Agravamento (agravação) dos medicamentos homeopáticos em Medicina Veterinária.



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Transcrição:

Agravamento (agravação) dos medicamentos homeopáticos em Medicina Veterinária. Dr. Carlos O. Cordoves Ph.D. 1 Jorge William da S. Velho. 2 Particularidades e apontamentos sobre o Agravamento Homeopático na Medicina Veterinária. A Homeopatia utiliza substâncias de origem vegetal, animal ou mineral, que quando dinamizadas (diluição + sucção) e aplicadas no animal geram patologias ou sintomas patológicos, pelo que constituem os ingredientes ativos da formulação. As indicações terapêuticas são extraídas precisamente destes sintomas patológicos, onde os homeopatas devem possuir muito cuidado na hora de prescrever ou indicar estes ingredientes, para então, poder produzir medicamentos homeopáticos, formulado por uma ou várias substâncias ativas. Dentro da ciência homeopática existe o processo ou conceito de Agravação Medicamentosa, onde os médicos veterinários, técnicos agropecuários e produtores em geral devem tomar conhecimento, pois em determinados casos, este processo pode acontecer quando medicamentos homeopáticos são administrados. Este conceito não é mais do que o fato em que os sintomas que o animal irá apresentar ficam de forma mais aguda, marcada ou evidente, acompanhado com a consequente natural preocupação do produtor, dono do animal. Também se faz referência a um incremento mínimo dos sintomas naturais. O que é Agravamento então? O agravamento nada mais é do que uma doença medicinal externamente semelhante e que excede em potência na afecção original. Segundo 157 do Organon, Um medicamento homeopático causa geralmente discreta piora imediatamente após sua ingestão. Esta ação do 1 IICA-SDR e Consultor Técnico do Departamento de Agricultura Familiar da SDR/RS, Setembro 2014, Porto Alegre/RS. cordovesco@yahoo.com, (51) 8112-2027. 2 Técnico Agrícola, Escola Estadual Técnica de Agricultura (ETA), Viamão/RS. william.jvelho@hotmail.com, (51) 9321-8857.

remédio é tão semelhante à doença original, parecendo que o paciente piorou da sua própria doença. Quando a dose for excessiva, poderá durar um número considerável de horas ou dias segundo a constituição e resistência de cada animal. Significa uma exacerbação temporária dos sintomas que o animal doente já vem apresentando. Dita exacerbação, ocorre após a administração de medicamento homeopático, descrevendo uma curva de agravação e aliviando os sintomas, portanto, é uma atuação no sentido de cura, em contraposição à supressão mórbida. Esta agravação ou agudização dos sintomas pode vir pela reação do organismo do animal que a padece ao ingerir uma medicina que reativa os sintomas principais, ou pelo excesso na dosagem do medicamento homeopático, que provocará uma agudização de certos sintomas e a aparição de outros que o animal padecia (os correspondentes ao medicamento). Em qualquer dos dois casos de agravação, constituem um grande aviso para o veterinário homeopata e um certo temor para o produtor ou dono do animal. Quando são usados medicamentos Homeopáticos, podem ser observados em determinados casos, os sintomas da enfermidade que se exacerbam depois da aplicação do medicamento, contudo, não devemos confundir-nos nem se alarmar-nos, pois o processo curativo já está iniciado e irá proceder por um bom caminho. Os sintomas que o doente apresenta são a expressão do esforço que o organismo realiza para conseguir seu processo curativo, por isso, os homeopatas estabelecem que quando uma pessoa está doente, na realidade ela se encontra em processo de cura. Em condições normais, os humanos e os animais contam com uma energia vital que circula pelo corpo, e quando esta chega em quantidade suficiente a todas partes, o funcionamento orgânico acontece com normalidade, do contrário, quando dita energia falta, haverá falhas em um ou mais de nossos órgãos, dando lugar aos sintomas. Quando adoecemos não temos energia vital suficiente, porque o organismo faz o necessário para tratar de se reorganizar, aparecendo as moléstias, ou propriamente conhecido como enfermidade. Um medicamento homeopático também pode ser definido como: uma carga energética que atua sobre a energia vital. Essa força extra é a que provoca a pequena exacerbação dos sintomas, tecnicamente denominada como agravação medicamentosa. Numa enfermidade de carácter lesional, leve, ou grave como é na mastite subclínica, o agravamento pode ser de curta duração e bastante forte.

