Recursos Educacionais Abertos. Érica Cristiane Cox S. Mizutani 1



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Transcrição:

Recursos Educacionais Abertos Érica Cristiane Cox S. Mizutani 1 1 Aluna do curso de especialização em Desenvolvimento de Sistemas para Web Universidade Estadual de Maringá (UEM) - Av. Colombo, 5790 Bloco C56 Maringá PR Brasil ericacriscox@yahoo.com.br Abstract. Information and communication technologies (ICTs) play an important role in the way people live, communicate and learn. It has been a great ally in education, enables the exchange of high quality materials in a simple and fast way, which brings improvements to the educational process. In this context, the production, publication and distribution of digital teaching materials grow every day and earn innovations and taxonomies. Education, Open Educational Resources, Learning Objects are technical terms of the evolution of ICTs in educational process. In this sense, the present work aims to explore the meaning of these technical terms, as well showing the differences between the then outstanding Open Contents, their means of production and licensing. Resumo. Tecnologias da informação e comunicação (TICs) possuem papel importante na maneira como os indivíduos vivem, comunicam-se e aprendem. Tem sido uma grande aliada na educação, possibilita a troca de materiais de alta qualidade de forma simples e rápida, o que traz melhorias para o processo educacional. Neste contexto, a produção, publicação e distribuição de materiais didáticos digitais crescem a cada dia e ganham inovações e taxonomias. Educação, Recursos Educacionais Abertos, Objetos de Aprendizagem são expressões técnicas oriundas da evolução das TICs no processo Educacional. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo explorar o significado destes termos técnicos, bem como mostrar as diferenças entre os então destacados Conteúdos Abertos, seus meios de produção e licenciamento. 1. Introdução A possibilidade de vencer distâncias levando material de alta qualidade faz das redes de computadores uma grande aliada da educação. Nos últimos anos, com o avanço dos computadores, tem se proliferado cada vez mais o seu uso no processo educacional. São as chamadas novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) ocupando o seu espaço. Com o aparecimento desses aparatos também surgiram os sistemas computacionais para o gerenciamento do processo de ensino e aprendizagem e para a geração de material didático (FILHO, 2013). Os Recursos Educacionais Abertos (REA), mais conhecidos por sua sigla em inglês OER (Open Educational Resources) são recursos voltados para o ensino e

aprendizagem, disponibilizados de forma livre e aberta para qualquer interessado ao redor do mundo. A questão que esse trabalho se propõe a responder é como produzir conteúdo educacional aberto de forma fácil e dentro do que propõem os padrões REA, mostrando o significado dos termos técnicos e suas diferenças, bem como seus meios de produção e licenciamento. Este artigo apresenta uma revisão da literatura com o objetivo de apresentar um guia para usuários de Recursos Educacionais Abertos (REA), algo que sirva como base para que qualquer um que esteja disposto a desenvolver conteúdo (recursos) consiga entender o conceito para produzi-lo de forma adequada. Sabendo a melhor maneira de produzir REA, consegue-se desenvolver materiais adequados às necessidades de todos, facilitando a produção, o compartilhamento, a adaptação e a reutilização dos mesmos. 2. Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação As principais tecnologias da informação e comunicação acarretaram alterações por seu impacto significativo sobre a cultura e reorientaram as perspectivas sociais, econômicas, científicas e políticas. A prensa para impressão tipográfica deu introdução a um sistema de editoração de conhecimento, com a produção de livros e, posteriormente, de jornais. Em 1830 surgiu o primeiro aparelho telegráfico, nove anos mais tarde surgiu a primeira fotografia com uma máquina conhecida como daguerreótipo. Por volta de 1858 foi enviada a primeira mensagem através de uma cabograma, que é a transmissão de um telegrama através de cabos submarinos. No ano de 1976 foi patenteado o primeiro telefone. A produção e distribuição de energia teve início em 1879. Depois de muitas invenções chega a máquina conhecida como computador que possibilita verificar grande quantidade de dados, com pouca intervenção humana (CURY e CAPOBIANCO, 2011). As tecnologias de informação viabilizaram a sociedade informacional e se tornaram tecnologias estratégicas, fundamentais em todos os campos: da economia, da gestão, da política, da guerra e da cultura, segundo Sérgio Amadeu da Silveira (EDUCAÇÃO ABERTA, 2011). Segundo Valente (1998), o ensino pela informática tem suas raízes no ensino através de máquinas que, por sua vez, nasceu da invenção de Sidney Pressey em 1924 ao inventar uma máquina de corrigir testes de múltipla escolha. Este acontecimento levou Skinner a propor no início de 1950 uma máquina para ensinar utilizando o conceito de instrução programada. A instrução programada consiste em preparar o material a ser ensinado em pequenos segmentos logicamente encadeados denominados de módulos. Cada módulo é apresentado em uma determinada sequência ao aluno que ao final deve responder a uma questão. Se a resposta for correta o aluno pode passar para o modulo seguinte, caso contrário é dado um tratamento específico para que possa rever ou acessar módulos, cujo objetivo é remediar o processo de ensino. A proposta de Skinner foi apresentada na forma impressa e muito usada durante o final de 1950 e início dos anos 60, não se popularizando pela dificuldade apresentada na produção do material instrucional, fator este contornado com o advento dos

