A percepção de professores acerca das dificuldades de aprendizagem dos alunos Daysy Mara de Andrade 1, 2 daysymara@yahoo.com.br Mariana Caetano 1, 2 marianabio2007@yahoo.com.br Amanda Luisa da Fonseca 1, 2, 3 amalufonseca@yahoo.com.br Reysla Andrade Silva 1, 3 reysla.bio@gmail.com Gustavo Augusto Fonseca 1 gustavofonsecabio@yahoo.com.br Renata Bernardes Faria Campos 4 rbfcampos@gmail.com RESUMO: O presente estudo objetivou identificar as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos na percepção de professores. Os resultados encontrados mostram que os professores observam maiores dificuldade dos alunos em relação aos conteúdos de Genética e Evolução. Alguns entrevistados informaram que a infra-estrutura da escola é adequada e outros reclamam desta e da falta de recursos didáticos. Estes resultados auxiliam na compreensão de dificultadores e possibilitam estratégias para melhorar o processo de ensino-aprendizagem em Biologia. PALAVRAS-CHAVE: Educação Ensino Dificuldades Aprendizado Biologia INTRODUÇÃO Ahistória da educação brasileira vem sendo marcada por uma crescente preocupação em se tentar explicar o fracasso escolar, o qual tem sido denunciado pelos altos índices de repetência e evasão, ocorridos nos últimos anos. Os problemas experienciados pelas crianças nessa situação são, na maioria das vezes, vivenciados como situação de fracasso, pois, por não conseguirem obter êxito nas demandas escolares, acabam por se sentirem incapazes, gerando sentimentos de frustração e comportamentos inadequados, entre outros. Em última instância, o fracasso decorrente de situações específicas pode se traduzir num fracasso geral, culminando com o próprio abandono da escola (CARNEIRO et. al., 2003). Conforme estipula a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), espera-se que os estudantes ao final de 8 anos tenham completado o Ensino Fundamental obrigatório e gratuito. Porém, de acordo com dados obtidos pelo IBGE (1997), a média brasileira tem sido de apenas 6,2 anos de estudo. Estima-se que essa média aumente progressivamente com a idade, mas, ¹ Licenciados em Ciências Biológicas pelo ISED-FUNEDI/UEMG 2 Pós-Graduandas em Ensino de Ciências por Investigação pela UFMG 3 Pós-Graduandas em Gestão Pública de Organizações em Saúde pela UFJF/UAB 4 Professora do curso de Ciências Biológicas do ISED-FUNEDI/UEMG, doutora em Entomologia pela UFV
segundo o IBGE, nem aos 24 anos de idade a maioria da população chega a alcançar os 8 anos do Ensino Fundamental. Dos estudantes que ingressaram na 1ª série do Ensino Fundamental, 60% não chegam a terminar a 8ª série, 24% são excluídos ou abandonam a escola nas primeiras séries, 97% repetem o ano em alguma série do Ensino Básico e apenas 4,5% conseguem terminar a 8ª série sem nunca ter repetido (BOLLETTA et.al., 1997). O fracasso escolar pode ocorrer devido a situações e/ou condições externas ao indivíduo e que indiretamente o afetam e/ou por condições internas ao mesmo. Dentre as situações externas mais arroladas, podemos citar as causas de ordem socioeconômica das famílias dos estudantes, acarretando a necessidade do trabalho infantil, e as causas de ordem sócio-institucional, que vão desde as condições da estrutura física da escola quanto às questões administrativas, salariais, pedagógicas passando também pela formação do professor. Dentre os fatores de ordem interna ao indivíduo, destacam-se os relacionados ao desenvolvimento cognitivo e os de ordem afetivoemocionais, motivacionais e de relacionamento (CARNEIRO et. al., 2003). Para Vygotsky (1987), a condição humana da pessoa tem origem nas relações sociais, pois é a partir destas que as funções psíquicas superiores são inauguradas. A participação do outro social é crucial na apropriação do conhecimento que possibilita o desencadear dessas funções. Na aprendizagem escolar, inserem-se, de forma deliberada e sistemática, as ferramentas simbólicas e culturais que criam as condições para apropriações e reelaborações do conhecimento pelo sujeito. Este aprende interativamente, e com isto surgem novas possibilidades em seu desenvolvimento. Não há dúvida, portanto, sobre o caráter fundamental das relações estabelecidas entre professores e alunos. As escolas frequentemente lidam de forma equivocada com o aluno que se diferencia em seu saber e em sua forma de aprender (PATTO, 2000; TACCA, 1999). Não raro, culpabilizam as famílias, e instituem práticas de recuperação de conteúdos, como o reforço escolar, que pode acontecer na própria escola, ou serviços especializados. Os resultados, porém, são pouco expressivos, gerando a necessidade de investigação das raízes das dificuldades desses alunos, tais como nos trabalhos de Campos (2005) e Pinheiro (2004), que investigaram o impacto das relações sociais de alunos e professores no processo de aprendizagem na sala de aula. Enfocar as interações sociais na busca da compreensão de situações nas quais se desenvolve um processo ensino aprendizagem bem sucedido, relacionando isto a processos de significação do conhecimento por parte do aluno, exige que sejam analisados os aspectos motivacionais que permitem perceber se o aluno está disposto a dar atenção e se empenhar nas atividades propostas pelo professor. Para atingir os aspectos motivacionais do aluno, torna-se imprescindível considerar, na seleção de objetivos, conteúdos, atividades e métodos de ensino, o quanto isso tudo constitui aspectos mobilizadores para eles. Isso inclui observar os alunos em suas características pessoais, o seu grupo sociocultural, buscando integrar os seus valores, crenças e ideais com aqueles pressupostos nos currículos escolares (TACCA e BRANCO, 2008). Nesse sentido, a aprendizagem acontece na troca entre os atores envolvidos em um processo intersubjetivo permeado de simbolismos e significações. O aluno é ativo na elaboração dos conteúdos escolares, cabendo ao professor identificar e analisar os significados que cada um (professor e alunos) atribui aos procedimentos e conteúdos que circulam na sala de aula, nas atividades programadas e no dia a dia da convivência entre eles (TACCA e BRANCO, 2008). Levando em consideração as dificuldades dos
alunos conforme as percepções do professor de Biologia, neste estudo testamos a hipóteses de que as dificuldades dos estudantes são as mesmas dificuldades dos professores. Esta hipótese foi desdobrada da seguinte maneira: (i) as dificuldades de aprendizado dos alunos são relacionadas a fatores externos como, pouco domínio do conteúdo pelo professor, a complexidade do conteúdo e infra-estrutura escolar. (ii) as dificuldades de aprendizado relacionam-se a fatores internos como relação professor-aluno. Desta forma o objetivo deste trabalho foi identificar as dificuldades de aprendizagem apresentados pelos alunos na percepção dos professores da disciplina de Biologia. A PESQUISA Para identificar as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos na percepção dos professores da disciplina de Biologia foram escolhidos cinco professores de Biologia de diferentes escolas da rede pública de ensino da cidade de Divinópolis/MG, que após assinatura de um Termo de Consentimento livre e esclarecido foram incluídos na pesquisa. As escolas foram escolhidas aleatoriamente por conveniência do tempo de execução do trabalho e localização das mesmas. A aplicação do questionário foi realizada após acompanhamento do professor e participação do estagiário durante as aulas de Biologia onde informações relacionadas à aula, ao professor e à infraestrutura da escola foram obtidas. O questionário foi formulado a fim de identificar as dificuldades de aprendizado apresentadas pelos alunos na percepção do professor (Quadro 1). Apresenta perguntas que abordam: identificação do perfil dos professores entrevistados; as suas dificuldades em lecionar alguns temas da disciplina de Biologia e as dificuldades que eles percebem nos alunos. As respostas dos questionários foram analisadas e comparadas utilizando a estatística descritiva, de forma a identificar as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram aplicados cinco questionários e por meio da análise destes foi possível identificar que todos os professores observam dificuldades no aprendizado dos alunos em algum conteúdo de Biologia sendo que a maior dificuldade está nos conteúdos de Genética e Evolução. Apenas um dos professores entrevistados considera a infraestrutura adequada para o trabalho com os conteúdos de Biologia. A maioria cita a falta de recursos didáticos e laboratório para a realização de atividades práticas de Biologia na escola. A falta de material para atividades práticas, portanto, parece ser um dificultador externo para o aprendizado dos alunos, uma vez que os entrevistados consideram as atividades práticas uma ferramenta importante para o aprendizado. Segundo Abicalil (2002), as condições de infraestrutura das escolas têm influência na aprendizagem e no desempenho dos alunos. Durante o desenvolvimento de nossa pesquisa, pudemos perceber que nem todas as escolas tinham uma infra-estrutura adequada para o desenvolvimento de aulas diversificadas, fora do espaço de sala de aula. As escolas apresentavam poucos espaços livres, não apresentavam laboratórios de informática nem de ciências, as salas de multimídia nem sempre estão disponíveis, além de salas de aula superlotadas, o que poderia dificultar o rendimento dos alunos. Não podemos desconsiderar a importância de espaços e estrutura da escola para o desenvolvimento de aulas mais interessantes, porém há de se considerar que estes não são recursos limitantes para uma boa aula quando o professor realmente está preparado. Atualmente, existem cursos de capacitação que podem formar
