SUBSTITUIÇÃO DE UNIDADE DEFEITUOSA DE BANCO DE TRANSFORMADORES UTILIZANDO EQUIPAMENTO DE MANOBRA



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Transcrição:

SUBSTITUIÇÃO DE UNIDADE DEFEITUOSA DE BANCO DE TRANSFORMADORES UTILIZANDO EQUIPAMENTO DE MANOBRA Pedro Augusto Pinto Vallone Engenheiro Master III de Subestações Departamento de Engenharia Diretoria de Empreendimentos CTEEP - Brasil pvallone@cteep.com.br CATEGORIA: Equipamentos de alta tensão e subestações. RESUMEN A cobrança de parcela variável por indisponibilidade de equipamentos ou instalações suscitou por parte da Engenharia da CTEEP, a procura de alternativas técnicas para reduzir o tempo de restabelecimento da função transmissão (FT). Entre os equipamentos de uma subestação que exigem elevado tempo de recomposição estão o transformador e o reator.a substituição de uma unidade defeituosa de banco de transformadores ou reatores pela respectiva unidade reserva, sempre foi um processo muito demorado que deixava indisponível o banco de transformadores/reatores por até alguns dias.ao longo dos anos, algumas propostas de melhoria nesse quesito foram implementadas porém, o tempo gasto em toda essa operação, desde a percepção da anomalia até o restabelecimento total do equipamento era em média superior a 6 horas. O Departamento de Engenharia da CTEEP, idealizou uma solução que reduz drasticamente o tempo dispensado na troca de uma unidade monofásica de banco de transformadores com a utilização de equipamentos de manobra (secionadores) para realizar essa operação. PALABRAS CLAVES. Subestação, parcela variável, secionadores conjugados, banco de transformadores. INTRODUCCIÓN A idéia inicial era estudar uma forma na qual se pudesse substituir uma fase do banco de transformadores pela sua reserva com o menor tempo de desligamento possível para que não ficássemos expostos à cobrança de PVI. A idéia se consumou a partir da adaptação de um seccionador com dois tipos de abertura semi pantográfica vertical e horizontal que passamos a chamar de conjugado que possibilitasse desligar a fase com defeito do seu circuito e imediatamente ligá-la ao barramento de transferência em uma única operação. A manobra é complementada no armário de transferência de proteção no qual são transferidas para a fase reserva através de tomadas multipolares e links de corrente, as proteções intrinsecas, os alarmes e os transformadores de corrente de bucha da fase com defeito. 1

1 UM POUCO SOBRE PARCELA VARIÁVEL A Parcela Variável PV consiste no desconto incidente sobre a remuneração mensal das concessionárias de transmissão, devido à indisponibilidade verificada na instalação de transmissão com possibilidade de grande impacto na remuneração dos agentes proprietários destas instalações, podendo chegar até a 25% de sua remuneração anual. Tal parcela foi criada com o objetivo de apurar a qualidade do serviço de transmissão prestado pelas concessionárias, associando esta à disponibilidade do equipamento. Em suma, a Parcela Variável PV foi criada com o intuito de incentivar a qualidade do serviço de transmissão prestado pelos agentes de transmissão conectados ao Sistema Interligado Nacional SIN. Para tanto, a ANEEL criou penalidades nos contratos celebrados com os agentes de modo a descontar de suas receitas o período em que ficaram desligadas. Segundo a ANEEL a regulação introduzida consistiu na criação de um sinal econômico a fim de maximizar a disponibilidade do serviço de transmissão, por meio de: aprimoramento das técnicas e logísticas de manutenção; otimização das periodicidades das manutenções e das durações e frequências dos desligamentos; redução do tempo de retorno à operação; e aproveitamento de desligamentos. Desta forma, seria incentivado maior investimento na manutenção das instalações, o que, consequentemente, resultaria na maior disponibilidade das instalações, proporcionando mais opções para a operação e, por fim, aumentando a segurança da operação. De acordo com o Art. 4o da Resolução No270 [1], a qualidade dos serviços de transmissão será medida com base na disponibilidade e na capacidade plena das FT, sendo estas consideradas indisponíveis quando ocorrer um Desligamento Programado, Outros Desligamentos ou Atraso na Entrada em Operação. A Resolução define tais termos como: Desligamento Programado: indisponibilidade de uma Função Transmissão, programada antecipadamente em conformidade com o 2 estabelecido nos Procedimentos de Rede (Resolução No270, Art. 2, Inciso V) [1]; Outros Desligamentos: qualquer tipo de indisponibilidade de uma FT não considerada como Desligamento Programado Atraso na Entrada em Operação: atraso na data de entrada em operação comercial de uma nova Função Transmissão estabelecida no contrato de concessão ou em resolução da ANEEL, por motivos direta ou indiretamente imputáveis à concessionária de transmissão Desta forma, pode-se dizer que a Parcela Variável é composta por 3 (três) partes, sendo: a Parcela Variável por Atraso na Entrada em Operação, a Parcela Variável por Indisponibilidade e a Parcela Variável por Restrição Operativa. A primeira parcela é apurada antes da instalação entrar em operação e o valor é descontado quando a mesma começa a operar e, consequentemente, a receber sua remuneração. Seu valor é proporcional ao número de dias em que a instalação atrasou sua entrada em operação, possuindo um limite máximo para desconto de 90 dias. A Parcela Variável por Indisponibilidade PVI é calculada através da equação 1: Onde: PB = Pagamento Base da FT; Σ DVDP e _Σ DVOD = Somatórios das durações verificadas no mês, em minutos, de cada Desligamento Programado (DP) e Outros Desligamentos (OD) da FT, nas seguintes condições: Kp = Fator Multiplicador para Desligamentos Programados; Ko = Fator Multiplicador para Outros Desligamentos; D = Número de dias do mês de ocorrência; Np = Número de Desligamentos Programados da FT ocorridos ao longo do mês; No = Número de Outros Desligamentos da FT ocorridos ao longo do mês. É respeitada a seguinte lógica: Se uma FT ultrapassar, no período contínuo de 12 (doze) meses, o valor referente a seu respectivo Padrão de Duração de Desligamento, estará