computadores, nascendo a instrução auxiliada por computador (CAI computer aided instruction). Segundo Valente (1998), houve grandes investimentos de diversas empresas e universidades americanas na produção de CAI com a intenção de revolucionar a educação. Entretanto, os computadores eram muito caros para serem adquiridos pelas escolas, ficando para as universidades o trabalho de disseminar este recurso educacional. A disseminação deste recurso nas escolas só veio a acontecer com o advento dos microcomputadores, que permitiu a enorme produção de cursos e diversificação de tipos de CAI, como tutoriais, programas de demonstração, exercício-e-prática, avaliação do aprendizado, jogos educacionais e simulação, além de outras abordagens que permitiram o uso do computador como ferramenta no auxílio de resolução de problemas, na tradução de textos, na manipulação de banco de dados e no controle de processos em tempo real (VALENTE, 1998). Atualmente a versatilidade e facilidade de comunicação auferida com os computadores são ampliadas pela qualidade de seus recursos, principalmente os de multimídia e de comunicação em redes, incrementando o potencial desta tecnologia em relação ao processo de ensino-aprendizagem. Os programas do tipo CAI continuam a ser produzidos em grande escala e sob diversas abordagens em todo o mundo, principalmente no Brasil. As interfaces gráficas tornam estes programas mais atraentes ao mesmo tempo que ajudam na comunicação ao permitir a utilização de imagens e animações. Atualmente, em pesquisas, estão sendo utilizados recursos de inteligência artificial, redes de computadores, telemática, realidade virtual, entre outros, que poderão trazer contribuições para a prática do processo de ensino-aprendizagem. As redes de computadores estão revolucionando o ensino com computadores. Os alunos são contemporâneos a estas tecnologias e as utilizam com facilidade. Além disso, novas plataformas surgiram como tablets e celulares que permitem o acesso móvel de conteúdos. Desta forma o compartilhamento e acesso síncronos e assíncronos de informações passam a ser uma realidade, potencializando os recursos educacionais. Os sistemas que eram produzidos para uso local ganham flexibilidade com as redes de computadores. Alunos e professores podem se comunicar e compartilhar conteúdos de forma fácil e rápida. Assim, visando facilitar e incentivar o uso de tecnologias no processo educacional, surge um conceito chamado de Recursos Educacionais Abertos para a troca e intercâmbio de informações. 3. Recursos Educacionais Abertos Para trabalhar o conceito de Recursos Educacionais Abertos é necessário inicialmente definir o que seja um recurso educacional para depois caracterizar esta nova expressão no contexto educacional. 3.1. Recursos Educacionais Também conhecidos como materiais didáticos ou tecnologias educacionais, os recursos e equipamentos educacionais são todo e qualquer recurso utilizado em um

