CONTADORES DE HISTÓRIA: EDUCAÇÃO E CULTURA NA SAÚDE



Documentos relacionados
ESTUDANTE VOLUNTÁRIO Sensibilização

A importância do palhaço cuidador na assistência à criança em. hospitalização: Relato de Experiência do Projeto PalhaSUS

18/11/2005. Discurso do Presidente da República

AFETA A SAÚDE DAS PESSOAS

Atendimento Domiciliar

Um representante é alguém que está onde eu não consigo estar.

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS: UMA PERSPECTIVA INTERGERACIONAL

RELATÓRIO DA OFICINA: COMO AGIR NA COMUNIDADE E NO DIA A DIA DO SEU TRABALHO. Facilitadoras: Liliane Lott Pires e Maria Inês Castanha de Queiroz

Como Ajudar. Sua participação é muito importante para nós

Fundada oficialmente em fevereiro de 2002, a ABSW

Diversidade: inclusão ou estratégia?

TIPOS DE RELACIONAMENTOS

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

PLANO DE TRABALHO TÍTULO: PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA DAS CRIANÇAS

OLIMPIADAS DE MATEMÁTICA E O DESPERTAR PELO PRAZER DE ESTUDAR MATEMÁTICA

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS

PROJETO DO LIVRO BRINQUEDO: SOMOS O MEIO AMBIENTE

Projeto educacional para empresas turbinarem a leitura na vida de muitas crianças!

Educação é o primeiro passo para desenvolver a segurança e saúde no trabalho.

AULA DE PORTUGUÊS: CRIAÇÃO DE POEMAS

5 Instrução e integração

FORMAÇÃO DE JOGADORES NO FUTEBOL BRASILEIRO PRECISAMOS MELHORAR O PROCESSO? OUTUBRO / 2013

Com 6 mil vagas abertas, Microsoft quer importar profissionais para os EUA

Pesquisa sobre Segurança do Paciente em Hospitais (HSOPSC)

1 O que é terapia sexual

RELATÓRIO 2012 REALIZAÇÃO:

POR QUE FAZER ENGENHARIA FÍSICA NO BRASIL? QUEM ESTÁ CURSANDO ENGENHARIA FÍSICA NA UFSCAR?

ENSINO E APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, COM A UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

UTILIZANDO BLOG PARA DIVULGAÇÃO DO PROJETO MAPEAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS RESUMO

Resultado da Avaliação das Disciplinas

PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DO SERVIDOR DO IPAMV: COMPROMISSO COM A VIDA

Sob as lentes de. Cristina Buzatto

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID): UMA AVALIAÇÃO DA ESCOLA SOBRE SUAS CONTRIBUIÇÕES

Gestão diária da pobreza ou inclusão social sustentável?

Liderança eficaz. Palavras-chaves: líder, liderança, princípios, influência. 1 Introdução

O JOGO TERAPÊUTICO COMO EM PEDIATRIA


EDITAL DE PROJETOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL CONEXÃO BRASIL-ÁFRICA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO ESPECIAL: uma experiência de inclusão

A porta de entrada para você receber os benefícios dos programas sociais do Governo Federal.

DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DA INICIATIVA

DESAFIOS DE UMA PRÁTICA INOVADORA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO: REFLEXÃO SOBRE O CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA COM ÊNFASE EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Aula 1 Uma visão geral das comorbidades e a necessidade da equipe multidisciplinar

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

RESPONSABILIDADE SOCIAL DA FEATI

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

Prefeitura Municipal de Santos

Aulas de Inglês implementando técnicas de Yoga na Educação (T.Y.E.)

MANUAL DO DENTISTA VOLUNTÁRIO E TERMO DE COMPROMISSO DO DENTISTA DO BEM

Plano de Atividades da Associação de Estudantes de Psicologia da Universidade do Minho

A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.

O valor de ser sustentável

Discussão Jurídica dos Direitos Humanos no âmbito da Saúde Pública.

