RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTAGIÁRIAS DE PSICOLOGIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA



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Transcrição:

86 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTAGIÁRIAS DE PSICOLOGIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA Amanda Mendes Silva - Uni-FACEF Marília Batarra Lima - Uni-FACEF Thais Silva Cintra - Uni-FACEF Patrícia do S. M. Franco do Espírito Santo - Uni-FACEF INTRODUÇÃO Ao refletir sobre a prática psicológica em instituições hospitalares observa-se que na década de 50 houve o que se pode denominar de o transporte do consultório para dentro do hospital. A partir desta denominação, o trabalho clínico no hospital encontrava grandes dificuldades para avançar, pois o que se encontrava de teoria era apenas de cunho clínico e não se aplicava às instituições pela realidade diversa, assim surgia a necessidade de recriar e transformar a prática do profissional da psicologia neste ambiente. Desta forma, observa-se, um descompasso entre a formação acadêmica e a real necessidade da instituição (ROMANO, 1999). Apesar da precariedade na formação do psicólogo para a área hospitalar, atualmente tem ocorrido algumas mudanças na medida em que se tem aumentado a busca pelo aprimoramento na área, além da importância em se pensar estratégias a respeito da demanda, possibilitando assim, melhores formas de atuação (CASTRO; BORNHOLDT, 2004). O psicólogo no ambiente hospitalar necessita reunir seus conhecimentos e técnicas com a finalidade de aplicá-los coordenada e sistematicamente buscando assim uma assistência integral do paciente. É também um trabalho de restabelecimento do estado de saúde mental do paciente ao controle de implicações que prejudicam seu bem-estar, além de orientá-los com o intuito de que eles encontrem maneiras de aprender, crescer e amadurecer com a experiência do adoecimento. Portanto, cabe ao psicólogo, ir além da doença em

87 si, percebendo nisso a oportunidade de crescimento e amadurecimento pessoal (RUDNICKLI, 2007). A fim de propiciar uma reflexão acerca da prática do psicólogo em equipes multidisciplinares, fica evidente a necessidade de um profissional com uma visão mais atenta e sensível à dimensão emocional do paciente e, principalmente, que este encontre possibilidades para contribuir, sensibilizando os outros profissionais da equipe (TONETTO & GOMES, 2007). O psicólogo no contexto hospitalar auxilia em uma compreensão mais ampla da realidade institucional e dos medos, angústias e somatização dos pacientes, entrelaçando várias teorias entre si para construir seu próprio arcabouço teórico (ANGERAMI-CAMON, 2004). É a partir da psicologia hospitalar que se tem a possibilidade de estabelecer melhores e mais adequadas condições no atendimento ao paciente, aos seus familiares e a toda equipe profissional que compõe o cenário hospitalar (CASTRO; BORNHOLDT, 2004). A respeito da realidade hospitalar é importante ressaltar que uma das formas de tratamento em tal local é a reabilitação, entendida por Matilde Neder como o trabalho conjunto de uma equipe de técnicos sob o paciente portador de deficiência física ou mental, com a finalidade de ajudá-lo a realizar suas potencialidades física, social, psíquica e profissional, garantindo o controle de si mesmo e do ambiente a sua volta (ANGERAMI-CAMON, 2004). Quando compreendida como um processo, a reabilitação contempla múltiplas dimensões, indo além da recuperação de funções perdidas ou alteradas. Além disto, é importante ressaltar que reabilitar não significa curar e nem fragmentar o indivíduo. Reabilita-se a pessoa, o ser humano na sua magnitude física, emocional e social (FARO, 2006, p.129). Três categorias podem facilitar a compreensão sobre a reabilitação, a primeira é o reintegrar à vida diária, enfocando as atividades do cotidiano fora da instituição, como fazer compras, realizar tarefas domésticas, o autocuidado (banho, higiene oral, vestuário e outros). A segunda categoria está relacionada ao ajudar a conviver socialmente, enfatizando o relacionamento interpessoal e consigo mesmo e a terceira refere-se a ajudar a convivência em família, permitindo ao paciente viver com dependência mínima, um ser humano capaz e produtivo (ANGERAMI-CAMON, 2004).