procedimento de ensino, visando a estimulação do aluno e a sua aproximação do conteúdo (FEITOSA, 2007). Ainda segundo o autor, entre os recursos educacionais mais conhecidos no Brasil, por serem mais genéricos e que estão sendo utilizados em todos os componentes curriculares e variedades de ensino, destacam-se cartazes, computadores, datashow, desenhos, discos, DVDs e vários outros. São os meios de ensino e recursos materiais utilizados no processo de mediação pelos professores e alunos para a organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem. Neste caminho, Libâneo (1994) menciona que equipamentos são meios de ensino gerais, necessários para o processo de ensino e aprendizagem escolar. Recursos didáticos podem ser caracterizados por computadores, filmes, imagens, maquetes, quadros, livros, apostilas, sistemas computacionais (aplicativos), dentre outros. O acesso aos recursos educacionais é essencial para o desenvolvimento de configurações mais flexíveis de ensino e aprendizado. E tratar o chamado material didático como Recursos Educacionais Abertos (REA) pode auxiliar um sistema de modificação muito assertivo para a aprendizagem escolar. 3.2. Recursos Educacionais Digitais No trabalho de Falkembach (2005) os materiais educativos digitais são definidos como recursos que podem ser desde pequenas atividades realizadas via computador ou ainda livros eletrônicos, jogos, simulações, histórias em quadrinhos ou desafios propostos aos alunos. Os materiais digitais usam normalmente, além da multimídia, o recurso do hipertexto que permite uma navegação aleatória. Falkembach diz que o termo objetos educacionais também expressa material educativo digital, porém, com o aspecto da reutilização, ou seja, seu uso pode ser compartilhado, necessitando de uma estrutura modular associada com o desenvolvimento direcionado para a web. Os objetos educacionais trazem novas possibilidades no desenvolvimento de material didático a ser usado também na Educação a Distância. 3.3. Recursos Educacionais Abertos, Conceito e Característica Segundo Hilen (2006), citado por Dutra e Tarouco (2007) REA são materiais educacionais digitais disponibilizados de forma livre e aberta para a comunidade acadêmica em geral, que os utilizam para o ensino, aprendizagem e pesquisa. De acordo com o caderno EDUCAÇÃO ABERTA (2011), REA é um movimento que envolve grupos e instituições do mundo todo, principalmente pessoas envolvidas com educação, cultura, política e economia. E, ainda, a quem possa interessar no livre acesso e compartilhamento de conhecimento e na convicção de que todos têm direito a uma educação de qualidade. Além disso, possui o objetivo das pessoas criarem consciência crítica sobre o seu papel em sociedade cada vez mais mediada por recursos digitais. Em 2002, a UNESCO cunhou o termo Recursos Educacionais Abertos com a seguinte definição:

