O COORDENADOR PEDAGÓGICO: A PERCEPÇÃO DE AUUTOEFICÁCIA EM RELAÇÃO ÀS SUAS ATRIBUIÇÕES FUNCIONAIS.



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Transcrição:

O COORDENADOR PEDAGÓGICO: A PERCEPÇÃO DE AUUTOEFICÁCIA EM RELAÇÃO ÀS SUAS ATRIBUIÇÕES FUNCIONAIS. Pâmela Carolina do Nascimento Martins Mestranda em Educação pela Universidade Nove de Julho pacmartins@bol.com.br Orientador: Miguel Henrique Russo Professor do PPGE da Universidade Nove de Julho mhrusso@uninove.br Eixo Temático: Políticas públicas RESUMO As transformações da sociedade, da prática social e da educação demandam novas competências e habilidades dos gestores escolares. A administração escolar deve acompanhar as mudanças da sociedade integrando as ações pedagógicas com toda a comunidade escolar e viabilizando intervenções educativas que contribuam para a formação de alunos cidadãos. Para tanto, o gestor de escola defronta-se com inúmeros desafios teórico-práticos que se manifestam no plano das ações diretas, frente a escola que temos e a escola que desejamos ter. Neste estudo tomar-se-á como foco o ocupante da função de Professor Coordenador existente nas unidades escolares da rede estadual de ensino de São Paulo e os desafios que a reforma da educação paulista, iniciada em 2007, e ainda em curso, trouxe para aquela função. O estudo objetiva estabelecer uma ligação entre o constructo sobre a crença de autoeficácia, proposto por Albert Bandura, como mediador da ação humana, e a dimensão psicossocial da atuação do coordenador pedagógico como gestor e peça chave da reforma. Busca-se responder ao seguinte problema de pesquisa: qual é a percepção de autoeficácia do coordenador pedagógico em relação às suas funções apresentadas na atual proposta educacional do Estado de São paulo? Palavras- chave: Gestão, Coordenador pedagógico, Crença de autoeficácia.

Introdução Este trabalho trata de uma pesquisa interdisciplinar e interinstitucional resultante da parceria entre o Grupo de Pesquisa em Política e Gestão Educacional do PPGE da Universidade Nove de Julho UNINOVE e o Núcleo de Estudos Avançados em Psicologia Cognitiva e Comportamental (NEAPSI) da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP para a realização de estudos sobre gestão escolar utilizando como referencial teórico as categorias da Teoria Social Cognitiva de Albert Bandura A proposta trazida pela Reforma Educacional do Estado de São Paulo, de 2007 e ainda em curso, ressalta que o coordenador pedagógico deve contribuir para a formação de uma escola de qualidade, articulando com os pais, alunos, professores e funcionários, objetivos e metas para operacionalização de uma escola de qualidade para todos, uma vez que, aspectos administrativos e pedagógicos são indissociáveis, pois a organização material e funcional da escola favorece o desenvolvimento do processo de ensinoaprendizagem. Na visão de PARO (1988), uma escola que está comprometida com a transformação social, precisa lançar mão de princípios, metas e técnicas adequadas às especificidades do processo pedagógico escolar. O autor considera imprescindível os conhecimentos, as técnicas e os instrumentos que asseguram a utilização racional de recursos materiais e conceituais. Desta forma percebemos o quão importante é o papel do coordenador pedagógico, pois da sua compreensão dependerá o entendimento da função que lhe cabe, do envolvimento e do aprimoramento do trabalho realizado, e a maneira de olhar para este fenômeno é por meio da Psicologia da Educação, neste caso fudamentada pela Teoria Social Cognitiva e seu constructo de Autoeficácia. Uma Breve Retomada das Reformas Educacionais No Estado de São Paulo

A partir da década de 1990 muitas alterações produzidas pela reforma educacional chegaram à rede paulista de ensino, transformaram a prática no contexto das escolas e impuseram, entre outras coisas, a reorganização da rede de ensino e a função do professor coordenador pedagógico.este conjunto de medidas primeiramente recebeu o nome de Escola de Cara Nova (1996), logo substituído pelo pacote reformista da Escola do Acolhimento (2002), e a mais recente transformação São Paulo faz Escola (2007), que constitui o foco deste estudo. Estas medidas tem em comum sua característica gerencialista que acaba por definir novos padrões de conduta acentuando a dimensão individual do trabalho em detrimento da organização coletiva. Em contrapartida fica claro, ao lermos os documentos, principalmente o Caderno do Gestor 1 Gestão do Currículo na Escola, que se espera do coordenador pedagógico que assuma funções que contribuem, muitas vezes, para a perda da sua identidade profissional, já que ele passa a ser um pilar fundamental da atual política de melhoria na qualidade do ensino. Desse interesse de estudo surgiu a questão central da pesquisa que é a identificação de comportamentos que revelem a auto-eficácia na ação do Professor Coordenador e se ele consegue interferir na auto-eficácia dos docentes (auto-eficácia coletiva). A Crença de Auto-Eficácia e a Teoria Social Cognitiva A teoria social cognitiva é difícil de ser simplificada por ser composta por um amplo espectro de constructos teóricos e também por estar ainda em constante aprimoramento. Porém, de forma suscinta pretende-se aqui estabelecer uma relação entre esta teoria e a figura do coordenador pedagógico na rede estadual de ensino de São Paulo no cenário atual, pós-reforma educacional. Bandura (1977) ressalta que o constructo de auto-eficácia ocupa um papel central para análise de mudanças comportamentais. A avaliação subjetiva de auto-eficácia é feita a respeito da possibilidade de lidar com todos os aspectos envolvidos na situação, não se restringindo a análise a partir das sub-habilidades envolvidas na ação específica, e sim a partir do julgamento sobre a possibilidade de lidar com as diferentes condições contextuais que podem ocorrer (Azzi e Polydoro, 2006). Referente a isso Bandura (apud Azzi e Polydoro, 1996) diz que:

