APOIO NA FORMULAÇÃO DE UMA POLÍTICA DE INOVAÇÃO PARA A SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SP NOTA TÉCNICA. v2 09.2014



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Transcrição:

APOIO NA FORMULAÇÃO DE UMA POLÍTICA DE INOVAÇÃO PARA A SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SP NOTA TÉCNICA v2 09.2014 1. O Estado de São Paulo se destaca favoravelmente no cenário nacional na maior parte das medidas e indicadores habituais de ciência e tecnologia tanto de insumos (recursos humanos e financeiros para pesquisa e desenvolvimento P&D) como de produtos científicos e tecnológicos (publicações em periódicos referenciados e patentes). Está, todavia, em posição inferior na taxa de inovação de produto e/ou processo, que foi de 33% no período 2009-11, sendo a do Brasil 36%, de acordo com a quinta edição da Pesquisa de Inovação (PINTEC), recentemente publicada pelo IBGE. 2. No entanto, em classificações de competitividade, como a elaborada pela Economist Intelligence Unit (EIU) em 2013, o Estado de São Paulo ocupa o primeiro lugar no quesito de Inovação. A aparente contradição entre as duas posições se deve a critérios diferentes. A classificação da EIU deriva uma combinação de disponibilidade e intensidade de insumos de inovação (despesas, infraestrutura e incentivos para P&D e pedidos de patente). Já o IBGE segue os padrões estabelecidos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico que, segundo o seu Manual de Oslo Diretrizes para coleta e interpretação de dados de inovação, medem inovações efetivadas por empresas. 3. Em comparações internacionais, o Estado está em posição próxima a nações como Canadá, Espanha e Portugal em indicadores de insumos financeiros (por exemplo, o dispêndio em P&D em relação ao PIB), mas significativamente inferior em indicadores de recursos humanos (como pesquisadores por habitante) e em produtividade (como artigos científicos por pesquisador ou patentes por pesquisador). 4. Esse quadro dissonante reflete, por um lado, a exuberância dos ativos institucionais do Estado no campo da educação superior, ciência, tecnologia e inovação. De fato, é notório o 1

reconhecimento à excelência de suas universidades (como indicam os rankings internacionais), ao pioneirismo de seus institutos de pesquisa, ao vigor de suas empresas e à robustez da sua fundação de apoio, a FAPESP. Esse sistema é, em medida expressiva, fruto do esforço da sociedade paulista, que o financia consistentemente com montantes da ordem de 13% das receitas tributárias do Estado. Mas, por outro lado, o quadro aponta para desafios importantes, associados à necessidade de aumentar da taxa de conversão dos insumos em resultados científicos, tecnológicos e de inovação. 5. Para ajudar a orientar condutas destinadas a superar esses desafios, cabe observar que, embora os indicadores oficiais focalizem o segmento empresarial no cálculo formal da taxa de inovação, o desempenho de uma nação ou região em termos de inovação sistemática reflete o seu esforço pluri-institucional articulado. Nesse sentido, estudos internacionais comparativos apontam para a governança dos sistemas de inovação como uma das dimensões-chave a serem cuidadas e aprimoradas. Um dos objetivos é o estabelecimento de agendas de políticas de inovação mais coerentes, abrangendo as diversas áreas de governo e incluindo outros agentes relevantes. Esse é um passo essencial para que haja coordenação dinâmica e de longo prazo, capaz de superar a fragmentação institucional e o curtoprazismo. 6. Igualmente importante é reconhecer que o potencial de contribuição do conhecimento não se limita à dimensão econômica, que é a apurada nas estatísticas formais. Ciência e tecnologia, bem como a inovação associada ao conhecimento, são essenciais para qualificar políticas públicas, que precisam equilibrar os diversos interesses em jogo. 7. Essas considerações afetam expressivamente ciência, tecnologia e inovação em saúde. Não apenas pela sensibilidade das questões da saúde nas sociedades contemporâneas, mas também pela sua presença marcante: em 2012, por exemplo, a área de conhecimento Saúde foi o principal foco dos recursos desembolsados pela FAPESP, correspondendo a 30% do total. 2

8. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) detém um conjunto significativo de condições para potencializar a inovação no sistema paulista de saúde a partir de ativos existentes, incluindo, sem a elas se limitar, as seguintes: a) Valorização do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, espaço pluri-institucional estabelecida em 2008, pelo desenvolvimento de um Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, articulado com iniciativa similar lançada recentemente pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, conforme estabelecido pelo Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação há pouco reinstituído. b) Valorização dos institutos de pesquisa a ela vinculados, mediante implementação do Programa de Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), com base nos trabalhos realizados pioneiramente pela SES-SP, aproveitando o momento criado pelo recente decreto estadual que estabelece o Sistema Paulista de Ambientes de Inovação, o qual abrange a novel Rede Estadual de NITs. c) Valorização da área de Gestão do Conhecimento por meio do projeto Gestão de Informação Técnico-Científica, que iniciou 2006, em parceria com a BIREME/OPAS/OMS. Atualmente, além da revitalização física e estrutural das bibliotecas, conta com o Portal BVS-Rede de Informação e Conhecimento que proporciona acesso rápido e atualizado a um conjunto de informações de âmbito científico e contribui para o fortalecimento, difusão e maior visibilidade da produção técnico-científica institucional. Está previsto, ainda para 2014, o lançamento do boletim de CT&I em Saúde e da nova interface da BVS-RIC que permite a recuperação de informações por ordem de relevância e cronologia, com possibilidade de aplicação de filtros de pesquisa e com exportação e compartilhamento de resultados. d) Valorização da cooperação com a FAPESP, com a qual a SES-SP já desenvolve o Programa de Pesquisa para o SUS PPSUS (que também tem a parceria do CNPq), aproveitando programas já existentes nessa Fundação (tal como o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas), pela criação de iniciativas de maior fôlego, focalizadas em temas estratégicos 3

para a saúde paulista. Para tanto, poderá ser de interesse o aproveitamento do Programa Inova Saúde, lançado em 2013 pela FINEP. e) Inserção em iniciativas do Governo do Estado instituídas no âmbito do Decreto 53.963/09, cuja finalidade é estabelecer, no âmbito da Administração Pública Estadual, a Política de Gestão do Conhecimento e Inovação. Entre essas, está a implementação de um Laboratório de Inovação em Governo, fruto de parceria entre o Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional, CEPAM, FUNDAP, SEADE e USP. O desenvolvimento de proposições inovadoras para a Saúde no Estado mediante utilização da abordagem de design thinking é uma das duas prioridades acordadas para a primeira fase de atuação do Laboratório, fase essa que contará com o apoio da PRODESP. f) Criação de um Observatório de Inovação em Saúde, que permanentemente monitore soluções inovadoras de interesse do sistema paulista de saúde. O modelo e operacionalização do Observatório precisarão ser formulados oportunamente. 4

PRINCIPAIS DOCUMENTOS CONSULTADOS DESTAQUES 1. Internacionais a) Organização Mundial da Saúde: Global strategy and plan of action on public health, innovation and intellectual property, aprovada na 61a. Assembleia Mundial (2008) Objetivo é promover uma nova forma de pensar a inovação e o acesso a medicamentos. Estratégia global projetada para promover inovação, desenvolver capacidades, melhorar acesso e mobilizar recursos. Plano de ação contempla oito elementos: priorização de necessidades de pesquisa e desenvolvimento; promoção de pesquisa e desenvolvimento; desenvolvimento e aprimoramento da capacidade de inovação; transferência de tecnologia; aplicação e gestão da propriedade intelectual; aprimoramento das entregas e do acesso; promoção de mecanismos de financiamento sustentáveis; e estabelecimento de sistemas de monitoramento e prestação de contas. b) Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico: The OECD Innovation Strategy: getting a headstart on tomorrow (2010) Necessidade de inovação e de cooperação para lidar com desafios supranacionais à saúde. Ao longo das próximas décadas, inovação técnica e organizacional terá papel relevante no suprimento de produtos para cuidados à saúde pessoais, preditivos e preventivos, mudando radicalmente a prática médica e a prestação de serviços de saúde. Integração e coerência de políticas de inovação nas áreas de saúde, ciência, desenvolvimento, comércio e indústria será de enorme valor. c) Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e Banco Mundial: The Innovation Policy Platform (2013), disponível em https://www.innovationpolicyplatform.org/. 5

d) Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS): Innovation Health and Wealth (IHW): accelerating adoption and diffusion in the NHS Creating Change: IHW one year later (2013) Única forma de aprimorar serviços e qualidade para os pacientes, num ambiente econômico restritivo, é por inovação tanto incremental como disruptiva. NHS precisa relacionar-se mais estreitamente com as comunidades científica e acadêmica e com a indústria para desenvolver soluções para problemas de saúde, bem como disseminar soluções existentes com velocidade e escala. Necessidade de des-desordenar o panorama (institucional) da inovação, que se mostrava fragmentado, confuso e oferecia pouco valor pelos recursos investidos. 2. Nacionais a) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2012-2015 Objetivo: fortalecer e ampliar a indústria nacional produtora de fármacos, outros produtos e equipamentos para a saúde, de modo a aumentar o acesso da população brasileira às tecnologias de diagnóstico e terapia. Principais estratégias associadas: criação de mecanismos de estímulo à inovação no setor Saúde; promoção de instrumentos de transferência de tecnologia das indústrias privadas, nacionais e internacionais, para os laboratórios públicos nacionais; fomento ao desenvolvimento de biomateriais e de equipamentos para a Saúde; fomento à pesquisa e desenvolvimento de produtos e moléculas a partir da biodiversidade; estruturação de uma Rede de Ensaios Pré-Clínicos; implementação de laboratórios acreditados para registro de produtos junto à ANVISA; criação de pelo menos um centro de semiescalonamento na produção de moléculas por síntese química; apoio ao aperfeiçoamento e estabelecimento de biotérios acreditados com vistas à disponibilização de animais certificados para experimentação; fomento ao desenvolvimento de métodos alternativos ao uso de animais de experimentação; desenvolvimento de técnicas e metodologias associadas às terapias celulares e 6

ampliação da Rede Nacional de Células-tronco; ampliação das pesquisas em doenças tropicais e negligenciadas, incluindo o desenvolvimento de vacinas; ampliação das pesquisas em doenças crônicas não transmissíveis, doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas; ampliação das pesquisas em doenças cardiovasculares e neoplásicas, as duas classes que mais matam no Brasil; fortalecimento da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde; estabelecimento de um Programa de Avaliação Econômica em Saúde para atender às demandas de priorização no SUS; ampliação do número de hospitais universitários e de ensino participantes da Rede Universitária de Telemedicina, incluindo sua integração em redes internacionais de telemedicina e telessaúde. b) Ministério da Saúde: Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde - PNCTIS (2008) No Brasil, como ocorre em vários países, o setor Saúde também representa o maior componente de toda a produção científica e tecnológica. Quanto à sua distribuição no território, a produção científica em saúde está mais concentrada na Região Sudeste. Há uma incipiente articulação entre as ações de fomento em CTI e a política de saúde. Entre outras consequências, isso contribui para a baixa capacidade de transferência de conhecimento novo para as indústrias, sistemas e serviços de saúde, e para a sociedade em geral. Para que a PNCTIS esteja em consonância com seus princípios, ela deverá pautar-se pela: (1) extensividade capacidade de intervir nos vários pontos da cadeia do conhecimento; (2) inclusividade inserção dos produtores, financiadores e usuários da produção técnico-científica; (3) seletividade capacidade de indução; (4) complementaridade entre as lógicas da indução e espontaneidade; (5) competitividade forma de seleção dos projetos técnicos e científicos; (6) mérito relativo à qualidade dos projetos; (7) relevância social, sanitária e econômica caráter de utilidade dos conhecimentos produzidos; (8) responsabilidade gestora com regulação governamental; (9) presença do controle social. 7

É importante estimular a proteção legal dos resultados das pesquisas, por intermédio dos mecanismos da propriedade intelectual, inclusive daquelas oriundas de processos tecnológicos advindos do conhecimento tradicional e dos produtos extraídos da fauna e da flora brasileira, por instituições públicas ou empresas de capital nacional. Além disso, as informações sobre patentes em saúde devem ser sistematizadas e tornadas disponíveis em banco de dados específico, amplo e acessível. c) Ministério da Saúde: Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde PNGTS (2011) O crescimento contínuo dos gastos em saúde, a produção cada vez maior de novas tecnologias e as mudanças no perfil epidemiológico das populações ocorridas nas duas últimas décadas, tem levado a necessidades diversificadas de atenção. Dessa forma, se faz social e politicamente necessário desenvolver mecanismos de articulação entre os setores envolvidos na produção, incorporação e na utilização de tecnologias nos sistemas de saúde. Setores envolvidos no processo de gestão de tecnologias em saúde: Ministério da Saúde; Agências de Vigilância Sanitária e de Saúde Suplementar; Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde; universidades, hospitais de ensino e centros de pesquisa; prestadores de serviço de saúde; Ministério Público; Poder Judiciário e Legislativo; entidades do controle social, como Conselhos de Saúde; órgãos do Executivo envolvidos com ciência, tecnologia e produção industrial; Sociedades Científicas; operadoras de plano de saúde; associações, conselhos e sociedades de profissionais; e câmaras setoriais e entidades representativas da indústria. Diretrizes incluem priorização do trabalho em rede, incentivando a troca de experiências e informações entre os diferentes perfis institucionais - ensino, pesquisa e serviço. d) Financiadora de Estudos e Projetos Inova Saúde (2013) O Programa Inova Saúde é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação MCTI e da Finep, em cooperação com o Ministério da Saúde MS, o BNDES e o CNPq, criado para apoiar atividades de P,D&I em projetos de instituições públicas e 8

