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Transcrição:

Processo nº 0608372009-5 Acórdão nº 134/2012 Recurso HIE/CRF nº 330/2011 EMBARGANTE: CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL LTDA. EMBARGADO: CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS - CRF PREPARADORA: RECEBEDORIA DE RENDAS DE JOÃO PESSOA AUTUANTE: DINALVA MARIBONDO S. OLIVEIRA. RELATORA : CONSª. MARIA DAS GRAÇAS D. DE OLIVEIRA LIMA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DESPROVIMENTO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. MANTIDA A DECISÃO EMBARGADA. Os argumentos trazidos à baila pela embargante, e que tem por cerne a existência de omissão na decisão ad quem, proferida neste Colendo Tribunal Administrativo, não encontram fundamento de fato e de direito no Acórdão vergastado, restando, pois, fulminada a possibilidade de sucesso por parte da interessada. Mantidas, portanto, as razões de decidir do Acórdão questionado. Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc... A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, a unanimidade, e de acordo com o voto da relatora, pelo recebimento dos EMBARGOS DECLARATÓRIOS, por regular e, quanto ao mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter a decisão exarada nesta Egrégia Corte de Julgamento, através do Acórdão nº 340/2011, que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento n.º 933000008.09.00000702/2009-77, de 26/12/2009, lavrado em 02 de junho de 2009, contra a empresa CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL LTDA., devidamente qualificada nos autos. Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97. P.R.I. Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, 25 abril 2012.

Continuação do Acórdão nº 134/2012 2 MARIA DAS GRAÇAS D. DE OLIVEIRA LIMA CONSª. RELATORA RELATÓRIO Em análise, neste egrégio Conselho de Recursos Fiscais, Embargos de Declaração ao Acórdão nº 340/2011, sob o fundamento de que ocorreu omissão da decisão proferida, pelas seguintes razões. Alega a embargante que, tendo sido abordada na peça recursal a necessidade de se interpretar a aquisição de tijolo refratário à luz do art. 50, 2º, I, da Lei nº 6.379/96 e art. 82, III, a e IX, do RICMS/PB, o referido Acórdão precisa se pronunciar sobre essa matéria, enfrentando a mesma e esclarecendo os pontos prequestionados no recurso voluntário: - se a referida mercadoria (tijolo refratário) entra no estabelecimento produtor para integração em processo de industrialização de cimento; ICMS; industrialização; cálculo do ICMS. - se a saída do produto resultante dessa integração, no caso o cimento, é tributada pelo - se a referida mercadoria (tijolo refratário) é consumida no respectivo processo de - se a saída do produto subseqüente (cimento) está beneficiada com redução de base de Por fim, requer o recebimento e o provimento dos presentes embargos, para se faça constar do referido Acórdão os esclarecimentos sobre a matéria prequestionada, esclarecendo-se que o tijolo refratário é tributado pelo ICMS quando de sua aquisição, o qual é integrado no processo de industrialização de cimento, cuja saída é tributada pelo ICMS, sendo o tijolo consumido no respectivo processo de industrialização de cimento, não estando a saída desse produto beneficiada com redução de base de cálculo. Está relatado. VOTO Quanto ao ponto em que a embargante suscita omissão do referido Acórdão, qual seja, falta de pronunciamento sobre a interpretação do art. 50, 2º, I, da Lei nº 6.379/96 e do art. 82, III, a, do RICMS/PB, passo as seguintes considerações. Inicialmente, vejamos a disposição do art. 50, 2º, I, da Lei nº 6.379/96:

Continuação do Acórdão nº 134/2012 3 Art. 50. Não implicará crédito do imposto as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não-tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. 1º (...) 2º. É vedado o crédito relativo à mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a ele feita: I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto quando se tratar de saída para o exterior. O RICMS/PB observou integralmente a regra acima, reproduzindo-a no art. 82, III, a, razão por que me abstenho de transcreve-la para evitar repetições desnecessárias. O dispositivo supra é bem claro e não comporta maiores esforços para se concluir que, se a mercadoria entrada no estabelecimento para integração ou consumo em processo de industrialização cuja saída do produto final é tributada e não amparada por isenção fiscal, é devido o crédito de ICMS. Interpretação a contrario sensu da norma. Pois bem. Perscrutando as colocações postas na fundamentação embargada, observa-se que, logo após dispor sobre o conceito de insumos, a referida decisão apresenta, em outras palavras, a mesma conclusão, conforme se entende do fragmento do voto exarado, precisamente na fl. 232, abaixo transcrito: Os estabelecimentos industriais poderão utilizar, para fins de compensação com o imposto devido nas operações subseqüentes, créditos escriturais relativamente ao ICMS pago na aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados no processo de industrialização, cuja saída seja tributada pelo ICMS. Portanto, muito embora não tenha feito menção expressa aos dispositivos suscitados, o mencionado decisum prolatado na instância ad quem o fez implicitamente quando não se omitiu de abordar a situação à luz da correta aplicação da legislação correlata ao direito de crédito do ICMS de materiais adquiridos para integração/consumo em processo de industrialização. No entanto, é importante ressaltar que o voto vergastado concluiu que o tijolo refratário não faz parte do processo de industrialização do cimento na condição de insumo, em decorrência do seguinte: 1º) Pela sua destinação proteção térmica do cilindro de um forno de cimento.... 2º) Pela prescindibilidade da participação dos seus resíduos na composição do produto final tais resíduos não constituem elementos indispensáveis na composição do cimento. 3º) Tempo de desgaste... inaceitável querer-se afirmar que [as mercadorias, objeto da autuação] integram o produto final, haja vista que não são consumidas imediatamente na mesma proporção dos insumos.

