ÁREAS DE ATUAÇÃO, PERFIL E COMPETÊNCIAS DOS EGRESSOS DOS NOVOS CURSOS 13. CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Área de atuação O curso pretende formar o arquiteto pleno, capacitado a atuar nos diversos âmbitos e escalas de atividades da Arquitetura e do Urbanismo: o edifício, o espaço urbano e o natural; o público e o privado; o individual e o coletivo. Isto envolve a competência de analisar, conceituar, planejar, projetar, dirigir, executar, ensinar e pesquisar espaços construídos ou não destinados às atividades e necessidades do homem, respeitando sempre as características do meio ambiente em que se inserem. O Arquiteto e Urbanista está apto para atuar no desenvolvimento de projetos arquitetônicos, projetos urbanísticos, direção e execução de obras, arquitetura de interiores, conservação e restauração do patrimônio histórico construído, planejamento urbano e administrativo e desenho ambiental, bem como nas áreas de gestão territorial, paisagismo e em obras de caráter social. Atua em empresas de construção civil, urbanização e paisagismo; em escritórios de arquitetura e urbanismo; em órgãos públicos no planejamento urbano, arquitetônico e paisagístico, na restauração de edifícios e monumentos históricos; em empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também pode atuar de forma autônoma, em empresa própria ou prestando consultoria. Na Conferência Mundial de Educação Superior, em Paris, 1998 foi consenso que: É necessário introduzir no ensino superior métodos pedagógicos fundados na aprendizagem, para formar profissionais, que beneficiados por ter aprendido a aprender e a empreender, estejam em condições de criar seus próprios empregos, ter sua própria unidade de produção, e contribuam assim para reduzir o flagelo do
desemprego. Importa, igualmente, promover o espírito de investigação, dotando o estudante de ferramentas necessárias à pesquisa sistemática e permanente do saber, o que implica em rever os métodos pedagógicos em vigor e de dar ênfase, não mais na transmissão do conhecimento, mas na produção do conhecimento. Assim, os alunos terão em suas mãos os instrumentos para aprender a aprender, a conhecer, a viver junto e a ser. Essa referência é de suma importância, uma vez que, em nossa análise, inevitavelmente, encontraremos nichos de mercado desocupados e atividades profissionais relegadas, contrastando com um panorama de dificuldade de inserção e permanência no mercado de trabalho. Considerando-se as atribuições profissionais, pode-se listar uma ampla relação de serviços que, legalmente, podem ser elaborados, e estão sob o domínio dos arquitetos. Levando-se em conta a organização do trabalho do arquiteto e do urbanista definida pela AsBEA Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura, as atividades desses profissionais podem ser descritas, genericamente, da seguinte forma: desenvolvimento de pesquisas e elaboração de programa de necessidades similares; levantamentos arquitetônicos, urbanísticos e topográficos; análise e seleção de locais; estudos de viabilidade (técnico-legal) arquitetônica, urbanística e ambiental; estudos de viabilidade econômico-financeira e de marketing; estudos e relatórios de impacto ambiental e de vizinhança; estimativas de custos, orçamentos e similares; vistorias, perícias, laudos, pareceres, assessorias, consultorias e similares; projetos de reforma, revitalização e restauração de edifícios; projetos de preservação de patrimônio ambiental urbano; planos urbanísticos e similares; projetos de paisagismo e de desenho urbano; loteamentos, remembramento ou desmembramento de terrenos e similares;
projetos de arquitetura de interiores, de mobiliário e de equipamentos; assessoria para produção de materiais promocionais (perspectivas, catálogos, maquetes, etc.); gerenciamento e/ou execução de projetos complementares de fundações, estruturas, instalações hidro-sanitárias (água quente e fria, esgoto e águas pluviais), de gás, de proteção contra incêndio, de coleta de lixo, instalações elétricas e telefônicas, conforto ambiental, acústico, sonorização e luminotécnica; instalações de ar-condicionado e exaustão mecânica, dentre outros; projetos de acústica e de iluminação, de sinalização, comunicação visual e desenho industrial; projetos e programas de reparo, conservação ou manutenção de edificações; programação de instalações; cadernos de encargos e editais para licitação; projetos de arquitetura promocional; fiscalização (técnica) de projetos e gerenciamento (técnico, administrativo e financeiro) de projetos; fiscalização da execução de obras ou fiscalização técnica de construção / construtor, montagem / montador, fabricação / fabricante, execução de obras (construção / montagem / fabricação); gerenciamento da execução de obras ou fiscalização técnica; execução de maquetes, perspectivas, fotografias e álbuns de apresentação, ensino e pesquisa relacionados às atividades descritas. Dessa forma, temos que o campo de trabalho do arquiteto tem a vastidão do espaço, isto é, é um caminho profissional que abre amplas alternativas e oportunidades, disponibilizando a quem o traça um infinito de possibilidades. No âmbito prático, conforme pesquisa do IAB Instituto de Arquitetos do Brasil, sobre o mercado de trabalho do arquiteto urbanista, temos que 70% dos
