TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo



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Transcrição:

Registro: 2014.0000409110 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2010491-47.2014.8.26.0000, da Comarca de Guarulhos, em que é agravante BANCO SANTANDER BRASIL S/A, são agravados MAFICAR PEÇAS E ACESSÓRIOS LTDA, MANUEL EDUARDO CORREIA DE FIGUEIREDO e EDUARDA MARIA VIEIRA LIMA DE FIGUEIREDO. ACORDAM, em 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ADEMIR BENEDITO (Presidente) e VIRGILIO DE OLIVEIRA JUNIOR., 9 de junho de 2014 ITAMAR GAINO RELATOR Assinatura Eletrônica

Voto nº 30691 Agravo de Instrumento nº 2010491-47.2014.8.26.0000 Guarulhos Agravante: Banco Santander Brasil S/A Agravados: Maficar Peças e Acessórios LTDA, Manuel Eduardo Correia de Figueiredo e Eduarda Maria Vieira Lima de Figueiredo Penhora Bem de família. Havendo comprovação de que o imóvel serve de moradia para o requerente e sua família e não demonstrada a possibilidade de seu desmembramento, é de ser afastada a constrição judicial. Recurso não provido. Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, em ação de execução de título extrajudicial, acolheu alegação de impenhorabilidade do bem imóvel constrito. Segundo o recorrente, mencionado posicionamento não deve ser mantido, pois não se justifica a atribuição da condição de imóvel residencial da família a um prédio residencial quando se indica também uma residência em terreno contíguo na qual residiriam os agravados. Neste diapasão, ainda que se possa cogitar de que os agravados efetivamente residam no local, é fato que a fixação da residência se dá em parte do imóvel, sendo evidente que as construções indicadas na matrícula não pode ser tida como única residência. Obviamente que a penhora pode ser mantida sobre parte do imóvel, em virtude de sua divisibilidade e em atenção ao fato de que se trata de matrículas diversas, sendo que apenas parte de um dos lotes, lote 73, é utilizado pelos agravados. recorridos. O recurso foi bem processado, com resposta dos É o relatório. Em ação de execução de título executivo extrajudicial, codevedores compareceram nos autos alegando que a penhora recaiu sobre bem impenhorável, já que o prédio residencial registrado no 2º Cartório de Imóvel de Guarulhos, com a matrícula sob o nº 70.145, formado Agravo de Instrumento nº 2010491-47.2014.8.26.0000 - Guarulhos - VOTO Nº 2/5

por parte do lote 73,74, 75 e 76, na Rua Santo Antonio, 723 e a casa residencial, registrada no 2º Cartório de Imóvel de Guarulhos, com a matrícula sob o nº 70.212, formado por parte do lote 73, sob o nº 725 da Rua Santo Antonio, constituiu um único bem e serve de moradia dos senhores Manuel Eduardo Correia de Figueiredo, Maria Vieira Lima de Figueiredo e sua família (cf. p. 193/201). O exequente buscou rechaçar a postulação alegando que além de não existir efetiva demonstração de se tratar de bem de família, é evidente que os impugnantes não residem ao mesmo tempo nas duas construções, a casa e o prédio (cf. p. 224/228). acolhidos. Os argumentos do credor não poderiam mesmo ser De acordo com o artigo 1º da Lei nº 8.009, O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Outrossim, é irrelevante o fato de, eventualmente, ser esse bem de grande valor econômico, visto que a lei não fez distinção entre o mais miserável casebre e o mais luxuoso palácio, para efeito de se saber o que deve ser moradia impenhorável da família (Rainer Czajkwoski, Impenhorabilidade do Bem de Família, Ed. Juruá, p. 11). Cuida-se, portanto, de uma forma de afetação do bem a um destino especial que é o de servir de residência da família (Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Companhia Editora Forense, p. 311). Sobre o alcance do aludido dispositivo legal, o Superior Tribunal de Justiça assim se pronunciou: A Lei nº 8.009/90, art. 1.º, precisa ser interpretada consoante o sentido social do texto. Estabelece limitação à regra draconiana de o patrimônio do devedor responder por suas obrigações patrimoniais. O incentivo à casa própria busca proteger as pessoas, garantindo-lhes o lugar para morar. Família, no contexto, significa instituição social de pessoas que se agrupam, normalmente por laços de casamento, união estável, ou descendência. Não se olvidem ainda os ascendentes. Seja o parentesco civil, ou natural. Compreende ainda a família substitutiva. Nessa linha, conservada a teleologia da norma, o solteiro deve receber o mesmo tratamento. Também o celibatário é digno dessa proteção. E mais, também o viúvo, ainda que seus descendentes hajam constituído outras famílias e, como normalmente acontece, passam a residir em outras casas. Data venia, a Lei nº 8.009/90 não está dirigida a número de pessoas. Ao contrário - à pessoa. Solteira, casada, viúva, desquitada, divorciada, pouco importa. O sentido social da norma busca garantir um teto para cada pessoa. Só essa finalidade, data venia, põe sobre a mesa a exata extensão da lei. Caso contrário, sacrificar-se-á a Agravo de Instrumento nº 2010491-47.2014.8.26.0000 - Guarulhos - VOTO Nº 3/5