sujeita à cobrança da PVI, respeitando as seguintes situações: a) Caso a duração acumulada dos 11 (onze) meses anteriores for igual ou superior a seu respectivo Padrão de Duração de Desligamento, será considerado na equação o valor verificado no mês em questão, ou seja: Se Σ_DVDP ou Σ DVOD dos 11meses anteriores for Padrão de Duração de Desligamentos Programados, então: ΣDVDP = ΣDVDPmês ocorrência; b) Caso a duração acumulada dos 11 (onze) meses anteriores for inferior a seu respectivo Padrão de Duração de Desligamento, será considerado na equação o valor, em módulo, do resultado da soma do acumulado nos 11 (onze) meses com a duração verificada no mês, subtraído da duração do respectivo padrão, ou seja: Se ΣDVDP ou Σ DVOD dos 11meses anteriores < Padrão de Duração de Desligamentos Programados, então: _DVDP = ІDVDPmês ocorrência + _DVDP11meses anteriores - Padrão de Duração de Desligamentos Programados І São ainda definidos Padrões de Freqüência para os Outros Desligamentos, indicando o número máximo de Outros Desligamentos que podem ocorrer ao longo do ano. Caso a FT atinja este valor, cada novo Outro Desligamento será apurado como, no mínimo, 30 (trinta) minutos de desligamento, para efeito de desconto da PVI. Poderá ainda ser caracterizado o descumprimento das disposições regulamentares relativas ao nível de qualidade dos serviços de energia elétrica. Neste caso, o ONS deve informar à ANEEL o ocorrido para que esta tome as devidas providências de fiscalização e penalização. Os valores para os Padrões de Duração de Desligamento e Padrão de Freqüência de Outros Desligamentos são indicados na Tabela 1 no final do texto. Já a Parcela Variável por Restrição Operativa Temporária PVRO, não possui nenhum padrão relacionado. Tal parcela considera a redução da(s) capacidade(s) operativa(s) da FT, no caso: a capacidade operativa de longa duração e a capacidade operativa de curta duração. Tal valor calculado pode ser expresso pela seguinte fórmula: 3 PVRO = PB x capacidade reduzida (%) x Duração da Restrição (min) Desta forma, desconsiderando a parcela por atraso de entrada em operação que somente é cobrada no início de sua operação, pode-se afirmar que a remuneração mensal dos agentes de transmissão impactados pela Resolução No270 é dada pela seguinte fórmula: Remuneração Mensal = PB (PVI + PRVO)(2) Este trabalho está baseado apenas na Parcela Variável por Indisponibilidade - PVI. Além dos descontos impostos pela Parcela Variável, foi previsto um bônus às concessionárias a fim de incentivar um desempenho acima dos padrões estabelecidos. Para isto, criou-se o Adicional à RAP ( Receita Anual Permitida), sendo o valor a ser adicionado à receita anual como incentivo à melhoria da disponibilidade das instalações de transmissão, tendo como referência a receita da PVI. Cada concessionária de transmissão, não proveniente de processo licitatório, terá direito a este Adicional, caso não ultrapasse os valores indicados na Tabela 2 nos 12 meses anteriores ao mês de maio. Tabela 2 Função Transmissão TR Família de Equipamento Onde: TR é Transformador. Percentil de 25 % da Duração de Desligamento Programado (hora/ano) Outros (hora/ano) 345 kv 4,7 0,06 345 kv 7,2 0,06 O valor do Adicional à RAP equivale ao valor da PVI correspondente, calculada segundo a equação 1, com o valor de DVDP e / ou DVOD iguais ao da Tabela 2, com o número de dias igual a 30 (trinta) e em base anual. Este valor a ser creditado a todas as concessionárias de transmissão impactadas está limitado à 30% da soma das PVI s de todas as FT, liquidadas no período de apuração. Caso os 30% referentes à soma das PVI s seja inferior ao somatório dos Adicionais à RAP, este valor será rateado pelas

