papel de transmissor de informações ao educando. Além do domínio da máquina e dos softwares, ele deve saber mesclar o computador como ferramenta de estímulo de aprendizado, saber a hora e como utilizar para enriquecimento da aula. Assim como a calculadora, o computador pode auxiliar nas aulas de matemática, cabe ao professor promover essa interação de forma substantiva e não arbitrária, o professor deverá ser o mediador do processo de interação tecnologia/aprendizagem, e que desafie os alunos com experiências de aprendizagem significativa, facilitando a compreensão dos conceitos matemáticos. REFERÊNCIAS CANDAU, Vera Maria F. Informática na educação: um desafio. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, v. 20 (98/99), p. 14-23, jan./abr.1991. LUFT, Pedro Celso. Minidicionário LUFT. São Paulo: Ática, 1998. MEIRELLES, Fernando de Souza. Informática: Novas aplicações e com microcomputadores. São Paulo: McGraw-Hill, 1988. MILANI, Estela. A informática e a comunicação matemática. Em SMOLE, Kátia Stocco & DINIZ, Maria Ignez, (Orgs.); Ler, escrever e resolver problemas: Habilidades básicas para aprender matemática (pp. 176-200). Porto Alegre: Artmed, 2001. VALENTE, José Armando. Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação, 1995, disponível em: <http://www.nied.unicamp.br/publicacoes/publicacao_detalhes.php?id=50>. Acesso em: 20 maio 2011.