A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde.



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Transcrição:

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Ivan Fonseca Chebli Cirurgião dentista SMS Juiz de Fora Rio de Janeiro, 30 de Julho de 2012.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Século XIX Primeiras Iniciativas de Proteção Social : Em Vila Rica (atual Ouro Preto) surgiu a primeira cooperativa de que se tem notícia no Brasil. Ela visava a assegurar aos seus cooperados caixão e velório, isto é, buscava-se a dignidade na hora de morrer.

Perfil Epidemiológico Predomínio das doenças transmissíveis: Febre amarela Varíola Tuberculose Sífilis Endemias rurais.

Cenário Político e Econômico Desenvolvimento do capitalismo no Brasil excedente econômico primeiras indústrias investimento estrangeiro. - Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária,

# Ameaças aos interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR intervenção do Estado organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias; # O Modelo de Atenção campanhista era definido pela necessidade econômica dos setores oligárquicos;

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Século XX Intensificação das demandas por proteção social : Surgiram as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) regulamentadas pela Lei Eloy Chaves, em 1923 definindo sua atuação e o início da Previdência Social no Brasil. Tratavase do embrião de um sistema de proteção social presidido, no entanto, pela lógica de seguro.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) : É a primeira vez que o Estado interfere para criar um mecanismo destinado a garantir ao trabalhador algum tipo de assistência. Todavia, o direito às CAPs é desigual, pois elas são organizadas somente nas empresas que estão ligadas à exportação e ao comércio (ferroviárias, marítimas e bancárias), atividades que na época eram fundamentais para o desenvolvimento do capitalismo no Brasil. As empresas recolhiam mensalmente as contribuições. Os fundos proviam as aposentadorias e pensões, socorros médicos que se estendiam aos familiares, medicamentos obtidos por preço especial, pensão para os herdeiros em caso de morte, despesas em caso de acidentes de trabalho.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Anos 30 : Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública Os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) absorveram a maior parte das antigas CAPs e buscaram prover cobertura aos trabalhadores dos mais diversos segmentos contra alguns riscos sociais.

A mudança que ocorreu não foi somente nas siglas, mas também na forma de administração. Enquanto a CAP era formada por um colegiado de empregados e empregadores, a direção dos IAPs cabia a um representante do Estado, sendo assessorado por um colegiado sem poder deliberativo, o qual ainda era escolhido pelos sindicatos reconhecidos pelo governo

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. 1966. Decreto nº 72: agregação dos IAPs e criação da previdência no INPS Instituto Nacional de Previdência Social. Esta mudança, no entanto, não alterou a lógica de seguro; Os benefícios permaneciam restritos aos trabalhadores do mercado formal que contribuíam ao sistema previdenciário.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Aos indivíduos excluídos do mercado formal de trabalho, uma dupla penalidade: privação de melhores condições de trabalho e exclusão da cobertura médico-hospitalar. Restava-lhes disputar com os mais pobres e indigentes a assistência ofertada pelas Santas Casas de Misericórdia.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde Com esta unificação a arrecadação da previdência aumenta tanto que passa a ser quase igual à do orçamento nacional, mas seu perfil é assistencialista e não tem nenhum controle das classes assalariadas. Em 1968 o governo anuncia linhas de financiamento a Em 1968 o governo anuncia linhas de financiamento a fundo perdido para a construção de hospitais particulares para aumentar o número de leitos e atender os trabalhadores inscritos na Previdência Social. Neste mesmo período o governo aumentou o atendimento para trabalhadores rurais através do FUNRURAL (fundo dos trabalhadores rurais), mas que poucos anos mais tarde seria extinto, permanecendo apenas a sigla.

