PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA APRESENTAÇÃO



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Transcrição:

APRESENTAÇÃO O Plano Municipal de Saneamento Básico é um elemento fundamental para o planejamento de um município visando o desenvolvimento sustentável. É através do planejamento que se consegue diagnosticar a situação atual de uma cidade ou região, suas necessidades e como serão resolvidos os problemas apresentados. Dentro deste conceito, o Plano de Saneamento Básico é um dos fatores indispensáveis para se obter tal diagnóstico, onde através de diretrizes, é formulado um conjunto de fatores a serem adotados, visando alcançar o máximo de desenvolvimento e organização do município. A elaboração do Plano de Saneamento Básico é uma exigência legal e o seu não cumprimento poderá acarretar inúmeros prejuízos, tanto do ponto de vista dos gestores públicos como e, especialmente, para a população e o meio ambiente. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado do Ambiente SEA, com apoio de associações, vem coordenando vários programas estruturantes que buscam introduzir mudanças nesse quadro. A Lei Federal n.º 11.445/2007 estabelece a necessidade de instituir Plano de Saneamento Básico, dispõe que o saneamento básico engloba quatro vértices distintos, os quais um sem o outro não são suficientes para melhorar da prestação do serviço público. Os vértices compreendem o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, limpeza urbana e resíduos sólidos, e drenagem e águas pluviais urbanas. O Plano Municipal de Saneamento Básico visa dotar o município de instrumentos e mecanismos que permitam a implantação de ações articuladas, duradouras e eficientes, que possam garantir a universalização do acosse aos serviços de saneamento básico com qualidade, equidade e continuidade, através de metas definidas em um processo participativo. Desta forma atendendo as exigências da lei, visando beneficiar a população residente nas áreas urbanas e rurais dos respectivos municípios e contribuindo para a melhoria da qualidade socioambiental da bacia. Este documento corresponde ao Diagnóstico Setorial do Plano Regional de Saneamento Com Base Municipalizada nas Modalidades Água, Esgoto e Drenagem Urbana de São Fidélis RJ, em conformidade com o Contrato nº 009/2012. 2

SUMÁRIO 1. ESTUDO POPULACIONAL... 7 1.1 ANÁLISES DOS DADOS CENCITÁRIOS... 8 1.1.1 Análise de Dados Censitários no Município de São Fidélis... 8 1.2 ANÁLISES DAS PROJEÇÕES PREVISTAS... 11 1.2.1 Projeção Populacional... 11 1.2.2 Análise Matemática dos Dados Censitários... 12 1.3 ANÁLISES DAS TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DAS LOCALIDADES... 14 2. ARRANJOS INSTITUCIONAIS, JURÍDICOS E ECONÔMICO-FINANCEIROS... 17 2.1 SANEAMENTO... 18 2.1.1 Abastecimento De Água... 18 2.1.2 Arranjos para o Sistema de Abastecimento de Água... 25 2.1.3 Custo Global Médio do Sistema de Água Por Habitante... 27 2.1.4 Esgotamento Sanitário... 29 2.1.5 Arranjos para o Sistema de Esgotamento Sanitário... 32 2.1.6 Custo Global Médio do Sistema de Esgotamento Sanitário Por Habitante... 34 2.1.7 Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas... 36 2.1.8 Arranjos para o Sistema de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas... 40 2.1.9 Custo do Sistema de Drenagem - Por Habitante... 42 2.1.10 Padronização para Projetos de Drenagem... 45 2.1.11 Rede de Monitoramento das Águas Superficiais de São Fidélis Estações Hidrológicas... 49 2.2 INSTITUCIONALIZAÇÃO... 50 2.2.1 Considerações Iniciais... 50 2.2.2 Tabela de Arranjos Institucionais, Jurídicos e Econômico-Financeiros... 51 2.3 MINUTAS BÁSICAS DO PMSB... 55 2.4 REGULAMENTO DE SERVIÇOS - SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO MUNICÍPIO DE SÃO FIDÉLIS - ESTADO DO RIO DE JANEIRO... 73 2.5 REGULAMENTO DE SERVIÇOS - SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE SÃO FIDÉLIS - ESTADO DO RIO DE JANEIRO... 110 3

2.6 REGULAMENTO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA PÚBLICA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE SÃO FIDÉLIS - ESTADO DO RIO DE JANEIRO... 141 2.7 REGULAMENTO DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS DO MUNICÍPIO DE SÃO FIDÉLIS - ESTADO DO RIO DE JANEIRO... 157 2.8 TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE CONTRATO CONCESSÃO OU DE PROGRAMA PARA EXPLORAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO E MINUTAS DE MODELO DE CONTRATO... 166 TERMO DE REFERÊNCIA... 166 2.9 MODELO DE MINUTA DE CONTRATO DE PROGRAMA... 181 2.10 MODELO DE MINUTA DE CONTRATO DE CONCESSÃO... 202 4

LISTA DE TABELAS Tabela 1.1.1 População do Município de São Fidélis.... 9 Tabela 1.2.1 - População total do Município de São Fidélis.... 11 Tabela 2.1.1 Número de economias - Abastecimento de Água.... 18 Tabela 2.1.2 Proporção de Moradores por Tipo de Abastecimento de Água.... 19 Tabela 2.1.3 - Indicadores referente às receitas e despesas operacionais do sistema de abastecimento de água.... 21 Tabela 2.1.4 Situação do Abastecimento de Água Gastos e Consumo.... 23 Tabela 2.1.5 - Estudo da Demanda Urbana para o Abastecimento de Água São Fidélis RJ.... 24 Tabela 2.1.6 - Custo Global Médio do Sistema de Água por habitante São Fidélis RJ.... 28 Tabela 2.1.5 Proporção de Moradores por tipo de Instalação Sanitária.... 30 Tabela 2.1.6 - Estimativa da evolução de carga orgânica de esgotos domésticos ao longo dos anos (Kg.DBOs/dia).... 31 Tabela 2.1.7 - Custo Global Médio do Sistema de Esgotamento Sanitário por habitante São Fidélis RJ.... 35 Tabela 2.1.8 - Custo Global Médio do Sistema de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas por habitante São Fidélis RJ.... 44 Tabela 2.3.1 Tarifa de Consumo de Água.... 108 Tabela 2.3.2 Tarifa Social de Consumo de Água.... 108 Tabela 2.3.3 Preços da Ligação e Religação de água e Outros Serviços.... 109 Tabela 2.3.4 Multa por Infração.... 109 Tabela 2.3.5 Tarifa de Esgoto Sanitário... 140 Tabela 2.3.6 Tarifa Social de Esgoto Sanitário... 140 Tabela 2.3.7 - Preços da Ligação e Religação do Esgoto e Outros Serviços... 140 Tabela 2.3.8 - Multa por Infração... 140 Tabela 2.3.9 - De acordo com a Tabela x do Código Tributário Municipal.... 156 Tabela 2.3.10 Tarifas e Preços... 156 5

