O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CESUPA: CONTRIBUIÇÕES PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR-REFLEXIVO



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Transcrição:

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CESUPA: CONTRIBUIÇÕES PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR-REFLEXIVO Resumo CASTRO, Sinaida Maria Vasconcelos de UEPA/ CESUPA adianis41@hotmail.com REIS JÚNIOR, Leandro Passarinho - UFPA lpassarinho@hotmail.com Eixo Temático: Didática: Práticas e Estágios nas Licenciaturas Agência Financiadora: não contou com financiamento O presente trabalho propõe-se a refletir sobre a experiência que vem sendo desenvolvida no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro Universitário do Pará CESUPA, no sentido de ressignificar o Estágio Supervisionado desenvolvido pelos alunos-estagiários desse Curso, por meio da inserção dos licenciandos em diferentes espaços de educação formal, além do exercício de práticas que pretendem ir além dos formatos tradicionais de estágio. Nesse artigo serão apresentados os elementos que norteiam a realização do Estágio Supervisionado e a reflexão sobre algumas das atividades desenvolvidas pelos alunosestagiários. Dentre as atividades desenvolvidas serão destacadas as experiências vivenciadas durante a realização dos Seminários Integrados e a elaboração dos Diários de Aulas. Os Seminários Integrados constituem atividades em torno de temáticas analisadas sob a óptica de diversas disciplinas do curso, buscando articular se com seu contexto de produção e promovendo uma constante reflexão ao longo das etapas desse processo. Os Diários de Aulas se apresentam como um meio dos alunos-estagiários registrarem suas experiências com a vivência diária do estágio, e refletir sobre elas, constituindo-se em um instrumento que pretende oportunizar o registro e a análise constante de seu próprio aprendizado. O relato das experiências vivenciadas colocadas em diálogo com autores que discutem as questões relativas ao papel do estágio supervisionado na formação de professores, numa perspectiva do profesor-reflexivo nos leva a concluir que o redimensionamento do estágio tem levado ao enfrentamento de dificuldades como a resistência de alguns alunos-estagiários e professorestitulares das turmas em que se desenvolve o estágio. Entretanto, como resultado final pode-se perceber que, esta situação que ora se impõe como desafio, ora como possibilidades, tem favorecido um debate que vem propiciando uma melhoria na qualidade da formação dos professores, ao lhes possibilitar ainda na formação inicial o exercício de atividades integradoras entre as disciplinas e vivência de uma prática reflexiva. Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Formação de Professores. Licenciatura em Biologia.

10433 Introdução Ao longo do século XX a lógica da estruturação dos cursos de Licenciatura estava fundamentada na concepção epistemológica da racionalidade técnica, de acordo com a qual a teoria é colocada de um lado e a prática de outro, configurando-se uma relação de subordinação das disciplinas pedagógicas consideradas as disciplinas práticas, em detrimento das teóricas consideradas as disciplinas científicas. Esse formato que ficou conhecido como 3 + 1, significando os três anos iniciais do curso que correspondiam a formação teórica e 1 ano, final, de prática, representado pelas disciplinas pedagógicas, incluindo o Estágio Supervisionado. Esse modelo, 3 + 1, foi bastante discutido e criticado no final do século XX por vários estudiosos da área, como Pérez Gomes (1992, p.98), que descreve essa visão curricular dicotômica da seguinte maneira: Os currículos são normativos, com a seqüência de conhecimentos dos princípios científicos relevantes, seguidos da aplicação destes princípios e de um practicum, cujo objetivo é aplicar na prática cotidiana os princípios da ciência estudada. Dentro da racionalidade técnica o desenvolvimento de competências profissionais deve colocar-se, portanto após o conhecimento científico básico e aplicado, pois não é possível aprender competências e capacidades de aplicação antes do conhecimento aplicável. Piconez (1998) corrobora o posicionamento de Pérez Gomes ao considerar a concepção, temporal e funcional, que configura a disciplina Estágio Supervisionado nos currículos dos cursos de licenciatura como: uma disciplina de complementação, ou seja, a ser realizada no final do curso com a função de oportunizar que o licenciando colocasse em prática o que foi aprendido anteriormente, ou seja, para complementar a sua formação. Os reflexos desses debates rebateram na elaboração da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LDB 9394/96, que atendendo aos anseios dos sujeitos envolvidos no processo de pesquisa e formação de professores, propõe novas diretrizes para o Estágio Supervisionado, concebendo-o como componente curricular articulado e orientado pelos princípios da relação teoria e prática, e caracterizado pela relação entre as especificidades de discussão dos aspectos básicos dos conteúdos específicos (de cada curso: Biologia, Química, Física, etc.) e das teorias da aprendizagem aplicadas em forma de ensino, pesquisa e extensão.