1972 = previdência para autônomos e empregadas domésticas; 1973 = previdência para trabalhadores rurais FUNRURAL 1974 = criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS):

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde Fim do milagre econômico brasileiro 1974 a 1979: pressões populares e reivindicações por melhores condições de vida. Distensão política.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde No final da década de 70 e início de 80: A Crise econômica provoca forte mobilização da sociedade por democracia e direitos sociais. 1982 : Eleições Diretas para Prefeituras de Capitais e Governos Estaduais. 1985 : Eleição Indireta Colégio Eleitoral 1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde, que aprovou um relatório, cujas bases constituíram o projeto de Reforma Sanitária Brasileira. 1986 : Nova república e sua Carta de Compromissos com o Povo Brasileiro. 1987 : Convocação da Assembléia Nacional Constituinte

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Constituição Federal de 1988 e seus objetivos redistributivos : Financiamento da Seguridade por orçamento próprio (OSS) e responsabilidade de financiamento pelos três níveis de governo. Criação de novas fontes de receita para a Seguridade (COFINS, PIS/PASEP, CSLL).

CF de 88 TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL SEÇÃO II DA SAÚDE ART. 194. A SEGURIDADE SOCIAL COMPREENDE UM CONJUNTO INTEGRADO DE AÇÕES DE INICIATIVA DOS PODERES PÚBLICOS E DA SOCIEDADE, DESTINADAS A ASSEGURAR OS DIREITOS RELATIVOS À SAÚDE, À PREVIDÊNCIA E À ASSISTÊNCIA SOCIAL.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Mudança de paradigma da proteção social no Brasil, das primeiras iniciativas de proteção social surgidas no Brasil, no século XIX, até a promulgação da Constituição Federal CF de 1988: Superação do conceito de seguro (cobertura ao contribuinte direto) para o conceito de seguridade social (cobertura ao cidadão): Saúde, Previdência Social, Assistência Social são direitos de cidadania. Eliminou-se assim a dupla punição ao cidadão brasileiro: exclusão do processo econômico formal e exclusão da cobertura contra riscos sociais.

A Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde. Estabeleceu mecanismos redistributivos e a garantia de um financiamento mais seguro e estável às políticas de proteção social. Ampliou o leque de direitos sociais, buscou assegurar fontes de financiamento adequadas para o custeio dos novos benefícios, pelo estabelecimento do Orçamento da Seguridade Social OSS. Estabeleceu as contribuições sociais específicas para o OSS, a fim de blindar o financiamento da política social contra as flutuações cíclicas da economia. Imposto sem destinação pré-determinada Contribuições com destinação pré-fixada.

Orçamento da Seguridade Social Além das contribuições de empregados e empregadores sobre a folha de salário para a previdência, já existentes, foram acrescidas as seguintes contribuições sociais: O faturamento das empresas, através do já existente Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL), que foi transformado em Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); O Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP); O lucro líquido das empresas, com a criação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Uma parcela da receita de loterias. Ainda no período de 1996 a 2007, foi acrescentada a Contribuição Provisória sobre a Movimentação CPMF, extinta em 2007 por decisão do Senado Federal. O OSS ainda conta com receitas próprias e recursos do Orçamento Fiscal.

O SUS E A RESPONSABILIDADE DOS ENTES DA FEDERAÇÃO NO SEU FINANCIAMENTO Art.196 da Constituição Federal de 1988 : A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 198 da C.F. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III participação da comunidade. 1º - O sistema único de saúde será financiado, nos termos do Art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes

A saúde sofre influência direta de outras políticas públicas, como as de emprego e renda, alimentação e nutrição, saneamento, educação e proteção ao meio ambiente, como fatores determinantes e condicionantes da situação de saúde da população.