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1.1.1 Distribuição local da população 2010.... 10 Gráfico 1.2.1 - Evolução da população no município de São Fidélis.... 12 6

1. ESTUDO POPULACIONAL 7

1.1 ANÁLISES DOS DADOS CENCITÁRIOS Os dados censitários aqui apresentados foram produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, através dos Censos Demográficos, que por sua vez, pesquisam as condições de vida da população, assim como seus recortes territoriais internos, abrangendo, municípios, distritos, bairros e domicílios, classificando-os de acordo com a localização dos domicílios em áreas urbanas ou rurais (figura 1.1.1). Na elaboração do Censo Demográfico, de acordo com a metodologia utilizada pelo IBGE, são utilizados dois tipos de questionários, sendo eles o Questionário Básico e o Questionário de Amostra. O primeiro, Questionários Básico, tem aplicabilidade em unidades domiciliares, com exceção das unidades selecionadas para amostra, de teor investigativo e características de domicílios e seus residentes. O Questionário de Amostra é aplicado em todas as unidades domiciliares selecionadas para a amostra. Além da investigação contida no Questionário Básico, abrange demais características do domicílio e pesquisa importantes informações sociais, econômicas e demográficas de seus moradores. Os dados que compreendem as características dos domicílios e das pessoas que foram investigadas para a totalidade da população são denominados, por convenção, resultados do universo. Os dados foram obtidos reunindo informações captadas por meio da investigação das características dos domicílios e das pessoas, que são comuns aos dois tipos de questionários utilizados para o levantamento do Censo Demográfico 2010. A periodicidade de realização dos Censos Demográficos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é regulamentada através da Lei n 8.184 de 10 de maio de 1991, estabelecendo um máximo de dez anos para o intervalo intercensitário. 1.1.1 Análise de Dados Censitários no Município de São Fidélis O município de São Fidélis tem uma população de 37.543 habitantes (IBGE/2010), corresponde a 4,4% do total da população da região Norte Fluminense. A população do município de São Fidélis cresceu entre os Censos Demográficos de 2000 a 2010, à taxa de 1,29% ao ano, passando de 36.789 para 37.543 habitantes. Essa taxa foi superior àquela registrada no Estado, que ficou em 1,08% ao ano, e superior a taxa de 1,06% ao ano da Região Sudeste. A taxa de urbanização apresentou alteração no mesmo período. A população urbana em 2000 representava 72% e em 2010 passou a representar 79% do 8

total. A estrutura demográfica também apresentou mudanças no município. Entre 2000 e 2010 foi verificada queda da população idosa que, em termos atuais, decresceu 1,9% em média. Em 2000, este grupo representava 11,9% da população, já em 2010 detinha 10,0% do total da população municipal. A densidade demográfica é calculada dividindo-se o número da população residente pela área terrestre do município. Em São Fidélis verifica-se uma concentração de 36,4 habitantes por km². A tabela 1.1.1 apresenta os dados de população do município de São Fidélis, os dados estão classificados por população total, urbana e rural, por gênero e faixa etária. POPULAÇÃO MUNICIPIO DE SÃO FIDÉLIS Total 37.553 Faixa etária predominante no Município de São Fidelis Urbana 29.689 Rural 7.864 Homens 18.402 Mulheres 19.151 0 4 anos 2.252 5 9 anos 2.462 10 14 anos 2.949 15 19 anos 3.025 20 29 anos 5.728 30 49 anos 10.839 50 + anos 10.288 Tabela 1.1.1 População do Município de São Fidélis. Número de Habitantes Faixa Etária Fonte: IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Censo 2010. Observa-se que a população é predominantemente urbana e apresenta uma participação feminina equivalente à masculina em uma proporção de 96,1 homens para cada 100 mulheres. Segundo o levantamento, o município possuía 15.936 domicílios, dos quais 6% eram de uso ocasional. A estrutura demográfica também apresentou mudanças no município. Entre 2000 e 2010 foi verificada ampliação da população idosa que, em termos atuais, progrediu. Em 2000, este grupo representava 5.024 habitantes, já em 2010 detinha 6.004 habitantes da população municipal. O município de São Fidélis é constituído por cinco distritos, sendo São Fidélis o distrito-sede. A população urbana de São Fidélis, de acordo com o último censo do IBGE/2010, está distribuída da seguinte forma: 9

População por distrito Pureza 2.859 Ipuca 5.896 Colônia 3.143 Cambiasca 2.359 São Fidélis 23.286 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 Gráfico 1.1.1 Distribuição local da população 2010. Fonte: IBGE (censo 2010). Os distritos de Ipuca e Colônia possuem as maiores concentrações de população para o território do município, excetuando-se o distrito-sede, que apresenta 23.286 habitantes, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010, IBGE. A população de São Fidélis deve ser abastecida dos serviços relacionados ao Saneamento Básico, com abastecimento, esgotamento sanitário, drenagem urbana e coleta de resíduos sólidos, conforme previsto na Lei 11.445 de 05 de janeiro de 2007, que estabelece as Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico. Ocorrente em escala nacional, as áreas rurais são as menos beneficiadas com as políticas de Saneamento Básico, sendo restritas, muitas vezes apenas as áreas centrais, o que nos aponta para a falta de políticas que gerenciem esse mesmo cenário. São Fidélis deve abastecer sua população como um todo, não realizando exclusões entre suas localidades, sendo elas de origem rural e urbana, pois em ambos os quadros, a existência de núcleos urbanos implica na utilização de recursos naturais, ao atender a população residente de forma adequada, como previsto nas Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, tornando possível a utilização correta dos recursos naturais, e evitando a degradação dos mesmos. 10