88 Brito e Barros (2008) consideram que o trabalho de reabilitação é apreender o indivíduo doente além da sua doença, estimulando-o a desenvolver suas capacidades reais e potenciais. Para Faro (2006) a reabilitação se caracteriza como um processo de conhecimentos, habilidades e atitudes com os quais o indivíduo doente possa viver com dependência mínima, possibilitando, além do seu resgate físico, a reconquista de sua cidadania (p.142). Pontes e Hubner (2008) preconizam que a reabilitação proporciona a aceitação da nova realidade. No entanto, o conceito de reabilitação sob vários aspectos, pode ser: Reabilitação é a ação coordenada e contínua de uma equipe de técnicos competentes junto à pessoa portadora de deficiência física ou mental, com o fim de auxiliá-la a realizar suas potencialidades e objetivos física, social, psíquica e profissionalmente, de modo a alcançar um melhor controle sobre si mesma e sobre seu ambiente, enfrentando a realidade da vida (ANGERAMI- CAMON, 2004, p.106). Na reabilitação, o paciente possui papel de extrema importância juntamente com a equipe de Reabilitação, uma vez que ele é o foco da equipe e quem direciona e determina os resultados de seu próprio processo. A família quando incorporada ao processo e à equipe, possui papel dinâmico no tratamento através do aprendizado dos cuidados necessários ao paciente (LEITE; FARO, 2005). De acordo com Oliveira (2000) o paciente em reabilitação deve ser visto como um ser integral, cuja equipe multiprofissional deve conhecer as razões dos comportamentos para melhor ajudá-lo e assim, este paciente terá melhor aproveitamento em seu programa de reabilitação. Sendo assim, os fatores físicos, biológicos e sociais que compõe a personalidade, devem ser levados em conta para que se possa tratar o paciente em sua totalidade. Segundo Faro (2006) o momento em que o paciente, a família e o profissional se deparam com as incapacidades decorrentes da doença ou da deficiência se caracteriza como a fase mais difícil de ser enfrentada. Esta etapa necessita de ajustes e adaptações, frente a reações emocionais que podem surgir diante das alterações físicas ou mentais sofridas. Olivieri (2000) complementa ao afirmar que o paciente em processo de reabilitação sente sua limitação como uma agressão que alterou os planos para o

89 futuro, além da perda de saúde, liberdade, autocontrole e autonomia. Ele também pode transferir a responsabilidade para outra pessoa, por se sentir inseguro podendo assim criar uma co-dependência com seus membros familiares. Portanto, a responsabilidade do psicólogo no Centro de Reabilitação de uma instituição hospitalar consiste em compartilhar com a equipe de profissionais os aspectos psicológicos da personalidade dos pacientes que os leva a ter certas atitudes ou comportamentos, o que define também seu grau de aceitação às mudanças. Ele passa a ser o intermediário entre a equipe e o paciente, pois possui o conhecimento necessário para compreender os aspectos emocionais que estão envolvidos na reabilitação do paciente. (ANGERAMI-CAMON, 2004). Segundo Galhordas e Lima (2004) quando se concebe a pessoa como um todo na área da saúde, a reabilitação não surge apenas como uma intervenção num corpo atingido, mas também como a reabilitação dos aspectos psicológicos ligados ao corpo, cujo funcionamento não se encontra intacto. Desta forma, o corpo constitui uma via para a interpretação dos comportamentos sociais, sentimentos físicos e emocionais. Na reabilitação encontram-se pessoas com alterações na imagem do corpo associadas a alguma alteração física e/ou biológica. Nesta realidade, a alteração da imagem corporal está relacionada com sentimentos de falta de controle e de sensibilidade dos membros, além de uma desvalorização da imagem estética (CASTRO CALDAS apud GALHORDAS; LIMA 2004). Alguns autores falam da importância do acolhimento em uma instituição de saúde. Segundo Matumoto (1998) apud Souza et.al (2009), o acolhimento não está restrito ao fato de apenas receber, mas é composto de uma sequência de atos e modos que fazem parte do processo de atendimento, na relação com o usuário, dentro e fora da unidade. O acolhimento é uma ferramenta importante para atender a exigência de acesso, propiciar vínculo entre equipe e população, trabalhador e usuário, questionar o processo de trabalho, desencadear cuidado integral e modificar a clinica (SOUZA; et.al. 2009). Ao relatarem a respeito da psicoterapia de grupo, Bechelli e Santos (2002) afirmam que esta favorece o trabalho do paciente como próprio agente de mudança, pois no grupo são os pacientes que desenvolvem a terapia e têm a possibilidade de romper com o modelo médico, onde o terapeuta é o expert e tem condições de