Iniqüidades em saúde e raça/cor

Planejamento e Orçamento no SUS (Art.36 a 38): São ascendentes tendo como base o município Precisam adequar as necessidades aos recursos financeiros disponíveis Necessidades x Recursos Financeiros Plano de saúde em cada esfera O Conselho Nacional de Saúde dita as diretrizes para a elaboração dos Planos de Saúde em cada esfera, (características epidemiológicas/organização dos serviços na jurisdição)

F u n d o Gestão Financeira do SUS Orçamento da seguridade Social Fundo Nacional de saúde Saúde Assistência Social Previdência Social C N S a F u n d o Fundo Estadual de Saúde Fundo Municipal de Saúde Orçamento do Estado Orçamento do Município C E S C M S

LEI 8.142/90 Criada em 28/12/1990, dispõe sobre : Transferências intergovernamentais de recursos financeiros Participação da comunidade na gestão do SUS Conselhos e Conferências de Saúde COMPOSIÇÃO PARITÁRIA 50% USUÁRIOS 50% REPRESENTANTES DO GOVERNO TRABALHADORES DE SAÚDE PRESTADORES DE SAÚDE

Impasses na questão do Financiamento Art. 55, do ADCT: até a edição da primeira LDO (1990), 30% do OSS para as ações e serviços públicos de saúde. As LDO para os anos de 1990 a 1993 As LDO para os anos de 1990 a 1993 reproduziram o disposto no art. 55 do ADCT. Apesar disto, as LOAs do mesmo período não respeitaram o disposto na LDO respectiva.

Impasses na questão do Financiamento Crise de financiamento da saúde em 1992, sanada com empréstimo junto ao FAT. Em 1993, a crise foi agravada, pois além de não cumprir o disposto na LDO, o Ministério da Previdência suspendeu o repasse dos valores arrecadados pelo INSS e os previstos no orçamento para a Saúde. O MS foi obrigado novamente a recorrer ao FAT.

Impasses na questão do Financiamento Sob a gestão de Jamil Haddad, o MS passa então a exigir nas negociações com a área econômica o cumprimento da LDO (30% do OSS para a Saúde). O resultado foi o veto presidencial a este dispositivo na LDO de 1994.

Impasses na questão do Financiamento O descumprimento da destinação original dos recursos do OSS começou a ser institucionalizado com a criação do Fundo Social de Emergência (FSE) em 1994. Esse mecanismo se renova em 1997, sob a denominação de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). Em 2000, este se torna Desvinculação das Receitas da União (DRU). Apesar das variantes expressões, na essência, trata-se do mesmo: mecanismos que possibilitam o desvio de recursos do seu destino original, constitucionalmente determinado.

38 A Seguridade Social experimentou arrecadação crescente de receitas no período de 2002 a 2009, com superávit até 2008, se analisada a despesa por função, quando da extinção da CPMF. Porém, este superavit não foi evidenciado na prática, devido a existência de um mecanismo denominado Desvinculação das Receitas da União DRU, que permite ao governo federal desvincular até 20% de receitas da Seguridade Social, a fim de aumentar a reserva cambial brasileira. A desvinculação de receitas do OSS vem ocorrendo desde 1994, por meio de emendas constitucionais, que instituíram fundos de diferentes denominações (FSE, FEF, DRU), expressões diferentes para mecanismos que possibilitam o desvio de recursos do seu destino original, constitucionalmente determinado.

Impasses na questão do Financiamento Criação da CPMF em 1996. A alíquota foi posteriormente elevada, de 0,20% para 0,38%, destinando-se a diferença para a Previdência Social (0,10%) e Assistência (0,08% - Fundo de Erradicação da Pobreza).

O Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional que prorroga a chamada DRU (Desvinculação de Receitas da União) até dezembro de 2015. A DRU permite ao governo usar livremente em 20% de suas receitas. Em 2012, a DRU significa R$ 62,4 bilhões, referentes à arrecadação de contribuições sociais. O governo utiliza a DRU como mecanismo de ajuste fiscal, deslocando recursos dentro do Orçamento e garantindo o superávit primário.