10434 A obrigatoriedade do estágio curricular na formação profissional está definida na legislação federal LDB 9394/96 e nos atos normativos dali originados. Mais especificamente identifica-se sua normatização no Parecer CNE/CP 27/2001, que estabelece que o estágio curricular supervisionado deve ser realizado em escolas de educação básica, e no Parecer CNE/CP 28/2001, que prevê que o Estágio Supervisionado deve ser vivenciado durante o curso de formação e com tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões da atuação profissional. No presente artigo apresentaremos a proposta de trabalho desenvolvida por professores de Estágio e de outras disciplinas do Curso de Licenciatura em ciências Biológicas do CESUPA (Centro Universitário do Pará), refletindo sobre as dificuldades enfrentadas, bem como sobre a superação dessas dificuldades e os aspectos positivos no que se refere a construção de uma identidade docente a partir de uma formação inicial pautada na vivência de práticas reflexivas e interdisciplinares. O Estágio Supervisionado no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas CESUPA: princípios e objetivos O Estágio Supervisionado visa inserir o aluno do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas no contexto de espaços educativos, para que através dessa vivência, possam percebê-los como espaços múltiplos de organização e desenvolvimento do trabalho pedagógico. As ações do estágio supervisionado são desenvolvidas em quatro momentos distintos (5 o, 6 o, 7 o e 8 o semestres), em espaços educativos diversos, de maneira a possibilitar aos alunos-estagiários o contato com diferentes realidades pedagógicas (CASTRO, 2006). Assim sendo as atividades são desenvolvidas da seguinte maneira: a) Estágio Supervisionado I (5 o sem.) Escola pública ensino fundamental (Ciências 6º. ao 9º. ano) b) Estágio Supervisionado II (6 o sem.) Escola particular ensino fundamental (Ciências 6º. ao 9º. ano) c) Estágio Supervisionado III (7 o sem.) Escola pública ensino médio (Biologia 1 o ao 3 o ano) d) Estágio Supervisionado IV (8 o sem.) Escola particular ensino médio (Biologia 1 o ao 3 o ano)

10435 O Estágio Supervisionado tem como objetivos: a) Proporcionar ao aluno-estagiário as vivências inerentes ao contexto dos espaços educativos (relação professor-aluno; organização do espaço de ensino e de aprendizagem; currículo; atendimento às diferenças; estratégias e procedimentos de ensino; avaliação da aprendizagem); b) Promover uma reflexão critica sobre o fazer pedagógico; c) Desenvolver regências de aulas como preparação teórico-metodológica para futura atuação profissional; d) Estimular e promover a reflexão e a vivência de procedimentos metodológicos no processo ensino-aprendizagem que propiciem uma prática dinâmica e inovadora; e) Realizar intercâmbio e parcerias com instituições escolares públicas e privadas para conhecimento de projetos educativos desenvolvidas pelas mesmas. Visando alcançar os objetivos propostos os diferentes períodos do Estágio têm uma meta em comum que é: observação e participação do contexto educativo a partir de elementos como: o projeto político-pedagógico, o planejamento da ação didática, as estratégias e procedimentos de ensino-aprendizagem, a relação professor-aluno e a questão da ética no trabalho docente, nos diferentes níveis e redes de ensino. Mas, possuem também metas específicas para cada período que são: a) Estágio Supervisionado I Elabora e implementa um projeto de pesquisa sobre o ensino e a aprendizagem de Ciências Naturais; b) Estágio Supervisionado II - Contextualiza a prática docente por meio de regências de classe; c) Estágio Supervisionado III- Elabora e aplica projetos para o ensino e a aprendizagem de Biologia; d) Estágio Supervisionado IV - Elabora e executa de um projeto de intervenção. O Estágio Supervisionado no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas CESUPA: experiências e reflexões Nesta sessão abordaremos duas experiências executadas ao longo da realização do estágio supervisionado do Curso abordando suas naturezas, aplicações, dificuldades e êxitos, bem como sua colaboração no processo de construção da identidade docente dos licenciandos em Biologia.