professores capazes de realizar atividades investigativas sem a utilização de recursos alternativos, cujo custo e disponibilidade os tornam muito acessíveis. Materiais alternativos utilizados no cotidiano podem tornar-se matériaprima para o aprendizado. Uma simples área com um pouco de terra e seres vivos, pode ser utilizada para explicar conteúdos de ecologia, relação entre espécies, entre outros. O professor precisa ter um olhar crítico a esta realidade e buscar alternativas visando a melhor compreensão do conteúdo por parte dos alunos utilizando-se de recursos que estão a sua volta, relacionados ao próprio cotidiano dos alunos. Desta forma, a formação do professor e a infraestrutura da escola se somam no sentido de otimizar o processo de ensino e aprendizagem. Neste sentido, um estudo realizado na área urbana de São Paulo mostra um aumento na escolaridade do professor, assim como na proporção de escolas com biblioteca e laboratórios de informática, afeta de maneira positiva a frequência de alunos na escola. Além disso, professores com melhor remuneração, em geral, são mais velhos, pois sua melhoria de renda está diretamente ligada ao tempo de serviço no magistério. As dificuldades enfrentadas ao longo da carreira podem condicionar o desinteresse do professor em motivar as crianças para o ingresso e permanência na escola. Finalmente, na área rural, de São Paulo, a frequência escolar é afetada positivamente por melhorias na escolaridade do professor e nos repasses do FUNDEF (PONTILI e KASSOUF, 2007). Assim a escolaridade do professor e capacitações realizadas podem ser fatores facilitadores na visão investigativa em que seja possível um trabalho de acordo com a realidade e condição dos alunos, relacionadas à escola. Atualmente a Secretaria da Educação tem investido em capacitações para professores, no entanto é importante que estas sejam mais eficientes e em maior número, para suprir a necessidade dos alunos no aprendizado. Em estudo realizado por Osti (2004), no qual avaliou o que é dificuldade de aprendizagem na concepção do professor, os resultados mostram que os professores não consideraram uma rede de fatores que envolvem a temática da dificuldade de aprendizagem, depositando a maior responsabilidade à família e ao próprio aluno, não considerando a correspondência entre a metodologia, a relação do professor e sua prática com a dificuldade do aluno. O que é evidenciado também em nosso trabalho quando se pergunta sobre o que poderia ser melhorado para auxiliar no aprendizado dos alunos, os professores respondem que um laboratório auxiliaria e também deveria ser reduzido o número de alunos por sala de aula. Excluindo-se da responsabilidade de buscar alternativas pra melhorar a qualidade do ensino o professor busca fatores externos para se justificar. Schwarzelmüller e Leite Jr (2004), informam que a escola é constantemente solicitada a se adequar à influência da mídia audiovisual, com suas imagens dinâmicas. No cotidiano fora da escola, professores e alunos vivem e atuam na realidade das tecnologias avançadas, em que a máquina modifica e até substitui tarefas humanas, mas com frequência não conseguem introduzir essas novidades na escola. O que acontece por duas razões decisivas: o despreparo dos educadores para a utilização dos recursos audiovisuais; e os altos investimentos necessários para aquisição de infra-estrutura nas escolas. Os alunos, filhos da sociedade da informação e da tecnologia interativa, criados com um controle remoto e um mouse na mão, consideram a maior parte as aulas pouco atrativas e por isso não se dedicam o necessário. Dos professores que participaram do nosso trabalho, 40% trabalham em mais de uma escola, fator este que pode influenciar nas dificuldades do aluno, pois o excesso de carga horária pode prejudicar o desempenho do professor ao