Propostas de regulamentação do Art. 198 da CF, quanto aos gastos da União em ASPS Período Proposta de gasto em ASPS pela União Descrição 1988 a 1992 Artigo 55 do ADCT 30% do orçamento da Seguridade Social 1991 Plano Plurianual 25% da fonte 154 1993 Lei Orçamentária Anual 15,5% da fonte 154 1993 1995 a 1996 1996 a 1999 Projeto de Emenda à Constituição nº. 169, de Eduardo Jorge, Waldir Pires e outros 140 deputados Projeto de Emenda à Constituição nº. 82/95, do Deputado Federal Carlos Mosconi Projeto de Emenda à Constituição do Deputado José Pinotti Projeto de Emenda à Constituição do Deputado Rafael Guerra Valor fixo per capita Atualização pelo IPC-A 30% do Orçamento da Seguridade Social e 10% de impostos para a saúde 100% da COFINS e 100% da CSLL 5% do Produto Interno Bruto 3% do Produto Interno Bruto Per capita de 160 reais Valor per capita corrigido pela variação do IPC 2000 Emenda Constitucional nº. 29 Valor empenhado pelo Ministério da Saúde, corrigido pela variação nominal do PIB.

Objetivos da Vinculação de Receitas para ações e serviços de saúde 42 Comprometer as três esferas de governo com o financiamento da saúde. Estabelecer fontes estáveis de financiamento, prevenindo crises ou situações de insolvência. Propiciar o planejamento necessário à sustentabilidade do SUS. Garantir a continuidade dos gastos do sistema com base no financiamento público e cobertura universal. 42

Recursos mínimos de aplicação dos entes federados em ASPS, estabelecidos pela Emenda Constitucional 29 de 2000, União, o montante aplicado no ano anterior corrigido pela variação nominal do PIB do ano anterior. Estados, 12% da receita de impostos estaduais. Municípios, 15% da receita de impostos municipais. Para Estados e Municípios, foi definido um processo de transição a partir do mínimo de 7% em 2000, até atingir os percentuais, respectivamente, de 12% e 15%, em 2004

Receitas vinculadas para gastos em ações e serviços públicos de saúde ESTADOS :12% Impostos e transferências (+) Receitas de Impostos Próprios Estaduais: ICMS, IPVA, ITCMD (+) Receitas de Impostos Transferidos pela União: FPE, IRRF, IPI Exportação, ICMS Exportação (Lei Kandir) (+) Receita de Dívida Ativa Tributária de Impostos (-) Transferências Financeiras Constitucionais e Legais a Municípios ICMS (25%), IPVA (50%), IPI Exportação (25%), ICMS Exportação - Lei Kandir (25%) MUNICÍPIOS : 15% Impostos e Transferências (+) Receitas de Impostos Próprios Municipais: IPTU, ISS, ITBI (+) Receitas de Impostos Transferidos pela União e pelo Estado. FPM, ITR, IRRF, ICMS, IPVA, IPI Exportação, ICMS Exportação (Lei Kandir) (+) Receita de Dívida Ativa Tributária de Impostos

Despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde, como proporção do PIB Brasil Período: 2002-2008 45 Ano Despesa (em R$ mil correntes) Federal Estadual Municipal Total % PIB Despesa (em R$ mil correntes) % PIB Despesa (em R$ mil correntes) % PIB Despesa (em R$ mil correntes) % PIB 2002 24.736.843 1,67% 10.278.420 0,70% 12.029.372 0,81% 47.044.635 3,18% 2003 27.181.155 1,60% 12.144.792 0,71% 13.765.417 0,81% 53.091.364 3,12% 2004 32.703.495 1,68% 16.028.249 0,83% 16.408.719 0,85% 65.140.463 3,36% 20. 2005 37.145.779 1,73% 17.236.138 0,80% 281.227 0,94% 74.663.144 3,48% 2006 40.750.155 1,72% 19.798.770 0,84% 23.555.008 0,99% 84.103.933 3,55% 2007 44.303.497 1,66% 22.566.270 0,85% 26.368.683 0,99% 93.238.450 3,50% 2008 48.670.190 1,62% 27.926.885 0,93% 32.267.633 1,07% 108.864.708 3,62% Fonte: Ministério da Saúde/Secretaria Executiva/Departamento de Economia da Saúde e Desenvolvimento/ Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde - SIOPS (Gasto Estadual e Municipal); SPO/SE e Fundo Nacional de Saúde - FNS (Gasto Federal) e IBGE (PIB). Tabela elaboração própria. Notas: 1. O efeito da inflação não foi eliminado; 2. Os dados estaduais são os obtidos pela análise de balanços estaduais realizada pela equipe responsável pelo SIOPS; os dados municipais são os declarados ao SIOPS; 3.Os valores do PIB não são os originalmente publicados, porém não contém a série toda reavaliada.