privadas que atuam no âmbito do Complexo Econômico e Industrial da Saúde CEIS. O programa está inserido no Plano Inova Empresa, que destina R$ 3,6 bilhões para as atividades de inovação do Complexo da Saúde. Lançado em abril de 2013 e com duração prevista até dezembro de 2017, seu objetivo principal é criar condições de fomento e financiamento a projetos cujos resultados possam contribuir de maneira efetiva para a diminuição da dependência tecnológica do País em relação ao fornecimento de importantes insumos utilizados no campo da saúde humana. O Programa Inova Saúde é estruturado em cinco linhas temáticas prioritárias para orientar a sua operacionalização no período de 2013-2015: biofármacos, farmoquímicos e medicamentos; equipamentos, materiais e dispositivos médicos; telessaúde e telemedicina; medicina regenerativa; e outras linhas, como hemoderivados, reagentes para diagnóstico e vacinas. 3. Estaduais a) Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo: Plano Estadual de Saúde PES 2012 2015, em especial o Eixo VII Ciência, Tecnologia e Inovações em Saúde, contemplando. Diretriz VII.1: 1- Implementar uma política estadual de C,T&I em Saúde em áreas prioritárias para o fortalecimento do SUS no Estado de São Paulo, nos quais os projetos de pesquisa deverão ser enquadrados (doenças não transmissíveis; doenças transmissíveis; violência, álcool e drogas; vigilância à saúde; atenção materno-infantil; e morbimortalidade por causas externas; 2 - Apoiar a constituição de Núcleos de Inovação Tecnológica e de Avaliação de Tecnologias em Saúde; 3 - Apoiar a Avaliação de tecnologias de produtos e processos com a finalidade de estabelecer protocolos, incorporar e desincorporar tecnologias em saúde; e 4- Promover a revisão do elenco de medicamentos disponibilizados pela FURP. Diretriz VII. 2: Promover o ensino e a difusão do conhecimento científico, mediante apoio ao desenvolvimento e manutenção da Biblioteca Virtual em Saúde - BVS-Rede de Informação e Conhecimento e do Portal de Revistas Científicas da SES-SP. 9

Diretriz VII. 3: Estimular a formação de profissionais em pós-graduação para ofortalecimento da área de ciência e tecnologia no SUS, mediante capacitação e aperfeiçoamento de profissionais de saúde em áreas estratégicas de CT&I. b) Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo: Termo de Referência Insumos para o Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo - PDCTI (2014) São Paulo possui uma ampla estrutura funcional e uma gama de programas de fomento à ciência, tecnologia e inovação que tornam o Estado o principal centro inovador do País. Não obstante, há entraves que precisam ser eemoviso, visando a tornar esse sistema mais eficiente, eficaz e efetivo. Por exemplo, a criação dos NITs não gerou impactos plenos, pois não foi prevista ima estrutura de recursos humanos para o desenvoliemnto das novas competências. Além disso, o ordenamento jurídico não deu aos NITs a autonomia necessária para que eles assumissem as responsabilidades que lhes foram imputadas. A Secretaria da Saúde, para cumprir o disposto no Decreto 56.569/10, que é instalar NITs nas instituições a ela vinculadas, firmou termo de cooperação objetivando elaborar e executar o Projeto para Apoio e Institucionalização dos Núcleos de Inovação Tecnológica, visando a fornecer apoio na implementação e na formulação de um modelo eficaz e no sporte de processos coopetativos. O PDCTI deve ter como principal diretriz a intensificação da produção cientifica e tecnológica e a ampliação dos processos inovativos, que possibilite a projeção crescente do Estado de São Paulo nos cenários doméstico e internacional nos próximos 20 anos. Para isso, deve-se buscar a interação das entidades públicas e privadas, possibilitando uma sinergia entre os protagonistas desse ambiente. c) Governo do Estado de São Paulo: Decreto 60.826, de 25.03.2014, que institui e regulamenta o Sistema Paulista de Ambientes de Inovação - SPAI, que compreende: Sistema Paulista de Parques Tecnológicos SPTec; 10

Rede Paulista de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica RPITec; Rede Paulista de Centros de Inovação Tecnológica RPCITec; e Rede Paulista de Núcleos de Inovação Tecnológica RPNIT. A constituição de uma Rede no âmbito da SES vem sendo objeto de atenção e atuação da Secretaria, coordenada pela Coordenadoria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Saúde. 11