90 definir o correto e o errado, de estabelecer e aplicar o procedimento ou a intervenção. A escolha dos assuntos e temas a serem discutidos é função do grupo. Desta maneira, os pacientes têm a possibilidade de assumir um papel ativo durante o processo, passam a encontrar auxílio entre si, permitindo uma abertura maior à espontaneidade dos participantes. Assim, cada um estabelece a direção que lhes é mais produtiva. A força para a mudança provém dos membros do grupo, o apoio mútuo consolida a união em torno de um objetivo em comum (BECHELLI; SANTOS, 2002). Ainda de acordo com os autores supracitados o terapeuta nesse contexto usa seu conhecimento e habilidade para estabelecer e manter a cultura do grupo, mobilizar as dinâmicas e as forças intrínsecas do grupo, além de assegurar o andamento apropriado, o psicólogo auxilia o paciente a usar de modo eficaz seus próprios recursos para seu restabelecimento e a lidar de forma mais crítica e adequada com a realidade. Segundo Romano (1999), os grupos de apoio são freqüentemente uma das únicas formas de ajuda aos pacientes, pois neles, os indivíduos percebem que não estão sós, compartilham sentimentos com pessoas da mesma situação, reduzem a ansiedade e aprendem novos métodos de adaptação. Além disto, os grupos de apoio possibilitam atitudes positivas, facilitando a reestruturação cognitiva. Ele é formado por psicólogos podendo haver ainda a participação de outros profissionais para uma melhor sistematização da transmissão de informação e incentivo ao paciente a perceber, aceitar e participar do tratamento, pois as orientações são fundamentais para seu processo de reabilitação (ROMANO, 1999). A fim de caracterizar o trabalho com grupos em instituições hospitalares, Ponchirolli (1990) ao dirigir um grupo de reabilitação para amputados observou que os participantes demonstraram a necessidade de se reorganizarem e construir novamente suas defesas derrubadas pela dificuldade de lidar com esta nova situação. Estes, com suas limitações físicas, sentiram-se privados do social e impedidos de dar continuidade à sua vida profissional, conseqüentemente remetendo desequilíbrio também na família, além de desenvolverem uma grande dificuldade de reinserção em seu meio pela existência de preconceitos advindos do social.

91 A partir deste trabalho, a autora em questão afirma que a auto-imagem alterada necessita passar por um novo processo de autoconstrução, uma vez que nesta fase, o paciente sente dificuldades, necessitando de um grande esforço interior para obter-se a reformulação desejada, que interfere diretamente na adaptação do paciente ao seu novo modo de viver. Ponchirolli (1990) pôde então observar a necessidade do paciente em ser visto como um todo, a partir do momento que este tem consciência de que seus sentimentos negativos e dificuldades de adaptação é esperado ele se sinta mais apoiado e valorizado, desenvolvendo uma reorganização de sua nova imagem corporal e conseqüentemente adaptação à nova situação e reintegração no meio ambiente. CONTEXTUALIZAÇÃO O estágio em Psicologia Hospitalar ocorreu no Centro de Reabilitação de um hospital público de esfera administrativa privada, uma unidade beneficente sem fins lucrativos de dependência individual com atendimentos aos credenciados e também ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Centro de Reabilitação existe há sete anos e surgiu a partir de uma necessidade do hospital de descentralizar e facilitar o tratamento para os usuários. No Centro de Reabilitação existem três focos de intervenção: reabilitação física, neurológica e infantil e no processo de tratamento estão envolvidos o fisiatra, fisioterapeuta, técnica de enfermagem, terapeuta ocupacional, nutricionista, psicóloga e assistente social. São oferecidos aos pacientes atendimentos individuais e em grupo. Para que o usuário seja inserido neste contexto é necessário que este seja encaminhado pelo SUS ou pelo convênio e aguardar em uma lista de espera. Quando chamado, ele passa por uma nova avaliação com o fisiatra e em seguida com o fisioterapeuta que planejará seu tipo de tratamento. Entre os pacientes, 90% são atendidos pelo SUS. No Centro de Reabilitação acontece em média, duas vezes por semana, uma reunião de introdução com a assistente social, que tem a finalidade de informar e esclarecer dúvidas a respeito do tratamento a ser realizado, sendo esta, específica para usuários e/ ou familiares que estão iniciando o tratamento.