As doenças crônicas não são afetadas em geral por agravações drásticas, mas, podem ocorrer abundantes eliminações, pode ser produzido com maiores incidências quando há a utilização de tinturas mãe no preparo farmacêutico, no decorrer da aplicação de diluições médias etc. É impossível que o medicamento e doença se sobreponham, mas, podem surgir em certos indivíduos novos sintomas graves e incômodos, os quais terão de ser antidotados, mais não com antibióticos. Pelo anterior, precisamos distinguir o que na realidade agrava, será: a) agravação do seu estado geral ou será b) agravação dos sintomas da doença ou ambas. Para analisar bem estes dois fenômenos, faz-se necessário que nunca se confunda o fenômeno de agravação homeopática com as reações normais de eliminação de secreções como o pus nas glândulas mamarias pelo efeito de limpeza, diarreia, vómitos e expectorações. O tempo de agravação é variável, dependendo do doente, da doença, do medicamento, etc. Em geral, inicia-se nos primeiros dias após ingestão do medicamento, regredindo em poucos dias, podendo prolongar-se por mais tempo. Os dois tipos de agravações: 1. A que produz sintomas similares (isto é, aquele que o doente já possuía). São os sintomas que estavam presentes, produzindo-se uma intensificação dos mesmos. É sinal de que o remédio é correto, mas dado em uma dose superior a necessária, repetida com demasiada frequência ou administrada quando não era necessária. Neste caso, será realmente difícil explicar ao produtor ou dono do animal o que acontece e as medidas que devem ser tomadas para solucionar a situação. 2. A que produz sintomas diferentes (isto é, o animal não padecia destes sintomas e surgem a partir da ingestão do medicamento). Este tipo de agravação necessita imediatamente uma correção, porque indica que o medicamento prescrito e aplicado foi errôneo, porque produziu sintomas que o animal jamais havia padecido. Para evitar agravação dos sintomas similares, o indicado será iniciar quando a enfermidade seja crônica e com diluições baixas, de modo que, caso apresente agravação, esta, possivelmente será de curta duração e com caráter suave. Se a agravação continuar presente, o mais indicado é dar uma dose em diluição mais baixa que a qual produziu a agravação. No último caso, é possível prescrever o antídoto do primeiro medicamento. Para o qual,

seleciona-se os sintomas que estejam agravados, se cotejam com os remédios que figuram como antídotos e prescreve-se uma única dose baixa (6CH). Os sintomas irão desaparecendo. No caso na qual a agravação seja por sintomas jamais presentados no animal, então será evidente que o medicamento tenha produzido patogenesia. Nesta última situação, existem três possibilidades: 1. Caso não seja uma situação perigosa, os sintomas irão desaparecendo pouco a pouco. Uma vez que vá se restabelecendo a situação anterior da agravação, posteriormente, selecionar o medicamento adequado e prescrevêlo em potência mais baixa. 2. Caso a situação seja perigosa, deve-se antidotar imediatamente ao animal até recuperar a situação anterior a agravação. A partir daí, haverá que retomar o caso e prescrever o remédio adequado. 3. Não sendo uma situação perigosa, porém, com os sintomas persistentes, deve-se avaliar os sintomas produzidos pelo medicamento junto com os sintomas que o animal já apresentava. Esta seleção mais ampla, corrigirá o problema e regularizará a Força Vital. O mais importante é não perder a comunicação com o produtor, o dono do animal, nem deixar o animal com agravação na metade do tratamento. Pois, o produtor e dono confiam em nós, por isso, devemos transmitir grande valoração e confiança. Nestes casos temos que procurar o melhor, de modo que o dono comunique ao veterinário terapeuta para assim poder estar seguro de que não faremos dano não necessário nem provocarmos sequelas indesejáveis. Sempre que iniciemos um tratamento homeopático em uma propriedade com animais, deve-se solicitar-se ao dono a comunicação frequente em um período mínimo de quinze dias. Quando se inicia um tratamento homeopático ou troca-se por outro ou de potência diferente, pode-se acontecer uma agravação homeopática, que se manifesta por algumas destas três etapas: - Primeira etapa: Agravação transitória dos sintomas seguida de melhora progressiva. - Segunda etapa: Aparecimento de sintomas de descarga na pele, mucosas ou serosas.