1.2 ANÁLISES DAS PROJEÇÕES PREVISTAS 1.2.1 Projeção Populacional As metas para a universalização do acesso e promoção da saúde pública que serão previstas no Plano Municipal de Saneamento Básico visam o horizonte de planejamento de 25 anos. Para isso, se faz necessário conhecer a população que se espera encontrar no município no final do período determinado. Diversos são os métodos aplicáveis para o estudo do crescimento populacional. Neste estudo foram utilizados o método do Crescimento, o método Aritmético, o método da Previsão e o método Geométrico. Foram utilizados os levantamentos dos anos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Com base nos dados do IBGE, realizou-se o estudo da evolução da população total do município de São Fidélis por meio dos métodos citados. Os valores a seguir apresentam os dados de população do município, dos anos de 1970 até 2010 e a projeção até 2038, segundo o método da Previsão. População residente no município de São Fidélis 1970 1980 1991 2000 2010 2013* 2038* Total 25.143 34.973 34.581 36.789 37.543 37.769 39.654 Urbana 11.788 15.263 22.160 26.513 29.679 Rural 23.355 19.710 12.421 10.276 7.864 Taxa de urbanização (%) 72% 79% Crescimento da população urbana (%) 12% Crescimento populacional (%) 2,05% 0,6% 4,99% Tabela 1.2.1 - População total do Município de São Fidélis. * Dados estimados pressupondo crescimento linear, com taxa 0,2% ao ano. Fonte: IBGE, 2010. 11

Total Urbana Rural 40.000 35.000 30.000 População (hab) 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 1970 1980 1991 2000 2010 Período (Anos) Gráfico 1.2.1 - Evolução da população no município de São Fidélis. Fonte: IBGE, 2010. O gráfico acima representa a evolução da população total no município de São Fidélis. Os dados que serviram de base para elaboração do gráfico 1.2.1 foram coletados junto ao Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ao se analisar o gráfico percebemos queda na parcela da população que vive em áreas rurais, ao mesmo tempo em que temos crescimento da população que vive em áreas urbanas. Ao compararmos os índices rurais versus os índices urbanos fica claro como o município também foi influenciado pelo êxodo rural, ocorrido na maioria dos municípios brasileiros. A tabela 1.2.2 traz a projeção futura da população de São Fidélis, em índices totais. Os resultados inclusos dentro da tabela foram elaborados em planilhas do programa Microsoft Excel 2010, de acordo com dados já coletados do Censo IBGE 2010. 1.2.2 Análise Matemática dos Dados Censitários No método matemático de projeção, o cálculo da população é feito mediante uma equação matemática definida, cujos parâmetros são obtidos a partir do conhecimento de dados censitários de anos anteriores. Em geral são analisados três processos de crescimento: aritmético, geométrico e logístico. 12

Nestes casos pressupõe-se que o aumento da população em função do tempo obedeça, respectivamente, a uma progressão aritmética, a uma progressão geométrica e à chamada curva logística. A metodologia adotada para a determinação da evolução populacional do Município de São Fidélis em análise consiste basicamente em, a partir dos dados da evolução histórica da população urbana do município, elaborar projeções da população ao longo do horizonte de planejamento por meio matemático de progressão aritmética, em função das velocidades de crescimento histórico, e a curva logística entre a população urbana e rural, definindo como a mais provável, com base no contexto de localização de São Fidélis no Estado do Rio de Janeiro e da região onde se insere - Região Norte Fluminense. Neste caso os métodos matemáticos, são mais indicados para realização de estimativas através de interpolações, pois a sua utilização em projeções de população está atrelada à pressuposição de que as tendências observadas no passado irão permanecer no futuro. Dessa forma, a hipóteses de crescimento demográfico e projetado, para um horizonte de plano de 30 (trinta) anos, tendo como base os dados dos censos do IBGE, e com base na percepção do que está acontecendo no Município em termos de crescimento econômico local, regional e estadual, a projeção, dentro de critérios matemáticos, deve se concretizar, pelos seguintes fatos: a) Não há, até o momento, situações econômicas ou sociais que possa alterar de forma significativa o crescimento projetado com base nos dados históricos existentes; b) O crescimento do município de São Fidélis está em consonância com o crescimento regional, em cidades de mesmo porte; c) Os históricos de migrações dentro do próprio Município diminuição da população rural e aumento da população urbana deve permanecer ainda por um bom tempo, até atingir o equilíbrio comparado em termos nacionais e mundiais, dos países mais desenvolvidos (90% nas áreas urbanas e 10% nas áreas rurais, em média). A Projeção Populacional elaborada para o município de São Fidélis expõe a média de habitantes residentes, esperado para o ano de 2038. Com base na Tabela 1.2.3, a média registra crescimento anual de aproximadamente 7,6 habitantes, tendo como base a população registrada no Censo Demográfico 2010, igual a 37.543 habitantes, passando para 37.769 habitantes estimados para o ano de 2013 e 39.654 habitantes estimados para o ano de 2038, ano final da projeção realizada para São Fidélis. 13

Ano População 2013 37.769 2014 37.845 2015 37.920 2016 37.995 2017 38.071 2018 38.146 2019 38.222 2020 38.297 2021 38.372 2022 38.448 2023 38.523 2024 38.599 2025 38.674 2026 38.749 2027 38.825 2028 38.900 2029 38.976 2030 39.051 2031 39.126 2032 39.202 2033 39.277 2034 39.353 2035 39.428 2036 39.503 2037 39.579 2038 39.654 Tabela 1.2.2 - População futura do Município de São Fidélis. Fonte: DRZ. O Plano Municipal de Saneamento Básico deve priorizar a demanda crescente de habitantes em São Fidélis, a fim de atender não só a área urbana, mas todo o município, abrangendo os demais distritos de seu território de maneira sustentável, evitando a degradação de seus recursos naturais. 1.3 ANÁLISES DAS TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DAS LOCALIDADES A análise das tendências de crescimento das localidades, levando em consideração o município de São Fidélis e suas proximidades, deve ser elaborada de modo a considerar os fluxos existentes de pessoas, resultantes de atividades industriais, econômicas e turísticas, assim como outras diversas que compõem o município. 14