Recursos Educacionais Abertos são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos Educacionais Abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, teses, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento. É aberto porque é livre, como liberdade; é aberto porque permite outros voos e outras produções; é aberto porque permite a remixagem e, em última instância, é aberto porque entende a diferença como um valor a ser enaltecido e não simplesmente aceito e considerado (SANTANA, et al., 2012). Segundo Moraes, Ribeiro e Amiel (2011) o conceito de REA é mais do que um recurso básico, é um compromisso com os recursos didáticos, com foco em encontrar, criar, adaptar, usar e compartilhar, definindo cada item como: 1. Encontrar: através da rede mundial de computadores e de seus próprios materiais procura-se recursos capazes de atender a sua necessidade. 2. Criar: criar o recurso necessário do início ou combinar recursos para montar um novo. 3. Adaptar: fazer adaptações no material encontrado a fim de se adequar ao contexto. 4. Usar: usá-lo em sala de aula, em reuniões pedagógicas e na internet. 5. Compartilhar: disponibilizar cópias do recurso original, das alterações e junções com outros recursos dentro e fora do ambiente escolar, para que possa ser reutilizado e dar sequência ao recurso. Segundo Tel Amiel o conceito de abertura não é necessariamente dependente de desenvolvimento tecnológico e antecede a popularização de dispositivos digitais, da internet e da web, mas pode ser fortalecido por novas mídias (SANTANA, et al., 2012). 3.4. Objetos de Aprendizagem Os Objetos de Aprendizagem (OA) têm a função de propiciar o compartilhamento de recursos didáticos, ou seja, permitir e facilitar o uso de conteúdo educacional por meio de especificações e padrões internacionalmente aceitos. Ainda têm por função tornar estes recursos interoperáveis e reutilizáveis por diferentes aplicações e ambientes, bem como facilitar a sua pesquisa utilizando metadados (FILHO, 2013). Pode-se citar como características dos OA: a reusabilidade, a acessibilidade, a interoperabilidade, a durabilidade e a customização. A reusabilidade refere-se à viabilidade de ser usado em vários aplicativos; a acessibilidade corresponde à capacidade do acesso remoto ao recurso educacional; a interoperabilidade permite a utilização em diferentes plataformas e ferramentas; a durabilidade propicia que o recurso possa ser utilizado, mesmo quando a base tecnológica em que foi desenvolvido sofre mudanças e; a customização corresponde à flexibilidade e adaptação do material a diferentes níveis de ensino (BEHAR apud MATTA, 2012).

Considerando que os Objetos de Aprendizagem são instrumentos de mediação, portanto intencionais, devem ser planejados e organizados para a aprendizagem. Assim, em seu desenvolvimento devemos levar em conta (FILHO, 2013): Determinação dos Objetivos Educacionais; Seleção, Organização e Sistematização dos Conteúdos; Estratégias Didáticas; Tradução Didático-Pedagógica; Atividades de Ensino e Aprendizagem; Interface de Mediação; Avaliação do Processo; Retroalimentação (para melhoria do processo). 3.5. Diferenças entre REAs e OAs Inicialmente, o objeto de aprendizagem foi idealizado como sendo um recurso adaptável, disponibilizando oportunidade para que seja ligado a outro objeto, equivalente a alguma finalidade de aprendizagem. Por outro lado REAs devem ir mais longe, necessitam ser planejados como meios que podem ser reunidos, mas também reaproveitados em contextos diferentes e alterados por outros usuários (AMIEL, et al., 2011) 4. Distribuição e Publicação de Recursos Educacionais Abertos 4.1. Bancos Internacionais de Recursos Educacionais (Repositório REAs) Os repositórios educacionais digitais são sistemas de informação que possibilitam aproveitamento e reutilização de objetos educacionais de diferentes idiomas e formatos. Eles são uma forma encontrada para a transmissão dos objetos educacionais, permitindo controlar a produção, divulgação e acesso às publicações (AFONSO, et al., 2011). O Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE) é um repositório criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2008, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Rede Latino-Americana de Portais Educacionais (RELPE), Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e algumas universidades brasileiras responsáveis pela localização, avaliação e catalogação dos recursos educacionais digitais de livre acesso (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008). De acordo com Afonso et al. (2011) cabe ao BIOE localizar, catalogar, avaliar, disponibilizar, manter e compartilhar objetos educacionais digitais de acesso livre, disponíveis em diferentes formatos, considerados relevantes e adequados à comunidade educacional brasileira e internacional. Tem por objetivo disponibilizar objetos educacionais digitais de acesso livre, em diferentes idiomas e formatos, para estimular o seu uso na educação, promovendo a democratização da informação de forma colaborativa. 4.2. Padrões para Compartilhamento

