PROJETO MÚSICA NO CÂMPUS: CULTURA NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA AMARAL, Janaynne Carvalho 1 ; CRUVINEL, Flávia Maria 2 Palavras-chaves: extensão universitária, cultura, música. Introdução O Plano Nacional de Extensão, publicado em novembro de 1999, estabelece o seguinte: A Extensão Universitária é o processo educativo, cultural e científico, que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade. (COLEÇÃO EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA V.6, 2007, p.17). O Plano define quatro Diretrizes para a Extensão Universitária, sendo elas: Impacto e Transformação, Interação Dialógica, Interdisciplinaridade e Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão. Impacto e transformação: estabelece uma relação entre universidade e sociedade tendo em vista uma atuação voltada para os interesses da comunidade; interação dialógica: tem como objetivo democratizar o conhecimento acumulado da universidade relacionando-o com os conhecimentos populares; interdisciplinaridade: caracteriza-se pela interação de conceitos e metodologias complementares objetivando a estruturação de atividades multitemáticas e interinstitucionais. Resumo revisado pela Coordenadora da Ação de Extensão Música no Câmpus - código PROEC 32, Profa. Flavia Maria Cruvinel. 1 Universidade Federal de Goiás (UFG) menequete@gmail.com 2 Universidade Federal de Goiás (UFG) fmcruvinel@gmail.com
E por último, a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão estabelece que toda a extensão deverá estar ligada ao processo de produção de conhecimento e contribuir para a formação de cidadão do estudante. A cultura na extensão universitária é indispensável para o desenvolvimento da sociedade. A Universidade tem como compromisso social difundir e democratizar a cultura, pois o seu acesso ainda é desigual, já que existem dados que reportam às pessoas que nunca foram ao teatro, cinema, museu ou concerto 3. Nesta perspectiva, ARRUDA apud VIANA (2011) diz que cultura e extensão se complementam e não existe realmente extensão senão estiver baseada em cultura, e estas duas áreas não existem sem ensino e pesquisa, porque senão se torna apenas assistencionalismo. A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás, como gestora e produtora cultural, tem a como política fortalecer, valorizar e difundir as diversas manifestações culturais existentes na sociedade, além de fomentar novas demandas e espaços de cultura e inovação. O projeto de extensão e cultura Música no Câmpus, iniciado em 2009, tem como objetivo levar a comunidade acadêmica e geral, à assistir shows e concertos que reflitam a riqueza e a diversidade cultural brasileira, apresentando a UFG como pólo cultural. O Música no Câmpus, entre 2009-2011, trouxe shows de variados gêneros musicais, com atrações nacionais e locais, aproximando a Universidade e a Comunidade, democratizando o acesso a bens culturais. Metodologia O Projeto tem como metodologia a realização de shows a preços populares, sendo R$10,00 (meia) e R$20,00(inteira); de conversas com os artistas no dia do show para o público em geral com entrada livre; e a formação de platéia com foco nas escolas públicas. 3 Cultura em números (MINISTÉRIO DA CULTURA, 2010)
O projeto teve parcerias externas como: SESC/Goiás, Fundação de Pesquisa da UFG, SEBRAE, entre outros parceiros. Para desenvolver as atividades promovidas, o projeto contou com a participação de estudantes bolsistas e voluntários de diferentes cursos de graduação. A divulgação do projeto é realizada por meio de cartazes, de flyers, de banners, de camisetas, de outdoors, da Página UFG, do Jornal UFG, da Rádio Universitária, da Rádio Executiva e da mídia espontânea jornais, televisão, rádio, revista e Orkut, twitter e facebook. Através do facebook o projeto divulga os shows, e os membros da página