O município de São Fidélis está localizado na mesorregião Norte Fluminense e na Microrregião de Campos dos Goytacazes, nas coordenadas geográficas 21 38' 45" de latitude S e 41 44' 49" de longitude W. São Fidélis integra a Região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, sendo firmado como município no dia 27 de setembro de 1781. Suas características gerais são o clima semiúmido aliado ao déficit hídrico, a altitude do município de São Fidélis é de 15 metros. O município está inserido na Microrregião de Campos dos Goytacazes. O setor econômico do município de São Fidélis é caracterizado pelas atividades agropecuárias, de confecções, industriais e prestação de serviços. De acordo com dados do TEM/RAIS 2010, São Fidélis caracteriza seu setor econômico por apresentar altos índices de estabelecimentos de comércios e serviços, os registros contabilizam 476 estabelecimentos comerciais para o ano de 2010, enquanto o setor de serviços contabiliza 371 estabelecimentos, tais estabelecimentos existentes no município de São Fidélis são em sua maioria de porte micro. O setor agropecuário, como aqui já citado, no ano de 2010 apresentou 112 estabelecimentos. Pontos turísticos e históricos são importantes no que diz respeito ao fluxo de pessoas, contribuindo assim, para as atividades turísticas do município. É importante destacar que além do turismo, os pontos turísticos representam a cultura e a história do local, passando para outras pessoas a identidade do local. O município de São Fidélis conta com os seguintes pontos turísticos: Rio Bela Joana Pico Peito de Moça Clube Gilda Barbosa Vista Panorâmica Vila Libanesa São Fidélis também possui atrativo arsenal natural, composto por cachoeiras e ricas redes hidrográficas. Propicio para atividades esportivas. Todos estes atrativos tanto os econômicos como os naturais e culturais atraem pessoas ao município de São Fidélis, que fazem gerar divisas econômicas, as divisas econômicas significam atrativo existente no local, atração local, ou seja, atividades que movimentam o capital e proporcionam oportunidade de melhoria de vida, melhor dizendo, oportunidade de emprego. O desenvolvimento das atividades turísticas, industriais e econômicas implica na melhoria de serviços, a serem disponibilizados ao fluxo móvel de pessoas que circulam por São Fidélis. Esse atrativo desenvolvido pela demanda de serviços muitas vezes faz com que pessoas mudem para região em busca de novas possibilidades de negócios. Com 15

este fluxo de pessoas, deve-se pensar na infraestrutura básica para que esteja preparada a atender esta nova demanda. As informações relacionadas às atividades turísticas e culturais do município de São Fidélis foram coletadas de sites de notícias regionais que relatam tais atividades, como guias turísticos e Prefeitura Municipal de São Fidélis. 16

2. ARRANJOS INSTITUCIONAIS, JURÍDICOS E ECONÔMICO- FINANCEIROS 17

2.1 SANEAMENTO O abastecimento e tratamento de água é de responsabilidade da Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro - CEDAE, porém a infraestrutura de abastecimento para o novo loteamento, como encanamentos e bombeamento será custeado, executado e concedido a CEDAE pelo proprietário e loteador. Tratando-se do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, o loteamento oferecerá ainda sistema de drenagem pluvial, em faixa de servidão exclusiva para tal finalidade. 2.1.1 Abastecimento De Água Sistema de abastecimento de água no município de São Fidélis é feito pela CEDAE através de 7.670 ligações de água. O término do contrato está previsto para 2038. O percentual atendido é de 75% da população. O contrato de serviços da CEDAE para com o município de São Fidélis deverá ser revisado após o aceite do Plano Municipal de Saneamento Básico. O abastecimento da área central é de responsabilidade da Companhia Estadual de Águas e Esgotos CEDAE, enquanto que a área rural é atendida pelos serviços da Prefeitura Municipal de São Fidélis. A seguir temos os dados relacionados ao número de economias existente em São Fidélis, distribuídos por estabelecimento, de acordo com informações fornecidas pelo município. Estabelecimento Número de Economias Tabela 2.1.1 Número de economias - Abastecimento de Água. Fonte: Município de São Fidélis. Residencial 8583 Comercial 661 Industrial 09 Utilidade Pública 63 Poder Público 81 Os principais equipamentos e patrimônios são: 02 pontos de captação no Rio Paraíba do Sul e uma ETA Estação de Tratamento de Água convencional. Na tabela 2.1.2 é apresentado proporção de moradores por tipo de abastecimento de água, no município de São Fidélis, notável a diferença no período de 1991 a 2010, onde apenas em nove anos a proporção de moradores que utilizavam poços ou nascentes diminuiu de 22,8% para 14,09%. 18

Abastecimento de água 1991 2000 2010 Rede geral 61,5 72,5 78,62 Poço ou nascente 32,0 22,8 14,09 Outra forma 6,6 4,7 0,89 Tabela 2.1.2 Proporção de Moradores por Tipo de Abastecimento de Água. Fonte: IBGE/Censos Demográficos. 2.1.1.1 Características Gerais sobre a concessionária dos serviços A Companhia Estadual de Águas e Esgotos CEDAE atua no município de São Fidélis desde o ano de 2001, seu contrato com a prefeitura municipal tem a duração de trinta e sete anos. Constituída em agosto de 1975, a CEDAE nasceu da união de antigas empresas, são elas: Empresa Estadual de Águas do Estado da Guanabara (CEDAG), Empresa de Saneamento da Guanabara (ESAG) e a Companhia de Saneamento do Estado do Rio Janeiro (SANERJ). A CEDAE atua em procedimentos como captação, tratamento, adução, distribuição das redes de água, não só em São Fidélis, mas também nos outros municípios conveniados do Estado do Rio de Janeiro. O contrato da CEDAE para com São Fidélis tem a duração de trinta anos, como já comentado, os serviços da Companhia são responsáveis pelo tratamento e abastecimento de água em São Fidélis, além se sua abrangência, pois atende a zona urbana e a zona rural. A concessão dos serviços públicos de saneamento básico, incumbidos à CEDAE lhe dá o direito de implantar, ampliar, atualizar, administrar e explorar, direta ou indiretamente, com exclusividade, os serviços de abastecimento de coleta e destino final de esgotos sanitários em todo o município de São Fidélis. O prazo de concessão é de trinta anos, o período teve início no ano de 2001, este prazo, por acordo entre as partes, poderá ser prorrogado, mediante termo aditivo desde que a concessionária se manifeste, expressamente, com antecedência mínima de vinte e quatro meses. Ainda no prazo de vinte e quatro meses, a CEDAE deverá se reunir com o município a fim de elaborar o Plano de Ação, que deve estabelecer ordem aos procedimentos que serão utilizados ao término do contrato, visando garantir a continuidade dos serviços à população. Em termos de deveres com serviços à população, a CEDAE tem a obrigação de executar e realizar projetos e estudos, direta ou indiretamente, assim como obras acessórias ou complementares aos serviços satisfatórios, os problemas de saneamento básico no município, e o Termo de Compromisso da CEDAE, obedecendo às 19