profissionais em atuação são autônomos, e 80% desenvolvem trabalhos principalmente na área de projetos de edificações e arquitetura de interiores (IAB-SC, 2001, p. 4-5). Se nas atribuições exclusivas dos arquitetos e urbanistas estão todas as questões relacionadas ao urbanismo, em todos os níveis e aspectos técnicos, e se temos no Estado de Santa Catarina cerca de 300 municípios, todos com prefeituras estabelecidas, teremos que, se considerarmos em três o número de profissionais atuando no controle e no desenvolvimento urbano das cidades, necessitaríamos de 900 arquitetos apenas para esses postos. Se nas atribuições dos arquitetos, também, estão relacionadas às atividades da construção civil, e se temos, no Estado de Santa Catarina, cerca de 5.000.000 de habitantes, agrupados em média familiar de 04 pessoas, teremos cerca de 1.250.000 residências a serem reformadas, construídas, projetadas, fiscalizadas, periciadas, ou submetidas a quaisquer outras atividades relacionadas à profissão, sem contar com as edificações comerciais, institucionais e públicas. Teremos ainda projetos de mobiliários, vitrines, programações visuais, jardins, dentre outros e, cerca de, pelo menos, 400 professores nos 08 cursos distribuídos pelo Estado. Chamamos a atenção aqui à referência feita no início desse tópico, relacionada à Conferência Mundial de Educação Superior, em Paris, em 1998, que conclama ao ensino superior que assuma a formação de profissionais empreendedores, capacitados a gerir seus próprios negócios, a buscar oportunidades de trabalho. Não existe sociedade sem ordem, significado perceptível, legível de imediato. Mas a ordem está oculta na própria desordem urbana. Guiar, orientar esta desordem é o que se espera do urbanista, muito mais do que ações pautadas em fórmulas desenvolvidas no âmbito de uma visão tecnicista. A racionalidade aplicada ao urbanismo parte de uma análise metódica dos elementos, e em seguida, subordina esses elementos a uma finalidade, a qual seria tirada do encadeamento das operações. Contudo, sabe-se que o conjunto e a orientação do conjunto se decidem, adquirem vida própria, e não provêm das operações.
A solução racionalista é a de restaurar a coerência na realidade caótica. Mas a coerência é uma forma, ou seja, mais um meio do que um fim. Não há uma marcha única na reflexão urbanística, mas diversas tendências em relação a esse racionalismo operacional. A arquitetura abrange, então, todos os campos da forma, desde o objeto mais comum, até a organização, nas coletividades humanas, da habitação, do trabalho, do recreio e do transporte. Contrariamente à pintura e à escultura, a arquitetura é vista por fora e por dentro. O exterior e o interior estão intimamente ligados numa continuidade de concepção. De todas as artes, a arquitetura é talvez a que necessite hoje de conhecimentos científicos mais extensos e variados. PERFIL DO EGRESSO O Arquiteto e Urbanista formado pela Católica de Santa Catarina é um profissional generalista, investigador, planejador e agente modificador do meio, com sólida formação científica, tecnológica e humana, capaz de compreender e traduzir necessidades sociais, culturais, estéticas e econômicas, de indivíduos, grupos sociais e comunidades, com relação à concepção, à organização e à construção do espaço interior e exterior, abrangendo o urbanismo, a edificação, o paisagismo, bem como a conservação e a valorização do patrimônio construído, a proteção do equilíbrio do ambiente natural e a utilização racional dos recursos disponíveis. COMPETÊNCIAS As competências (analisar, conceituar, planejar, projetar, dirigir, executar), inerentes a profissão do Arquiteto Urbanista, estão diretamente relacionadas às atribuições profissionais conferidas ao arquiteto 1. A 1 Cf. Resolução 218 de 29/06/1973, do CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, que estabelece a atividade correspondente ao exercício profissional