Devido à democratização da tecnologia de objetos de aprendizagem no auxílio às atividades de ensino e aprendizagem, apareceram algumas iniciativas pretendendo padronizar a especificação, a construção e a identificação dos objetos de aprendizagem (SANTANA e FILHO, 2012). EDUCAÇÃO ABERTA (2011) destaca que um dos princípios do REA é a abertura técnica, no sentido de empregar formatos de recursos que possam ser facilmente abertos e modificados em qualquer programa de computador, prevalecendo assim a interoperabilidade técnica para auxiliar o seu uso e reuso. Segundo os autores Santana e Filho (2012) os padrões mais aceitos para formatação de pacotes de conteúdos são os IMS Content Packaging (IMS Global Learning Consortium) e o SCORM, sendo que seu foco é a reusabilidade, acessibilidade, interoperabilidade e durabilidade. Desse modo os OAs podem ser operados a partir de diversos softwares e ambientes virtuais de aprendizagem. Santana e Filho (2012) ressaltam que o SCORM caracteriza um padrão de como se fazer e como se executar cursos baseados na web. É um modelo de referência, ou seja, um conjunto unificado de especificações para disponibilização de conteúdo e serviços de e-learning. A seguir, os objetivos do padrão SCORM: Padronizar a forma como os conteúdos se relacionam com os sistemas; Reutilizar os objetos de aprendizagem; Tornar flexível a aprendizagem; Portabilidade/migração. O IMS Learning Design é um modelo para especificação de objetos e atividades de aprendizagem baseado no EML (Educational Modeling Language) da Universidade aberta da Holanda (SANTANA E FILHO, 2012). O IMS se difere do SCORM, mais voltado para o conteúdo, pois foi baseado na ideia de que existem mais relações no processo de ensino aprendizagem do que somente a relação de um único aluno diretamente com o conteúdo (SANTANA E FILHO, 2012). As duas especificações - SCORM x IMS - contêm características semelhantes ou complementares e fazem parte de consórcios que buscam a normalização e compatibilidade de soluções. A grande vantagem do SCORM é sua crescente adoção como especificação de objetos de aprendizagem. Neste sentido o padrão SCORM é muito mais difundido e utilizado devido a sua grande abrangência de uso nos mais diferentes LMS e software de autoria (SANTANA E FILHO, 2012). Para que os Recursos Educacionais Abertos possam ser compartilhados eles necessitam de um formato. Sergio Amadeu da Silveira no Livro REA, define formato como um modo específico de codificar a informação para o seu armazenamento e recuperação em arquivos digitais. Esses formatos digitais podem ser fechados e proprietários, com instruções para o computador salvar e recuperar informações. Não são acessíveis a todos, são componentes de um processo econômico que pode aprisionar os seus usuários. Porém, o formato com codificação aberta não está submetido a bloqueio legal de uso e garante ao

indivíduo a liberdade de utilização de quaisquer programas que aceitem abri-los (SANTANA, et al.). 5. Propriedade Intelectual e Direitos Autorais De acordo com EDUCAÇÃO ABERTA (2011) um dos conceitos em que os REA são baseados são as licenças de uso que concedem maior flexibilidade e uso legal dos recursos didáticos. Portanto, os Recursos Educacionais Abertos devem ser licenciados antes de serem compartilhados, preservando assim a propriedade intelectual dos autores. Usando como base o trabalho de Duarte e Pereira (2009), vemos que a Propriedade Intelectual é a parte do Direito que aborda a proteção conferida a todas as criações decorrentes do espírito humano de caráter científico, literário, artístico ou industrial. Dentro da Propriedade Intelectual encontra-se o Direito Autoral como sendo o poder que o autor, o criador, o tradutor, o pesquisador ou o artista tem de controlar o uso que se faz de sua obra. Este direito está estabelecido na Lei 9.610, de 16 de fevereiro de 1998. Ainda segundo Duarte e Pereira (2009), o Direito Autoral é caracterizado sob dois aspectos: Moral: Garante ao criador o direito de ter seu nome impresso na obra, respeitando a integridade dela, bem como assegura os direitos de modificá-la ou mesmo de proibir sua veiculação. É um direito inalienável e irrenunciável. Patrimonial: Regula as relações jurídicas da utilização econômica das obras intelectuais. Este pode ser negociado. O Direito Autoral Moral indica quem criou a obra e possui sinais indicando a sua autoria. Gera Direito Moral que não pode ser mais modificado. No entanto, o Direito Patrimonial diz respeito ao uso das obras criadas. Este direito pode ser negociado ou licenciado. O Creative Commons é uma organização não governamental que tem como foco a elaboração e manutenção de licenças livres que auxiliam na cultura de criação e compartilhamento que tomou força com a expansão mundial da internet. Hoje as licenças estão em sua terceira versão e foram adotadas e adaptadas por mais de cinquenta e cinco países, inclusive pelo Brasil (EDUCAÇÃO ABERTA, 2011). 6. Conclusões Os Recursos Educacionais Abertos significam um profundo desenvolvimento no método de uso das novas tecnologias de informação, com um impacto bastante amplo na comunidade. O desenvolvimento tecnológico vem mudando as perspectivas e capacidades, repensando o valor e a função dos estabelecimento de ensino. Estas, por sua vez, serão cada vez mais contaminadas positivamente pela influência de configurações emergentes. Práticas, recursos e ambientes abertos podem nos ajudar a definir de maneira transparente e colaborativa a escola que queremos. No cenário de Recursos Educacionais Abertos, muito destaque é concedido ao fato de tornar acessíveis os materias didáticos na web, devidamente licenciados, por sua