92 Observa-se que as patologias mais freqüentes são fraturas, amputações, acidente vascular cerebral (AVC), entre outros comprometimentos neurológicos. METODOLOGIA A partir de estágios realizados no Centro de Reabilitação em anos anteriores, as estagiárias puderam planejar algumas intervenções tendo como base as propostas levantadas pelos estagiários de Psicologia do ano de 2008. As propostas elaboradas eram a formação de um grupo para pacientes em processo de alta e outro grupo de acolhimento para todos os usuários do serviço. Desta forma, durante as supervisões de estágio, deu-se continuidade ao processo de montagem das propostas, sendo possível definir dez encontros, um por semana, com duração de aproximadamente uma hora e trinta minutos, com atividades variadas para os grupos de acolhimento e alta. O grupo de acolhimento seria aberto para todos os pacientes que desejassem participar, e o convite seria feito na Reunião de Introdução realizada pela assistente social. Os temas trabalhados no grupo focalizavam as dificuldades com relação à reabilitação, significado do tratamento para o paciente, integração com o corpo através de sensibilização corporal e técnicas de relaxamento O grupo de alta seria constituído apenas por aqueles pacientes que fossem encaminhados pelos profissionais do Centro de Reabilitação e os temas propostos no grupo seriam a respeito do processo de luto, a readaptação ao novo corpo, papel na família, sociedade e trabalho, as expectativas para o futuro e conquistas alcançadas. As propostas apresentadas foram discutidas com a psicóloga responsável, esta sugeriu algumas mudanças como a diminuição do número de encontros e do tempo de duração dos grupos, além da ressalva feita acerca da dificuldade de adesão dos usuários. A intervenção em si não teve início imediato, devido a aspectos burocráticos entre as instituições, sendo necessário aguardar a regularização dos documentos. Durante esse processo de espera, um sentimento de angústia foi vivenciado pelas estagiárias, que continuaram refletindo sobre o trabalho a ser realizado. Ainda nesse período ocorreu o desligamento da psicóloga, dificultando o início do trabalho.

93 Desta forma, só foi possível dar continuidade ao estágio diante da contratação de uma nova psicóloga, e mais uma vez, as propostas passaram por reestruturações. Neste período a psicóloga da instituição realizava o grupo de Apoio para pacientes. Este era composto por quatro encontros semanais e duração de uma hora, e em cada encontro havia a discussão de um pequeno texto que levava à reflexão sobre as dificuldades enfrentadas, mudanças necessárias, e cada paciente tinha a oportunidade de falar um pouco sobre si. Neste grupo, a participação das estagiárias foi somente de observação. Paralelo ao grupo de Apoio as estagiárias realizaram o grupo de Alta que ocorreu somente em dois encontros, pois, de acordo com a instituição, com um número maior de encontros, o paciente poderia criar novos vínculos dificultando seu desligamento do Centro de Reabilitação. Para o segundo semestre deste mesmo ano letivo (2009) as propostas de intervenção foram a realização de um Grupo de Acolhimento destinado a pacientes ingressantes no tratamento, com quatro a cinco encontros e um novo Grupo de Alta com duração de quatro a cinco encontros, uma vez que dois encontros não alcançaram os objetivos que seriam de acolher e realizar a escuta terapêutica do paciente. Os grupos seriam dirigidos somente pelas estagiárias e abertos para todos os pacientes do Centro de Reabilitação que tivessem interesse. Porém, por falta de adesão ao Grupo de Acolhimento, tornou-se necessário pensar em nova estratégia. Desta forma, este passou a ser realizado trinta minutos antes do Grupo de Introdução, tendo como objetivo acolher os pacientes recémchegados ao Centro de Reabilitação, trabalhar para a diminuição da ansiedade do início do tratamento e refletir sobre a importância da autonomia do paciente em seu processo de tratamento. Estes temas forma trabalhados através de dinâmicas, explicadas a seguir: - Dinâmica das bexigas: os pacientes eram divididos em três a quatro grupos. As estagiárias passavam por cada grupo auxiliando nas discussões e distribuía duas bexigas para cada grupo. Em uma das bexigas eram anotadas palavras positivas e na outra, palavras negativas que expressassem os sentimentos dos pacientes. Após a discussão de cada grupo, estes voltavam para um grupo maior, expondo o conteúdo discutido. Ao final, as bexigas que representavam o negativo eram colocadas em um saco de lixo e estouradas por um usuário, enquanto