competência de analisar e conceituar implica a capacidade de assistência, assessoria, consultoria, vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, elaboração de laudos, parecer técnico, e implementação de padronização, mensuração e controle de qualidade. A competência de planejar implica a capacidade para desenvolver estudos, planos regionais, urbanos e paisagísticos, elaborar orçamentos e verificar a viabilidade técnica e econômica. A competência de projetar implica a capacidade de elaborar projetos arquitetônicos e complementares, cadernos de especificação e detalhes executivos. A competência de dirigir implica a capacidade de supervisão, coordenação, orientação técnica e direção de obras e serviços técnicos. A competência de executar implica a capacidade de execução e fiscalização de obras; instalação, montagem, reparo e manutenção de equipamentos; execução de serviço técnico, levantamentos, mensuração, e controle de qualidade. Essas competências profissionais, quando associadas às atividades de Ensino e Pesquisa, implicam a capacidade de ensinar, pesquisar, desenvolver análises, estudos e ensaios visando à formação profissional, à produção acadêmica e científica especializada e à extensão. Todas essas competências são desenvolvidas de forma a dar abrigo e assistência ao homem nas suas apropriações do espaço e nas suas diversas formas de interação com o meio: habitar, circular, trabalhar, produzir, desenvolver o lazer, cultuar o corpo e o espírito, respeitar o passado, produzir o presente e preparar o futuro. Os produtos destas ações são os espaços construídos ou abertos: edificações e monumentos, conjuntos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos, planos urbanos e regionais. Partindo desses pressupostos, as competências traçadas para o Arquiteto Urbanista formado pela Católica de Santa Catarina são as seguintes: 1. Reconhecer e definir, por meio de metodologias participativas, expectativas e necessidades sociais, culturais, estéticas e econômicas de indivíduos, grupos sociais e comunidades. 2. Conceber projetos de arquitetura, urbanismo e paisagismo considerando os fatores de custo, de durabilidade, de manutenção e do arquiteto. V. também a Resolução 205 de 30/09/1970, que trata do Código de Ética Profissional.
de especificações, bem como os regulamentos legais, de modo a satisfazer as exigências culturais, econômicas, estéticas, técnicas, ambientais e de acessibilidade dos usuários. 3. Acompanhar a execução de conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores, além de realizar o planejamento físico, local, urbano e regional, em conformidade com a legislação ambiental. 4. Realizar estudos de viabilidade técnica e econômica, consultoria, vistoria, perícia, avaliação, produção técnica especializada e demais atividades que se incluam no âmbito da profissão. 5. Aplicar conhecimentos da história das artes e da estética, suscetível de influenciar a qualidade da concepção e da prática de arquitetura, urbanismo e paisagismo. 6. Utilizar técnicas e metodologias de pesquisa em planejamento urbano e regional, urbanismo e desenho urbano, bem como a compreensão dos sistemas de infraestrutura e de trânsito, necessários para a concepção de estudos, análises e planos de intervenção no espaço urbano, metropolitano e regional. 7. Aplicar conhecimentos de teoria e de história da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo, considerando sua produção no contexto social, cultural, político e econômico e tendo como objetivo a reflexão crítica e a pesquisa; 8. Agir de forma ética, solidária e cidadã, com consciência ambiental e comprometimento com a preservação e a conservação do patrimônio natural e construído. 9. Propor soluções tecnológicas para a preservação, conservação, restauração, reconstrução, reabilitação e reutilização de edificações, conjuntos e cidades. 10. Comunicar-se por meio de diferentes linguagens, meios de expressão e representação, tais como perspectiva, modelagem, maquetes, modelos e imagens virtuais. 11. Atuar em equipes multidisciplinares em atividades de supervisão, coordenação e orientação técnica.
12. Manter-se permanentemente atualizado, ao longo da carreira profissional. 13. Utilizar aerofotogrametria, fotointerpretação e sensoriamento remoto na elaboração e interpretação de levantamentos topográficos. 14. Utilizar os instrumentais de informática para tratamento de informações e representação aplicada à arquitetura, ao urbanismo, ao paisagismo e ao planejamento urbano e regional 15. Aplicar conhecimentos sobre as condições climáticas, acústicas, lumínicas e energéticas e o das técnicas apropriadas a elas associadas. OBJETIVO GERAL Formar um profissional generalista, investigador, planejador e agente modificador do meio, com sólida formação científica, tecnológica e humana, capaz de compreender e traduzir necessidades sociais, culturais, estéticas e econômicas, de indivíduos, grupos sociais e comunidades, com relação à concepção, à organização e à construção do espaço interior e exterior, abrangendo o urbanismo, a edificação, o paisagismo, bem como a conservação e a valorização do patrimônio construído, a proteção do equilíbrio do ambiente natural e a utilização racional dos recursos disponíveis.