O DOGMATISMO VINCULADO ÀS DROGAS * Andrise Baierfuss Fazoli ** Luiz Fernandes Pavelacki RESUMO O artigo consta de uma breve apresentação sobre a atitude e o comportamento dogmático na realidade educacional e suas conseqüências. Em seguida, foi revelado um problema, e justificado de acordo com os teóricos estudados, sendo também realizada uma reflexão com seus critérios. Após a reflexão, encontramos uma solução para o presente problema. Palavras-chave: educação; dogmatismo; nova ação. INTRODUÇÃO Atualmente as pessoas se posicionam de maneira diferente diante das dificuldades que surgem e assim caracterizam um comportamento dogmático. Esse comportamento não traz nenhuma vantagem ao indivíduo, atribuindolhe um caráter de acomodação e indiferença em relação à sociedade. 1 DESRESPEITO ÀS CRIANÇAS NUMA PERSPECTIVA DOGMÁTICA Geralmente ouvimos no rádio, lemos em jornais e assistimos na televisão acontecimentos relacionados ao desrespeito às crianças e aos adolescentes. Esses acontecimentos que são comuns no dia a dia agem sobre a educação. * Acadêmica do Curso de Letras da Universidade Luterana do Brasil Campus Guaíba. ** Professor da Disciplina de Filosofia da Educação e Orientador deste trabalho.
2 Muitas das vezes assumimos uma postura dogmática, como educadores, diante desses acontecimentos, ficamos presos ao senso comum, não tentamos achar uma solução para que isso melhore. Passa pela nossa cabeça que isso são coisas que não podemos resolver e as aceitamos como estão. Também não percebemos que estamos criando uma linha de raciocínio igual a dos dogmáticos. Não questionamos o motivo das coisas, e a razão pelas quais estão acontecendo. dos aspectos. Na maioria das vezes o indivíduo nem percebe que não está correto diante Segundo Bornhein (1983), a postura é uma bagagem cultural que vem desde a infância, o indivíduo convive com a realidade que é passada pelos pais. É nesse momento que ele passa a ter tal concepção do mundo, sem refletir a respeito das coisas que o rodeiam. 2 O PROBLEMA Segundo Saviani (1984), o problema implica tanto a conscientização de uma situação de necessidade (aspecto subjetivo), como uma situação conscientizadora de necessidade (aspecto objetivo). Problema é algo que ignoramos, mas nos faz refletir.
3 No caso de crianças cujos pais são bêbados ou viciados em drogas, é um problema que não sabemos resolver, mas temos a necessidade de descobrir uma solução para o caso. Por que consideramos isso um problema? Imagine uma criança que vê seu pai ou sua mãe chegando em casa fora de hora, geralmente bêbado ou drogado. Às vezes essa criança também é abusada por causa do alcoolismo ou da droga. Como esse adolescente vai ter condições psicológicas e físicas de freqüentar a escola e conseguir se concentrar nas explicações do professor? Esta é uma questão problemática. São situações que ocorrem vinte e quatro horas por dia no mundo, e às vezes até mesmo com pessoas próximas a nós, e não sabemos como ajudá-las. 3 REFLEXÃO SOBRE O PROBLEMA Segundo Saviani (1984), para fazer uma reflexão sobre um problema é necessário que se estabeleçam alguns critérios, como: analisar o problema de forma radical, buscando o fundamento do problema desde suas raízes; rigorosa, sendo guiada por métodos rigorosos; e de conjunto, tratando o problema dentro do seu contexto.
4 Refletindo radicalmente sobre o problema das crianças cujos pais são viciados, é necessário saber como é a realidade dessa família, qual a causa para eles terem caído no vício. Na reflexão em conjunto é preciso observar o problema de forma contextualiazada, não esquecendo que possa estar interligado a outras questões. Segundo Morin (2000, p.14), a inteligência que só sabe separar, fragmenta o complexo do mundo em pedaços separados, fraciona os problemas, unidimensionaliza o multidimensional. É importante que o problema não seja visto em partes separadas, mas de uma forma única. Assim, a compreensão torna-se mais fácil. A questão não é isolada, ela sofre influência de outros aspectos que estão relacionados à ela. Para haver reflexão devemos ver o problema como uma questão que está ligada à outras na sua volta. 4 UMA NOVA AÇÃO Deixando o dogmatismo, devemos tomar um novo caminho, uma ação diferente do senso comum, seguido por várias pessoas até hoje. Como seria essa nova ação e o que estaria por trás dessa visão? Como diz Bornhein (1983), o comportamento dogmático limita o sujeito a uma linha de
5 pensamento único que o limita a pensar e agir da mesma forma. A nova visão referese a uma postura ideológica na qual o indivíduo assume uma postura crítica a respeito do problema. Essa postura é tentar descobrir as causas pelas quais tal fato está acontecendo, exigir uma discussão sobre o assunto com a família. Como educadores devemos ajudar a transmitir carinho às crianças envolvidas, compreender seu comportamento e não discriminá-las, o que pode agravar mais o problema. Essa é a nova ação que os educadores deveriam assumir, não ter uma atitude indiferente e sim procurar ajudar e dar afeto a essas crianças, que muitas vezes precisam mais da nossa atenção do que os demais. CONCLUSÃO Encerrando este artigo, concluímos que nós, professores, devemos tomar algumas atitudes diante dos problemas existentes na realidade educacional. Já que às vezes exercemos o papel de médico, de pai, mãe etc, devemos ajudar nossas crianças para que tenham um futuro melhor e com menos violência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORNHEIN, A. Gerd. Introdução ao Pensar. Porto Alegre: Globo, 1983. MORIN, Edgar. A cabeça bem feita; repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand, 2000.
SAVIANI, Demerval. Do senso comum para uma consciência filosófica. Porto Alegre: [s.e], 1984. 6