prioridades previamente definidas de comum acordo entre a CEDAE e São Fidélis e a comunidade. 2.1.1.2 Tarifas Segundo Azevedo Neto (1967), taxa é o pagamento de imposto obrigatório pelo Governo por serviços prestados. A tarifa corresponde à forma de pagamentos por serviço ou benefício prestado, definido pelo regime tarifário do custo de serviço, que tem por objetivo evitar que os preços fiquem abaixo do custo de manutenção e operação, além de garantir que o preço final ao consumidor seja estabelecido entre a igualdade da receita bruta e da receita requerida para a remuneração de todos os custos de produção. Entre os principais objetivos da tarifação, podem-se constatar os seguintes critérios: Evitar que o preço fique abaixo do custo; Evitar o excesso de lucro; Viabilizar a agilidade administrativa no processo de definição e revisão de tarifas; Impedir a má-alocação de recursos e a produção ineficiente; Estabelecer preços não discriminatórios entre os consumidores. No Brasil, a lei nº 6.528 de 11 de maio de 1978, dispõe sobre as tarifas dos serviços públicos de saneamento básico e dá outras providências, conforme segue descrito: Art. 2º. Os estados, através das companhias estaduais de saneamento básico, realizarão estudos para fixação de tarifas, de acordo com as normas que forem expedidas pelo Ministério do Interior. 2º As tarifas obedecerão ao regime do serviço pelo custo garantindo ao responsável pela execução dos serviços a remuneração de até 12% (doze por cento), ao ano sobre o investimento reconhecido. Dos Custos de Serviços: Art. 21. As tarifas obedecerão ao regime do serviço pelo custo, garantindo as companhias estaduais de saneamento básico, em condições eficientes de operação, a remuneração de até 12% (doze por cento) ao ano sobre o investimento reconhecido. Quanto a aplicação dos recursos adquiridos em função da cobrança do uso da água, está previsto no Brasil através da Lei nº 9.433 de 8 janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, o artigo 22 que relata sobre as aplicações prioritárias na bacia hidrográfica que foram gerados. 20

INDICADORES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA MUNICÍPIO DE SÃO FIDÉLIS FN005 - RECEITA OPERACIONAL TOTAL (DIRETA + INDIRETA) [R$/ANO] 6.636.161,29 FN006 - ARRECADAÇÃO TOTAL [R$/ANO] 5.017.510,49 FN017 - DESPESA TOTAL COM SERVIÇOS [R$/ANO] 10.063.834,08 FN015 - DESPESAS DE EXPLORAÇÃO (DEX) [R$/ANO] 5.146.980,46 E INVESTIMENTOS REALIZADOS - TOTAL [R$/M³/ANO] 74.829 IN004 - TARIFA MÉDIA PRATICADA [R$/M³] 3,30 IN018 - ÍNDICE DE SUFICIÊNCIA DE CAIXA [PERCENTUAL] 67 Tabela 2.1.3 - Indicadores referente às receitas e despesas operacionais do sistema de abastecimento de água. Fonte: SNIS, 2010. A tabela 2.1.3 trata sobre os indicadores do Sistema de Abastecimento de Água para o município de São Fidélis, os dados foram coletados no site do Sistema Nacional de Saneamento Básico SNIS, com informações referentes ao ano de 2010. Alguns dos tópicos expostos na tabela serão descritos, para melhor entendimento dos termos financeiros aqui utilizados, os valores apresentados são referentes ao Município de São Fidélis. De acordo com a metodologia adotada pelo SNIS, os indicadores são calculados pelo Sistema, a partir de fórmulas que, ao relacionar entre si as informações, permitem a análise de parâmetros capazes de descrever com elevado grau de objetividade determinado aspecto da prestação de serviços, referente ao próprio prestador ou ao município, estado ou região. A Receita Operacional Total significa o valor faturado anual, decorrente das atividades-fim do prestador de serviços, resultante exclusiva da aplicação das tarifas, resultado da soma da Receita Operacional Direta-Água, Receita Operacional Direta-Esgoto e Receita Operacional Direta-Água Exportada. Arrecadação Total trata sobre o valor anual efetivamente arrecadado das Receitas Operacionais. As Despesas Totais são definidas como o valor anual total do conjunto de despesas realizadas para a prestação dos serviços. Inclui Despesas de Exploração (DEX), juros e encargos do serviço da dívida, depreciação, amortização e provisão para devedores duvidosos, despesas capitalizáveis, despesas fiscais ou tributárias, além de outras despesas com os serviços. A sustentabilidade econômico-financeira deve ser assegurada, sempre que possível, pela remuneração dos serviços. São instituídas tarifas, preços públicos e taxas, que atenderão a ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços; realização de investimentos e estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes. A remuneração ocorrerá pela cobrança dos serviços de: 21

I. Abastecimento de água e esgotamento sanitário, na forma de tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos conjuntamente; II. Manejo de águas pluviais urbanos, na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades. Principais resultados esperados que devem contribuir para a sustentabilidade na gestão do Saneamento são: Fortalecer a interação entre os diferentes intervenientes da política de saneamento, convergindo programas, projetos e ações na busca pelo diálogo e alinhamento entre as distintas estratégias de ação; Articular as políticas de saneamento básico com as políticas públicas de educação, saúde, desenvolvimento urbano, desenvolvimento social, meio ambiente, recursos hídricos, promovendo a interssetorialidade e a sustentabilidade dos serviços prestados; Fortalecer instituições e seus sujeitos sociais para atuarem de forma autônoma, crítica e inovadora na política de saneamento, ampliando o envolvimento e reafirmando a importância do controle social na gestão dos serviços como estratégia para sua sustentabilidade; Promover e apoiar a produção e a disseminação de materiais educativos sobre saneamento, mobilização e participação social, contribuindo para a mudança de atitudes e valores, com ênfase na sustentabilidade ambiental. 2.1.1.3 Abastecimento de Água A demanda da sede municipal de São Fidélis é suprida por um sistema de abastecimento de água que é operado e mantido pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos CEDAE. Considerando a necessidade de ampliar os serviços e manter a universalização do acesso visando atender 100% da população, deve ser prevista a ampliação e adequação do sistema de abastecimento de água (SAA) para, inclusive, atender o incremento da população previsto para os próximos 25 anos. Para melhorar a eficácia do sistema de abastecimento de água devem-se reduzir as perdas de água nos sistemas, desde a produção de água até a distribuição, e adequar a capacidade de produção e reservação a fim de minimizar riscos de interrupções no abastecimento durante manutenção do sistema, estando preparados para solução de problemas atípicos e altas demandas nos horários de maior consumo. A tabela abaixo expõe dados sobre o percentual 22