Evolução anual dos gastos per capita com ações e serviços públicos de saúde Ano Despesa Federal Período: 2002-2008 Despesa Estadual Despesa Municipal Em reais Despesa Total 2002 141,65 58,86 68,88 269,39 2003 153,68 68,66 77,83 300,17 2004 180,10 88,27 90,36 358,73 2005 201,68 93,58 110,11 405,37 2006 218,18 106,01 126,12 450,31 2007 234,00 119,19 139,27 492,45 2008 256,68 147,28 170,18 574,14 Fonte: Ministério da Saúde/Secretaria Executiva/Departamento de Economia da Saúde e Desenvolvimento/ Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde - SIOPS (Gasto Estadual e Municipal); SPO/SE e Fundo Nacional de Saúde - FNS (Gasto Federal) e IBGE (PIB). Tabela elaboração própria. Notas: 1. O efeito da inflação não foi eliminado; 2. Os dados estaduais são os obtidos pela análise de balanços estaduais realizada pela equipe responsável pelo SIOPS; os dados municipais são os declarados ao SIOPS; 3. A fonte de população utilizada é IBGE/Censos demográficos, contagem populacional e projeções e estimativas demográficas, disponível em http://www.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2009/a01.def 46

ESTIMATIVA GASTO SAÚDE BRASIL 2008 R$ BI PÚBLICO 48 % 3,6 % do PIB FEDERAL 47% (1,7% PIB) 48,7 ESTADUAL 26% (0,93% PIB) 26,8 MUNICIPAL 27% (0,96% PIB) 27,8 TOTAL PÚBLICO 100% 103,3 PRIVADO 52 % (TEM $ PÚBLICO DE RENÚNCIA FISCAL) 3,9% DO PIB PLANOS SEGUROS 51% 56,9 DESEMBOLSO DIRETO 21% 24,1 MEDICAMENTOS 28% 31,4 PÚBLICO-PRIVADO 7,5% DO PIB TOTAL PRIVADO 100% TOTAL BRASIL 112,4 215,7 FONTE: MS-SPO MS-SIOPS ANS IBGE-POF ESTUDOS GC ESTIMADA GILSON CARVALHO RENÚNCIA FISCAL R$8,7 BI (PF-PJ-MED-FILANTRÓ.) 47

MUNICÍPIOS BRASILEIROS GASTOS PRÓPRIOS COM SAÚDE 2000-2008 ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 % SAÚDE RECURSOS PRÓPRIOS 13,2 14,4 16,0 17,5 18,0 18,6 19,7 19,2 19,5 MUNICÍPIOS INFORMANTES 5337 5510 5508 5454 5405 5538 5529 5495 5277 APLICOU % EC-29 4585 3607 4243 4668 4668 5355 5483 54505239 NÃO APLICOU % EC-29 752 1903 1265 786 737 183 46 45 38 MUNICÍPIOS SEM DADOS 168 49 51 105 153 24 33 67 285 TOTAL MUNICÍPIOS BRASIL 5505 5559 5559 5559 5558 5562 5562 5562 5562 FONTE SIOPS DECLARADO MUNICÍPIOS SEM CRÍTICA - ESTUDOS GC GILSON CARVALHO 48