10436 Os Seminários Integrados: uma experiência interdisciplinar Os Seminários Integrados apresentam-se como possibilidade de uma vivência interdisciplinar, contextualizada e reflexiva, na medida em que permitem a realização de atividades em torno de temáticas analisadas sob a óptica de diversas disciplinas do curso, buscando articular se com seu contexto de produção e promovendo uma constante reflexão ao longo das etapas desse processo. Os trabalhos devem ser estruturados de modo que o aluno demonstre ser capaz de abordar os temas sob o enfoque das diversas disciplinas, integrandoas. O Seminário Integrado III, de acordo com o que está previsto no Projeto do Curso, por se realizar no 5º. Período, no qual se dá o ingresso efetivo dos licenciandos nas escolas através do Estágio Supervisionado I, deve ter como produto atividades nas escolas. E foi nessa perspectiva que o Seminário Integrado III, trabalhou a Produção de Modelos Didáticos, a serem confeccionados a partir da Temática: Briófitas como Habitat para Invertebrados. A realização desse seminário envolveu as seguintes disciplinas: Estágio Supervisionado I, Prática Docente V: Identidade dos Seres Vivos, Prática em Educação Ambiental, Seres Vivos III: Plantas Criptógamas e Seres Vivos IV: Parazoa, Radiata e Protostomados. E teve como objetivos: exercitar o método de pesquisa científica, assim como a prática docente; desenvolver uma prática docente voltada para integração entre as disciplinas; promover articulação entre os conteúdos trabalhados em sala e o contexto em que ocorrem; estimular a reflexão e análise dos assuntos abordados; estimular a interação dos alunos através do trabalho de equipe, assim como dos alunos e professores através da orientação acadêmica; conceber, construir e administrar situações de aprendizagem e de ensino adequadas à disseminação do saber científico produzido. Os trabalhos foram desenvolvidos por equipes estruturadas de acordo com o campo de estágio em que estavam lotados os alunos, portanto, sendo 05 (cinco) as escolas para o estagio I resultaram em 05 (cinco) grupos. A partir da temática Briófitas como Habitat para Invertebrados, foram definidos os 05 (cinco) sub-temas a serem trabalhados por cada uma das equipes. Os sub-temas foram os seguintes: Briófitas como habitat para Rotífera; Briófitas como habitat para Nematoda; Briófitas como habitat para Annelida; Briófitas como habitat para Insecta (Arthropoda); e Briófitas como habitat para Arachnida (Arthropoda). O trabalho foi desenvolvido pelas equipes obedecendo às seguintes etapas:

10437 a) Elaboração de um mini-projeto para confecção do Modelo, em que deveria conter informações como: tema, sub-tema, objetivos, material utilizado e instruções para confecção e aplicação. Foi recomendado aos alunos que utilizassem prioritariamente material reciclável e/ou reutilizável; b) Confecção dos Modelos Didáticos; c) Apresentação Prévia para as professoras responsáveis pelo Seminário e para a turma; d) Aplicação dos Modelos Didáticos, em aulas ministradas pelos estagiários, nas turmas de 6ª. Série das Escolas Campos de Estágio, versando sobre o Tema/Sub-tema; e) Elaboração de Relatório contendo basicamente: introdução, revisão bibliográfica, relato das atividades realizadas e análise crítica da atividade; f) Exposição Interativa dos Modelos Didáticos e Relato da Experiência no CESUPA. Os materiais produzidos variaram não só em função da (sub)temática, mas também do material utilizado, da sua estrutura, tamanho, representatividade e etc. Em todas as etapas do processo de construção e aplicação do material, assim como no momento de socialização das experiências, os alunos foram assessorados pela equipe de professoras responsáveis pelo Seminário. Esse assessoramento se deu a partir dos encontros periódicos para orientação acadêmica, onde foram apresentados e discutidos: os mini-projetos, as versões preliminares dos modelos, os relatórios, etc. As professoras orientadoras dos seminários também se alternaram nas escolas para acompanhar a apresentação do material durante as aulas e acompanharam em conjunto o momento de socialização no CESUPA. De uma maneira geral os Seminários Integrados de que temos participado (orientado), ou que temos acompanhado (assistido), tem tido uma avaliação positiva por parte da maioria dos atores envolvidos, porque se revelam como momento de criação e integração, que permitem experiências de interdisciplinaridade, considerando que A interdisciplinaridade está no âmago de cada disciplina. As disciplinas não são fatias do conhecimento, mas a realização da unidade do saber nas particularidades de cada uma.(gadotti-barcellos, 1993, p.31) O caso particular do Seminário Integrado III, aqui apresentado, nos permitiu vivenciar com nossas colegas professoras e com nossos alunos-estagiários inúmeras experiências e