94 as bexigas com palavras positivas eram estouradas, ou trocadas entre os grupos a fim de compartilhar os sentimentos positivos para o tratamento. - Dinâmica dos cartões: eram distribuídos pelo centro da sala diversos cartões com palavras que representavam sentimentos positivos (fé, esperança, amor, mudança, conquista, alegria e vitória) e negativos (dor, tristeza, medo, cansaço e insegurança). Era solicitado que os pacientes se aproximassem da palavra que mais se identificassem no momento, formando subgrupos para conversar sobre o que havia escolhido. As estagiárias passavam por cada grupo a fim de estimular as reflexões. Após o momento de reflexão e partilha, os grupos voltavam a ser um e todos tinham a oportunidade de compartilhar uns com os outros. Nos grupos de acolhimento as estagiárias buscavam refletir a respeito de se ter autonomia no tratamento, não deixando a responsabilidade somente para os profissionais, mas sentir-se também responsável por esse processo. Outro grupo realizado pelas estagiárias no Centro de Reabilitação foi trabalhar a sensibilização corporal com a equipe técnica, com o objetivo de sensibilizá-los para um atendimento mais humano aos pacientes. O grupo foi formado por quatro funcionários, ocorrendo semanalmente, com duração de uma hora, totalizando quatro encontros. Nos dois primeiros encontros foram realizadas dinâmicas nas quais os participantes puderam entrar em contato com seu próprio corpo, explorando seus sentidos e sensações. A partir do terceiro encontro foram realizadas dinâmicas nas quais os participantes puderam tocar o outro, entrando em contato com os sentimentos despertados quando recebiam o toque. No decorrer dos grupos os técnicos falaram do desejo de compartilharem de um espaço no ambiente de trabalho menos estruturado, onde tivessem a possibilidade de criar e compartilhar suas vivências. Atendendo a solicitação do grupo foi elaborado um quinto encontro, onde todos os profissionais do Centro de Reabilitação foram convidados, encerrando o semestre de estágio. Foi realizado ainda no segundo semestre um Grupo de Alta com o objetivo de preparar o paciente para o fim do tratamento na instituição. O grupo foi composto por dois pacientes indicados pela psicóloga, sendo realizados dois encontros, com duração de uma hora semanalmente. Compareceu ao primeiro encontro apenas um

95 paciente e foram realizadas apresentações e esclarecimentos com relação ao objetivo do grupo. Os temas abordados foram a respeito da evolução do paciente durante o tratamento e suas dificuldades no desligamento. Na segunda e última sessão, apenas o outro paciente compareceu. Foram utilizados os mesmos recursos do encontro anterior, além de uma dinâmica que utilizava uma caixa com um espelho, levando o paciente a refletir sobre si mesmo. Porém, observou-se que estes pacientes não precisavam passar pelo grupo, uma vez que relataram estar ansiosos para ter alta logo e não por sentir falta do tratamento, o que seria o objetivo do grupo de alta. DISCUSSÃO A realização do estágio relatado possibilitou levantar questões sobre o funcionamento da instituição hospitalar em relação a vários aspectos. Uma questão observada foi o predomínio do enfoque clínico na atuação do psicólogo, aspecto convergente com o que é discutido por Romano (1999) ao relatar o predomínio do modelo clínico dentro das instituições hospitalares e a dificuldade deste para a atuação do psicólogo hospitalar, sendo que o local e a demanda exigem uma atuação diferenciada. No Centro de Reabilitação onde foi realizado o estágio havia apenas uma psicóloga que concentrava suas atividades no atendimento clínico individual, atendendo uma demanda emergente. Durante o estágio foi possível observar uma busca dos profissionais por uma atuação multidisciplinar, porém o funcionamento ainda não acontece de forma integral nesse modelo, há reuniões semanais entre a equipe, mas no dia-a-dia a comunicação fica restrita a prontuários. Romano (1999) ao abordar o tema da multidisciplinariedade no contexto hospitalar afirma que esta deve ser qualificada e dividir as responsabilidades entre as partes envolvidas facilitando a comunicação. Foi verificada também a dificuldade de comunicação entre os profissionais da equipe em relação aos pacientes e aos estagiários de psicologia. Alguns fatos constatados foram em relação às informações transmitidas aos pacientes sobre o tratamento e a dificuldade de planejar, juntamente com os estagiários, as estratégias de atuação. Faro (2006) em relação à reabilitação do paciente coloca que este é um processo, portanto, pode não curar, mas sim, reintegrar a pessoa aos diversos