interpretação teleológica para prevalecer a insuficiente interpretação literal" (REsp 182.223-SP, rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, j. 17/12/98, DJU 10/5/99). É inegável que o bem de família recebe especial proteção não se sujeitando à expropriação, sobretudo em face dos interesses sociais assim preservados pelo Estado. Todavia, não se pode olvidar que As regras concernentes à impenhorabilidade devem ser interpretadas restritivamente, pois a regra é a penhorabilidade dos bens. Desse modo, a condição de impenhorabilidade do bem objeto de constrição (nos moldes da Lei nº 8.009/90) deve ser demonstrada pelo executado/embargante, pois é fato constitutivo de seu direito (artigo 333, do CPC)" (REsp. 840.721/PR, rel. Min. José Delgado. DJU de 19/10/06). Ademais, o propósito do legislador não foi o de permitir que o devedor contumaz se locuplete injustamente utilizando o benefício da impenhorabilidade, como instrumento para tripudiar sobre o credor enganado. Em outros termos, não basta a mera alegação de que o bem constrito é impenhorável. Tal afirmação deve estar minimamente respaldada por elementos de prova que atestem tal finalidade. Prova que, para o morador do imóvel, não é de difícil consecução. No caso, os recorridos se desvencilharam satisfatoriamente do aludido ônus, pois, consoante bem anotado na r. decisão recorrida, e não contrariado eficazmente por quaisquer dos documentos acostados ao presente inconformismo recursal, os impugnantes comprovaram através de vasta documentação que residem no imóvel objeto da penhora ; Não há qualquer indicativo de que possuam outro imóvel e Mesmo sendo duas as matrículas objeto da penhora, é certo que o imóvel é único e contíguo, razão pela qual a manutenção da constrição não é possível (cf. p. 11). Impende acrescentar, neste passo, que os agravados, em atendimento à determinação verificada nesta sede recursal (cf. p. 251), trouxessem laudo acompanhado de croqui pormenorizado, firmado por profissional qualificado, demonstrando tratar-se de uma única residência, a qual foi construída em dois lotes (cf. p. 260/266). Por outro lado, o recorrente sequer conseguiu demonstrar que o bem comporte desmembramento sem desrespeito à sua condição de imóvel habitável, certamente olvidando-se que no Superior Tribunal de Justiça se encontra assentado que: Como residência do casal, para fins de incidência da Lei n. 8.009/90, não se deve levar em conta somente o espaço físico ocupado pelo prédio ou casa, mas também suas adjacências, como jardim, horta, pomar, instalações acessórias, etc., dado que a lei, em sua finalidade social, procura preservar o imóvel residencial com um todo. Admite-se, contudo, a penhora de parte do bem de família quando possível o seu desmembramento sem descaracterizar o imóvel, levando em consideração, Agravo de Instrumento nº 2010491-47.2014.8.26.0000 - Guarulhos - VOTO Nº 4/5

com razoabilidade, as circunstâncias e peculiaridades de cada caso (RSTJ 128/388, RT 771/196, RF 353/288, RTJE 176/229, STJ-RT 804/184). Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso. ITAMAR GAINO Relator Agravo de Instrumento nº 2010491-47.2014.8.26.0000 - Guarulhos - VOTO Nº 5/5