10438 situações, que transitaram entre o conflito, a perplexidade e a satisfação. Dentre todos os momentos vividos destacamos como os mais ricos, sob o nosso ponto de vista: a apresentação dos modelos nas escolas e a exposição interativa no CESUPA. O momento de apresentação do material para as turmas nas escolas representou inicialmente um momento de tensão para muitos dos alunos-estagiários que estavam pela primeira vez assumindo uma turma na condução de uma aula, entretanto passado esse momento de tensão inicial, o que pode se constatar, pela observação direta ou pelos relatos apresentados, foi o sentimento de entusiasmo e realização que predominou no momento da análise crítica nos relatórios, e que pode ser ilustrada por manifestações como: Ao desenvolver-se a atividade em sala de aula com os alunos, pode-se perceber que eles não estavam buscando respostas fáceis ou receitas, mas estavam desejando serem desafiados intelectualmente e reconhecidos pelo que sabem e o que são capazes de fazer. (Grupo de Briófitas como habitat para Arachnida) As crianças na segunda atividade, que era construir os personagens da história com massa de modelar, na maioria cooperou positivamente, já que ficaram fascinados com a dinâmica [...] muitos surpreenderam criando seus próprios modelos. (Grupo de Briófitas como habitat para Rotífera) Essas manifestações que parecem revelar uma aprendizagem dos conhecimentos científicos em sala de aula como um desafio prazeroso, significativo para todos, tanto para o professor quanto para o conjunto de alunos que compõem a turma (DELIZOICOV, 2002, p.153) A Exposição Interativa, momento de apresentação para comunidade acadêmica em geral, no CESUPA, também representou momento de partilha e construção de conhecimento para todos, na medida em que permitiu além da divulgação do material produzido, a reflexão de todo processo de construção e aplicação dos Modelos, contribuindo significativamente para formação desses futuros professores, ao lhes oportunizar uma ação reflexiva sobre sua própria prática. Os Seminários Integrados desde sua origem vem representando um momento de encontro e reflexão para os professores e alunos do Curso, já tendo sofrido ajustes no sentido de se adaptar as exigências e necessidades da comunidade acadêmica, consolidando-se cada vez mais como atividade desafiadora e por isso mesmo enriquecedora para ação educativa dos professores formadores e dos professores em formação.