podem saber mais sobre o trabalho do artista, sendo publicadas fotos, vídeos; além disso, podem tirar dúvidas, deixar comentários, abrindo um diálogo direto com a coordenação e equipe realizadora. Resultados e discussão O projeto promoveu a realização de três shows na temporada de 2009 com Hamilton de Holanda Quinteto, Mônica Salmaso e Pau Brasil, e Lenine; cinco shows em 2010 com Antônio Nóbrega, Zeca Baleiro, Teresa Cristina, Leila Pinheiro, Nelson Faria e Banda Pequi, Gilberto Gil e Macaco Bong, cinco shows com oito atrações em 2011 com Tom Zé, Mawaca, Umbando, Juraíldes da Cruz, Xangai, Tetê e Alzira Espíndola, Céu e Ná Ozzeti. O público atingido nas temporadas de 2009-2011 foi de 35.200 (trinta e cinco mil e duzentos) espectadores, com uma média de 2.707,69 pessoas/show. Os shows aconteceram no Centro de Cultura e Eventos da UFG Professor Ricardo Freua Bufáiçal, Câmpus Samambaia. Participaram das conversas: Hamilton Holanda Quinteto (22 de setembro de 2009), Mônica Salmaso e Pau Brasil (10 de novembro de 2009), Antônio Nóbrega (27 de abril de 2010), Tereza Cristina (21 de setembro de 2010) ocorridos no Teatro Belkiss Spencière Carneiro de Mendonça- Escola de Música e Artes Cênicas da UFG Câmpus Samambaia; e ainda, Leila Pinheiro, Nelson Faria e Banda Pequi (16 de novembro de 2010) no
SEBRAE-Goiás; Tom Zé (26 de abril de 2011) e Magda Pucci Mawaca (21 de junho de 2011) ocorridos na Escola de Música e Artes Cênicas da UFG. A média de público aproximado foi de 200 pessoas por conversa, totalizando em aproximadamente 1400 pessoas. Na Rede Pública de Ensino, 6.600 (seis mil e seiscentos) alunos foram beneficiados com as ações do projeto, através da parceria da UFG com a Daluz Cultura no Projeto Educarte. Conclusões O Projeto Música no Câmpus, desde 2009, proporciona às crianças, aos jovens e aos adultos o contato com gêneros musicais diversos: choro, MPB, bossa nova, samba, frevo, pop, rock, tropicalismo, soul, jazz, afrobeat e música acústica. A partir de ingressos a preços populares e a disponibilização de convites para estudantes da rede pública de ensino, acredita-se que o projeto democratiza o acesso aos bens culturais, mostrando o alcance da cultura em seus variados aspectos. Da mesma forma, o projeto promove a diversidade cultural e a democratização do acesso aos shows, proporcionando a aceitação às diferenças, diminuindo os preconceitos e os estereótipos, transformando as diferenças em oportunidades de aprendizado, estimulando o cidadão comum que conheçam estilos musicais que não são divulgados pela mídia e músicas que não possuem apenas conteúdos emotivos, mais que discutem problemas sociais. Pelo exposto, conclui-se que o Projeto Música no Câmpus, promove uma extensão cultural de grande impacto na UFG e na cidade de Goiânia, contribuindo para o desenvolvimento da fruição, do conhecimento, da reflexão e do espírito crítico da comunidade acadêmica e da sociedade goianiense. Referências Bibliográficas FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS. Extensão Universitária: Organização e Sistematização. Belo Horizonte: Coopmed, 2007. (Coleção Extensão Universitária v.6).
MINISTÉRIO DA CULTURA. Cultura em números: Anuário de estatísticas culturais. 2 ed. Brasília, DF, 2010. 252p. Disponível em:<http://culturadigital.br/ecocultminc/files/2010/06/cultura-em-n%c3%bamerosweb.pdf> Acesso em: 19 abr. 2012. ROCHA JUNIOR, A.F (Org). Cultura e extensão universitária: A produção de conhecimento comprometida com o desenvolvimento social. São João del Rei,MG: Malta, 2008.196p. VIANA, E. O papel da cultura e extensão universitária em debate. Disponível em: <http://www.usp.br/imprensa/?p=13910>. Acesso em: 16 abr. 2012. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. Coordenação de cultura. Relatório Projeto Música no Câmpus 2009-2011. Goiânia: PROEC-UFG, 2011.9p.