PERDAS DE CANA E IMPUREZAS VEGETAIS E MINERAIS NA COLHEITA MECANIZADA



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Transcrição:

PERDAS DE CANA E IMPUREZAS VEGETAIS E MINERAIS NA COLHEITA MECANIZADA Mauro Sampaio Benedini Gerente Regional de Produto CTC Fernando Pedro Reis Brod Pesquisador Engª Agrícola CTC José Guilherme Perticarrari Coordenador de Pesquisa Tecnológica - CTC Introdução - A mudança no sistema de colheita da cana, do corte manual com carregamento mecanizado para totalmente mecanizado com colhedoras e mais recentemente, corte mecanizado sem queimar (cana crua); resultou inicialmente em elevação acentuada nas perdas de cana, podendo ultrapassar a 15% e aumento nas impurezas vegetais e minerais enviados à indústria. A quantidade de matéria vegetal (palha, ponteiros e folhas verdes) na cana crua é bem maior comparada à cana queimada. Se não for expelida pela colhedora durante o processo de colheita, a densidade de carga diminui, aumentando custos de transportes, bem como a eficiência de extração do caldo na indústria é menor. Desta maneira, a quantificação de perdas é indispensável para gerenciar o processo de colheita. Com o início da safra de 2009, vêm as dúvidas: colher mais cana e impurezas vegetais e minerais ou cana mais limpa com maiores perdas no campo? Avaliações rotineiras de campo são necessárias para definir melhor qual o procedimento a ser tomado. Tipos de perdas de cana - As perdas de cana durante a colheita podem ser classificadas em visíveis e invisíveis. As perdas visíveis são aquelas que podem ser detectadas no campo e ocorrem na forma de cana inteira, toco, tolete e pedaço de cana e são facilmente identificadas e coletadas no campo. Além das perdas visíveis, outra parcela de cana é perdida na colheita mecanizada, chamada de perdas invisíveis que ocorrem na forma de caldo, serragem e pequenos estilhaços, durante o processamento interno da matéria-prima na colhedora, devido aos impactos mecânicos dos sistemas de corte, picagem, transporte e limpeza. O CTC vem estudando e quantificando estes parâmetros visando minimizá-los. Perdas invisíveis - A denominação perdas invisíveis se deve ao fato destas serem difíceis de serem identificadas e principalmente quantificadas no campo. A magnitude das perdas invisíveis é função de vários parâmetros, dentre os quais merecem maior destaque: estado das facas dos discos de corte de base e facão picador; tipo de lâmina do corte de base ou modelo de facão picador (síncrono ou rotativo); velocidade de rotação dos extratores; tamanho do tolete; variedade de cana (propriedades físicas); tipo de colheita (com ou sem queima), e modelo de colhedora. Seus valores podem se situar entre 2,0 e 5,5%. O CTC realiza ensaios (em condições controladas) para quantificar estas perdas invisíveis objetivando conhecer as origens ou causas das perdas e atuar no processo e efetuar as correções necessárias para a sua incidência (Figura 1). 1

Caldo Serragem Estilhaço Figura 1: Perdas invisíveis na forma de caldo, serragem e estilhaços. Perdas visíveis As perdas visíveis estão associadas às características da área a ser colhida: 1- Varietais (produtividade, tombamento, teor de fibra, comprimento do palmito, quantidade de palha, isoporização, etc.), 2- Preparação da área (padronização do espaçamento entre linhas, comprimento da área, sistematização do plantio, depressões e torrões, quebras de lombo, qualidade de cultivo, dificuldade de visualização, etc.); e também à operação em si da colheita que envolve treinamento dos profissionais, velocidade da colhedora compatível com o estado do canavial e em sincronismo com o reboque ou caminhão, situação dos equipamentos da colhedora, principalmente facas de corte de base e do rolo picador de toletes, velocidade do exaustor primário da colhedora, altura da carga, altura de corte de base, manutenção do equipamento, desponte, horário da colheita, altura de carga, etc. A quantificação destas perdas facilita as correções de falhas operacionais. As referentes às características do canavial poderão ser apenas minimizadas, principalmente com a redução da velocidade da colheita. a) Metodologia de amostragem A representatividade de uma amostragem depende da homogeneidade da área, das repetições e do tamanho das parcelas. Deve-se amostrar no mínimo 10 pontos aleatórios por área liberada de colheita e uma amostragem não deve ultrapassar três hectares de representatividade. O CTC adota uma área de parcela de 10 m 2 (Figura 2 e Figura 3) abrangendo duas linhas de cana (3,3m x 3,0m = 2 linhas de 1,5m). 2

Espaçamento entre linhas Figura 2: Demonstrativo do esquema de amostragem. Figura 3: Aspecto visual da área após a coleta do material. As perdas são calculadas de forma absoluta (t/ha) multiplicando-se o valor final em peso por 1.000, para a área de 10 m 2. Para o valor em porcentagem divide-se este valor pela produtividade + o valor: Perdas no campo (t/ha) Perdas (%) = Produtividade do canavial (t/ha) + Perdas no campo (t/ha) Na área demarcada, as sobras de cana são coletadas e os componentes são separados e pesados da seguinte forma: cana inteira, pedaços de cana, lascas, toletes, toco e cana ponta (cana agregada ao ponteiro). Estes componentes estão apresentados a seguir (Figura 4 a Figura 9): Tocos - pedaço de colmo preso à soqueira, acima do solo e menor que 20cm. Acima desse tamanho é considerado pedaço (Figura 4): 3