10439 Os Diários de Aulas Os Diários de Aulas representam mais uma das atividades desenvolvidas pelos alunos do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas durante a realização do Estágio Supervisionado. E se apresenta como um meio dos alunos-estagiários registrarem suas experiências com a vivência diária do estágio, e refletir sobre elas, constituindo-se em um instrumento que pretende oportunizar o registro e a análise constante de seu próprio aprendizado. Como o nome diz, trata-se de um diário, a ser preenchido ao longo do trabalho do semestre, com riqueza de detalhes que caracterizam cada um dos momentos vividos, isto inclui: datas, locais, atividades, descobertas, dúvidas, idéias novas que tenham lhe ocorrido e suas reflexões. O diários de aulas ao constituírem um conjunto de narrações que refletem as perspectivas do professor, nas dimensões objetiva e subjetiva, sobre os processos mais significativos da sua ação, possibilita uma perspectiva diacrônica das situações vividas pelo professor e, portanto, da sua evolução e desenvolvimento profissional num determinado período de tempo (ZABALZA, 2004). Além disso, o diário de aula pode ser considerado uma das estratégias com possibilidades de contribuir significativamente para a formação de professores, na medida em que ao associar a escrita a atividade reflexiva, permite ao professor uma observação mais profunda dos acontecimentos da prática. A construção dos diários de aula se processa de maneira individual, devendo cada um dos alunos-estagiários efetuar o registro detalhado de fatos, práticas, experiências vivenciadas, condições estruturais e pedagógicas, relações interpessoais, e todos os demais elementos que permeiam o contexto escolar em que os estagiários se encontram inseridos. A cada um dos aspectos apresentados deve-se associar uma reflexão, que deverá inclusive estar ancorada a uma referência bibliográfica que possa lhe dar suporte. Os diários elaborados devem ser discutidos em sala de aula, na faculdade, com o professor-supervisor do estágio, e em algumas situações socializados com a turma para debate e reflexões. Esses momentos de debate têm se mostrado bastante frutíferos na medida em que promovem um intercâmbio de experiências capaz de identificar pontos em comum, que permitem que os sujeitos desconstruam impressões de singularidade da situação vivenciada, passando a encará-las com maior naturalidade, e conseqüentemente, aumentando a segurança para seu enfrentamento. Percebe-se, também, que o processo de debate e reflexão em grupo propicia um avanço no processo de reflexão dos diários elaborados subseqüentes.

10440 É nessa perspectiva que a equipe de professores do Estágio Supervisionado vem trabalhando junto aos alunos-estagiários a proposta de elaboração dos diários, por entendê-los como estratégia capaz de desencadear o processo a que Schon (1995) designou como "reflexão sobre a reflexão na ação", que seria o olhar retrospectivamente para a ação e refletir sobre o momento da reflexão na ação: o que aconteceu, o que o professor observou, que significados atribuiu e que outros significados pode atribuir ao que aconteceu. Alguns alunos têm apresentado dificuldades em construir diários que expressem esse nível de reflexão, mas o que se pode perceber é que com o avanço dos períodos, e a conseqüente vivência dessa prática, ocorre um amadurecimento desses profissionais em formação, como podemos observar ao analisar os diários de um mesmo estagiário em diferentes momentos do estágio, conforme ilustra os trechos extraídos dos diários da alunaestagiária N: A professora (J) utiliza basicamente o quadro e o livro-texto. O livro-texto é basicamente a única fonte de informação utilizada; trechos são selecionados e copiados no quadro; a explicação utiliza as próprias palavras do livro. A aula é puramente expositiva e com poucas interações. (Estagiária N, Estágio I, 5o. período) Não é que o ensino tradicional não tenha seu valor e suas vantagens; o problema é ele ser o único utilizado. Qualquer método, por mais inusitado e promissor que seja, apresenta falhas se for o único apresentado aos alunos. Variar é importante para manter o interesse não só dos discentes, mas dos próprios docentes, que repetem a mesma rotina por décadas. (Estagiária N, Estágio IV, 8o. período) O que se pode perceber nos trechos apresentados é uma evolução na abordagem da aluna-estagiária ao discutir questões relativas às metodologias adotadas em sala de aula, uma vez que no fragmento do Diário do Estágio I (5o. período) a mesma restringe-se a descrever as aulas observadas, enquanto que nos escritos referentes ao Estágio IV (8o. período) é possível identificar uma ação mais reflexiva, no momento em que questiona o emprego de uma única metodologia e infere sobre suas conseqüências na ação docente. Outro aspecto a ser considerado na análise dos diários diz respeito as reflexões feitas pelos estagiários acerca da sua futura atuação profissional, como pode ser observado nos fragmentos que seguem:

