Educação Musical: Criação, Linguagem e Conhecimento
INTRODUÇÃO Educadores musicais têm manifestado sua preocupação com a observância da Lei nº 11769, que é a lei de inclusão da música no currículo das escolas do nosso país e com a construção significativa de uma educação musical adequada à realidade brasileira, às necessidades e características do aluno, principalmente, da Educação Infantil. A presente proposta de Educação Musical do Colégio Arquidiocesano Unidade UCPD tem a intenção de aproximar educador, música e jovens, compartilhando experiências e informações, estimulando a reflexão e o questionamento, apontando caminhos e possibilidades para o desenvolvimento da inclusão da música na grade curricular para uma indispensável contribuição à formação de seres humanos sensíveis, criativos e reflexivos, fazendo com que esses jovens entendam a educação musical como uma linguagem. É inquestionável a importância da educação musical para todos nas escolas. A música é, em primeiro lugar, uma contribuição para o alargamento da consciência e para a modificação do homem e da sociedade Koellreuter (apud Brito, 2001, p. 26). A construção da prática educativa condizente com as novas exigências do mundo contemporâneo e da atual legislação torna-se, pois, necessário criar condições para que o ensino musical seja consciente e consistente, pois, a música é uma parte necessária, e não periférica, da cultura humana, merecendo ocupar um lugar proeminente no sistema educacional (FONTERRADA, 2008), pois cremos que a música é marcante no desenvolvimento do conhecimento e na expressão humana de um ser mais engajado no mundo.
JUSTIFICATIVA É incontestável a influência da música no desenvolvimento da criança, confirmada por inúmeras pesquisas desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, particularmente nas décadas finais do século XX e, principalmente, no Brasil no início do século XXI. (ver FONTERRADA, 2008; SOUZA, 2009; BASTIAN, 2009). Esse projeto de Educação Musical: criação, linguagem e conhecimento propiciará o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, ordenando e dando sentido à experiência humana desenvolvendo a sensibilidade, percepção e imaginação tanto ao realizar esse trabalho quanto na ação de apreciar e conhecer músicas já produzidas. Fazendo com que essas crianças possam sentir prazer em fazer arte e ao mesmo tempo, sejam atingidas profundamente em seus interiores por essa possibilidade, auxiliandoas a fortalecer a própria identidade e a buscar melhor qualidade de vida. O trabalho de Educação Musical se organiza de forma que desenvolvam uma linguagem musical, além de formar cidadãos com a oportunidade de participarem ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores dentro e fora da sala de aula. Contribui também para que possam vir a serem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais, incentivando a participação em shows, festivais, concertos, eventos da cultura popular e outras manifestações musicais onde aprendam a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história. Todo ser humano tem, potencialmente, o mesmo talento para falar e fazer música. Mas para que esse potencial se desenvolva, é preciso que a criança seja exposta a um meio favorável desde muito cedo. A música tem que ser parte importante desse meio [...]. (Shinichi Suzuki)
OBJETIVO Objetivo Geral O objetivo desse projeto é fazer com que as crianças compreendam a Educação Musical como linguagem e forma de conhecimento, garantir a possibilidade de vivenciarem e refletirem sobre as questões musicais, num exercício sensível e expressivo que ofereçam condições para o desenvolvimento de habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos. Busca-se, ainda, fazer com que estas crianças criem músicas, integrando experiências que envolvam a vivência, a percepção e a reflexão como uma linguagem musical presente no cotidiano, e, de forma intensa, no rádio, na televisão, em gravações, jingles, leituras, além de outras situações de convívio social. Objetivos Específicos possibilitar uma melhor formação musical e instrumental (violão, flauta doce, percussão, canto) dos alunos descobrir todo o potencial musical criativo desses alunos criar situações musicais que os auxiliem a melhorar sua qualidade de vida, além de aumentar suas possibilidades de relacionamento consigo próprios, com o outro e com o meio estimular a fazer músicas em conjunto e por si mesmos, formando cidadãos e artistas, respeitando diferenças e dificuldades para assegurar assim a igualdade no acesso à linguagem musical e a oportunidade de receberem uma educação musical comprometida com a realidade e individualidade de cada um PÚBLICO ALVO Alunos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio que cursam o Ensino Regular do Colégio.
METODOLOGIA Para esse projeto pretendo realizar aulas proporcionando um ambiente musical de modo que sejam as condições ideais para desenvolver o potencial de cada criança para garantir maior confiabilidade aos resultados obtidos apoiado nas metodologias do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Conhecimento de Mundo, Cada Dedo Cada Som: canções de crianças para flauta doce e apoiado nos livros de Educação Musical 1º grau e de Teoria da Música. Tenho a intenção de dar aulas de musicalização abordando teoria musical e a percepção musical, ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais em linguagem musical pelo contato com obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e países, além de dar aulas dos instrumentos flauta doce, violão e percussão para uma formação de instrumentistas juntamente abordando a teoria musical.