INTERPRETANDO A GEOMETRIA DE RODAS DE UM CARRO: UMA EXPERIÊNCIA COM MODELAGEM MATEMÁTICA

X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador BA, 7 a 9 de Julho de 2010

Disciplina Corpo Humano e Saúde: Uma Visão Integrada - Módulo 3

20 ANOS DE UNESCO NO COLÉGIO BENJAMIN CONSTANT

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

Pedagogia Estácio FAMAP

Informações gerais Colégio Decisão

COMUNIDADE AQUÁTICA: EXTENSÃO EM NATAÇÃO E ATENÇÃO AO DESEMPENHO ESCOLAR EM JATAÍ-GO.

TECNOLOGIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EDITAL DE SELEÇÃO PARA O II CURSO ECOLOGIA DA FLORESTA. Porto Velho e Itapuã do Oeste/RO 27 a 30 de novembro de 2013

Por que o financiamento coletivo está se tornando um fenômeno social?

Universidade Estadual de Goiás. Trabalho da matéria de Núcleo Interdisciplinar de Estudos Independentes

EMEB. "ADELINA PEREIRA VENTURA" PROJETO: DIVERSIDADE CULTURAL

Diretrizes para programas de leitura organizados por bibliotecas - algumas sugestões práticas

PROGRAMAS/ EVENTOS / PROJETOS/ AÇÕES DO HOSPITAL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA ESCOLA: COMO O LIXO VIRA BRINQUEDO NA REDE PÚBLICA EM JUAZEIRO DO NORTE, NO SEMIÁRIDO CEARENSE

especial CAPACITAÇÃO educação à distância

A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL NOS PROJETOS SOCIAIS E NA EDUCAÇÃO - UMA BREVE ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA DO PROJETO DEGRAUS CRIANÇA

EDIÇÃO : Reparação e substituição. de vidros para automóveis NESTA

Manual de. Franquia. Fun Science

7 perguntas para fazer a qualquer fornecedor de automação de força de vendas


Dicas que ajudam pais na escolha da escola dos seus filhos

MANUAL DO SISTEMA DE CONTROLES INTERNOS MCI

IV EDIPE Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino 2011

QUALIDADE. Avaliação positiva

ATIVIDADES DESENVOVLIDAS PELO LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA LEM- FOZ

Monitoria como instrumento para a melhoria da qualidade do ensino em Farmacotécnica

Edital de seleção para formação em gestão de Organizações da Sociedade Civil Fundação Tide Setubal 2011

Carta de Princípios dos Adolescentes e Jovens da Amazônia Legal

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado

ROBERTO REQUIÃO 15 GOVERNADOR COLIGAÇÃO PARANÁ COM GOVERNO (PMDB/PV/PPL)

CHAIR DRYDEN: Continuemos, vamos passar ao último tema do dia. Ainda temos 30 minutos.

Papo com a Especialista

Transcriça o da Entrevista

TELEPED-TELEMEDICINA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

PRAZER NA LEITURA: UMA QUESTÃO DE APRESENTAÇÃO / DESPERTANDO O PRAZER NA LEITURA EM JOVENS DO ENSINO MÉDIO

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: DA PRODUÇÃO AO CONSUMO- RELATO DE EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIDAS COM ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL Dr. PESTANA

Estratégias adotadas pelas empresas para motivar seus funcionários e suas conseqüências no ambiente produtivo

Cartilha Primeiros Passos``

Gerente de Risco Sanitário do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), Mestranda em Saúde, Medicina Laboratorial e Tecnologia Forense

Centro Universitário Serra dos Órgãos Gerência de Comunicação e Marketing

Transcrição:

Prêmio AEA 2014 - Projetos de Responsabilidade Social CONTADORES DE HISTÓRIA: EDUCAÇÃO E CULTURA NA SAÚDE Luana Costa*, Graziela Tamayosi*, Valdir Cimino** *Centro Tecnológico MAHLE Metal Leve S/A, **Associação Viva e Deixe Viver RESUMO Atualmente, a Humanização da Saúde tem sido um tema bastante discutido na sociedade contemporânea; tratar não só a patologia, e sim, a pessoa, que representa um conjunto de outros fatores: biológico, social, político, cultural (integral). Na pediatria, este assunto é ainda mais complexo, existem outros limítrofes que dificultam a ambiência desta criança, um fator crítico que podemos citar é a imposição das regras e limites do ambiente hospitalar. Diante deste cenário, a Associação Viva e Deixe Viver criou um projeto denominado Contadores de História, que através de atividades culturais estimulam o desenvolvimento das aptidões dessas crianças, contribuindo para a humanização dos serviços a elas destinados, integrando no seu cotidiano as condições sensíveis de comunicação e interação com a realidade externa. A Parceria entre a MAHLE e a Associação Viva e Deixe Viver já tem mais de 10 anos, são 100 voluntários contadores de história que doam duas horas semanais atuando nos hospitais do estado de São Paulo. Para este ano, prevemos a formação de mais 30 voluntários que já estão passando pelo processo de capacitação oferecido pela Associação. Ações que promovem o bem estar social através do voluntariado corporativo transformam positivamente a imagem da empresa perante seus colaboradores, sendo fator de engajamento e motivação. Em síntese, o projeto é uma via de mão dupla, oferece conforto às crianças hospitalizadas e ao mesmo tempo alegria para o voluntário que se sente reconfortado por fazer parte do processo de recuperação destas crianças.

Aplicabilidade Promover a leitura e o brincar através do Contador de Histórias, proporcionando a melhoria das relações entre os sujeitos que produzem saúde: a criança e o adolescente e suas famílias e profissionais da saúde. Objetivo Valorizar o trabalho voluntário na saúde como fundamental ferramenta na promoção da humanização. Fomenta a Educação e Cultura na Saúde através da literatura e do brincar, visando transformar a internação hospitalar de crianças e adolescentes em um momento mais alegre, agradável e terapêutico, contribuindo para o bem estar de seus familiares, equipe multidisciplinar e dos voluntários. 1. Introdução Ao abraçar um projeto social, a MAHLE apoia e vive com intensidade sua causa e propósitos, até porque se empenha em selecionar aqueles que fazem completo sentido para a cultura corporativa. As lideranças entendem que a atuação nesse campo vai além da filantropia, compondo aspecto da maior importância para uma gestão empresarial atuante e participativa. A empresa encoraja e apoia a ação voluntária, contando hoje com mais de 500 colaboradores engajados diretamente com a disseminação dessa prática e com ações solidárias e de responsabilidade social. 2. MAHLE e Viva e Deixe Viver Uma parceria de longo prazo e que já dura mais de dez anos é a firmada entre a MAHLE e a Associação Viva e Deixe Viver. Trata-se de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Pública (OSCIP) dedicada à capacitação de contadores de histórias para crianças e adolescentes internados em hospitais. A causa ambicionada é a humanização da sociedade e o fortalecimento de valores e princípios éticos essenciais.

Figura 1: Logo Associação Viva e Deixe Viver Contadores de Histórias O preparo para atuar como contador de histórias envolve um profundo e extenso trabalho. São nove meses de treinamento antes de entrar em ação. Mais do que apoiar o projeto nas comunidades circunvizinhas às suas plantas e incentivar seus colaboradores a participar nesse voluntariado, a MAHLE está compromissada também com o suporte à formação de novos contadores de história em todas as praças onde o Viva e Deixe Viver se faz presente. Assim, o patrocínio se estende às ações de capacitação daqueles que dedicarão horas de seu tempo para visitar os hospitais contemplados pela iniciativa. Entre os colaboradores da MAHLE, o Viva e Deixe Viver conta com um efetivo de cerca de 100 voluntários capacitados, número que deve ganhar expressivo reforço em 2014, a partir de ação em curso no Centro de Tecnologia de Jundiaí. Nessa unidade, o trabalho voluntariado está bastante presente. Em 2013, 21 voluntários tiveram atuação excepcional, demonstrando enorme capacidade de realização; No período, foram 1071 horas doadas no atendimento a 1288 crianças em 357 visitas, com impacto para 901 famílias. Agora um grupo de voluntários está sendo formado para atuação como contadores de histórias. 3. Formação de Novos Voluntários Para tornar-se um voluntário Contador de Histórias do Viva é necessário preencher os seguintes requisitos: - Ter idade superior a 18 anos; - Ter disponibilidade para atuar uma vez por semana durante 2 horas no hospital e participar de oficinas de capacitação, para aperfeiçoamento da atividade de contar histórias; - Pesquisar e manter-se atualizado sobre literatura infantil;

