3º ENCONTRO DA ORIZICULTURA PORTUGUESA ASSOCIAÇÃO DE ORIZICULTORES DE PORTUGAL FIGUEIRA DA FOZ 16 DE FEVEREIRO DE 2012
1. A Centromarca 2. A distribuição moderna 3. As relações produção / distribuição 4. Uma nova perspectiva
A missão Criar para as marcas um ambiente de concorrência leal e intensa que encoraje a inovação e que garanta um máximo de valor para os consumidores
FOZ COSMÉTICOS, LDA 52 Associados
Representatividade Detêm mais de 800 marcas 6 000 milhões de euros Volume de Vendas estimado das Empresas Associadas da Centromarca em 2008 Que representa 3.6%* do Valor do Produto Interno Bruto 2008 Que representa 6.8%* do PIB gerado pelas sociedades privadas não financeiras em 2008 6%** é a contribuição dos Associados da Centromarca para a receita do Estado no ano de 2008 *Fonte INE ** Valor estimado da projecção das receitas dos Associados, sobre o valor da receita corrente do quadro de Execução Orçamental do Ministério das Finanças e Administração Pública de 2008.
Eixos e prioridade de actuação I. Reforçar a voz comum da indústria de produtos de marca face às autoridades portuguesas, instituições relevantes e consumidores promovendo: - a compreensão da contribuição da indústria de produtos de marca para o bem estar dos consumidores - uma cultura de marca em Portugal II. Construir um equilíbrio saudável na relação fabricante de marca / retalhista para benefício da concorrência, da inovação e das escolhas do consumidor
2. A distribuição moderna 3. As relações produção / distribuição 4. Uma nova perspectiva
Evolução do Retalho em Portugal Tradicionais Hipers Discounts Supers Líderes Antes 1990 1990-1995 1995-2005 2005-2010 2010-2011
Estratégias dos Líderes Mas igualmente todos os dias na cabeça do consumidor Marca Própria Marca Primeiro Preço Lealdade/Cartão (benefício futuro) Lealdada Campanha EDP Continente online Every day low price Marca Própria Cabaz família Focus nos frescos Take away
Continente e Pingo Doce reforçam posição Continente (integra Modelo) é a insígnia líder Total Cesta - Quota de Compras (em % do valor gasto) Outros Locais Pingo Doce Minipreço Lidl Intermarché Continente Auchan 26.6 25.5 24.0 16.4 18.2 19.1 6.8 6.9 6.9 10.0 8.8 8.6 10.3 10.0 9.8 23.0 23.9 25.0 6.9 6.7 6.5 2009 2010 2011 +2.7 pp +2.0 pp vs 2009 Source: Nielsen Homescan
MDD+PP reforçam quota de mercado Quota de Mercado em Valor das MDD+PP 29, 0% 30,2% 31,8% 34,0% 2008 2009 2010 ANO 2011 Source: Nielsen Scantrends ANO 2011 (QS 52)
MDD+PP apenas não crescem no LIDL Quota das MDD+PP por Insígnia Proporção de Compras de MDD+PP (%) -- Total Categorias 2009 2010 2011 70% 68% 69% 20% 21% 23% 26% 29% 31% 19% 24% 25% 51% 51% 54% 37% 38% 42% Auchan Continente Intermarché Lidl Minipreço Pingo Doce Fonte: Nielsen Homescan ANO 2011 (Inclui Mercados onde há assignação de M.Distribuição de forma relevante - exclui Pereciveis*)
FREQUÊNCIA E PREÇO SÃO A FONTE MENOS QUANTIDADE COMPRADA DE MDF S FMCG Painel S/Frescos Evolução dos KPI s MDD vs MDF em 2011 vs 2010 MDD MDF VALOR VOLUME PREÇO FREQUÊNCIA GASTO POR ACTO VOLUME POR ACTO
A Distribuição Moderna 1. A Distribuição Moderna é hoje o principal formato comercial em Portugal 2. Está concentrada em duas empresas que valem 45% do mercado 3. Estas empresas estão presentes de forma organizada em variados segmentos: Retalho / Grossista / gasolineiras / farmácias/ horeca / take way... 4. Tem como característica de oferta ao consumidor um sortido médio de 40% MDD / 60% MDF 5. O preço médio das MDD é sempre inferior ao das MDF O nosso principal cliente é o nosso principal concorrente, detendo o acesso directo ao consumidor, com a capacidade de fixar o preço de todas as marcas...