de perdas por dia, referente ao abastecimento de água, mais os dados correspondentes aos valores médios de consumo diário, para o Município de São Fidélis. Volume médio de água Produzido m 3 / dia 9.000 litros Tabela 2.1.4 Situação do Abastecimento de Água Gastos e Consumo. Fonte: Município de São Fidélis. Faturado 44.733 Percentual de perdas por dia 10 % Considerando a existência de áreas com sistemas independentes de tratamento e distribuição de água, os quais se caracterizam e representam áreas com população mais carente e vulnerável do ponto de vista socioambiental, deve ser previsto programa para atender estas populações com água potável. 2.1.1.4 Demanda de água para população futura O estudo de demanda de vazões para os sistemas de abastecimento de água tem como principal objetivo apontar uma perspectiva do crescimento da demanda de consumo de água para o Município, dos distritos e dos pequenos setores. Este estudo estabelece a estrutura de análise comparativa entre a capacidade atual e futura de produção de água tratada dos sistemas e o crescimento populacional. Posterior esta etapa, é calculado as vazões de captação e distribuição. Todas estas são calculadas utilizando como base a vazão média, os coeficientes de segurança K1 e K2, além da inserção de 3% no cálculo da vazão de captação, devido ao consumo de água utilizado na limpeza dos filtros da estação de tratamento de água. Por exemplo: Após apresentar o descritivo dos cálculos realizados para as vazões médias e as vazões para dimensionamento dos dispositivos para captação e de distribuição, segue abaixo a tabela especificando as vazões necessárias para cada ano do município de São Fidélis. 23

ESTUDO DE DEMANDA PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO URBANO DE ÁGUA - MUNICÍPIO DE SÃO FIDÉLIS Ano População (hab) Vazão Média (l/s) Vazão Captação (l/s) Vazão Distribuição (l/s) 2013 37.769 87,43 108,06 157,37 2014 37.845 87,60 108,28 157,69 2015 37.920 87,78 108,49 158,00 2016 37.995 87,95 108,71 158,31 2017 38.071 88,13 108,93 158,63 2018 38.146 88,30 109,14 158,94 2019 38.222 88,48 109,36 159,26 2020 38.297 88,65 109,57 159,57 2021 38.372 88,82 109,79 159,88 2022 38.448 89,00 110,00 160,20 2023 38.523 89,17 110,22 160,51 2024 38.599 89,35 110,44 160,83 2025 38.674 89,52 110,65 161,14 2026 38.749 89,70 110,87 161,45 2027 38.825 89,87 111,08 161,77 2028 38.900 90,05 111,30 162,08 2029 38.976 90,22 111,51 162,40 2030 39.051 90,40 111,73 162,71 2031 39.126 90,57 111,94 163,03 2032 39.202 90,75 112,16 163,34 2033 39.277 90,92 112,38 163,65 2034 39.353 91,09 112,59 163,97 2035 39.428 91,27 112,81 164,28 2036 39.503 91,44 113,02 164,60 2037 39.579 91,62 113,24 164,91 2038 39.654 91,79 113,45 165,23 Tabela 2.1.5 - Estudo da Demanda Urbana para o Abastecimento de Água São Fidélis RJ. Fonte: DRZ. As vazões acima foram calculadas a critério de dimensionamento das unidades do sistema, como mencionado anteriormente a vazão de distribuição tende a números maiores quando são comparadas com as vazões de captação, pois as vazões de captação visam atender os consumos máximo diário e máximo horário. Proposições para os Programas, Projetos e Ações de curto, médio e longo prazo, elaboradas dentro de um conjunto de critérios fundamentados de estudo de viabilidade, da seguinte forma e premissas, bem como demonstrativo de custos para a universalização da prestação dos serviços: 24

2.1.2 Arranjos para o Sistema de Abastecimento de Água ARRANJOS FATOR PREPONDERANTE SOLUÇÃO PROPOSTA MEDIDAS A SEREM IMPLEMENTADAS ECONÔMICO- FINANCEIROS JURÍDICOS SOCIAL INSTITUCIONAIS Manter contrato com a CEDAE Companhia Estadual de Águas e Esgotos, cuja vigência vai até 2038. Estando em vigência o contrato com a CEDAE, este deve ser mantido. Criação de mecanismo de forma que os usuários possam ter acesso às informações e participem na construção das alternativas viáveis e das soluções. Relação do Município, Governo do Estado e CEDAE. Dentro dos Objetivos, Metas e Ações aprovadas no Plano Municipal de Saneamento Básico, deverão ser repactuados os termos do Contrato de Programa, de acordo com as metas estabelecidas pelo Plano. Revisão de cláusulas contratuais de forma a atender a Lei Federal nº 11.445/07 e o Plano Municipal de Saneamento Básico aprovado. Criação do conselho Municipal do Saneamento Básico. Estreita relação entre o Município e o Estado, em especial a CEDAE, de forma a cumprir o pactuado em contrato e nas demais relações formais advindas da prestação dos serviços. Soluções gradativas de forma a atingir os princípios fundamentais preconizados no art. 2º da Lei 11.445/07, dentre eles: universalidade do acesso; segurança, qualidade e regularidade na prestação dos serviços; controle social e transparência nas ações; eficiência e sustentabilidade econômica. O Município deverá designar agência de regulação e fiscalização, de forma que as cláusulas contratuais sejam cumpridas, respeitando dos direitos dos usuários e da prestadora dos serviços. Encaminhamento ao Legislativo de Projeto de Lei criando o Conselho Municipal de Saneamento Básico, com representantes de órgãos públicos, usuários, setores organizados da sociedade e da prestadora dos serviços. O ente regulador deve ser o guardião dos interesses dos usuários e da prestadora do serviço, fiscalização o comprimento dos acordos firmados a qualidade e regularidade dos serviços e a modicidade das tarifas e dos preços praticados. 25