- Gostar de ler, ter disponibilidade para estudar livros infantis, pois as atividades desenvolvidas no hospital são baseadas exclusivamente da apresentação de histórias e utilização do livro. Para essa capacitação é preciso participar de um processo seletivo, em que são abordados diversos assuntos relacionados ao trabalho de contadores de histórias em instituições hospitalares. São realizadas palestras, vivências, dinâmicas e treinamento nos hospitais, que visam avaliar alguns requisitos essenciais para atuar no ambiente hospitalar. Como toda outra iniciativa voluntária, demanda-se disposição do candidato em realizar esse trabalho com compromisso e responsabilidade. Figura 2: Processo Seletivo Centro de Tecnologia de Jundiaí 4. Capacitação Constante de Voluntários Para alcançar o melhor cumprimento de seus objetivos culturais e sociais, a Associação criou o Centro de Contação de Histórias, um departamento cujo escopo é dar ao voluntário todo o aporte necessário para o bom desempenho de seu trabalho junto às crianças e adolescentes nos hospitais. São cursos e palestras com temas culturais como arte, literatura, técnicas de leitura entre outros. Além de dar apoio aos voluntários, o Centro de Contação de Histórias desenvolve atividades abertas para toda a sociedade e pesquisas que fomentam e comprovam os resultados e benefícios das atividades realizadas pela Associação. Um dos eventos é a Domingueira de Histórias, evento gratuito que acontece um domingo por mês, onde crianças e adultos se divertem com histórias contadas por especialistas na arte de contar histórias, capazes de fazer o público se sentir parte das fábulas e contos. E também estimular a cultura e o hábito da leitura.

Figura 3: Encontro de Voluntários da MAHLE na sede do Viva 5. Visão geral dos benefícios 5.1. Benefícios para a empresa - Melhora da imagem perante seus colaboradores e sociedade; - Colaboradores mais engajados e motivados com os objetivos da empresa; - Uso da Lei Rouanet que permite a dedução do imposto renda. 5.2 Benefícios para os colaboradores - Alegria por fazer parte da recuperação da criança; - Motivação por fazer parte de uma empresa que se preocupa com o bem estar social; - Desenvolve competências como: comunicação interpessoal, resiliência, negociação e administração do tempo. 5.3 Benefícios para as crianças e adolescentes atendidos - Segundo pesquisa realizada por Yoshida [1], a atividade com os contadores de histórias possibilitou às crianças e adolescentes maior uso de seus recursos afetivoemocionais e consequentemente a hospitalização passou a ser percebida mais positivamente e como menos persecutória; - Ao brincar, a criança altera o ambiente em que se encontra, aproximando-se da sua realidade cotidiana [2];