Evolução do PIB, das receitas correntes da União e dos Gastos da União em ASPS, em valores absolutos (milhares de reais) Período 2002-2009 49 3.500.000 PIB 3.000.000 2.500.000 2.000.000 Receitas Correntes da União Gastos em ASPS da União 1.500.000 1.000.000 500.000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 PIB Receitas Correntes da União 1.000.000 500.000 Gastos em ASPS da União 0

Comparando a desproporção entre um e outro em 1995 o MAC consumia 5 vezes os recursos do PAB- FIXO e em 2011 o MAC, em orçamentação, representou 7 vezes o PAB-FIXO. A tendência é de crescimento exponencial dos Medicamentos Excepcionais é uma realidade, inclusive pressionado pelo Ministério Público e Judiciário. Enquanto a média de crescimento das despesas totais de saúde no período 2000-2009 foi de 12,48%; na média e alta complexidade foi de 10,97% e nos medicamentos excepcionais foi de 25,73%.

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De um total de R$ 1,414 trilhão, o orçamento de 2010 dedicou R$ 635 bilhões ao pagamento de juro, amortização e refinanciamento da dívida pública da União. Isso corresponde a 44,93% do gasto público da União em 2010. Com a Previdência Social (incluída aí a previdência dos servidores públicos) gastou menos da metade disso, 22,12%; com a saúde, 3,91%; e, com a educação, 2,89%. (fonte: SIAFI )

O PAB-FIXO foi fixado em setembro de 1996 em R$12 por habitante ano. Estes recursos ficaram defasados ano a ano, estando em R$ 20. Se corrigidos pelo IGPM da FGV teríamos hoje um PAB-FIXO de R$38 e a necessidade em 2011 de mais R$3,2 bi apenas para atualizar seus valores. A proposta orçamentária é de que em 2011 este recurso seja elevado para R$21 reais, quase a metade do devido (MS) 57

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7 PIB em saúde, Brasil é 72 no ranking da OMS de gasto per capita O desempenho brasileiro é 40% mais baixo do que a média internacional (US$ 517). A liderança do ranking de 193 países pertence a Noruega e Mônaco, cujas despesas anuais (US$ 6,2 mil por habitante) são vinte vezes maiores do que as brasileiras. 59

Investimento público em saúde é de US$ 317 por brasileiro, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Líderes do ranking de 193 países, Noruega e Mônaco gastam 20 vezes mais. Na América do Sul, Brasil perde para Argentina, Uruguai e Chile. No G-20, é o 15. Segundo exministro Temporão, dado é 'dramático'. Para Dilma Rousseff, baixa despesa per capita justifica mais verba à saúde 60

Desde 2000 quando entrou em vigor a Emenda Constitucional 29, que estabelece um piso de gastos para o setor até o ano passado, o montante de recursos efetivamente aplicados caiu de 1,76% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,66%, na contramão do espírito da lei. Levantamento realizado pelo GLOBO mostra que, na área social, o setor foi o que mais perdeu na comparação com os demais. Na Educação, os gastos subiram de 0,97% para 1,29% do PIB nesse período. Na Previdência, pularam de 6,3% para 6,9%, e na Assistência, de 0,45% para 1,06% do produto. 61

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LEI Complementar nº 141 de 13 de Janeiro de 2012. Regulamenta o 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo;

LEI Complementar nº 141 de 13 de Janeiro de 2012. Estabelece vinculações de percentuais das receitas fiscais para serem aplicados com exclusividade na saúde: municípios, 15% de suas receitas; estados, 12% de suas receitas; e a União o valor do ano anterior da LOA acrescido da variação do PIB.

LEI Complementar nº 141 de 13 de Janeiro de 2012. As transferências da União para os estados, DF e municípios devem observar os critérios da lei complementar, os do art. 35 da lei 8080, cabendo à CIT Comissão Intergestores Tripartite definir a metodologia de cálculo, que deverá ser aprovada no Conselho Nacional de Saúde

Lei 8080/90 Art. 35 Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: I - perfil demográfico da região; II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área; IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo.