DESENVOLVIMENTO Para o desenvolvimento das oficinas quero investir em aulas práticas, focando a criação. As oficinas serão divididas por faixa etária. OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO I Para os alunos do ensino fundamental de 6, 7 e 8 anos (1ª, 2ª e 3ª séries) Reconhecer elementos musicais básicos: sete notas musicais (Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si), conhecimento de extensão: do grave ao agudo, organização dos sons e silêncios (altura, duração, intensidade e timbre); iniciação a flauta doce; brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; exploração da escuta de obras musicais para conhecer e perceber instrumentos musicais e para propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem musical: o som e o silêncio; explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo. OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO II Para os alunos do ensino fundamental de 9, 10, 11 anos (4ª, 5ª, e 6ª séries) Reconhecer elementos musicais básicos: sete notas musicais (Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si) com iniciação a notação musical (partitura); conhecimento de extensão: do grave ao agudo; organização dos sons e silêncios (altura, duração, intensidade e timbre); conhecer e perceber instrumentos musicais; flauta doce; brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; exploração da escuta de obras musicais para conhecer e perceber instrumentos musicais e para propiciar o contato e experiências com a matériaprima da linguagem musical: o som e o silêncio; explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo.
OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO III E PERCEPÇÃO MUSICAL Para os alunos do ensino fundamental de 12, 13, 14 anos (7ª, 8ª, e 9ª séries) Musicalização: Reconhecer elementos musicais básicos: sete notas musicais (Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si); conhecimento de extensão: do grave ao agudo; organização dos sons e silêncios (altura, duração, intensidade e timbre); conhecer e perceber instrumentos musicais; flauta doce e estudo dos outros instrumentos (para os que tocam outros instrumentos); brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; exploração da escuta de obras musicais para conhecer e perceber instrumentos musicais e para propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem musical: o som e o silêncio; explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo. Percepção: Teoria Musical (leitura de partitura, escalas, ritmo, etc) OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO IV E PERCEPÇÃO MUSICAL Para os alunos do ensino médio de 15, 16 e 17 anos (1ª, 2ª e 3ª séries) Musicalização: conhecimento de extensão: do grave ao agudo; organização dos sons e silêncios (altura, duração, intensidade e timbre); conhecer e perceber instrumentos musicais; flauta doce e estudo dos outros instrumentos (para os que tocam outros instrumentos); brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais; exploração da escuta de obras musicais para conhecer e perceber instrumentos musicais e para propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem musical: o som e o silêncio; explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo. etc) Percepção Musical: Teoria Musical (leitura de partitura, escalas, ritmo,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, Margarete. Música na educação básica: situações e reações nesta fase pós-ldben/96. Revista da ABEM, Porto Alegre, n. 10, p. 29-34, mar. 2004 BASTIAN, Hans Günther. Música na escola: a contribuição do ensino da música no aprendizado e no convívio social da criança. 1. ed. São Paulo: Paulinas 2009. Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para educação infantil: conhecimento de mundo / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.:il.. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: introdução. Brasília: MEC/SEF,1998a. v. 1.. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF,1998b. v. 2 BRASIL. Ministério da Educação. LDBEN n o 9.394/96. Brasília, 1996. <http://portal.mec.gov.br/seb> Acesso em 10 de fevereiro de 2011 Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Seretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 130p. BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical. 1. ed. São Paulo: Peirópolis, 2001. BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil Proposta para a formação integral da criança. Editora Petrópolis. São Paulo, 2ª Edição, 2003
CASTRO, Tereza. Cada Dedo Cada Som: canções de crianças para flauta doce/ilustrações Silvia Amélia. Belo Horizonte Mega Consulting. 1ª edição, 2004 COTRIM, Gilberto vieira. TDEM Trabalho Dirigido de Educação Musical 1º grau FONSECA, João Gabriel M. As relações interpessoais na escola: a dimensão não musical das escolas de música. Cadernos de estudo Educação musical 2/3, São Paulo: ATRAVEZ, p. 35-40, 1991. FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. 2. ed. São Paulo: Unesp; Rio de Janeiro: Funarte, 2008. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, altera a Lei n o 9.394, PARA DISPOR SOBRE A OBRIGATORIEDADE DO ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA MED, Bohumil. Teoria da Música. 4ª edição, Revista e Ampliada. SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante/r. Murray Schafer, tradução: FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira, SILVA, Magda R. Gomes da e PASCOAL, Maria Lúcia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1991. SOUZA, Jusamara. Aprender e ensinar música no cotidiano. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2009. SUZUKI, Shinichi. Educação é Amor Um Novo Método de Educação. 2. ed. Gráfica Editora Pallotti. 1994.