;- A utilização de técnicas lúdicas tem sido uma estratégia efetiva para diminuir o estresse, o medo e a ansiedade relacionados à condição de internação hospitalar [3]. 6. A Importância do trabalho de nossos Contadores de Histórias Para demonstrar o quão é importante o trabalho realizado por nossos colaboradores dentro dos hospitais, registramos alguns depoimentos da equipe multidisciplinar dos hospitais que somos parceiros. Eles são muito bem vistos aqui, a equipe inteira conhece. Quando vê um avental amarelo, com o crachá, com os penduricalhos, é uma marca do Viva, que é bem recebida, esperada, no próprio posto, as vezes, eles falam de alguma criança. (Coordenadora) Quando a criança chega, não quer nem sair na porta, porque se sente insegura, é um local estranho, invasivo. Com o trabalho dos contadores de histórias, que entram nos quartos com o avental cheio de bichinhos, ela vai se soltando, e ocorre a troca. A criança começa a sentir confiança, a sair do quarto, a ir para a brinquedoteca, a participar das atividades, vai criando confiança e se soltando. Então, vão tendo uma melhora, uma familiarização com a criança, e isto melhora o estado físico da criança, e eles percebem.(pedagoga) Há uma interação muito boa, a gente vê que no período que tem o contador de historias as crianças ficam muito tranqüilas, tiram um pouco o enfoque da doença. As mães ficam mais à vontade, acabam saindo da sala, deixando as crianças interagirem com os contadores de história. (Enfermeira de hemodiálise) Teve uma criança que estava muito arredia na hospitalização, não queria papo; quando chegou uma contadora, ela tentou, tentou, tentou de diversas formas. Aos poucos, o menino quebrou aquela carapaça e brincou para caramba. No fim, ele estava pedindo para ela ficar no quarto; depois disso, o tratamento foi bem mais fácil, a enfermagem conseguiu lidar com ele. Então acaba refletindo na equipe inteira, por isso que é extremamente uma finalidade terapêutica, nunca só lúdica. (Psicóloga) As crianças da oncologia, até os menores, chegam aqui bastante traumatizados, não deixam a gente fazer procedimento nenhum, e hoje eles já aceitam isto. Tem paciente que recebe visita diária dos contadores de historia, a gente tem uma colaboração muito grande aqui. (Enfermeira) Como terapêutica, é fundamental, melhora a qualidade da internação, encurta muitas vezes o período da internação, porque a criança melhora o psiquismo, tem uma autoestima levantada e começa a melhorar, e isso terapeuticamente é importante. Mas a parte lúdica é fundamental, porque todas as crianças tem sonhos, tem algumas coisas que não consegue realizar. E naquele momento da história ela voa longe, ela atinge os seus sonhos. (Médico)

Figura 4: Nossa Equipe de Contadores de História CONCLUSÃO A atividade de contar histórias para crianças e adolescente em internação torna o processo de internação menos penoso e em muitas vezes atua como fator importante para a recuperação do paciente. Sobre o trabalho voluntário, abre espaço para iniciativa de alto valor agregado para todos os envolvidos. Há integração entre os participantes que além da sensação de realização de contribuição com a sociedade, desenvolve ainda outras áreas importantes de sua capacitação como comunicação interpessoal, resiliência e negociação. Isso acaba em resultado chave também para a companhia que consegue a partir da maior integração de seus colaboradores resultados mais eficientes e efetivos. A formação de novos contadores de histórias continua e deve ainda crescer dentro da parceria de 10 anos entre MAHLE e Viva e Deixe Viver, perpetuando essa fórmula interessante de ganho entre todos os envolvidos. REFERÊNCIA [1] YOSHIDA, L. A. M. et al. Reflexão sobre o papel da atividade dos contadores de histórias para crianças e adolescentes hospitalizados. [S.l.]. Revista de Psicologia da UNESP, v. 1, n. 1, p. 25-37, 2002.

[2] MOTTA, A. B.; ENUMO, S. R. F. Brincar no hospital: estratégia de enfrentamento da hospitalização infantil. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 9, n. 1, p. 19-28, 2004 [3] SOARES, M.R.Z.; ZAMBERLAN, M.A.T. A inclusão do brincar na hospitalização infantil. Revista Estudos de Psicologia, Londrina, v. 18, n. 2, p. 65-69, 2001. [4] VIVA E DEIXE VIVER. Disponível em:<http://www.vivaedeixeviver.org.br>. Acesso em: 03 Abr. 2014.