Referente aos sintomas de descarga, o animal não tem sempre seus mecanismos defensivos sadios. Pode estar energeticamente desequilibrado ou intoxicado. Então, o remédio homeopático tende a harmoniza-lo, ativar seus mecanismos de defesa e a desintoxica-lo. A eliminação destes resíduos pode encontrar-se alterada ou danificada pela desarmonia crônica e a desintoxicação então toma forma de doença aguda. O organismo intoxicado dessa maneira fica em inferioridade de condições frente a fatores agressivos externos, uma patologia que em condições normais não haveria contagiado, agora o animal converte-se em doente a consequência da diminuição das defesas ou pela tensão interna que busca um pretexto para descarregar-se. As enfermidades agudas são um intento de cura das crónicas, porque permitem uma descarga que alivia. Em ocasiões os veterinários homeopatas as procuram mediante o estímulo do remédio adequado. - Terceira etapa: As reedições de sintomas antigos geralmente são dirigidas aos sintomas (tratamentos sintomáticos), como ocorre com os tratamentos alopáticos e muitos homeopáticos não adequadamente realizados: A generalidade dos homeopatas acreditam que todos estes sintomas são uma manifestação do organismo frente a doença crônica, e em outros casos, a expressão da defesa do corpo (ex inflamação). A cura de um sintoma chamase para os homeopatas: supressão. Quando se trata da eliminação de um sintoma e não a cura da verdadeira causa, que o produz, a mesma pode significar um alívio imediato para o animal doente, por isso a busca, mas nem sempre possui benefício, junto com a supressão do sintoma obstrui-se a possibilidade de descarga do organismo, fecham-se portas e saídas. O organismo procura outra forma de descarga e apareceram sintomas em outras partes. De ser sucessivamente suprimidos, instalará um desequilíbrio energético crônico. Suprimidos quando são administrados: um anti-inflamatório, um antibiótico, um corticoide ou um antialérgico. Não permitindo dessa maneira, a descarga para desintoxicar ou para restabelecer o equilíbrio da força vital. Ex: a inflamação. Tipos de Agravações - Do estado geral do animal Dita agravação corresponde a uma diminuição evidente do bom estado de saúde do animal e de um declínio evidente do estado de saúde. Acima de tudo, busca-se uma sensação de bem-estar do doente.

- Dos sintomas da Doença Agravação dos sintomas causada diretamente pela presença dos sintomas, podendo ser: a) Aguda e curta, seguida de uma melhora rápida; b) Longa, seguida de lenta melhora geralmente constitui uma agravação de várias semanas, a que seguem pequenos sinais de melhora, apresenta-se como um animal esgotado, de baixa vitalidade. c) Longa, seguida de um declínio do estado geral neste caso estamos perante a um animal doente incurável. A opção é desistir do simillimum que apenas o depauperará e ministrar pequenos remédios de ação curta e pouco profunda, de carácter paliativo... Quando se observa nos casos de mastite aguda um suave agravamento nas primeiras horas ou nos primeiros dias é sinal que a doença cederá segundo 158 do Organon- É de referir que qualquer agravamento deve ser acompanhado de uma sensação de bem-estar geral demonstrada pelo doente. Independentemente da agravação experimentada, o quadro do paciente deve ser positivo e indicador de melhoras. Mas, a agravação homeopática não se constitui como fenômeno obrigatório, a menos que a doença seja grave, por exemplo: animais com altos níveis de Células Somáticas (CCS) ou que apresentam graves quadros de mastite principalmente por Staphylococcus aureus, podem ser causas frequentes de agravações no grupo das vacas em lactação. Se o medicamento for mal selecionado, o doente poderá ter um alívio transitório dos sintomas, seguindo-se um intenso agravamento posterior a um mês. Logicamente, quanto menor a dose, mais moderado o agravamento. Como comportar-se frente a um animal com agravação: - Solicitar histórico da causa e doença presente (especificando o começo, tempo que dura; modificações e evolução por qual passou; remédios aplicados e sua quantidade, resultados de exames laboratoriais, aspecto físico dos animais dos últimos meses; Se foi realizado vacinação, efeitos dessas vacinas: - Quando a doença é crônica, o médico veterinário obriga-se a realizar uma investigação profunda da sintomatologia na sua forma originária, e de ser aguda com sintomas bem presentes, indica que o esforço prático será menor; - Temos que definir quais são os sintomas mais graves que necessitam ser eliminados, assim como os mais marcantes e característicos. - Depois de tratar clinicamente os animais com agravação, deve-se observar se a melhora é geral ou local. Se o remédio se encontra em potência adequada, a cura possivelmente seja rápida, e por tanto, a visita ou consulta será rápida.

Tipos de melhora da agravação: - Rápida, seguida por agravação: estamos perante o simillimum, e então, o animal é incurável e não foi o simillimum correto. - Na direção errada: acontece quando o sintoma inicial desaparece, mas surge um novo bem mais grave. Estas situações aparecem em regra quando o homeopata se limita a prescrever com base nos sintomas locais esquecendo a totalidade sintomática. Este caso deve ser reavaliado, considerando o atual quadro sintomático do animal e de seu entorno. - Com reação tardia: A reação tardia a que se referem alguns médicos veterinários homeopatas, surge entre o 15º e o 26º dia após ser ministrada a dose, tendo uma duração aproximada de 15 dias. Quando uma melhora se demonstra no período de 15 dias é sinônimo de um prognóstico favorável, acabando tal reação por seu desaparecimento, decorridos os ditos 15 dias de agravamento, com o consequente restabelecimento integral da saúde do animal doente. de: Quando surge um novo sintoma, precisamos estabelecer que se trata - Sintoma patogenésico - tratando-se de tal, acabará por desaparecer em poucas semanas. Também não deixa de ser provável que os sintomas venham a ser demonstrados como indicadores do quadro patogenésico do medicamento por anteriores experimentações. - Sintoma do quadro evolutivo da doença Aqui, teremos certeza que o remédio prescrito não é o simillimum, surgindo uma reavaliação do caso e remédio. - Sintoma mais grave do que o inicial - consequência e manifestação de uma melhora na direção errada. - Sintoma menos grave do que o inicial Segue-se a direção da cura homeopática, o prognóstico é bom. - Sintoma antigo que retorna É uma agravação a que se segue o retorno de sintomas antigos. A moderada agravação homeopática que se representa durante as primeiras horas constitui um bom prognóstico indicando que a enfermidade aguda cederá provavelmente na primeira dose, na verdade é como deveria acontecer, pois a enfermidade medicinal deve ser naturalmente algo mais forte que aquela que devemos curar, para que se possa dominá-la e extingui-la. Do