O quadro acima expõe a elaboração dos arranjos para o sistema de abastecimento de água, sendo composta em arranjos, fator preponderante, solução proposta e medidas a serem implementadas. Os arranjos atuam nas esferas econômico-financeiras, jurídicas, sociais e institucionais. Cada um possui sua singularidade e ao mesmo tempo atuam em conjunto para a elaboração e aplicação das medidas a serem implementadas. A relação da concessionária atuante no município com a população é fundamental para que concretizem as medidas elaboradas, assim como a aplicabilidade da Lei 11.445/07 que trata sobre as diretrizes nacionais do Saneamento Básico. Outros fatores fundamentais estão incumbidos ao município, quando o mesmo propõe programa de fiscalização que priorizem os direitos dos usuários e da concessionária. O Poder Legislativo ganha importância ao assumir papel regulador ao firmar o Conselho Municipal de Saneamento Básico, que deve ser criado através de projeto de lei, envolvendo em sua gestão órgãos públicos, setores organizados da sociedade civil e prestadores de serviços, para que assim sejam preservados os interesses dos usuários e da prestadora atuante, entre esses interesses temos a fiscalização, comprimento de acordos, qualidade e regularidade dos serviços, em conjunto com a modicidade das tarifas e dos preços praticados. ALTERNATIVAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Prestação Síntese Administração Direta da Municipalidade Consórcio Intermunicipal Autarquia Municipal Os serviços são prestados por um órgão da Prefeitura Municipal, sem personalidade jurídica e sem qualquer tipo de contrato, já que, nessa modalidade, as figuras de titular e de prestador de serviços se confundem em um único ente, o Município. Considera-se Consórcio Intermunicipal, para efeito da Lei Complementar n 82/98, a sociedade de municípios, integrantes do mesmo aglomerado urbano ou microrregional. Entidade da administração pública municipal, criada por lei para prestar serviços de competência de Administração Direta, recebendo, portanto, a respectiva delegação. Embora instituídas para uma finalidade, suas atividades e a respectiva remuneração não se encontram vinculadas a uma equação econômica financeira, pois não há Contrato de Concessão. 26

Contrato Concessões Privadas (Publicas ou PPPs) De acordo com a Lei n 11.445 de 2007, a prestação de serviços de Saneamento Básico, para ser prestada por uma entidade que não integre a administração do titular, quer dizer, que não seja Administração Direta ou Indireta, depende da elaboração de contrato, sendo vedada sua disciplina mediante convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de natureza precária. A Parceria Público Privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade Patrocinada ou Administrativa. A Concessão Patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei n 8.987 de 13 de fevereiro de 1995, quando envolve adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. A Concessão Administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento de instalação de bens. 2.1.3 Custo Global Médio do Sistema de Água Por Habitante 2.1.3.1 Metodologia Para a estimativa dos custos unitários e globais para a expansão dos sistemas e para a reposição da infraestrutura existente foi adotado os valores previstos no Plansab, 2011, que levou em consideração os seguintes fatores para o resultado: a) a partir dos preços de insumos e serviços integrantes do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI). b) Para os preços unitários não constantes da base de dados do SINAPI, foram adotados, para alguns deles, preços de referência de orçamentos recentes de obras específicas, obtidos para algumas regiões do País e replicados para a respectiva região. c) Para os itens que não se encontrou referências de preços em qualquer das fontes pesquisadas, os preços básicos do estudo do PMSS (2003) foram ajustados pelos índices médios de variação do conjunto de preços do SINAPI desde junho de 2002, base daquele estudo, até dezembro de 2009. 27

2.1.3.2 Custo por habitante Para a universalização e aumento da eficiência e qualidade do sistema de abastecimento de água potável 2011 a 2030, foi estimado no Plansab o valor de 105.152 milhões de reais (105 bilhões de reais). Considerando que a população a ser beneficiada com água tratada engloba a urbana e rural de 190.755.799 (IBGE- 2010), tem-se o valor de R$ 550,00 por habitante. Mesmo que considerando que 81% da população brasileira já é servida por água tratada (SNIS 2010), considerando a expansão do sistema, a melhoria na qualidade dos serviços e de manutenção da rede, principalmente com relação à perda em torno de 40% (com base no INIS-2009) e a necessidade de hidrometração de vários sistemas, aliado a busca cada vez mais rara e distante dos mananciais, o valor de R$ 550,00 reais, que corrigido de 2011 para 2013 (+10%) tem-se o valor por habitante de R$ 600,00, valor este perfeitamente desejável para efeito de grandeza em se conhecer a necessidade de cada município, como exposto na tabela 2.1.6, que trata das informações sobre o custo global médio do Sistema de Água para o município de São Fidélis. Município de São Fidélis População Total 37.543 População Urbana 29.679 População Atendida pelo Sistema de Água 26.724 Atendimento % 71,1 População Sem Atendimento 10.819 Custo Médio por Habitante para Atendimento R$ 600,00 Custo do Investimento R$ 6.491.400,00 Modalidade da Execução dos Serviços CEDAE/Concessão Tabela 2.1.6 - Custo Global Médio do Sistema de Água por habitante São Fidélis RJ. Fontes: IBGE e DRZ. A tabela 2.1.6 mostra os dados referentes ao custo global médio por habitante, levando em consideração a população total e dividindo-a por urbana e rural, destaque para a população que não tem acesso aos serviços de abastecimento de água, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, são 10.819 habitantes residentes no município de São Fidélis que não tem acesso ao abastecimento de água. Por acompanhamento e levantamentos da DRZ para implantação dos serviços de abastecimento de água chegou-se a um valor global médio, por habitante, de R$ 600,00. Trata-se de um valor médio global referencial de forma a ter ideia dos investimentos necessários, entretanto, os fatores que influenciam no custo para cada projeto podem variar de acordo com as características de cada um, como por exemplo: tipo do solo, tipo do tratamento a ser utilizado, tipo do manancial a ser utilizado, distância da captação, 28