Precisam ser medias em termos de julgamentos particularizados de capacidade que pode variar entre domínios de atividade, sob diferentes níveis de demanda da tarefa dentro de um determinado domínio, sob diferentes circunstâncias (Bandura, 1997, p. 42). Ressalta-se a importância de compreendermos a crença de auto-eficácia como uma avaliação subjetiva que fazemos a respeito das nossas capacidades diante de determinadas situações levando em conta nossa bagagem pessoal e as diferentes condições contextuais que se apresentam ao longo da nossa trajetória enquanto sujeitos modificadores e modificados pelo ambiente. Objetivos - Objetivo geral: Analisar de que maneira a crença de auto-eficácia individual influencia o desempenho profissional do coordenador pedagógico na realização das funções a ele atribuídas pela reforma da educação do Estado de São Paulo, de 2007. - Objetivos Específicos: compreender de que maneira a crenças de auto-eficácia dos coordenadores pedagógicos se articula aos objetivos da proposta educacional do Estado.; Conhecer a percepção do coordenador pedagógico acerca das novas funções a ele atribuídas no âmbito da Reforma da Educação na rede estadual de ensino de São Paulo; Identificar as diferenças entre as atribuições funcionais previstas nos documentos da reforma e as ações práticas desenvolvidas; Identificar as principais dificuldades dos coordenadores pedagógicos na realização das suas atribuições para entender como estas dificuldades atuam como possíveis fontes de autoeficácia. Metodologia O trabalho tem por base os pressupostos da abordagem qualitativa de investigação que propõe o estudo do fenômeno em seu ambiente natural, considerando a multiplicidade de componentes presentes que interagem e que se influenciam mutuamente.o contexto da investigação dar-se-á em escolas de ensino

médio, da rede pública estadual do Estado de São Paulo, pertencentes a diretoria regional centro-sul (que abrange 73 escolas) e escolhidas por sorteio. A coleta de dados será feita através de entrevista semi-estruturada com os coordenadores destas escolas.com a devida ética em relação aos sujeitos participantes e mediante prévia autorização, o instrumento utilizado para o registro dos dados será o gravador. A análise de conteúdo posterior a entrevista compreende um elemento indispensável para este tipo de estudo.segundo Triviños (1987 p.110) Estudos como estes tem por objetivo aprofundarem a descrição de determinada realidade. Considerações parciais A realização deste estudo permitirá observar alguns pontos da relação entre a ação implementada pela gestão escolar, mais especificamente pelo coordenador pedagógico, segundo o que prevê a reforma educacional do estado de São Paulo, conhecida como São Paulo Faz Escola para esta função,e a percepção que este profissional tem de sua prática, ou seja, sua crença de auto-eficácia explicitada na Teoria Social Cognitiva de Albert Bandura. Segundo Bandura (Apud Azzi e Polydoro, 2006), a auto-eficácia afeta os esforços que fazemos nas atividades que realizamos, o grau de persistência frente aos obstáculos e como nos sentimos ao realizar determinada atividade. Todas essas questões trazidas com as mudanças decorrentes das reformas educacionais ocorridas no Estado de São Paulo trazem implicações diversas para o diaa-dia nas escolas e consequentemente para cada profissional em particular. Volta-se a atenção para o coordenador pedagógico e seu papel central no atual contexto, sendo assim necessário entender este profissional como um ser humano repleto de conflitos e subjetividade. Daí a importância do diálogo com a teoria social cognitiva e o elo que se faz entre a dimensão psicossocial deste profissional, que está atuando como um pilar na nova estrutura de ensino, e a sua compreensão do seu cotidiano de trabalho, diante de tais desafios.

Referências bibliográficas AZZI, R. G.; POLYDORO S. A. (Orgs) Auto-eficácia em diferentes contextos. Campinas, SP: Editora Alínea, 2006. AZZI, R. G.; POLYDORO S. A., BZUNECK, J.A. Considerações sobre a auto-eficácia docente. Em AZZI, R. G.; POLYDORO S. A. (Orgs) Auto eficácia em diferentes contextos. Campinas, SP: Editora Alínea, 149-159, 2006. BARROSO, J. ET AL. A regulação interna das escolas: lógicas e actores. In: BARROSO, J. (Org). A regulação das políticas públicas de educação: espaços, dinâmicas e actores. Lisboa: Educa, 2006, p. 163-190. BORGDAN, R & BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994. FERREIRA, N. S. C. (org). Gestão democrática da educação: atuais tendências e novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001. LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001. LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2006. PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2001. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

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