Despesas com ações e serviços públicos de saúde São aquelas voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde que atendam, simultaneamente, aos princípios estatuídos no art. 7º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e às seguintes diretrizes:

I sejam destinadas às ações e serviços públicos de saúde de acesso universal, igualitário e gratuito; II estejam em conformidade com objetivos e metas explicitados nos Planos de Saúde de cada ente da Federação; e III sejam de responsabilidade específica do setor da saúde, não se aplicando a despesas relacionadas a outras políticas públicas que atuam sobre determinantes sociais e econômicos, ainda que incidentes sobre as condições de saúde da população.

PACTO PELA SAÚDE Portaria nº 399/GM/2006 PACTO PELA VIDA PACTO EM DEFESA DO SUS PACTO DE GESTÃO

PACTO DE GESTÃO: DIRETRIZES PARA GESTÃO DO SISTEMA DE SAÚDE RESPONSABILIDADES DE CADA ESFERA EM CADA UMA DAS ÁREAS GESTÃO DO TRABALHO EDUCAÇÃO NA SAÚDE RESPONSABILIDADES DA GESTÃO PACTO DE GESTÃO REGIONALIZAÇÃO FINANCIAMENTO PARTICIPAÇÃO SOCIAL REGULAÇÃO PLANEJAMENTO

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde São princípios gerais do financiamento para o SUS: Responsabilidade das três esferas de gestão União, Estados e Municípios pelo financiamento do SUS; Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais e regionais, a ser contemplada na metodologia de alocação de recursos; Repasse fundo a fundo definido como modalidade preferencial na transferência de recursos entre os gestores; e Financiamento de custeio com recursos federais organizados e transferidos em blocos de recursos.

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Legislação: Portaria GM/MS 698 de 30/03/06 define a nova forma de transferência dos recursos federais destinados ao custeio de ações e serviços de saúde em blocos de financiamento; Portaria GM/MS 204 de 29/01/07 - regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais destinados ao custeio de ações e serviços de saúde em blocos de financiamento; Portaria GM/MS 1.497 de 22/06/07 orienta a operacionalização das transferências.

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Os blocos de financiamento para o custeio são cinco: I - Atenção Básica; II - Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar; III - Vigilância em Saúde; IV - Assistência Farmacêutica; e V - Gestão do SUS. VI- Investimento

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Bloco I I - Atenção Básica Piso de Atenção Básica PAB Fixo Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável I - Saúde da Família; II - Agentes Comunitários de Saúde; III - Saúde Bucal; IV - Compensação de Especificidades Regionais; V - Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas; VI - Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário; VII - Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente em conflito com a lei em regime de internação e internação provisória; e VIII - Outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico.

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Bloco II II - Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar Componente Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar MAC, de acordo com a PPI Componente Fundo de Ações Estratégicas e Compensação FAEC

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Bloco II O Componente Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar MAC - dos Estados, Distrito Federal e Municípios, é destinado ao financiamento de procedimentos e de incentivos permanentes, transferidos mensalmente, para custeio de ações de média e alta complexidade em saúde.

INCENTIVOS PERMANENTES DO MAC I - Centro de Especialidades Odontólogicas (CEO); II - Laboratório de Prótese Dentária; III - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); IV - Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador; V - Hospitais de Pequeno Porte; VI - Incentivo de Integração do SUS INTEGRASUS; VII - Fator de Incentivos ao Desenvolvimento do Ensino e Pesquisa Universitária em Saúde FIDEPS; VIII - Programa de Incentivo de Assistência à População Indígena IAPI; e IX - Outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo para fins de custeio de ações de média e alta complexidade e não financiados por procedimento.

Fundo de Ações Estratégicas - FAEC I - Procedimentos regulados pela Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade - CNRAC; II - Transplantes; III - Ações estratégicas ou emergenciais, de caráter temporário e implementadas com prazo pré-definido; e IV - Novos procedimentos, não relacionados aos constantes da tabela vigente ou que não possuam parâmetros para permitir a definição de limite de financiamento, que serão custeados pelo FAEC por um período de seis meses com vistas a permitir a formação de série histórica necessária à sua agregação ao Componente Limite Financeiro da Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar MAC.