96 âmbitos de sua vida. Tal realidade nem sempre é abordada dentro dos grupos vivenciados, pois os pacientes têm a expectativa de que a reabilitação irá curá-los e quando isto não ocorre muitos se encontram despreparados para aceitar e conviver com esta nova realidade. A intervenção no Grupo de Acolhimento realizada no Centro de Reabilitação, vai ao encontro da idéia proposta por Souza et. al (2009), que trás o acolhimento como uma ferramenta importante para atender a exigência de acesso, propiciar vínculo entre equipe e população, trabalhador e usuário, questionar o processo de trabalho, desencadear cuidado integral e modificar a clinica. Durante os grupos com pacientes foi trabalhada a importância do paciente ser o agente de mudança no tratamento e sobre seu papel ativo durante o processo, assim como abordado por Bechelli e Santos (2002). Foi observado nos grupos que a troca de experiências entre os pacientes é uma maneira bastante eficaz no resultado do tratamento como constata Romano (1999) ao relatar que nos grupos a troca de experiências e compartilhamento diminuem a ansiedade e auxilia na aprendizagem de métodos de adaptação ao novo corpo. O grupo realizado com técnicos, apesar do número restrito de encontros, permitiu aos profissionais participantes refletirem acerca das suas práticas profissionais e criarem um espaço diferente da rotina de trabalho, onde puderam construir um espaço e um momento onde partilhavam questões e vivencias não apenas como profissionais, mas como indivíduo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a realização desse estágio, confirmou-se a importância de que o paciente no Centro de Reabilitação precisa ser tratado na sua totalidade, pois os aspectos psicológicos e sociais interferem muito no processo de cura ou adaptação a nova realidade. Durante os grupos de acolhimento, as estagiárias tinham como objetivo transmitir aos pacientes a importância do seu processo ativo durante o tratamento, questão que também precisa ser trabalhada entre os profissionais, pois nem sempre estão preparados para este tipo de atuação que demanda um novo olhar sobre a importância de cada pessoa envolvida no processo de tratamento para alcançar melhores resultados.

97 A Psicologia enquanto área de atuação em uma equipe multidisciplinar pode ser facilitadora, no processo de mostrar aos profissionais a importância de estar atento aos pacientes e a família, e no potencial que estes possuem para ajudar no tratamento. A estratégia grupal pareceu ser pouco explorada, no entanto, durante o estágio realizado com grupos, mostrou-se eficiente, desde que adaptado à realidade institucional e dos pacientes. Um trabalho com a equipe profissional contínuo possibilitaria um espaço de criação de novas relações e um novo olhar acerca do trabalho, auxiliando na concretização de um trabalho multidisciplinar. Devido ao tempo restrito e o número limitado de encontros, durante o período de estágio, algumas questões foram levantadas e transformações sutis observadas no corpo técnico e com os pacientes, porém é importante que estas questões sejam aprofundadas em estudos posteriores, que busquem investigar a prática profissional no cotidiano hospitalar. REFERÊNCIAS ANGERAMI-CAMON, W. A. Psicologia hospitalar: o pioneirismo e as pioneiras. In: Tendências em psicologia hospitalar. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, cap.7, p.101-142, 2004. BECHELLI, L. P. de C.; SANTOS, M. A. dos. Psicoterapia de grupo e considerações sobre o paciente como agente da própria mudança. Revista Latino - Americana de Enfermagem, 2002 maio-junho; 10(3):383-91. Disponível em: http://www.eerp.usp.br/rlaenf. Acesso em: mar 2009. BRITO, D. C. S.; BARROS, D. T. R. A orientação profissional como método terapêutico e reabilitador de pacientes portadores de doenças crônicas. Revista Brasileira de Orientação Profissional, v.9, n.2, São Paulo, 2008. Disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/pdf/rbop/v9n2/v9n2a12.pdf. Acesso em: abr 2009 CASTRO, E. K.; BORNHOLD, E. Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e possibilidades. Psicologia Ciência e Profissão, 24 (3), p.48-57, 2004.

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