concessionárias, de forma a cada uma receber valor proporcional a que teria direito. * Função Transmissão FT: conjunto de instalações funcionalmente dependentes, considerado de forma solidária para fins de apuração da prestação de serviços de transmissão, compreendendo o equipamento principal e os complementares. No Brasil, e em alguns países da América Latina, como Argentina e Colômbia, a remuneração dos serviços de transmissão não está associada ao fluxo de potência que passa pela instalação. Este valor é definido no momento da concessão do direito de prestação do serviço de transmissão e está associado à disponibilidade do equipamento para uso na operação do sistema, por parte do Operador Nacional do Sistema. 2 CÁLCULO DA PVI POR INDISPONIBILIDADE DE TRANSFORMADORES. Para exemplificar um cálculo da Parcela Variável por Indisponibilidade - PVI por um desligamento forçado classificado por Outros Desligamentos, selecionamos tres situações diferentes de substituição de uma fase de um banco de transformadores pela sua unidade reserva em subestações diferentes. O objetivo desse exemplo é de mostrar que podemos reduzir de forma eficaz a possibilidade de cobrança de PVI com alternativas técnicas que propiciem essa melhoria deixando o sistema mais confiável o que incide na continuidade, estabilidade e qualidade da FT o que repercute diretamente na imagem da empresa perante o consumidor. A grande maioria das subestações da CTEEP pertencentes à rede básica, possui banco de transformadores com diferentes formas de recomposição da FT dentre elas, escolhemos 03(tres): a Subestação de Jupiá, a Subestação de Taquaruçú e a Subestação Assis. SE JUPIÁ: Para substituir a fase com defeito pela fase reserva na SE JUPIÁ, pelo fato de não haver barramento de transferência no primário ou secundário, a unidade reserva, é colocada no local onde se localiza a fase a ser substituída. Nessa operação, a unidade reserva é deslocada por trilhos até uma certa posição próxima ao local definitivo e após a retirada da unidade defeituosa, a mesma é inserida 4 na base. Para esse trabalho são necessários uma equipe de manutenção que pode não estar disponível no local tendo que ser deslocada de outra regional, maquinário pesado ( guinchos ) e materiais para ligação aos barramentos existentes e tranferência da proteção para a fase reserva. O tempo total dispendido nessa operação até a energização da unidade reserva é de 48 horas. Abaixo, o custo dessa indisponibilidade: Considerando que existe uma franquia anual de 2 horas para Outros Desligamentos na qual está incluída a de desligamento forçado temos: Para as primeiras cinco horas do desligamento o custo de R$ 90 618,00 x 5 = R$ 453 090,00. Para as demais quarenta e uma horas do desligamento o custo é de R$ 6043,23 x 41 = R$ 247 772,43. Custo total da operação = R$ 700 862,43 (setecentos mil e oitocentos e sesenta e dois reais). SE TAQUARUÇÚ Para substituir a fase com defeito pela fase reserva na SE TAQUARUÇÚ, diferentemente da SE Jupiá, existem os barramentos de transferência tanto no primário quanto no secundário abrangendo todas as fases do banco de transformadores. Com isso a substituição pela fase reserva é mais rápida do que a anterior porém é uma operação manual que exige um desligamento de 12 horas a mesma equipe de manutenção e o mesmo maquinário utilizado na operação anterior e a transferência da proteção para a fase reserva idéntica àcima.. Os cabos e conetores para ligação com o barramento auxiliar estão disponíveis na subestação para diminuir o tempo de execução dos serviços. Abaixo o custo dessa indisponibilidade: Para as primeiras cinco horas do desligamento o custo é de R$ 42 774,79 x 5 = R$ 213 873,95. Para as demais cinco horas do desligamento o custo é de R$ 2851,65 x 5 = R$ 14 308,25. O custo total da operação é de R$ 228 182,20 ( duzentos e vinte e oito mil cento e oitenta e dois reais). SE ASSIS: Para substituir a fase que apresentou defeito pela reserva na SE ASSIS, além dos barramentos de transferência disponíveis no primário e secundário do banco, o desligamento da fase defeituosa e a inserção da fase reserva é realizada por operação chaveada tanto no primário quanto no secundário. Os secionadores responsáveis por essa manobra