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Bloco III III - Bloco de Financiamento para a Vigilância em Saúde Componente da Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde, composta por: I - fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde em Estados e Municípios (VIGISUS II); II - campanhas de vacinação; e III - incentivo do Programa DST/AIDS; IV contratação Agente Endemia, etc. Componente da Vigilância Sanitária em Saúde, será constituído do Teto Financeiro de Vigilância Sanitária.

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Bloco IV IV - Bloco de Financiamento para a Assistência Farmacêutica Componente Básico da Assistência Farmacêutica Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica I - Controle de endemias, tais como a Tuberculose, Hanseníase, Malária, Leishmaniose, Chagas e outras doenças endêmicas de abrangência nacional ou regional; II - Anti-retrovirais do programa DST/AIDS; III - Sangue e Hemoderivados; e IV Imunobiológicos. Componente Especializado, e Componente de Organização da Assistência Farmacêutica.

Financiamento de acordo com o Pacto pela Saúde Bloco V V - Bloco de Financiamento para a Gestão do SUS I - Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; II - Planejamento e Orçamento; III - Programação; IV - Regionalização; V - Gestão do Trabalho; VI - Educação em Saúde; VII - Incentivo à Participação do Controle Social; VIII - Estruturação de serviços e organização de ações de assistência farmacêutica; e IX - Incentivo à Implantação e/ou Qualificação de Políticas Específicas.

Decreto nº 7508 de 28 de Junho de 2011 Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa

Decreto nº 7508 de 28 de Junho de 2011 I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde;

III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS; IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS;

V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;

Decreto nº 7508 de 28 de Junho de 2011 VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.

Decreto nº 7508 de 28 de Junho de 2011 As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos e as Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.

PDR/MG MACRORREGIÕES ( Total: 13 ) 41 REGIÃO NORTE DE MINAS Montes Claros Montes Claros NORDESTE Teófilo Otoni NORDESTE NOROESTE JEQUITINHONHA Diamantina Diamantina T. Otoni TRIÂNGULO DO NORTE Patos de Minas G. Valadares Uberlândia CENTRO LESTE DO NORTE Uberaba Belo Horizonte Ipatinga Passos Divinópolis OESTE LESTE DO SUL Ponte Nova TRIÂNGULO DO SUL P. de Caldas P. Alegre Varginha Alfenas SUL Alfenas/Varginha/ Pouso Alegre CENTRO SUL Barbacena SUDESTE Juiz de Fora Pólo(s) Macrorregionais Macrorregião Iveta Malachias

44 P D R / M G 76 MICRORREGIÕES 76 CIBs Micro Iveta Malachias

Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; V - vigilância em saúde

A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde.

Decreto nº 7508 de 28 de Junho de 2011 O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço.

Decreto nº 7508 de 28 de Junho de 2011 A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores.

COMO O POVO BRASILEIRO PERCEBE A SAÚDE PÚBLICA E O SUS?» 1 problema mais importante enfrentado no cotidiano pela população (24,2%), seguido por desemprego (22,8%), situação financeira (15,9%) e violência (14%)» 2 item de gasto federal (depois de previdência), excluídos os encargos da dívida;» 3 item do gasto agregado das três esferas de governo (depois de previdência e educação);» equivalente a 8,4% do PIB, incluindo gasto público e privado, a participação privada corresponde a 4,91% do PIB. (CONASS, 2011)

Pesquisa IBOPE 2012 : Quais os Principais problemas percebidos pelo eleitor: Saúde : 37% Segurança : 16% Educação : 11% Drogas : 9%

Quais as 3 áreas mais problemáticas da cidade: Saúde : 61% Segurança : 48% Drogas : 40%

Muito Obrigado! Ivan Chebli ivanchebli@gmail.com