Continuação do Acórdão nº 134/2012 4 4º) Não composição das matérias-primas necessárias à produção de cimento Consoante pode-se observar das fases acima, o calcário constitui mais de 90% das matérias-primas; depois, na quarta fase encontramos outras matérias-primas como quartzito, felito e minério de ferro e, ainda, na oitava fase, valos encontrar adição de cinza prozoalônica e filer calcário e gesso e, por fim, na nona fase, é adicionada a embalagem do produto final. Como se vê, não se falou em momento algum, que tijolos refratários fizessem parte do processo de fabricação na condição de insumo. Logo, de conformidade com a resp. Decisão, para proporcionar direito a crédito não basta à mercadoria ser adquirida apenas para compor o processo de fabricação de materiais cuja saída é tributada, pois necessário que cumulativamente o seja para integração/composição do produto final na condição de insumo/matéria-prima, sendo nela consumida imediata e integralmente, circunstância que, nos termos do Acórdão, não caracteriza o caso dos tijolos refratários adquiridos pela embargante. Creio que as colocações acima são suficientes para esclarecer a questão. No entanto, para afastar qualquer dúvida que ainda possa persistir, abordemos de forma direta os quesitos propostos na peça recursal: a) se a referida mercadoria (tijolo refratário) entra no estabelecimento para integração em processo de industrialização de cimento. De conformidade com o Acórdão a resposta é não, porquanto:...os tijolos refratários não foram adquiridos para o fim específico de serem utilizados como insumo no processo de fabricação do cimento, o reaproveitamento de seus resíduos, no entanto, como matéria-prima, constitui uma consequência em função do seu desgaste. Pois bem, embora os resíduos dos tijolos refratários possam integrar o produto final, a sua aquisição teve por fim o revestimento das paredes dos fornos, que, com o tempo, se desgastam. Tais produtos, portanto, destinam-se à conservação, manutenção e proteção do forno, um bem do ativo fixo; e seu desgaste não é necessariamente indispensável ao processo industrial,mas uma decorrência natural do próprio processo produtivo, consubstanciando-se num desgaste do equipamento que, para um perfeito desempenho, requer substituição ou reparos periódicos.... ICMS. b) Se a saída do produto resultante dessa integração, no caso, cimento, é tributada pelo Por razões óbvias, a resposta é sim, o cimento é tributado pelo ICMS sob o regime da substituição tributária progressiva, visto que integra o item 10 da lista do Anexo 5, a que se reportam os arts. 41, II e 390 do RICMS/PB. c) Se a referida mercadoria é consumida no respectivo processo de industrialização. A Instância ad quem assim concluiu em seus fundamentos de decidir: Logo, podemos concluir que as mercadorias objeto da autuação são empregadas no processo industrial de cimento e nele consumidas, mas inaceitável querer-se afirmar que os mesmos integram o produto final, haja vista que não são consumidos imediatamente....

Continuação do Acórdão nº 134/2012 5 cálculo do ICMS. d) Se a saída do produto subseqüente (cimento) está beneficiada com redução de base de A legislação estadual do imposto não contempla tais operações com esse benefício fiscal. Aliás, essa matéria também foi implicitamente considerada no Acórdão embargado, quando afastou a possibilidade de creditamento do ICMS em face da aquisição de tijolos refratários, não pelo fato da saída, que é tributada, mas em decorrência do atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade, já descritos nos esclarecimentos iniciais ao ponto cuja omissão foi suscitada, de modo que entendo como desnecessário repetilos. Portanto, como se denota das considerações tecidas, não vislumbro qualquer omissão na decisão proferida por esta Corte de Julgamento, posto ter sido perfeitamente delineado no referido Acórdão o resultado conclusivo da matéria objeto da decisão, cujo mérito foi detalhadamente examinado no voto produzido. Por conseqüência, decido pela não acolhida do embargo impetrado, para manter as fundamentações de fato e de direito exarada no Acórdão nº 340/2011. Diante do exposto, VOTO pelo recebimento dos EMBARGOS DECLARATÓRIOS, por regular e, quanto ao mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter a decisão exarada nesta Egrégia Corte de Julgamento, através do Acórdão nº 340/2011, que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento n.º 933000008.09.00000702/2009-77, de 26/12/2009, lavrado em 02 de junho de 2009, contra a empresa CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL LTDA., devidamente qualificada nos autos. Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, em 25 de abril de 2012. MARIA DAS GRAÇAS D. O. LIMA Conselheira Relatora

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