3. As relações produção / distribuição 4. Uma nova perspectiva
O Grau de dependência dos fornecedores 1. Metade das vendas no mercado nacional são feitas através dos canal de Retalho (51%) O canal grossista representa 18% e os outros canais representam 23%, onde está incluído o Canal Horeca 1. O principal cliente em 2009 é a Sonae com 2pp de diferença relativamente ao segundo cliente Jerónimo Martins. O terceiro cliente é o grupo ITMI com 9pp a menos que o segundo cliente 2. Existe um nível de concentração alto, quando analisados os 2 principais clientes que em média representam 32,57% das vendas líquidas dos fornecedores 3. Em média, o principal cliente observou valores superiores a 17% nos 2 últimos anos. Os 2 principais clientes registaram uma tendência, ao longo dos últimos anos, de aumento de quota (de 12% e 11.5% em 1993, para valores de 17% e 15.5% em 2009). O terceiro e o quarto cliente, ao contrário, perderam peso neste mesmo período 1. Em termos de principal cliente é de destacar quota máxima observada de 41% em relação à Sonae e uma outra quota máxima observada de 32% face ao cliente Jerónimo Martins. Os fornecedores da Distribuição Moderna dependem cada vez mais de cada vez menos clientes
Efeitos da concentração Concentração do mercado em duas empresas tem consequências tanto para o consumidor: preços mais altos e menos escolha como para o fornecedor: barreiras de acesso ao mercado, Criação de posição dominante A quotas de mercado conjunta das duas primeiras empresas excedem os 40% Existe uma dependência económica, sem alternativas equivalentes de facto Redução do espaço de prateleira para as MDF Em 2012 as MDD representarão cerca de 40% do mercado imposição de condições, reduzida capacidade de reacção, redução dos níveis de rentabilidade pondo em risco a sustentabilidade do negócio
PODER DE MERCADO PARA TRANSFERIR CUSTOS RISCO DE NEGÓCIO PARA MONTANTE Práticas de mercado margens mínimas garantidas débitos injustificado, indevidos e desproporcionados retenção de pagamento totais por divergências parciais tesouraria criativa penalizações abusivas (25 por erros administrativos) aumento do número de entregas/diminuição das quantidades/redução de stocks comparação de contratos entre clientes agrupamentos de compras exigência de introdução de cópias das marcas originais imposição de compensação de margens por aumento de impostos penalizações logísticas comparticipação aberturas de lojas, aniversários de loja...
RELEMBRANDO QUE: Para o País a evolução da Distribuição moderna tem gerado um crescimento das importações com a consequente sangria lenta da nossa capacidade produtiva, quer agrícola quer industrial. com o efeito secundario indirecto do crescimento da dívida nacional.
4. Uma nova perspectiva
A Autoridade da Concorrência constatou no Relatório de 2011: (i) O crescente poder de mercado na venda a retalho tem contribuído para uma perda progressiva do poder de venda da indústria na determinação do nível de preços ao longo da cadeia de valor (ii) Este novo paradigma, potencia tensões ao nível das relações comerciais entre fornecedores e distribuidores (iii) ( ) os Grandes Grupos de Retalho revelam-se, verdadeiros porteiros de acesso ao Mercado dos Produtos de Marca da Indústria (MDI) (iv) a crescente oferta por parte dos Grandes Grupos de Retalho de produtos com a sua marca comercializados em exclusividade nas suas lojas (MDD), e em concorrência com os produtos da indústria (MDI), tem consequências de natureza concorrencial, de eficiência económica e em termos do bem-estar do consumidor. (v) A relação contratual espelho deste novo paradigma - revela que os múltiplos contratos celebrados entre distribuidores e fornecedores traduzem o desequilíbrio negocial entre as duas partes, nomeadamente em matéria de: imposição unilateral de condições, descontos e outras contrapartidas; penalizações e prazos de pagamento.
Recomendações da Autoridade da Concorrência (i) promoção de uma cultura de concorrência (ii) regulamentação sobre as práticas comerciais que não sejam susceptíveis de ser enquadráveis no âmbito da legislação de concorrência ou do regime jurídico das Práticas Comerciais Restritivas (iii) confirmação da importância da fiscalização e aplicação da legislação sobre Praticas Comerciais Restritivas (em particular, os artigos 3.º Venda com prejuízo e 4.º-A Práticas negociais abusivas ) bem como da nova legislação sobre prazos de pagamento. Em suma: revisão de legislação existente introdução de nova legislação aplicação e fiscalização eficaz previsão de mecanismo de resolução de conflitos eficaz.
Mecanismos de intervenção teoricamente- disponíveis Em Portugal para as Empresas e Associações que assumem a necessidade de intervir neste quadro de relações, existem fundamentalmente três mecanismos que podem ser utilizados: 1.A Autoridade de Concorrência 2.Tribunais 3. Autoregulação /Código de Boas Práticas
A existência de conflitos entre a Produção e a Distribuição tem origem na: (a) inexistência de um regulamento que dê resposta ás práticas actuais de mercado Por esta razão é necessária revisão da Legislação existente de aplicação geral e a criação de uma Legislação especifica (b) Esgotamento de um modelo de auto-regulação voluntária Torna necessária a criação de um mecanismo independente e eficaz de resolução de conflitos (c) (In)actuação da Autoridade de Concorrência/ASAE, por falta de mandato, vocação ou meios Obriga ao esclarecimento do âmbito de actuação da AdC, da ASAE, o reforço das suas competências onde e quando necessário.
A solução deverá repor uma concorrência leal e obter um reforço da competitividade A solução deverá priveligiar uma solução regulamentar, que tenha por objectivo estabelecer um inequívoco contexto de concorrência leal que potencie a competitividade e o emprego e transfira o máximo valor para os consumidores.
i) Revisão Legislação existente de aplicação geral a toda a economia que afecte as relações produção/distribuição: - Legislação de concorrência - Praticas Comerciais individuais- restritivas - Praticas Comerciais Desleais - Atrasos de Pagamentos ii) Criação de Legislação Específica Solução com 3 vertentes iii) Criação de figura de Regulador Independente com a responsabilidade de aplicação da legislação especifica, com capacidade de investigação e decisão e monitorização da aplicação da legislação de carácter geral. É uma proposta como uma base alargada de consenso entre Associações, Federações e Confederações, já introduzida pela CIP na PARCA
Esta solução é uma abordagem completa Esta solução não é inédita Esta solução terá que ser trabalhada com: - Os representantes de toda a Produção e Industria - A Distribuição Moderna - Governo Esta solução requer o esforço e empenho de todos.