Figura 4: Componente das perdas denominado toco. Cana Inteira - pedaço de cana igual ou maior que 2/3 do tamanho normal da cana do canavial avaliado, podendo ou não estar presa às raízes (Figura 5): Figura 5: Componente das perdas denominado cana inteira. Cana Ponta - pedaço de cana agregada ao ponteiro. A retirada de cana ponta é feita quebrando-se manualmente o colmo no ponto de menor resistência (Figura 6): Figura 6: Componente das perdas denominado cana-ponta. Toletes pedaço de cana esmagado ou não com corte característico do facão picador ou corte de base em ambas as extremidades (Figura 7): Figura 7: Componente das perdas denominado tolete. 4

Lascas - São fragmentos de cana totalmente dilacerados (Figura 8): Figura 8: Componente das perdas denominado lascas. Pedaços - variações de cana que não se encaixam nas definições anteriores; sem as características de toco, canas inteira, tolete, lasca e cana ponta (Figura 9): Figura 9: Componente das perdas denominado pedaço. Após a separação do material, cada um dos itens é pesado e os resultados são anotados em planilhas padronizadas. Nestas planilhas devem ser anotadas as características da cana e do terreno onde os levantamentos foram feitos. Também devem ser anotadas quaisquer variáveis que podem interferir no resultado das perdas, tais como irregularidades do terreno como sulco fundo, infestação de mato, curvas de nível, abertura de aceiro, área com queda de toletes dos transbordos, pedras na área de colheita, declividade do terreno, etc. Para efeito de comparação, levanta-se a participação das perdas de acordo com as categorias apresentadas anteriormente (tolete, cana inteira, lascas, pedaço, toco e cana ponta). A participação é expressa em porcentagem e facilita a identificação de onde as perdas são originadas. Após a obtenção dos índices de perdas, pode-se fazer a classificação dos resultados em perda alta, média ou baixa, de acordo com os valores médios apresentados a seguir (Tabela 1). O conhecimento dos tipos de perdas facilita a interpretação dos resultados e direcionam as correções. Percebe-se que o fator mais representativo nas perdas são os pedaços (lascas) de cana que são diretamente influenciados pela rotação do extrator primário. A medida que se aumenta a rotação, os toletes são succionados 5

junto com a palha e a terra. Ao passarem pelo exaustor são dilacerados em pedaços, lascas, serragem e caldo, estes dois últimos perdas invisíveis. Tabela 1: Classificação das perdas. Nível de perdas Percentual de Perdas (%) Baixo < 2,5 Médio 2,5 < 4,5 Alto > 4,5 Impurezas mineral e vegetal A carga resultante da colheita mecanizada deveria ser composta apenas de cana. No entanto, ela apresenta também outros materiais indesejados, denominados impurezas que podem ser de duas origens: mineral e vegetal. A presença desse material na carga causa interferência no processo de fabricação de açúcar e álcool, causando desgastes em equipamentos e interferindo na qualidade do produto final. Como a limpeza do material é realizada pelos extratores primário e secundário; há uma relação direta entre perdas e impurezas. Caso a redução das perdas seja priorizada, uma maior quantidade de palha irá seguir para a usina junto com a cana, reduzindo a densidade de carga e tornando o transporte mais oneroso. A tomada de decisão neste caso é utilizar uma rotação dos extratores condizente com a variedade da cana e as condições do canavial. A impureza mineral é composta por terra e pedriscos e a vegetal compõe-se de palha e ponteiros vindos da matéria prima. O sistema de limpeza da colhedora tem como função separar esses materiais da carga. No entanto, parte ainda permanece junto com a cana, sendo levada para a usina onde pode alterar a qualidade do açúcar. A impureza mineral é extremamente danosa à indústria. Causa desgaste excessivo em inúmeros equipamentos industriais por abrasão, aumenta a perda de sacarose, aumenta as paradas da usina pelo desgaste, quebras de equipamentos e exige mudanças no processo. Valores aceitáveis (Tabela 2) de impurezas minerais estão entre 3 a 6 kg t -1 cana (0,3 a 0,6%). Tabela 2: Classificação de Impurezas minerais. Classificação das impurezas minerais Percentual de impurezas minerais (%) Baixa < 0,3% Média 0,4% a 0,6% Alta > 0,6% A impureza vegetal resulta em menor peso de carga no transporte e menor eficiência de extração de caldo por parte da indústria e a classificação utilizada pelo CTC está na Tabela 3. Tabela 3:Classificação de Impurezas vegetais. Classificação das impurezas vegetais Percentual de impurezas minerais (%) Baixa < 3% Média 4% a 6% Alta > 7% 6

Considerações finais - A velocidade de rotação do extrator primário é o principal elemento nas magnitudes das perdas de cana e impurezas na matéria-prima, assim ressalta-se a importância de se planejar a regulagem da colhedora diante das diferentes condições que serão encontradas na colheita. Variedades com alta presença de massa foliar exigiriam maior velocidade de rotação, enquanto canaviais com menor produtividade e conseqüentemente massa vegetal reduzida, poderiam ser colhidos com regulagens distintas da condição anterior. Avaliações periódicas das perdas e impurezas podem ajudar na definição de rotações ótimas, em função das diferentes condições de colheita. A influência do componente lascas, que basicamente são toletes que foram succionados pelo fluxo de ar, sendo assim dilacerados pelo choque com as pás do extrator apresenta a maior variação conforme a rotação do extrator primário. Para a redução das perdas o CTC sugere treinamento dos operadores de colhedora e acompanhamento da operação durante a safra por técnico da área de Treinamento e Capacitação Tecnológica analisando as condições do talhão, tombamento da cana, comprimento de trabalho, sistema de caminhamento e aceiro, altura de trabalho do corte de base/corte de ponta, velocidade da colhedora, sincronização colhedora/caminhão, distribuição dos equipamentos na área, cultivo e quebra do meio (lombo). 7