lecionar. Todos os entrevistados já concluíram a graduação e lecionam há pelo menos três anos. Dos professores entrevistados um trabalha em dois turnos e leciona as disciplinas de Biologia e/ ou Ciência, ou outra disciplina como, por exemplo, um leciona a disciplina Química. Apenas dois informam que há em biologia conteúdos desnecessários de serem aplicados por considerarem que o aluno não tem maturidade e conhecimento prévio sobre o tema. Tal afirmativa pode indicar, também, dificuldades dos professores, uma vez que os conteúdos que os mesmos consideram desnecessários são quase sempre os conteúdos que eles citam ter dificuldades em lecionar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nossos resultados evidenciam que, na ótica dos professores, os alunos apresentam dificuldades no aprendizado de Biologia, especialmente em relação aos conteúdos afetos à Genética e Evolução. Essas dificuldades podem ser devido à falta de estrutura da escola, mas também por outros fatores que podem acarretar em um desinteresse dos alunos e como consequência uma dificuldade no aprendizado. Embora a amostragem tenha sido bastante restrita, os resultados aqui obtidos mostram que os professores percebam a falta de práticas como um dificultador no processo de ensinoaprendizagem. Neste sentido, é importante notar que é imprescindível que os professores se preparem para conduzir aulas de modo dinâmico por meio de recursos alternativos que sejam parte do cotidiano dos alunos, na sua vivência diária. REFERÊNCIAS ABICALIL, C. A. Sistema nacional de educação básica: nó da avaliação?. Rev. Educ. Soc. Campinas, v. 23 n.º 80, pg. 253-274, 2002. ALMEIDA, S.L. Facilitar a aprendizagem: ajudar aos alunos a aprender e a pensar. Universidade do Minho, 2002. BOLETTA, A., MAGRI, C., VICENTE, C. M., VICENTIN, M. C., ANDRÉ, S. A., SAYÃO, Y. e FERREIRA, P. B. Dez medidas básicas para a infância brasileira. São Paulo: UNICEF, 1997. CAMPOS, G. R. de A. A constituição subjetiva de alunos em situação de fracasso escolar. Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2005. CARNEIRO, G. R. S., MARTINELLI, S. C., SISTO, F. F. Autoconceito e dificuldade de aprendizagem na escrita. Psicol. Reflex, Crit. v. 16, Porto Alegre, 2003. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Crianças e adolescentes: Indicadores sociais. Rio de Janeiro, 1997. OSTI, A. As dificuldades de aprendizagem na concepção do professor. Dissertação (mestrado). Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação (UNICAMP), Campinas/SP, 2004. PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. AGRADECIMENTOS Esta pesquisa é parte das atividades realizadas no Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do ISED e os autores são gratos às escolas concedentes do estágio. PINHEIRO, P. M. A. Sucesso escolar: uma possibilidade na relação professor-aluno. Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2004. PONTILI, Rosangela Maria e KASSOUF, Ana
Lúcia. Fatores que afetam a freqüência e o atraso escolar, nos meios urbano e rural, de São Paulo e Pernambuco. Rev. Econ. Sociol. Rural [online], v. 45, n. 1, pp. 27-47, 2007. 1) Você observa dificuldades no aprendizado dos alunos em algum conteúdo da disciplina de Biologia? SIM NÃO SCHWARZELMÜLLER, A. F. LEITE JR, J. C. INTER-TV: um ambiente de suporte à disseminação da TV Escola na Internet. Departamento de Ciência da Computação - Universidade Federal da Bahia (UFBA). Campus de Ondina, Salvador/Ba., 2004. TACCA, M. C. V. R. Professores, suas crenças e a possibilidade de sucesso de seus alunos. Caderno Linhas Críticas (UnB), v. 5, n. 9, p. 85-101, 1999. TACCA, M. C. V. R. BRANCO, A. U. Processos de significação na relação professor-alunos: uma perspectiva sociocultural construtivista. Estudos de Psicologia, v.13, n. 1, p. 39-48, 2008. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987. QUADRO 1: 2) Em qual/s área/s ela se enquadra? Genética Origem da vida Evolução Botânica Zoologia Ecologia Citologia Embriologia e Reprodução Histologia Outras 3) Existe uma subárea específica para a área da questão anterior? Sim. Quais? Não 4) A infraestrutura da escola é adequada para o trabalho com os conteúdos e aprendizado dos alunos? SIM. Por que? Não. Por que? 5) O que poderia ser melhorado para auxiliar no aprendizado dos alunos? 6)Você trabalha em outras escolas? Se sim, quais? SIM NÃO Quais? Questionário utilizado na pesquisa Questionário / Os alunos do curso de Ciências Biológicas do ISED/FUNEDI/UEMG estão realizando uma pesquisa junto aos professores de Biologia do município de Divinópolis relativo as dificuldades de aprendizado apresentadas pelos alunos na percepção do professor. Com estas informações pretende-se compreender se as dificuldades dos alunos estão relacionados ou não ao professor e suas dificuldades. Desde já agradecemos sua valiosa colaboração! Nome(Iniciais): Idade: anos Sexo: Escola: 7)Você já concluiu o curso de graduação? Quando? SIM NÃO 8) Há quanto tempo você leciona? 10) Você trabalha em quantos e quais turnos desta escola? 11) Você leciona apenas a disciplina de Biologia? Se não, quais outras? 12)Você acredita que algum conteúdo do currículo de Biologia é desnecessário para lecionar? SIM. Por quê? Não. Por quê?