tem uma característica especial ou seja possuem dois tipos de abertura/fechamento vertical e horizontal semi pantográficos (figura 1) no mesmo equipamento facilitando a manobra e reduzindo o tempo de recomposição da FT. O secionador funciona da seguinte forma: A lâmina horizontal permanece normalmente fechada conectada ao circuito de alimentação à fase principal do transformador enquanto a lâmina vertical encontra-se normalmente aberta. Na situação de inserção da fase reserva, invertem-se as posições, a lâmina horizontal é aberta e a lâmina vertical se fecha interligando-se ao barramento de transferência. A manobra é complementada no armário de transferência de proteção no qual são transferidas para a fase reserva através de tomadas multipolares e links de corrente, as proteções intrinsecas, os alarmes e os transformadores de corrente de bucha da fase com defeito. Essa manobra é totalmente segura e poderá ser realizada por apenas dois técnicos sem a nececessidade de maquinário pesado nem de materiais adicionais pois a fase reserva já está ligada ao barramento de transferência. O tempo total dessa manobra é de aproximadamente 40 minutos e por essa razão fica isenta de cobrança de PVI por não ultrapassar o tempo de 2 horas de franquia anual para recomposição da FT desse equipamento. Figura 1 - Secionador conjugado 460 kv As tres situações acima ilustram como diferentes formas de recomposição da FT podem refletir na cobrança da parcela variável por indisponibilidade a ponto de termos entre as duas primeiras subestações diferenças de desconto de PVI da ordem de 200 % sendo que na subestação com recomposição através de chaveamento, não temos esse desconto. 3 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Este trabalho não quis aprofundar-se na teoria da aplicação da PVI apenas apresentar as suas variáveis e de modo resumido, como seria calculado o desconto da indisponibilidade de uma fase de Banco de Transformadores em diferentes situações partindo da instalação com maior tempo de recomposição passando por outra intermediária e finalizando com a de melhor desempenho para evidentemente compará-las e mostrar que com um investimento relativamente baixo, pode-se conseguir a isenção do pagamento de penalidades frente ao órgão regulador considerando que os valores a serem descontados da receita mensal das concessionárias de transmissão serão abatidos dos encargos pagos pelos usuários do sistema de transmissão. A melhoria dos índices e, consequentemente, da confiabilidade de um sistema implica em maiores custos de investimento e menores custos de falhas. O grau de confiabilidade ótimo a ser perseguido é aquele que corresponde ao menor custo total do sistema como procura ilustrar a Figura 2. Fig 2 Curva de custo de confiabilidade 5

Desta forma, recomendamos a inclusão desse sistema de chaveamento à todas as novas instalações da rede básica que tiverem em sua instalação banco de transformadores ou reatores. Nas instalações existentes, apesar da provável falta de espaço para inserir estes equipamentos,é conveniente um estudo mesmo que a solução vislumbre a implementação de um conjunto de chaves em apenas um dos setores de tensão ou no primário ou secundário dos transformadores e da instalação. Tabela 1 Função Transmissão Família de Equipamentos Padrão de duração dos desligamentos Programado (horas/ano) Outros (hor/ano) Pedido de Freqüência de Outros Desligamentos (desl/ano) Fator Ko Ano 1 Ano 2 Fator Kp Ano 1 Ano 2 TR 345 kv 21 2 1 345 kv 21 2 1 100 150 6,67 10 6

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1 Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL. RESOLUÇÃO NORMATIVA No 270 de 26 de JULHO DE 2007. Julho de 2007 [2] Avaliação da Parcela Variável para apuração da qualidade do serviço de transmissão no Brasil segundo conceitos de confiabilidade. Leonardo dos Santos de Jesus, Setembro 2008 [3] Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL. Nota Técnica no 016/2005 SRT/ANEEL. Julho de 2005 [4] Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL. Qualidade do Serviço Público de Transmissão de Energia Elétrica. Regulamentação da Parcela Variável PV. Audiência Pública AP 043/2005. Brasília, março de 2006 [5] Modelo de secionador conjugado Siemens do Brasil. 7

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