CARTILHA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR GUIA FÁCIL DE TRIBUTAÇÃO



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CARTILHA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR GUIA FÁCIL DE TRIBUTAÇÃO

TRATAMENTO TRIBUTÁRIO BÁSICO Guia Fácil de Tributação A primeira informação que deve ser observada na escolha de um plano de previdência que tenha como propósito a acumulação de capital é o Tratamento Tributário Básico. A regra básica, aplicável tanto aos planos submetidos ao regime tributário progressivo quanto aos planos submetidos ao regime regressivo é a seguinte: Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): - Indicado para as pessoas que fazem a Declaração Completa do Imposto de Renda. - As contribuições feitas são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda Anual, até o limite de 12% dos rendimentos anuais brutos do participante. - Os valores resgatados ou recebidos como benefício, são integralmente tributados na fonte, de acordo com as alíquotas previstas na legislação do Imposto de Renda. Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL): - Indicado para as pessoas que fazem a declaração do Imposto de Renda Simplificada ou se encontram na condição de isentos. É também recomendado para os contribuintes que fazem a Declaração Completa, mas já atingiram o limite de dedução da previdência complementar equivalente a 12% dos rendimentos brutos anuais. - Os prêmios pagos não são dedutíveis na Declaração Anual de Imposto de Renda. - O imposto só será cobrado sobre os rendimentos contidos à época do 2

resgate ou dos benefícios recebidos. Guia Fácil de Tributação Após a escolha do tipo de plano deve-se verificar quais alíquotas serão aplicadas sobre a renda e/ou resgates, previstas na legislação do Imposto de Renda. Para isso, o cliente deverá escolher qual regime tributário mais se encaixa a sua necessidade. Vale ressaltar que depois de feita essa escolha, não será possível alterar o regime tributário do plano. CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DO REGIME TRIBUTÁRIO PROGRESSIVO O Regime de tributação progressiva estabelece alíquotas progressivas, em função da base de incidência (valores sobre os quais há a tributação), fixadas conforme Tabela do ano-calendário vigente. Tabela I (Tabela Progressiva para o exercício de 2015, ano calendário de 2014). Tabela Progressiva para o cáculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física a partir do exercício de 2015, ano-calendário de 2014. Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.787,77 - - De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08 De 2.679,30 até 3.572,43 15,0 335,03 De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96 Acima de 4.463,81 27,5 826,15 Desse modo, depreende-se que, independentemente do tempo de permanência no plano de caráter previdenciário contratado, o imposto sobre renda e/ou resgates incide, de acordo com as alíquotas e critério 3

Guia Fácil de Tributação apresentados na Tabela I (Tabela Progressiva para o exercício de 2015, ano-calendário de 2014), sobre: I. os montantes correspondentes aos valores totais resgatados, ou recebidos a título de benefício, no caso dos planos de previdência complementar (PGBL); ou II. sobre os rendimentos contidos nesses montantes, no caso dos seguros de vida por sobrevivência (VGBL). Em caso de resgates, a cobrança desse imposto sempre se dará na fonte*, com base na alíquota de 15%, estabelecida pela Lei 11.053, de 29 de dezembro de 2004, a título de antecipação do imposto devido. Esse valor, retido na fonte, deverá ser ajustado na Declaração de Imposto de Renda Anual, ou seja, quem estiver pagando mais do que deve (Tabela I), receberá a restituição, e quem estiver pagando menos, deverá, na Declaração Anual, complementar a diferença. A antecipação do imposto, na base de 15%, retidos na fonte pagadora (Seguradora), não se aplica aos benefícios, pagos de forma única ou em forma de renda (aposentadoria), que continuam sujeitos ao mesmo critério, previsto na Tabela Progressiva do IR (Tabela I). Desse modo, na Tabela Progressiva, os benefícios pagos pelos planos de caráter previdenciário (PGBL ou VGBL) somente estarão sujeitos à retenção na fonte caso superem o valor mensal de R$ 1.787,77, não importando o tempo de permanência no plano. *Quando a cobrança do Imposto de Renda se dá na fonte, os valores recebidos pelos participantes, a título de resgates ou benefícios, já estão líquidos de IR. A Seguradora, quando efetua o pagamento, por meio de crédito em conta, ou outro qualquer, retém o valor correspondente ao imposto e repassa-o, diretamente, à Secretaria da Receita Federal. 4