mesmo modo uma enfermidade natural pode remover e destruir a outra semelhante, só quando é mais forte que ela. Na medida que a dose do remédio homeopático é mais pequena no tratamento das enfermidades agudas, tanto mais ligeiro e curto será o incremento aparente da enfermidade durante as primeiras horas....se dessa enfermidade tenham resultado mudanças nos tecidos, então veremos agravações manifestadas, e ainda agravações das que não se pode esperar o restabelecimento... Uma enfermidade de longa duração as vezes não cede sem esta agravação e discreta perturbação na economia animal, e quanto mais enraizada, mais temos que lutar com as mudanças de tecidos, no entanto, mais maravilhosa, penosa e dolorosa observaremos nesta reação. Os animais hipersensíveis não muito frequentes são capazes de experimentar os mais variados sintomas com qualquer ingrediente ou produto homeopático administrado. Nos casos muitos sérios e graves de agravação a conduta é muito simples, isto é, não repetir jamais o remédio enquanto dure a reação. Quando a reação desaparece e possui uma tendência a existir um outro caminho, então, podemos repetir, mais nunca realizar a repetição enquanto ocorra a reação. Critérios importantes sobre a gravação: - É necessário ter presente que uma agravação homeopática é um signo de bom prognóstico por definição, pois a evolução posterior do quadro procederá até o processo curativo. - A enfermidade artificial medicamentosa, tem que ser sempre algo mais forte dinamicamente que a enfermidade natural para poder curar. - O homeopata, médico veterinário, necessita distinguir se esta frente a um animal com processo de agravação ou de frente a um processo de piora real da doença do animal. Se a evolução posterior não é até o processo curativo, não se trata de uma agravação homeopática. - Um processo curativo pode eventualmente ir acompanhado da aparição de sintomas patogenéticos novos para o paciente, como dizem Hahnemann e Kent. Nese caso, pode ocorrer agravação homeopática de sintomas preexistentes e aparição de novos sintomas do remédio. - O importante é reconhecer a direção que toma o quadro posteriormente a dita crise de agravação, que como comentou Kent, será muitas vezes necessária para obter um processo curativo. Kent, fala sobre a possível aparição da

agravação não necessariamente ao final do processo curativo utilizando dose única centesimal. - As enfermidades agudas geralmente aparecem a ponto de haver iniciado a administração do remédio, sendo então de bom prognóstico. - Quando se trata de uma agravação homeopática a evolução posterior será até o processo curativo Do contrário, ficam rastros da enfermidade depois de um tempo. Deve-se retomar o caso. - Toda potência ou dinamização que agrava num sentido homeopático é potencialmente curativa. - Hahnemann e Kent opinam que não existem regras preestabelecidas para o uso das potencias e deve-se adequar-se em general a cada caso ou cada grupo. - Segundo a experiência de Kent cada potência ajuda a cumprir etapas do processo curativo, e aconselha junto a Hahnemann uma ascensão gradual das mesmas. - Referindo-se ao termo dose, Hahnemann em alguns parágrafos de suas obras o utiliza como sinónimo de potência, criando confusão em ocasiões. Não só a potência pode ser a causa da agravação, se não, também especificamente a dose, isto é, modo e frequência da administração. - Devemos ter presente que a hipersensibilidade é conceito distinto a de agravação homeopática. Antidoto: Medicamento, substância ou mistura utilizada para anular ou neutralizar os efeitos de um veneno ou remédio (em medicina alopática). O conceito de antídoto em homeopatia não tem muita ressonância, pois não se considera dita característica a ingredientes homeopáticos. Este termo é mencionado em alguns casos de prescrição incorretas de ingredientes, pelo que deve-se tomar o quadro resultante do paciente e prescrever outro medicamento para essa nova totalidade. Não obstante em vários trabalhos e livros homeopáticos usa-se o conceito de Antidoto em homeopatia.