elevatórias, uma ou duas redes por via, tamanho da população a ser atendida e outros. Fatores estes que serão quantificados e mensurados dentro das características e especificação de cada projeto. Para o custo da universalização do sistema de água foi utilizado um porcentual de 30% (trinta por cento) sobre a população sem atendimento, considerando a população urbana ainda não atendida e parte da população rural que poderia ser alcançada por um sistema de abastecimento coletivo de água, núcleos e aglomerações humanas em áreas rurais que poderão ser servidas por um sistema coletivo de abastecimento de água. 2.1.4 Esgotamento Sanitário O município de São Fidélis apresenta vários pontos de despejo de esgoto in natura em corpos d água nas áreas urbanas. A relação do esgotamento sanitário e a drenagem e manejo de águas pluviais urbanas se faz estrita neste caso, pois a constância de chuvas, enchentes e inundações no município faz com que a gestão integrada desses serviços seja fundamental, sendo que a falta da mesma acarreta na incidência de doenças relacionas aos recursos hídricos, à qualidade de vida e à preservação do ambiente. O lançamento de esgoto in natura, ou mesmo a falta de tratamento de esgoto gera grandes impactos ligados à drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Analisar os impactos e entender as suas origens/decorrências é importante para que haja o delineamento de planos, programas e projetos voltados para tema. As áreas de adensamento a montante dos corpos d água causam reflexos a jusante da bacia hidrográfica ou dos mananciais. A água é suprida de fontes existentes a montante ou em bacias vizinhas, ou ainda de água subterrânea. Após seu uso pela população, a mesma pode retornar para os rios sem tratamento ou pelo extravasamento das fossas. Desta maneira, os rios contaminados pelo esgoto não podem ser utilizados como fonte de abastecimento. O abastecimento procura utilizar a água de fontes sem contaminação, jogando água poluída para jusante. Como o desenvolvimento ocorre para montante, as fontes existentes são contaminadas pelo ritmo da expansão urbana, além de competir com a agricultura pelo uso da água. A urbanização também aumenta as áreas impermeáveis e a canalização, que aumenta os picos de cheia e sua frequência para a mesma precipitação, e aumenta a velocidade da água e a produção de sedimentos e dos resíduos sólidos que escoam para a drenagem. As águas em países em desenvolvimento estão numa espécie de ciclo de contaminação e seus problemas são os seguintes: 29

Contaminação das fontes de abastecimento, rios e águas subterrâneas: desenvolvimento urbano e despejo de efluentes sem tratamento nos rios que escoam para estas fontes; Falta de tratamento de esgoto: grande parte dos municípios não possui coleta ou tratamento de esgoto. O esgoto é despejado nos rios sem tratamento, poluindo rios urbanos, causando a degradação do ambiente; Urbanização e aumento de áreas impermeáveis: produz aumento de cheias e diminuição da infiltração para os aquíferos. Áreas impermeáveis e canalização dos rios urbanos aumentam cerca de sete vezes as cheias, a produção de sedimentos e a qualidade da água pluvial; Ocupação das áreas de risco: áreas de inundação e áreas de escorregamento de encostas; Contaminação dos rios provenientes de águas pluviais urbanas e águas de uso direcionado para a agricultura; Retirada das águas subterrâneas junto à redução da infiltração, produzindo o rebaixamento do solo e o aumento das inundações em áreas planas; A combinação dos fatores citados acima mantém a área urbana em risco, considerando que a área urbana é o motor econômico do país, tais condições são insustentáveis e podem levar a um risco importante para o desenvolvimento do país. Não existe um tratamento adequado para o esgotamento sanitário, portanto a população a recorrer ao emprego de fossas sépticas e sumidouros, ao lançamento dos efluentes sanitários no sistema de drenagem de águas pluviais e também, diretamente nos corpos receptores. Instalação Sanitária 1991 2000 2010 Rede geral de esgoto ou pluvial 47,7 34,5 71,45 Fossa séptica 14,8 3,9 3,82 Fossa rudimentar 11,3 8,6 6,33 Vala 4,5 11,3 9,22 Rio, lago ou mar - 6,2 8,35 Outro escoadouro 7,8 2,1 0,53 Não sabe o tipo de escoadouro 0,8 - - Não tem instalação sanitária 13,4 3,4 0,30 Tabela 2.1.5 Proporção de Moradores por tipo de Instalação Sanitária. Fonte: IBGE/Censos Demográficos. De todos os problemas decorrentes do lançamento de efluentes sanitários no sistema de águas pluviais, o de maior relevância é a poluição dos corpos receptores finais. 30

A solução ideal e definitiva é a construção de sistemas completos de esgotamento sanitário, eliminando definitivamente, os lançamentos de efluentes sanitários nos sistemas de drenagem pluvial, córregos, canais, rios e lagoas. O sistema de esgotamento sanitário deverá abranger a universalização do serviço de esgotamento sanitário, a universalização do serviço de tratamento e observar a conservação de cursos e de mananciais d água. As intervenções previstas para o serviço de esgotamento sanitário visam a implantação de sistema de coleta, tratamento e disposição final do efluente tratado. O esgotamento sanitário, dentro dos limites do perímetro urbano e em suas áreas contínuas do município de São Fidélis, atualmente é de responsabilidade do próprio Município. O Esgotamento Sanitário na zona rural é realizado através de fossas sépticas, com caixa de gordura, sendo sanitariamente adequadas. Segundo o Censo 2010 realizado pelo IBGE dos 12.809 domicílios do Município, 9.137 domicílios estão conectados à rede geral de esgoto ou pluvial; 487 domicílios utilizando fossa séptica; 806 domicílios utilizando fossa rudimentar; 1.163 domicílios utilizando valas; 1.064 despejando o esgoto em corpos d água e 59 declaram utilizar outro tipo de sistema de esgotamento. Ainda, 39 domicílios estavam sem banheiro e sem sanitário. Ano 2015 2020 São Fidélis 1.239,9 1.290,8 Cambiasca 38,3 41,7 Colônia 87,0 95,7 Ipuca 286,7 310,6 Pureza 112,1 115,2 Tabela 2.1.6 - Estimativa da evolução de carga orgânica de esgotos domésticos ao longo dos anos (Kg.DBOs/dia). Fonte: Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Proposições para os Programas, Projetos e Ações de curto, médio e longo prazo, elaboradas dentro de um conjunto de critérios fundamentados de estudo de viabilidade, da seguinte forma e premissas, bem como demonstrativo de custos para a universalização da prestação dos serviços: 31