facilidade de disseminação. Porém, para uma educação aberta, deve-se considerar ajudar o aluno por meios adequados das pedagogias de ensino e aprendizagem. Referências Bibliográficas AFONSO, M. C. L. A.; EIRÃO, T. G.; MELO, J. H. M.; ASSUNÇÃO, J. S.; LEITE, S. V. Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE): tratamento da informação em um repositório educacional digital, 2011. Disponível em: http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/1049. Acesso em: 05 fev. 2014. AMIEL, T.; OREY, M.; WEST, R. Recursos educacionais abertos (REA): modelos para localização e adaptação. EDT Educação Temática Digital, Campinas, v.12, p.112-125, 2011. Disponível em: http://www.fae.unicamp.br/revista/index.php/etd/article/view/2284. Acesso em: 26 nov. 2013. BRASIL. Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 20 fev. 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 08 jan. 2014. CURY, L.; CAPOBIANCO, L. Princípios da História das Tecnologias da Informação e Comunicação Grandes Invenções. Disponível em: http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/cpedagogica/capobianco- Princpios_da_Histria_das_Tecnologias_da_Informao_e_Comunicao Grandes_Histr ias_principles_of_ict_history.pdf. Acesso em: 28 jan. 2014. DUARTE, E. C. V. G. e PEREIRA, E. C. P. Direito autoral: perguntas e respostas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2009. Disponível em: http://www.bibliotecavirtual.celepar.pr.gov.br/arquivos/file/livros/direito/livrodire itoautoral.pdf. Acesso em: 20 jan. 2014. DUTRA, R. L. S. e TAROUCO, L. M. R.. Recursos Educacionais Abertos (Open Educational Resources). Revista Novas Tecnologias na Educação RENOTE, v. 5 nº 1, Julho, 2007. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/renote/article/view/14171. Acesso em: 22 jan. 2014. EDUCAÇÃO ABERTA. Recursos educacionais abertos (REA): Um caderno para professores. Campinas: Educação Aberta, 2011. Disponível em: http://www.educacaoaberta.org/rea. Acesso em: 02 de jun. 2013. FALKEMBACH, G. A. M. Concepção e Desenvolvimento de Material Educativo Digital. CINTED - Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação. UFRGS, v. 3, n. 1, 2005. Disponível em: http://seer.dev.ufrgs.br/index.php/renote/article/download/13742/7970. Acesso em: 13 fev. 2014. FILHO, D. A. M. Web Didata Facilitando a Aprendizagem: www.webdidata.uem.br. Disponível em: http://webdidata.uem.br/. Acesso em: 04 jan. 2014. FREITAS, O. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. Disponível em:

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