Guia Fácil de Tributação CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DO REGIME TRIBUTÁRIO REGRESSIVO No regime tributário regressivo o imposto cobrado será menor à medida que o prazo de permanência no plano de previdência aumenta. O Imposto de Renda retido na fonte será definitivo e não será ajustado na Declaração de Imposto de Renda Anual. O intuito desse regime tributário é incentivar a poupança de longo prazo através dos planos de previdência. Neste regime, as alíquotas incidentes sobre a base de cálculo* são decrescentes, em função do tempo de permanência no plano, contado da data de cada pagamento realizado, conforme a tabela abaixo: TABELA II (Tabela Decrescente do IR) Prazo, contado da data de cada pagamento Alíquota Até 02 anos 35% De 02 até 04 anos 30% De 04 até 06 anos 25% De 06 até 08 anos 20% De 08 até 10 anos 15% A partit de 10 anos 10% *Conforme mencionado anteriormente, é importante lembrar que essa base de cálculo corresponde, no caso dos planos de previdência complementar (PGBL), aos montantes totais recebidos a título de resgates ou benefícios e, no caso dos seguros de vida por sobrevivência (VGBL), somente aos rendimentos contidos nesses montantes. 5

Guia Fácil de Tributação COMO SERÁ CONTADO O TEMPO DE PERMANÊNCIA DOS RECURSOS NOS PLANOS? Durante o prazo de acumulação dos recursos (antes do recebimento do benefício de sobrevivência), essa apuração se dará, conforme regulamentação da Secretaria da Receita Federal (editada em 23/03/2005), de acordo com o sistema no qual o Primeiro Dinheiro que Entra é o Primeiro Dinheiro que Sai (PEPS). Esse sistema de cálculo, amplamente utilizado pelo Mercado Financeiro, possibilita que o investidor pague o tributo de forma mais racional, na medida em que as alíquotas decrescem, a contar da data de entrada de cada recurso, por meio do pagamento das contribuições (ou prêmios), na Seguradora. Suponhamos que o plano seja custeado mediante contribuições (ou prêmios) mensais e que, após 7 (sete) anos de participação no plano, o participante faça um resgate parcial. Nesse momento, a reserva de poupança constituída até aquela data possui contribuições que foram realizadas ao longo dos últimos sete anos. Tendo em vista a Tabela Decrescente do IR (Tabela II), é de se esperar que os recursos que foram aportados no primeiro ano se sujeitem a uma alíquota mais baixa (20%) do que os recursos que foram aportados no último ano (sujeitos à alíquota de 35%), pois já contam com mais de seis anos de permanência no plano. Segundo este mesmo raciocínio, os recursos que foram aportados no segundo e terceiro anos, no momento do resgate parcial, contam com 4 (quatro) anos de permanência, se sujeitando, consequentemente, à alíquota de 25%. E assim, sucessivamente. Nesta hipótese, a metodologia PEPS consiste exatamente na apuração de o imposto incidir sobre esse resgate parcial, iniciando sempre a sua contagem a partir das primeiras contribuições (ou prêmios) efetuadas no plano, e respectivos rendimentos. 6

Guia Fácil de Tributação No gráfico abaixo (Figura 1) podemos verificar o comportamento das alíquotas da Tabela Decrescente ao longo do tempo. São demonstrados dois planos, um PGBL e outro VGBL, contratados pelo prazo de 30 anos, com contribuições/prêmios mensais de R$ 250,00. No exemplo, as alíquotas somente serão cobradas no caso de resgate total dos valores. 7

Guia Fácil de Tributação Abaixo (Figura 2) temos um gráfico que mostra o impacto de um aporte único em um plano. Nesse caso temos uma projeção da tabela Regressiva, onde o valor a ser pago como imposto diminui com o passar do tempo. No caso de serem realizados outros aportes durante o período, a alíquota simulada poderá aumentar. 8

Dedução Fiscal dos planos PGBL Guia Fácil de Tributação Na figura 3 temos uma simulação mostrando a vantagem financeira decorrente da redução do Imposto de Renda devido, considerando-se apenas as Contribuições do Plano (linha b). Nesse exemplo, uma pessoa com renda de R$ 5.000,00 mensais, deve contribuir com R$ 600,00 mensais para poder ter os 12,0% de desconto no Imposto de Renda. A base de cálculo (linha c) não reflete outras possíveis deduções fiscais. Sem SulAmérica PGBL Com SulAmérica PGBL a. Renda bruta anual R$ 60.000,00 R$ 60.000,00 b. Contrib. ao plano dedutíveis do IR (12% da Renda Tribut.) - R$ 7.200,00 c. Nova base de cálculo R$ 60.000,00 R$ 52.800,00 d. Alíquota 27,5% 22,5% e. Imposto à pagar sem deduções R$ 16.500,00 R$ 11.880,00 f. Parcela à deduzir R$ 9.913,83 R$ 7.235,54 g. I.R. total a pagar no ano (=C x 22,5% - R$ 7.235,54) R$ 6.586,17 R$ 4.644,46 h. Economia de I.R. (diferença entre ter ou não ter o PGBL) - R$ 1.941,71 Com a dedução do Imposto de Renda, a redução do IR (linha h) corresponde a uma recuperação de 3,23 parcelas ou 38,83% da renda mensal atual, sendo todo esse benefício obtido através do incentivo fiscal. 9

0014.0519.0193 - Fevereiro 2014