10441 A maioria dos procedimentos atitudinais e metodológicos utilizados pela professora que estagio, não estão de acordo com o que gostaria de propor aos meus alunos futuramente. Todavia, essas disparidades ou similaridades servem como um modo de reflexão para o que queremos ser, como futuros professores. Sendo necessário refletir o que estou buscando na sala de aula, e qual a contribuição que posso oferecer e aproveitar dos alunos. (Estagiária D, Estágio Supervisionado I, 5o. periodo) Não sei até quando o modelo de educação tradicional com aulas puramente teóricas e secas irá atuar em nosso país,mas, creio que a partir da socialização e de uma movimentação ativa de novos professores que tem a oportunidade de realizar em seus cursos uma prática docente eficaz, poderá transformar esse modelo em outro bem mais participativo e consistente com a realidade dos alunos. Para Chassot (1993), a linguagem da Ciência deve facilitar nossa leitura de mundo natural para que possamos entender nós mesmos e o ambiente que nos cerca. (Estagiário M, Estágio Supervisionado IV, 8o. periodo) Através de manifestações como essas é possível perceber que a forma de inserção do no contexto do ambiente escolar e a abordagem que vem sendo dada as atividades desenvolvidas durante o estágio, permitem que o estagiário perceba os desafios que a carreira docente lhe oferecerá, podendo assim refletir sobre a profissão que irá assumir. Enfim, acreditamos que, como atividade capaz de sistematizar elementos constituintes do percurso de formação profissional, os Diários de aulas elaborados durante o Estágio, têm se revelado bastante significativos, ao permitirem exercícios de reflexão, que propiciam a aproximação entre teoria e prática, a construção de saberes, e a autodescoberta / auto-análise / autoformação, pois assim como Busato (2005) incorporamos a idéia de que modificar e construir alternativas para ressignificar o processo de avaliação do estágio nos cursos de licenciatura requer pensar em caminhos teórico-metodológicos, em pontos de partida para reflexão e teorização da prática. Considerações Finais O caráter de obrigatoriedade instituído ao Estágio Supervisionado, como condição do currículo mínimo de qualquer curso de formação profissional, geralmente se reveste de pesar para os alunos-estagiários que de modo geral assimilaram a cultura instituída no país de desvalorização da profissão docente nos seus diversos aspectos. Por outro lado a implementação dessas horas obrigatórias bem como a orientação de que esse componente curricular deve acompanhar a formação do professor permite que as instituições por meio de suas propostas oportunizem a esse aluno rever e transformar sua visão, visualizar e aplicar metodologias próprias ao ensino das ciências mediante a inserção na vivencia escolar e na prática de outros professores.

10442 O estágio proposto e desenvolvido a partir das práticas ora relatadas, além de outras desenvolvidas ao longo dos diferentes períodos e campos em que o mesmo se desenvolve, busca a superação da concepção do estágio como uma ação pragmática e tecnicista, tentando transformá-lo diante do olhar do aluno-estagiário e do professor-titular das turmas de ensino fundamental e médio em uma oportunidade de exercício da criatividade, da inovação e da reflexão sobre a ação docente. Nesse sentido, ações que promovem a integração das atividades do Estágio com outras disciplinas do curso, como é o caso dos seminários integrados, são fundamentais para a formação desses futuros professores, pois representam além da otimização do tempo, do exercício da interdisciplinaridade a superação da dicotomia entre disciplinas da prática as pedagógicas e disciplinas da teoria as cientificas, atuando em um continuum possível e aplicável. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996. BUSATO, Zelir Salete Lago. Avaliação nas práticas de ensino e estágios: a importância dos registros na reflexão sobre a ação docente. PortoAlegre: Mediação, 2005. CASTRO, Sinaida Maria Vasconcelos. Manual de estágio supervisionado. [Belém]: Centro Universitário do Pará, 2006. Não paginado. DELIZOICOV, Demétrio et all. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002 (Coleção Docência em Formação) GADOTTI, Moacir e BARCELLOS, Eronita Silva. Construindo a escola cidadã no Paraná. Brasília, MEC, 1993 (Cadernos Educação Básica). PÉREZ GÓMEZ, Angel. O pensamento Prático do Professor - A formação do professor como profissional reflexivo. In: NÓVOA, Antonio (coord.). Os Professores e a sua Formação. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1992. PICONEZ, Stela C.Bertolo (Coord.) A Prática de Ensino de Estágio Supervisionado. 10 ed. Campinas, SP: Papirus, 2004 (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico) SCHÖN, Donald. Formar professores como profissionais reflexivos. In: Nóvoa, Antonio. (coord.). Os professores e a sua formação. 2º ed. Lisboa: D. Quixote,1995.

10443 ZABALZA, Miguel. Diários de aula. Contributo para o estudo dos dilemas práticos dos professores. Porto Alegre: ArtMed, 2004.